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A formação da sociedade capitalista no Brasil
 
           O objetivo desta unidade é refletir sobre a maneira como o Brasil foi inserido no mundo capitalista, e a partir daí , identificar as causas da sua dependência externa.
         A sociedade brasileira se formou  a partir do processo de expansão do capitalismo europeu a partir do século XV. No início todas as relações comerciais eram voltadas para a metrópole e aqui se mantinha relações sociais baseadas na escravidão.
        Somente no século XIX, com a abolição da escravidão e a chegada de um grande contingente de imigrantes é que se introduziu o trabalho livre.  Com o  ciclo do café, outras atividades econômicas se desenvolveram como: transporte ferroviário, o sistema bancário, pequenas indústrias de alimentos e têxteis, que dinamizaram a vida nas áreas urbanas
         Vários estudos indicam que o processo de industrialização do Brasil esteve ligado ao desenvolvimento da economia cafeeira no Estado de São Paulo.
         O processo de  industrialização teve início com a introdução do trabalho livre e  com o grande surto migratório que o país viveu no século XIX, que gerou um mercado consumidor de produtos industriais.
        Segundo (VITA: 1989,p. 137) a forma como os negócios do café se organizaram,   possibilitou a formação de uma‘consciência burguesa’  entre os fazendeiros. Pois o capital acumulado no café era utilizado na diversificação das atividades econômicas.  Desde modo, o capital acumulado com este comércio  era investido em outra atividade que possibilitasse a obtenção de lucro. 
        Já no início dos anos 20, grandes empresas norte-americanas instalaram  filiais no Brasil. Ford, Firestone, Armour, IBM etc. (NOVAES:1984 p.117). Com a crise mundial do início dos anos 30, a economia brasileira deixa de ser voltada para a exportação e se apóia na interiorização e na industrialização. Porém, somente na década de 50, com a chegada de um grande número de empresas estrangeiras,  que buscam produzir para o mercado externo, o desenvolvimento industrial ganha  impulso. 
 
Questão: 
Em deterrminados países, como o Brasil, a formação de uma indústria local de bens de consumo dependeu de recursos acumulados com a exportação agrária. A socióloga Cristina Costa , em relação a este processo afirma: "Um caso típico, neste sentido, ocorrido no Brasil, foi a industrialização de São Paulo, que, sem a concorrência dos produtos europeus, pôde se desenvolver com a utilização do capital gerado pela exportação do café". Esta colocação está relacionada:
A 
Aos momentos iniciais do processo de formação da sociedade capitalista no Brasil, principalmente, a partir do início do século XX.
B 
Ao processo de globalização da economia brasileira, iniciado após a industrialização da década de 50.
C 
Ao momento gerado pela 2a. Guerra Mundial, independente do que ocorreu no setor agrário nacional.
D 
Ao processo de desenvolvimento da agricultura brasileira que sempre possuiu características de desenvolvimento capitalista.
E 
Ao processo de industrialização atual, incentivado pelas exigências da globalização da economia.
Alternativa correta: A
 
 
O capitalismo dependente
 
            O grau de dependência que a economia brasileira têm com relação às potências estrangeiras pode ser compreendido a partir da  análise  do modelo de desenvolvimento industrial que o país teve, onde se privilegiou a indústria de bens de consumo em detrimento na indústria de bens de capital.
            Outro aspecto que merece ser mencionado à respeito da dependência estrangeira, diz respeito à ausência de produção de tecnologia no país, que optou  por um modelo de desenvolvimento industrial marcado tanto pela dependência tecnológica como pela de capital estrangeiro. [1]
             Uma das mais importantes teorias explicativas para a dependência estrangeira, surgiu no encontro de exilados de diversos regimes ditatoriais que proliferaram na América Latina nos anos de 1960.  Destaca-se nos estudos sobre a dependência, a obra Dependência e desenvolvimento na América Latina de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto. É a obra que teve maior repercussão das Ciências Sociais em nível internacional.
             A obra destaca a natureza política e social do desenvolvimento na América Latina e trata das particularidades do desenvolvimento do capitalismo na América Latina. A constituição social do povo brasileiro, que tem uma burguesia nacional de origem agrária, colocou a burguesia  internacional  como o  principal agente do desenvolvimento capitalista brasileiro.  Para não correr os riscos inerentes ao empreendedorismo, a  burguesia nacional optou por sua aliança com o capital internacional e forte dependência do Estado. 
            A obra aponta a fragilidade do povo brasileiro, com uma elite que atua como agente dependente do capitalismo internