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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL JUNIOR CONTROLE BIOLÓGICO DE RECRUTAMENTO DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) POR ROBALO FLECHA (Centropomus undecimalis) EM SISTEMA DE CULTIVO EXPERIMENTAL MOSSORÓ 2016 CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL JUNIOR CONTROLE BIOLÓGICO DE RECRUTAMENTO DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) POR ROBALO FLECHA (Centropomus undecimalis) EM SISTEMA DE CULTIVO EXPERIMENTAL Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca. Orientadora: Misleni Ricarte de Lima, Profa. Dra. MOSSORÓ 2016 © Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT) Setor de Informação e Referência (SIR) Setor de Informação e Referência Bibliotecário-Documentalista Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba CRB-15/452 O96c Ovil Junior, Clarence Ildawald Gibson. CONTROLE BIOLÓGICO DE RECRUTAMENTO DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) POR ROBALO FLECHA (Centropomus undecimalis) EM SISTEMA DE CULTIVO EXPERIMENTAL / Clarence Ildawald Gibson Ovil Junior. - 2016. 37 f. : il. Orientadora: Mislene Ricarte de Lima. Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semiárido, Curso de Engenharia de Pesca, 2016. 1. Alevinos. 2. Controlador. 3. Eficiência. 4. Recrutas. I. Lima, Mislene Ricarte de, orient. II. Título. CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL JUNIOR CONTROLE BIOLÓGICO DE RECRUTAMENTO DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) POR ROBALO FLECHA (Centropomus undecimalis) EM SISTEMA DE CULTIVO EXPERIMENTAL Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semiárido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca. A Oneida Rocha Santana, minha queria avó materna, a quem devo as raízes da minha fé em tudo quanto é bom e maravilhoso na criação do nosso pai celestial. Jamais me esquecerei! (In Memoriam); A meu avô materno Sebastião Chácara, saudades dos nossos passeios e histórias. (In Memoriam); A Alzira Ribeiro Ovil e Clarence Ovil Gibson, meus avós paternos, que também influenciaram de forma ímpar em minha vida, ele com sua história de atleta (The Tiger of The Night, Boxer - EUA), ela com sua generosidade e caridade. (In Memoriam); A Vovó Ivone Macedo Barbosa, que me acolheu como neto em seu coração. (In Memoriam). Amor sagrado por todos vocês. À vida por permitir que esta jornada se concluísse. Aos meus pais Izanete Chácara Rocha Gibson e Clarence Ildawald Gibson ovil pelo exemplo e suporte, sem os quais jamais eu chegaria aqui de cabeça erguida. Aos meus filhos Joaquim Amon e Eric Gabriel pela motivação; Aos meus irmãos; À minha amiga Ana Cláudia de Medeiros por tudo que significa nesse processo de conclusão. À minha Orientadora Misleni Ricarte de Lima, por toda gentileza e conhecimento compartilhado, os quais absorvi da melhor maneira possível nesses meses de convivência. Sem a senhora talvez a história deste trabalho fosse outra. Aos meus amigos que mesmo a distância sempre torceram por essa conquista. É tudo nosso! Às boas pessoas do mundo, para que as inspire e as impulsione a fazer sempre o melhor que puderem. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por todos os momentos de fraqueza e desespero, por cada ronco no estômago e por cada lágrima seca derramada. Agradeço a Deus por todas as coisas que minha família não merece saber. Cada um desses acontecimentos eu chamo de pedra. Cada pedra meticulosamente lapidada e encrustada com a atenção e resignação do ourives, que constrói a sua mais bela joia. Uma a uma foi lapidada. Então, obrigado Deus por cada dor e pela sensação de morte, pela vida que veio e ainda não vi. Meu sincero obrigado! Agradeço a minha família por me forjar quem sou, principalmente aos meus pais e aos meus filhos. Obrigado! Agradeço aos meus primos, primas e tios mais próximos nas pessoas da tia Maria Luíza, e ao tio Carlos Roberto e a prima Luanna, por serem presentes e por todo apoio. Obrigado! Agradeço a minha orientadora, professora Misleni Ricarte de Lima por todas as informações compartilhadas, pela sabedoria em conduzir e principalmente por acreditar em nossa ideia. Foi maravilhoso. Obrigado! Agradeço a banca pela atenção dispensada as palavras colocadas nesta avaliação do ensaio apresentado. Obrigado! Agradeço a cada professor que gentilmente contribuiu para a construção do conhecimento compartilhado comigo, sem o qual seria impossível ter levado a cabo todas as atividades desenvolvidas neste experimento científico. Agradeço a cada um dos servidores técnico-administrativos da instituição, que sempre foram gentis e solícitos, sempre colaborando para que tudo quanto lhes foi solicitado acontecesse a contento. Meu obrigado sincero. Agradeço a todos os colegas, na pessoa do colega Claudino Geovane, representando todos que contribuíram em algum momento. Obrigado! Um agradecimento especial para a Chefe de Cerimonial, Maria do Carmo dos Santos Galdino de Andrade, pessoa que generosamente ajudou um sudestino recém-chegado e perdido na UFERSA. Obrigado! Agradeço a Breno Noronha Rodrigues, aluno do curso de Zootecnia, companheiro incansável de pesquisa. Não sei como agradecer sua dedicação e compromisso com o nosso experimento. Você vai ser um grande pesquisador. Obrigado! RESUMO O controle populacional de jovens recrutas em cultivos comerciais de tilápia do Nilo é objeto de grande preocupação para os produtores do setor aquícola. Propondo soluções sustentáveis e orgânicas para essa questão, realizou-se no setor de Aquicultura da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido, Campus Mossoró-RN, a avaliação do potencial do robalo Flecha (Centropomus undecimalis) como controlador biológico para o recrutamento de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em sistemas de cultivo. Para isso, estocou-se um total de 48 peixes, sendo: 42 tilápias e seis (6) robalos, separados por classe de comprimento e peso, em 12 caixas d'água de polietileno com capacidade para 1000 L cada, montadas em sistema fechado com utilização de filtros biológicos, abastecidas com água de poço com salinidade média de 1,8 ppt. Todas as unidades receberam aeração contínua, fornecida por compressor radial tipo soprador de 3,5 cv, durante 46 dias. As tilápias foram alimentadas com ração comercial até a saciedade aparente, os robalos receberam um alevino de tilápia com peso médio de ± 1 g/dia até o surgimento dos primeiros recrutas nas unidades experimentais. As novas cortes receberam ração farelada após o consumo do vitelo. Utilizou-se no delineamento experimental um esquema fatorial, constituído de quatro tratamentos distintos em três repetições cada.Distribuiu-se os tratamentos aleatoriamente da seguinte forma: no tratamento 1 (T1), povoou-se as caixas d'água com duas fêmeas e um macho de tilápia do Nilo, com a adição de um robalo; no tratamento 2 (T2), utilizou-se duas fêmeas e um macho de tilápia do Nilo, sem a adição do robalo; no tratamento 3 (T3), fez-se uso de três fêmeas e um macho de tilápia do Nilo, com a adição de um robalo; e no tratamento 4 (T4), empregou-se três fêmeas e um macho de tilápia do Nilo, sem a adição do robalo. A sobrevivência para os exemplares do gênero Oreochromis foi de 88%. O incremento populacional nas unidades sem o robalo foi de 2009 alevinos com peso médio de ± 0,74 g, enquanto nas unidades com robalo não foi detectada a presença de alevinos de tilápia do Nilo. A sobrevivência do controlador biológico foi de 100%. As médias do monitoramento dos parâmetros físico-químicos da água foram de: T ± 30 ºC; o oxigênio dissolvido manteve-se sempre próximo à saturação, com uma média de 7,5 mg/L; o PH médio foi de 7,6. Constatou-se, ao final do experimento, a eficiência do robalo Flecha como controlador biológico para o surgimento de superpopulações de recrutas em cultivos de tilápias do Nilo. Palavras-chave: Alevinos. Controlador. Eficiência. Recrutas. ABSTRACT Population control of young recruits in commercial crops of the Nile Tilapia is great matter of concern for producers of the aquaculture sector. Offering sustainable and organic solutions to this issue was held in the aquaculture sector of UFERSA - Federal Rural University of Semi-Arid, Campus Mossoro-RN, the evaluation of the Sea bass potential (Centropomus undecimalis) as a biological control for Tilapia recruitment (Oreochromis niloticus) in cropping systems. For this thrust to a total of 48 fish, where: Tilapia 42 and six (6) bream, separated by length and weight class, 12 polyethylene water boxes with capacity of 1000 U each mounted within a closed system with use of biological filters supplied with well water with an average salinity of 1.8 ppt. All units received continuous aeration, provided by radial type blower 3.5 hp compressor, for 46 days. Tilapia were fed with commercial feed to satiation, the sea bass received fingerlings of Tilapia with average weight of ± 1 g / day until the appearance of the first recruits in the experimental units. The new cuts received middlings after calf consumption. It was used in the experimental design factorial scheme consisting of four different treatments in triplicates. treatments were distributed randomly as follows: 1 treatment (T1) is settled water tanks with two females and one male Nile Tilapia, with the addition of a bass; in treatment 2 (T2), we used two females and one male Nile Tilapia, without the addition of bass; treatment 3 (T3) was made using three females and one male Nile Tilapia, with the addition of a bass; and treatment 4 (T4), he used three females and one male Tilapia Nile without adding Sea bass. Survival for copies of Oreochromis gender was 88%. The population increase in the units without the bass was 2009 fingerlings with average weight ± 0.74 g, while in units with sea bass was not detected the presence of fingerlings of Nile Tilapia. The survival of biological control was 100%. The means of monitoring the physical and chemical water parameters were: T ± 30 ° C; dissolved oxygen remained always close to saturation with a 7.5 mg / L; the average pH was 7.6. It was found at the end of the experiment, the Sea bass efficiency as a biological control for the appearance of overcrowding of recruits in the Nile Tilapia cultivation. Keywords: Controller. Efficiency. Fingerlings. Recruits. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ……………………………...……………..…………........ 09 2 REFERENCIAL TEÓRICO ….............................................................. 14 3 OBJETIVOS ………………………………………………........................ 20 3.1 Objetivo Geral ..…………………………………….…..............……….. 20 3.2 Objetvos Específicos ….....…………………………............………….. 20 4 MATERIAIS E MÉTODOS …………………...…….......................……. 20 4.1 Local..................................................................................................... 20 4.2 Instalações.......................................................................................... 21 4.3 Animais utilizados.............................................................................. 21 4.4 Preparo das unidades experimentais …........................................... 22 4.5 Ensaio controle biológico …........….................................................. 23 4.6 Delineamento experimental ….....….................................................. 23 4.7 Duração do Experimento ….........….................................................. 24 4.8 Alimentação do Animais ...........…..................................................... 24 4.9 Parâmetros da qualidade de água ..................………………………. 24 4.10 Manejo diário das instalações ....….............................................…. 24 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................... 25 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.……………………………………………... 28 REFERÊNCIAS ………………………………………….......................... 29 LISTA DE FIGURAS............................................................................. 34 LISTA DE TABELAS............................................................................ 35 9 1. INTRODUÇÃO A aquicultura é uma atividade comercial ou de subsistência regulamentada pelo Decreto da presidência da República de nº 4.895, de 25 de Novembro de 2003, que a define como sendo: “O cultivo ou criação de organismos cujo o ciclo de vida em condições naturais, ocorrer total ou parcialmente em meio aquático”. Segundo o decreto, área aquícola é “o espaço físico contínuo em meio aquático, delimitado, destinado a projetos de aquicultura, individuais ou coletivos”. O decreto diz ainda que “parques aquícolas são espaços físicos contínuos em meio aquático, delimitado, que compreende um conjunto de áreas aquícolas afins, em cujos espaços físicos intermediários, podem ser desenvolvidas outras atividades compatíveis com a prática da aquicultura”. Para o professor Wagner Valenti (2002), a atividade aquícola deve ser compreendida de forma simples e clara como “a produção de organismos com hábitat predominantemente aquático, em cativeiro, em qualquer um de seus estágios de desenvolvimento”. O autor apoia a atividade em três momentos fundamentais, preconizando que “o organismo produzido deve ser aquático, deve existir um manejo para a produção, a criação deve ter um proprietário”. Baseado nessas duas premissas, torna-se notório a necessidade de Controlar o microcosmo que formam o fluído de cultivo e o macrocosmo que desenvolvem-se dentro dele estejam em equilíbrio, demonstrando como é imperativo ter total controle sobre esses sistemas, para maximizar o sucesso econômico do empreendimento, a segurança sanitária da produção, e a sustentabilidade em empreendimentos aquícolas. É importante ter em mente que, a capacidade hídrica de produção das áreas aquícolas e dos parques aquícolas no Brasil, que de acordo com o site da marinha, a Zona de Exploração Exclusiva – ZEE dentro do espaço marítimo nacional é de aproximadamente 3,5 milhões de Km². Existem esforços junto à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) para ampliar os limites da plataforma continental para além das 200 milhas náuticas (370 km), o que corresponderia a uma área de 963 mil km² a mais para o território nacional,podendo ser expandida, após as adequações, para uma área total de 4,5 milhões de km², onde em diversas regiões foi demonstrado o potencial para a maricultura através dos PLDMs. 10 Consta no Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2014 que 13% da água doce superficial disponível no mundo está em território nacional, porém com distribuição desigual em volume/regiões e necessidade de uso per capita/volume disponível. Segundo o relatório acima, 81% da água superficial em território nacional está concentrada na região amazônica, onde vivem apenas 5% da população, com baixa demanda de água. Por outro lado, nas regiões litorâneas, onde se concentra 45,5% da população do país com alta demanda hídrica, temos apenas 2,7% de água superficial. O que nos direciona a implementação de tecnologias que priorizem pelo uso racional de água, e principalmente a aplicação de tecnologias de reutilização dá água em diferentes ciclos de produção devido o controle do microcosmo presente nos fluidos de cultivo. O mesmo relatório de recursos hídricos demonstra ainda que: dos 1039 pontos de monitoramento hídrico no meio rural, 82% dos aquíferos possuem o IQA – Índice de Qualidade de Água considerado bom, 9% ótimo, 6% ruim e 3% regular. Já para os aquíferos próximos às cidades, o IQA é considerado bom em 48% dos pontos, ótimo em 4%, regular em 23%, ruim em 21% e péssimo em 4% dos 530 pontos monitorados. O IQA estabelecido pela ANA considera nove parâmetros físico-químicos e biológicos das águas analisadas, como: oxigênio dissolvido, nitrogênio total, fósforo total, temperatura da água, ente outros. Sendo alguns destes parâmetros, limitantes para a manutenção e sucesso dos empreendimentos aquícolas, assim como, são norteadores da responsabilidade com o efluente a ser descartado. Devendo esse, se não houver a possibilidade de uso na irrigação, ser tratado adequadamente segundo as determinações da ANA, antes de ser devolvido ao ambiente. Segundo a FAO (2014), em 2012 houve um incremento na produção mundial de pescado de 10 milhões de toneladas, comparado a 2010, saldo positivo devido ao desenvolvimento da atividade aquícola mundial. Em 2011 a produção aquícola nacional atingiu o 17º lugar mundial na produção em cativeiro e a 19ª colocação, quando somado à captura extrativista, com uma despesca de 1,4 milhões de toneladas de pescado, produzindo um PIB nacional de R$ 5 bilhões ACEB (2014). A tilápia do gênero Oreochromis é um dos peixes mais cultivados pela aquicultura mundial, é produzida em 153 países, estando presente em todos os continentes, e representando a maior parte do pescado aquícola global. 11 As primeiras tilápias do gênero Oreochromis que chegaram ao Brasil foram da espécie rendalli ou tilápia do Congo, desembarcadas no estado do Rio de Janeiro em 1953, “pelo Sr. FÉLIX CHARLIER, funcionário da LIGHT, com a finalidade de incrementar a piscicultura nas represas da companhia e controlar as plantas aquáticas. Foram introduzidas na Lagoa da Tijuca durante o governo de CARLOS LACERDA” importadas do Congo. Após 18 anos, em 1971, o DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, introduziu a espécies Oreochromis niloticus visando também o peixamento dos reservatórios da Região Nordeste (BIZERRIL Et al. 2001, Oliveira Et al. 2007), porém ocorreram problemas desde a primeira introdução da tilápia, como o baixo crescimento da espécie. A alta prolificidade e a consanguinidade da segunda espécie provocaram uma infestação dessa linhagem na maioria dos reservatórios brasileiros, povoando-os com animais de baixo desempenho zootécnico OLIVEIRA (2007). Uma outra espécie de tilápia chegou oficialmente ao Brasil em 1981, a tilápia vermelha. Animais mutagênicos de populações de Oreochromis mossambicus, espécie que tolera as maiores salinidades descritas para o gênero Oreochromis (Banegas, 2007,). Os maiores gargalos encontrados para o sucesso da produção dessa espécie foi a consanguinidade e a carência de trabalhos em melhoramento genético que viabilizassem cortes de alevinos eficientes em ganho de biomassa e conversão alimentar. Apenas em 1996 o Brasil teve contato com espécimes melhorados geneticamente de Oreochromis niloticus, com populações da linhagem Chitralada, trazidas da Tailândia. Em 2002 é introduzida uma nova variedade de Oreochromis niloticus, chamada de Genomar Supreme Tilapia, logo após a FishGen ou GMT - (Genetically Male Tilapias). OLIVEIRA (2007). Com a introdução desses espécimes e o aprimoramento das técnicas de cultivo como: reprodução, incubação artificial e medidas para controle do sexo, a tilapicultura deslanchou, iniciando com isso a fase industrial do cultivo de tilápia no Brasil. A tilapicultura é uma atividade que ocupa 800 mil profissionais e viabiliza 3,5 milhões de postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos. O Brasil possui vantagens extraordinárias para o desenvolvimento da aquicultura marinha e continental em relação a outros países, pois possui uma costa de mais de 8400 quilômetros praticamente inexploradas, como já salientadas pelos PLDMs. A tilápia, apesar de não ser contemplada no plano local de desenvolvimento da maricultura, principalmente devido suas ecologia de vida, do ao fato de ser um animal 12 alóctone, exótico na fauna brasileira, é um dos peixes mais cultivados pela aquicultura mundial, sendo produzido em 153 países, estando presente em todos os continentes, representando a maior parte do pescado aquícola global. Não sendo essa uma realidade diferente em águas nacionais, o Brasil produziu 479,399 mil toneladas de pescado aquícola em 2010, com uma pequena oscilação em 2013, produzindo 392,493 mil toneladas de peixes. A tilápia foi o pescado mais produzido no país, com destaque para a Região Centro-Oeste como principal produtora dentre as Regiões da Federação, onde foi despescado, aproximadamente, 105,010 mil toneladas, o equivalente a 26,8% do total de peixes produzidos no país. As tilápias do gênero Oreochromis corresponde a 43,1% da produção nacional de peixes, seguido pelo tambaqui (22,6%) e pelo grupo tambacu e tambatinga (15,4%) IBGE (2013); (MPA, 2012; LOBO, 2014). Hoje o principal problema da tilapicultura é a prolificidade da espécie. As fêmeas de tilápia param de se alimentar durante o processo de incubação, eclosão e desenvolvimento larval, retardando seu crescimento e o desenvolvimento de biomassa. Por esse motivo é prioritário o cultivo de apenas machos de tilápia, para a obtenção de resultados satisfatórios em empreendimentos aquícolas. É de fundamental importância para o sucesso do cultivo racional da tilápia do Nilo o povoamento de organismos previamente modificados sexualmente, sanando assim os desperdícios energéticos provocados pela cópula, desova, cuidado parental e explosão populacional nos viveiros de cultivo, uma vez que nessa espécie os machos crescem mais que as fêmeas produzindo populações desuniformes. (LEONHARDT 1997, p. 10; LIMA 2011, p. 1; NEUMANN 2004, p. 3; POPMA e LOVSHIN 1995, p. 16; FAO 2014; IBGE 2013). O método mais difundido para obtenção de monosexos de tilápia é a indução hormonal, ao se incorporar 60 mg do hormônio 17-α-metiltestosterona por quilograma de ração em dietas práticas para larvas de tilápia em reversão sexual. Ao final de 28 dias, obter-se-á uma taxa de reversão de 93,33 % de machos. Trabalhos de vários autores nos ajudam a concluir que a administração de andrógenos nestes peixes por três ou quatrosemanas resulta em uma população com 80% a 100% de machos fenotípicos, uma média de 90% de sucesso, representando uma melhora média de 5% nas taxas de reversão de meados da década de 90 até hoje (LEONHARDT 1997, p. 10; LIMA 2011, p. 1; NEUMANN 2004, p. 3; POPMA e LOVSHIN 1995, p. 16). 13 A técnica de estimulação do sexo fenotípico em Oreochromis niloticus, através da mistura de esteroides masculinizantes à ração, tem o objetivo de obter populações de apenas animais machos. Uma alternativa sustentável e orgânica para a prolificidade de peixes do gênero Oreochromis em sistemas de cultivo e para a falha no processo de reversão sexual com a utilização de hormônio 17-α-metiltestosterona, é a introdução de peixes carnívoros dentro dos sistemas de cultivo. Um animal que não seja competidor alimentar da tilápia, que não tenha comportamento agressivo com a tilápia madura e que seja predador eficiente das cortes de larvas e alevinos de tilápias reproduzidas dentro do sistema de cultivo. Trata-se de uma medida pontual, que sugere uma solução para explosão populacional dentro do tanque ou viveiro. O controle do recrutamento populacional em cultivos de tilápia do Nilo é de interesse dos produtores, pois desequilibra o consumo e o desempenho zootécnico dos animais. É necessário que seja estabelecida uma relação entre as quantidades de carnívoro e tilápias que satisfaça o controle de recrutas nos cultivos com eficiência. A prolificidade da tilápia é um problema em determinadas situações e regiões. Trata-se de um animal que atinge a maturação gonadal precocemente, incrementando a população estocada com os novos recrutas a cada nova desova. Esse problema não é constatado em cultivos de outros peixes, como por exemplo os peixes redondos: os tambaquis, pacus, pirapitinga e os híbridos, tambacus e as tambatingas, que possuem bom desempenho zootécnico independentemente do sexo do animal e que não se reproduzem dentro dos ambientes de cultivo. Para a produção comercial de organismos aquáticos, a eficiência alimentar é um elemento importante a ser considerado, é um componente relevante nos custos totais de produção, onde a alimentação chega a representar 75% dos custos do empreendimento, agravado sobremaneira pelo erro na reversão sexual em tilápias do Nilo, descrevendo uma realidade que está presente em boa parte das populações de tilápia estocadas para engorda no mundo. Estudos anteriores nessa área demonstram que a introdução de peixes carnívoros do gênero Centropomidae em sistemas de cultivo de tilápia é eficiente como controle de recrutamento de tilápias vermelha, hibrida de Oreochromis spp. (SILVA E PEREIRA 1997, P. 161 - 168 ). Por esse motivo, nesta pesquisa foram introduzidos machos de robalos Flecha em ambientes com casais de tilápia do Nilo como controladores biológicos para a prolificidade de fêmeas da espécie niloticus, em 14 sistemas de cultivo. Pensando em contribuir na cadeia produtiva da tilápia e em como sugerir uma ação eficiente para a monosexagem, um dos poucos gargalos remanescentes na tilapicultura. Nos debruçamos sobre a ecologia de vida e de cultivo desse animal para compreendermos de que maneira poderíamos conquistar esse desafio. Para isso foram norteadores da construção desse conhecimento (BERRA 2001; OLIVEIRA 2007; MINCKLEY 1987; BONEGAS 2007; ALVAREZ-LAJONCHÈRE 2001, 2002, 2003; BRAS 2014; CARVALHO 2010; CEAGESP 2016; CERQUEIRA 1992, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005; FAO 2014; IBGE 2013; EMERENCIANO 2015; FORÉS 2012; POLI 2013) entre outros autores, documentos e entidades de pesquisa. Que a partir daqui, sustenta e fundamenta as informações descritas. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Buscando melhorar o conhecimento sobre a tilápia do Nilo, nos dedicamos em conhecer um pouco de sua origem e o desenvolvimento filogenético dessa espécie. São peixes da família Cichlidae. Os ciclídeos formam uma família de peixes dulcícolas, bastante avançados dentre os perciformes. Compreendem mais de mil espécies nativas da América do Sul e Central (com uma única espécie no Texas, América do Norte), parte da África, Sul da Índia, Madagascar, Sri Lanka, Síria e as Índias Orientais (BERRA, 2001), possuindo representantes com alta tolerância a variação de salinidade e qualidade da água. Algumas espécies de Cichlideos toleram água doce, salobra e marinha, característica atribuída à distribuição zoogeográfica dessa família. As formas do corpo dos Cichlideos variam de alta e comprimida até as formas mais delgadas e alongadas. Essa família atravessou uma “explosiva especiação” nos enormes lagos da África (GREENWOOD, 1984). Seus registros fósseis datam do Eoceno e Oligoceno na África e na América do Sul (WOODWAR, 1939; VA COUVERING, 1982). Ciclídeos de interesse experimental ou comercial para a alimentação são os do gêneros: Tilápia spp., que possuem a característica de incubar os ovos em substratos moles; os representantes do gênero Oreochromis spp., que incubam os ovos na boca das fêmeas; e as espécies do gênero Sarotherodon spp., que incubam os ovos na boca de machos e fêmeas, indiscriminadamente. 15 As espécies que compõe esse três grupos possuem uma taxonomia recente, com aproximadamente 20 anos de classificação, utilizando o tipo de cuidado parental na encubação dos ovos para diferenciá-los. Os indivíduos representantes desse grupo são nativos da África, Jordânia e Israel, com 77 espécies descritas, 22 cultivadas experimentalmente ou associados a avançados pacotes tecnológicos para produção em escala comercial. O gênero Oreochrmis tem se mostrado de maior interesse para os produtores, com a espécie tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em primeiro lugar na produção brasileira (RICARTE et al., 2014; IBGE 2013). Segundo a ecologia reprodutiva da tilápia, os ninhos são construídos em substrato mole pelos machos e em profundidades de aproximadamente 1m, onde as fêmeas ovígeras, após um breve ritual de acasalamento, depositam os ovócitos prontos para serem fecundados pelo macho, reproduzindo-se naturalmente dentro de ambientes de cultivo. De acordo com a literatura. A fêmea de tilápia do Nilo possui desovas parceladas, expelindo de um a dois ovócitos por grama de peso. Atinge a maturidade sexual em idade precoce, com tamanho aproximado de 152 mm e a partir dos 40 gramas de peso. De acordo com a publicação OLIVEIRA (2007) a prolificidade, a precocidade reprodutiva, a estratégia de desovas parceladas e o hábito de cuidar da prole faz com que as taxas de recrutamento populacional de jovens tilápias aumentem muito rapidamente nos viveiros. Por esse motivo, o descontrole na reprodução veio a ser considerado um dos maiores entraves nos cultivos comerciais de tilápia. De acordo com a morfologia interna das tilápias, as gônadas dos machos são formadas por duas estruturas alongadas e de forma lobular, localizadas dentro da cavidade celomática entre a parte dorsal da cavidade e a bexiga natatória. As gônadas das fêmeas consistem em ovários pares alongados, achatados dorsoventralmente, situadas na cavidade celômica, a qual está ligada pelos mesovários em posição ventral à bexiga natatória (NOGUEIRA, 2003). Deixando evidente ainda que: as fêmeas do gênero Oreochromis possuem cuidado parental com a prole. Após a fecundação elas recolhem os ovos do ninho com a boca, onde são incubados por cerca de sete a oito dias, durante o período de incubação dos ovos e dodesenvolvimento das larvas. As fêmeas não se alimentam nesse período e, mesmo após as larvas recrutas adquirirem capacidade de natação e busca de alimento, continuam dispensando cuidado com a prole por cerca de 20 dias, recolhendo-os à boca sempre que pressentir condições de perigo. 16 Por esse motivo, as fêmeas de tilápia do Nilo diminuem consideravelmente seu crescimento e ganho de biomassa dentro dos viveiros, apesar da abundância de alimento inerte ou natural. De acordo com sua frequência reprodutiva, elas podem chegar a se reproduzir de 8 a 12 vezes em um ano. É demonstrado através das curvas de crescimento que as fêmeas maduras param de crescer satisfatoriamente durante o período de cultivo BEUX (2002). Esse aspecto ecológico dos peixes do gênero Oreochromis foi por muito tempo um dos principais entraves ao desenvolvimento da tilapicultura e ainda não está totalmente resolvido. Mesmo não se obtendo 100% de eficiência nos processos de reversão, só após o desenvolvimento de tais técnicas se possibilitou a obtenção de melhores resultados dos desempenhos zootécnicos nos ambientes de cultivo. Para evitar a reprodução dentro de viveiros e tanques de cultivo, é recomendado aos piscicultores que utilizem plantéis monosexos masculinizados (RODRIGUES et al., 2013). A atividade de se cultivar as tilápias é extremamente antiga. Esses animais aparecem em hieróglifos egípcios antigos, expressos em pinturas que confirmam o seu cultivo desde aproximadamente 2.500 anos a.C. Há quem afirme que a tilápia foi o peixe participante da parábola da multiplicação dos pães, onde Jesus alimenta a multidão faminta. O mercado, explorando a crença popular em torno da tilápia, desenvolve atualmente uma grande campanha de marketing orientada por especialistas israelenses, que passaram a chamar a tilápia de Saint Peter’s fish ou peixe de São Pedro (KUBITZA, 2002). A aquicultura moderna é uma atividade que, segundo Matias (2015), cresceu entre 2010 e 2012 aproximadamente 6,7 % ao ano no cenário mundial. No Brasil esse crescimento é ainda maior, crescendo cerca de 8 % ao ano entre os anos de 2004 e 2014 (KUBITZA, 2015, p. 11). “Passados muitos anos desde que foi introduzida no Brasil, e após ser confirmada como o maior fracasso da nossa piscicultura nas últimas décadas, sendo indesejável e até considerada como praga, a tilápia reapareceu nos viveiros brasileiros, bem como em dezenas de outros países embalada por novas tecnologias, manejos e sofisticadas seleções genéticas capazes de estimular seus atuais criadores, fazendo-os crer que não estavam totalmente errados aqueles que acreditavam que a tilápia seria capaz de revolucionar um dia a piscicultura brasileira e mundial.” (KUBITZA 1995, Pág. 2). 17 A tilápia do gênero Oreochromis é produzida em 153 países, estando presente em todos os continentes do globo terrestre, representando a maior parte do pescado produzido pela aquicultura mundial (FAO, 2014). Em 2012 houve um incremento na produção mundial de pescado, puxado pela aquicultura, da ordem de 10 milhões de toneladas, comparando com 2010. Em 2013 a produção nacional de pescado foi de 392,493 mil toneladas, alavancado pela tilapicultura e o crescimento do cultivo de peixes redondos. O Centro-Oeste foi a principal região produtora, onde ocorreram despescas que somadas totalizam 105,010 mil toneladas de peixes, o equivalente a 26,8% do total da produção aquícola nacional. A espécie mais cultivada no Brasil na década atual é a tilápia do gênero Oreochromis, correspondendo a 43,1% da produção nacional de peixes, seguido pelo tambaqui com (22,6%) e pelo grupo tambacu e tambatinga (15,4%).IBGE (2013). É de domínio público e cientifico, que a diversidade alimentar relacionada a regionalidade brasileira faz da produção agropecuária de cada estado algo pontual. Cada um com seus potenciais produtivos e suas predileções de consumo (EMBRAPA 2014; CARVALHO 2010; FAO, IBGE 2013). O consumo de pescado no Brasil está intrinsecamente ligado a três questões preponderantes. A regionalidade já mencionada, a disponibilidade hídrica da região e a ocorrência natural ou artificial da espécie consumida. Um exemplo da influência e diferenciação regional no consumo de pescado, assim como, sua influência sobre o crescimento do esforço de pesca sobre as espécies de interesse comercial é a desigualdade na captura e o consumo do Robalo entre duas Regiões brasileiras. Sobre a ótica dos estoques naturais, que na maioria dos casos já estão comprometidos. Existem regiões que subexplotam alguns recursos, assim como outras regiões, os superexplotam, levando em alguns casos, a exaustão dos estoques naturais e extinção de espécies nativas. A Região Nordeste por exemplo, tem a ocorrência do Robalo Flecha (Centropomus undecimalis) em seus rios de águas salobras e estuários, mas é uma região com pouca tradição cultural de consumo deste animal, e ainda mais, em telo como pescado nobre de interesse comercial. Chegando a ser comercializado por R$ 12,00 no mercado da COBAL, Mossoró-RN em 2012. (DADOS NÃO PUBLICADOS). Na Região Sudeste, o mesmo animal, é uma iguaria muito valorizada pela população, sendo bastante procurado nos mercados de peixe municipais, feiras livre, e 18 restaurantes. Porém as regiões onde existe a pesca comercial do Robalo, tem uma demanda muito maior que a oferta do produto. Ocasionando um esforço de pesca desigual e insustentável sobre os estoques naturais desse organismo. Em 06 de maio de 2016, de acordo com dados da CEAGESP, o quilo do Robalo inteiro foi comercializado por média a R$ 28,00 kg, estando entre os três pescados de maior valor comercializado nesse dia, perdendo apenas para o polvo grande e o salmão selvagem, vendidos por R$ 29,00 e R$ 33,00 respectivamente. Entretanto esse organismo não possui as mesmas vantagens que as tilápias quando se pensa em aquicultura para suprir a demanda de pescado. Apesar de que. De acordo com GONÇALVEZ JUNIOR (2007) entre as possibilidades e características necessárias para cultivo, um dos peixes marinho com características ecológicas e morfométricas mais adequadas a maricultura no Brasil, está contemplada as espécies do gênero Centropomidae, animais encontrados na costa brasileira. São representados na costa do Atlântico por quatro espécies (Centropomus undecimalis, C. parallelus, C. pectinatuse C. ensiferus), que estão distribuídas desde o norte até o sul do país. (GONÇALVEZ JUNIOR et al., 2007; PATRONA, 1984; CERQUEIRA, 2002; Candombá – Revista Virtual, v. 3, n. 1, p. 15–26). No ensaio de ZARZA-MEZA et al. (2006), foi experimentado o cultivo de Centropomus Parallelus e Centropomus undecimalis em viveiros escavados, na forma de policultivo com tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em diferentes densidades de estocagem. Obtendo-se um melhor desempenho em tamanho para a espécie undecimalis, com um crescimento 42% maior que a espécie parallelus, em um intervalo de 14 meses. Existindo ainda autores, que descrevem em seus trabalhos um crescimento médio de 725g para o robalo-flecha em 15 meses de cultivo. Outros gêneros de peixes com similaridades morfométricas e sensoriais aos Centropomidaes, como os do gênero Latidae representado pelo Lattes calcarifer e barramundi, são cultivados desde a década de 80 no Sudeste da Ásia e Austrália. (ZARZA-MEZA et al., 2006; TUCKER, 1987;TUCKER, 2002). Espera-se para o robalo-flecha que se obtenham os mesmos resultados de sucesso reprodutivo e desenvolvimento fisiológico em cativeiro, que se obteve com os trabalhos dedicados ao cultivo experimental de Centropomus parallelus. Viabilizando a maturação gonadal, desova e alevinagem em ambientes artificiais. (CERQUEIRA et al., 1995; ALVAREZ-LAJONCHÈRE et al., 2002; FERRAZ etal., 2002; REIS e CERQUEIRA, 2003; ALVAREZ-LAJONCHÈRE et al., 2004; CERQUEIRA et al., 2005). Contribuindo 19 com isso, para o fortalecimento da aquicultura marinha do robalo-flecha em empreendimentos aquícolas nacionais. O Robalo (Cantropomus ssp.) foi um dos animais escolhidos como participantes dos parques tecnológicos propostos pelos PLDMs – Plano Local de Desenvolvimento da Maricultura, Juntamente com o Beiupirá (Rachycentrum canadum), a Cióba (Lutijanus ssp.), a ostra (Crassostrea Brasiliana e Cassostrea Rhisophorae) e as macro algas do gênero Gracilariae. Com o objetivo de alavancar o crescimento do cultivo de organismos aquáticos em águas costeiras. (FLORANI et al. 2013; MPA 2012; SEAP 2009, ICMBIO 2013) De acordo com a literatura disponível o robalo-flecha pode chegar até 20 kg em ambientes naturais. Os Robalos são peixes do gênero Centropomidae, são organismos eurialinos e ocorrem em todas as regiões costeiras do Atlântico e nas regiões subtropicais do Pacífico. São animais descritos como de pouca movimentação e uma ecologia de vida que descreve um comportamento quase séssil na maior parte do dia e com predação eficiente de pequenos peixes e crustáceos. Estes animais possuem comportamento gregário evidente, que influencia diretamente na sucessão de dominância reprodutiva desse animal, uma vez que são hermafroditas protândricos, e de acordo com a morte dos reprodutores do cardume, o sexo ausente se manifestará no sucessor a seguir, respeitando a ordem de dominância dentro do cardume. Os representantes deste gênero possuem comportamento alimentar carnívoro, são predadores de topo, com ocorrência em rios de águas doce e salobras, estuário, incluindo os ambientes com alta concentração salina. Possuem características de interesse comercial para a aquicultura devido aos seus aspectos de rusticidade e de tolerância a ambientes com baixa qualidade de água, e grande variação salina, além de um importante aspecto para a atividade aquícola, que é demonstra na adaptabilidade de consumo de alimentos inertes. Suas características sensoriais conferem a esse animal uma carne nobre de alta qualidade do ponto de vista nutricional e físico-químico e rendimento de carcaça. (AGER et al., 1976; RIVAS, 1986; TUCKER, 1987; CHAPMAN et al., 1982; CERQUEIRA, 1995; TSUZUKI et al., 2007a,b). Em trabalhos mais recentes, pode-se encontrar novas propostas de policultivo do robalo com a tilápia, como em GERHARDINGER (2010), onde é sugerida uma densidades de estocagem para os robalos em relação ao número de tilápias na mesma condição. Em 1997, LEONHARDT propôs um ensaio onde verificou-se um outro aspecto do cultivo de robalos. A viabilidade desse animal funcionar como controlador 20 biológico para um dos maiores problemas vividos na tilapicultura da época. A prolificidade da tilápia do Nilo. 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Testar a eficiência do robalo Flecha (Centropomus undecimalles) como predador de larvas e alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). 3.2 Objetivos Específicos Testar a eficiência do robalo Flecha domesticado como predador de larvas e alevinos de tilápia do Nilo em sistemas de cultivo; Testar a viabilidade técnica de introdução de um peixe carnívoros do gênero Centromidae em sistemas de cultivo de tilápias do Nilo; Avaliar a taxa de sobrevivência dos animais estocados; 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 LOCAL Figura 1 – Setor de Aquicultura - UFERSA Fonte: Google Earth, 2016 21 O experimento aconteceu no setor de aquicultura da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró – RN (5°12'23.52"S, 37°19'9.32"O), no período de 02 de março de 2016 a 16 de abril de 2016. 4.1.1 INSTALAÇÕES O Setor de Aquicultura da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido, está localizado no Campus Leste da UFERSA/Mossoró. Sua estrutura é formada e distribuída da seguinte forma: possui 32 tanques de alvenaria com dimensões de 3m x 5m x 1,25m e com capacidade para 18,75m³ de volume até o transbordo; um tanque de alvenaria com 225 m³; uma bacia de decantação com 150m³; dois tanques circulares com capacidade para um volume de 12m³, um de lona e o outro de fibra de vidro; 32 caixas d'água com volume de 1000 litros; duas caixas d'água para abastecimento com capacidade de armazenar um volume de 20m³ cada, ambas interligadas ao sistema de abastecimento; duas caixas d'água com volume de 0,5m³ cada para abastecimento do laboratório de apoio equipado e abastecido com material laboratorial e de uso técnico (balanças Analíticas e semi-analíticas, puçás, lupas, refratômetros e aparelhos eletrônicos para mensuração de parâmetros físico-químicos de água, 20 aquários de vidro de 30 litros (30x40x30 cm), 1 geladeira, 1 freezer horizontal, 2 freezer vertical). 4.2 ANIMAIS UTILIZADOS Foram utilizados 42 exemplares da espécie tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) divididos em: 12 machos e 30 fêmeas, com peso médio de (191,13g) e seis Robalos (Centropomus undecimalles) machos, com peso médio de (122,21g). Todos animais empregados neste ensaio foram reproduzidos em cativeiro, estavam previamente domesticados e adaptados ao confinamento. Tendo sido capturados dentro do próprio setor de aquicultura da UFERSA. Figura 2 – Robalo-flecha Fonte: domínio publico 22 Figura 3 - Tilápia do Nilo Fonte: domínio publico 4.3 UNIDADES EXPERIMENTAIS Neste ensaio foram utilizadas 12 caixas d'água de polietileno - figura 3, com capacidade para 1000 L cada uma, com tampa seccionada no baixo relevo para entrada de luz, montadas em sistema com opção de renovação de água e aeração constante. Figura 4 – Unidades experimentais Fonte: dados de pesquisa, 2016 4.4 PREPARO DAS UNIDADES EXPERIMENTA Figura 5 – Biofiltro tipo airlift e substrato Fonte: dados de pesquisa, 2016 Fonte: dados de pesquisa, 2016 23 A estrutura experimental utilizada no ensaio foi montada com 12 caixas d'água de 1000 L, que foram previamente lavadas e desinfetadas com cloro de piscina na razão 7 ml/m³ de água. Cada parcela experimental recebeu um filtro biológico do tipo airlift, com a função de mineralizar a amônia em nitrito e este em nitrato, através das bactérias nitrossômonas e nitrobacter, respectivamente. Para construção dos filtros biológicos foram utilizados baldes plásticos de 20L. Como substrato para fixação das bactérias foram utilizadas conchas de Anomalocardia brasiliana. As estruturas dos airlift foram construídas com canos de PVC de 25 mm, no formato de i (I). Todo o sistema de biofiltro foi acionado por ar direto, proveniente do sistema de aeração e mantido em funcionamento durante o experimento. As caixas contam com mecanismos de abastecimento e drenagem independentes, as quais foram abastecidas com água de poço em salinidade média de (1,8 ppt). Todas as unidades experimentais receberam aeração constante, fornecido por compressores radiais, tipo sopradores de 3,5 CV, liberando ar difuso com o auxílio de pedras porosas. O sistema airlift foi mantido por compressores radiais tipo soprador de 3,5 CV. O fundo das unidades experimentais foi preparado com aproximadamentetrês centímetros de terra para a construção dos ninhos de tilápia, segundo suas características ecológicas de reprodução da espécie. 4.5 ENSAIO DE CONTROLE BIOLÓGICO Este ensaio avaliou o potencial do robalo-flecha (Centropomus unidecimalis), já domesticado, como controlador biológico em sistemas de cultivo com tilápia do Nilo. Para isso, animais foram divididos por classes de peso e tamanho, formando casais de tilápias nas razões: um macho para duas fêmeas, e um macho para três fêmeas com e sem a adição do robalo Flecha. 4.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O delineamento experimental aconteceu em blocos inteiramente ao acaso, em esquema fatorial 2 x 2, constituídos de quatro tratamentos e três repetições, descritos da seguinte forma: 24 T1: Duas fêmeas e um macho, com robalo; T2: Duas fêmeas e um macho, sem robalo; T3: Três fêmeas e um macho, com robalo; T4: Três fêmeas e um macho, sem robalo. 4.7 DURAÇÃO DO EXPERIMENTO: 46 dias 4.8 ALIMENTAÇÃO DOS ANIMAIS Durante o período experimental somente as tilápias foram alimentadas com ração comercial para peixes onívoros. Foi adotada uma taxa de arraçoamento inicial de 5% da biomassa estocada, duas vezes ao dia, às 8h e às 16h. Foi utilizada ração comercial (extrusada) específica para a espécie. Os robalos-flecha (Centropomus undecimalis) foram alimentados vivo, sendo um alevino de Oreochromis niloticus pesando ± 1 g, em uma única refeição por dia, sendo essa oferta interrompida assim que se percebeu presença de recrutas dentro das unidades experimentais. Ao término do período experimental, foram quantificados a população de tilápias em cada unidade experimental, o peso e o comprimento total dos animais adultos estocados. 4.9 PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA Os parâmetros fisioquímicos da água foram aferidos duas vezes ao dia (8h e 17h) em dias eventuais durante o experimento, com a utilização de sonda eletrônica multiparâmetros da marca Horiba. 4.10 MANEJO DIÁRIO DAS INSTALAÇÕES Foi verificado diariamente o nível de água de cada caixa d’água, o funcionamento dos filtros biológicos e da aeração, também foi verificado a presença de animais mortos e a presença de novas populações de larvas recrutas, repetindo esse procedimento quatro vezes ao dia em cada uma das 12 unidade experimentais. Todas as unidades experimentais foram observadas aleatoriamente, em grupos de que variaram de duas até 25 12 caixas observadas, todos os dias por no mínimo cinco minutos cada uma, quatro vezes ao dia antes, durante e após a alimentação. Por 45 dias. Inicialmente a ração ofertada foi pesada e acondicionada em recipiente identificado com o número da unidade relacionada, com a porção relativa a cada unidade experimental 5% da biomassa de tilápia estocada. Após vários ajustes e a constatação de que a alimentação não estava sendo satisfatória ao objetivo da pesquisa, adotou-se a regra dos 20 minutos como manejo alimentar em duas refeições por dia (AM, PM). Para a alimentação dos Robalos foram capturados diariamente seis alevinos de tilápia com peso de +- 1 gramas, que foram ofertados um a cada robalo Flecha duas vezes ao dia, antes da alimentação das tilápias, para evitar consumo de eventuais sobras de ração. O manejo alimentar do Robalo aconteceu até o surgimento da primeira nuvens de larvas recrutas dentro da unidade experimental. Os manejos de água aconteceram eventualmente e de forma independente apenas para completar a perda por evaporação das unidades, ou para diminuir uma eventual turbidez que impedisse a visualização do comportamento e interação entre os animais confinados. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante o ensaio os valores médios para os parâmetros físico-químicos da água foram: temperatura 30,60 ºC; Oxigênio dissolvido 6,78 mg/l; 1,89 ppt e PH de 8,12. Demonstrando-se adequados ao cultivo de organismos aquáticos dessas espécies. Como afirma (VALENTI, 2002) em seu trabalho intitulado Aquicultura sustentável. E com isso, otimizando e racionalizando o uso da água, sendo apenas uma pequena quantidade de água manejada para o manutenção das unidades experimentais. Ocorreu um incremento populacional nas unidades experimentais sem o robalo, proposta de controlador biológico, obtendo-se 2009 recrutas, em fase de vida de alevinos, com peso médio de ± 0,74 g. Enquanto nas unidades com o controlador biológico do gênero Centropomidae, não foram detectada a presença de novas cortes, em estagio de vida de alevinos, da espécie tilápia do Nilo. Efeito demonstrado na tabela 1 – resultados. A Abordagem estatística utilizada está apoiada nas exigências do pacote estatístico SISVAR versão 5.6, com 0,05% significância, demonstrando uma relação significativa (Pr<0,05) entre os tratamentos aplicados e a biomassa final de alevinos recrutados. Sendo que para esse teste a confiança dos dados ideal, está entre 11% e 15%. A 26 confiança dos resultados obtidos nesse ensaio foram de (CV% 30,91), estando dentro do esperado em função do número de repetições. Onde relacionado o resultado estatístico com os dados de recrutamento observados, se obtém uma conclusão significativa e representativa para o ensaio. Tabela 1 – Resultados Fonte: dados de pesquisa, 2016 No ensaio de ZARZA-MEZA et al. (2006), foi experimentado o cultivo de Centropomus Parallelus e Centropomus undecimalis em viveiros escavados, na forma de policultivo com tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em diferentes densidades de estocagem. Obtendo-se um melhor desempenho em tamanho para a espécie undecimalis, com um crescimento 42% maior que a espécie parallelus, em um intervalo de 14 meses. Sendo que neste ensaio as unidades que não tinham a presença do robalo- flecha tiveram um incremento populacional nas unidades de 2009 alevinos com peso médio de ± 0,74 g, em um período de 46 dias. Enquanto nas unidades com robalo não foi detectada a presença de alevinos de tilápia do Nilo. Demonstrando a possível origem do alimento consumido pelo robalo no experimento de ZARZA-MEZA et al. (2006). Os espécimes estocados demonstraram comportamento pacifico e tolerante dentro das unidades experimentais, com e sem, a presença do controlador biológico. Não foi percebido competições por espaço ou por alimento em nenhum dos tratamentos. Assim como, não foi percebida a interferência do robalo nos processos naturais de reprodução da tilápia. Foram observados ninhos no fundo das unidades experimentais com e sem robalo. Sendo que a permanência da corte ingressante só ocorreu nos tratamentos sem robalo. Demonstrando assim, que o robalo-flecha (Centropomus undecimalis) mesmo domesticado, mostrou-se um carnívoro eficiente como controlador biológico no recrutamento de novas populações de tilápia do Nilo em sistemas de cultivo. 27 Corroborando com a ampla literatura que segundo a ecologia reprodutiva da tilápia, os ninhos são construídos em substrato mole pelos machos e em profundidades de aproximadamente 1m, onde as fêmeas ovígeras, após um breve ritual de acasalamento, depositam os ovócitos prontos para serem fecundados pelo macho, reproduzindo-se naturalmente dentro de ambientes de cultivo. De acordo com a literatura. A fêmea de tilápia do Nilo possui desovas parceladas, expelindo de um a dois ovócitos por grama de peso. Atinge a maturidade sexual em idade precoce, com tamanho aproximado de 152 mm e a partir dos 40 gramas de peso. Apresentando-se com isso, como uma solução tecnicamente viável pra o problema da prolificidade e erro dereversão sexual de tilápias do Nilo, em sistemas de cultivo. De acordo com a publicação OLIVEIRA (2007) a prolificidade, a precocidade reprodutiva, a estratégia de desovas parceladas e o hábito de cuidar da prole faz com que as taxas de recrutamento populacional de jovens tilápias aumentem muito rapidamente nos viveiros. Por esse motivo, o descontrole na reprodução veio a ser considerado um dos maiores entraves nos cultivos comerciais de tilápia. O acasalamento, desova, incubação ocorreram sem estresse de nenhuma parte. Porem, após a eclosão dos ovos e início da liberação das larvas de tilápia do Nilo, foi percebido agressividade da fêmea de tilápia contra o robalo-flecha, que incia investidas em busca do conteúdo dentro da boca da tilápia fêmea. O inicio do consumo da nova coorte pelo robalo-flecha, inicia-se ainda com as larvas vitelinas e se estende por dias, variando com a quantidade de ovos eclodido, entretanto foi percebido uma estratégia de alimentação. As larvas foram consumidas lentamente para que se desenvolvessem. Deixando claro para este ensaio a preferência do robalo-flecha por alevinos de tilápia formados. Os alevinos foram consumidos em pequenas quantidades, determinadas pelo próprio predador, que culminou na diminuição do intervalo de restrição alimentar entre uma desova e outra da tilápia. A alimentação até a saciedade aparente diminuiu sensivelmente o estresse entre as tilápias dentro do sistema de cultivo durante o período de adaptação, não interferindo na predação pelo robalo das cortes eclodidas dentro das unidades com controle biológico. Verificou-se a morte de cinco animais com feridas no corpo em quatro unidades distintas, foi realizado teste bacteriano na água, esfregaço nas brânquias e na lesão, e comparação visual com a literatura disponível existindo forte indícios de que as mortes foram ocasionadas por infecção de Flavobacterium columnare, que podem ter sido 28 oportunistas que podem ter surgido por estresse durante os manejos iniciais de biometria e povoamento. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Constatou-se ao final do experimento a eficiência do robalo-flecha (Centropomus undecimalis) como predador de larvas e alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), sem interferência no desenvolvimento zootécnico e reprodutivo das tilápias estocadas. Sendo o robalo-flecha tecnicamente viável, e indicado como controlador biológico para o surgimento das cortes de tilápia, em cultivos comerciais. Indicando uma minimização dos custos na produção e uma melhor utilização da ração. 29 REFERÊNCIAS ASSOCIACAO CULTURAL E EDUCACIONAL BRASIL – ACEB; CNPJ: 03.680.305/0001- 80. 2014; 1º ANUÁRIO BRASILEIRO DA PESCA E AQUICULTURA, Disponível em : <http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/16061/2489520_218117.pdf> Acesso em 04 de maio de 2016. ALVAREZ-LAJONCHÈRE, L., Cerqueira, V. R., Silva I. D., Araujo, J., Reis, M. 2002. Mass production of juveniles of fat snook Centropomus parallelus in Brazil. Journal of World Aquaculture Society. 33 (4): 506–516. Alvarez-Lajonchère, L., Cerqueira, V. R., Silva I. D., Araujo, J., Reis, M. 2004. First basis for a sustained juvenile production technology of fat snook Centropomus parallelus Poey. Hidrobiológica, 14 (1): 37–45. Alvarez-Lajonchère, L. And Hernàndez Molejón, O. G. 2001. 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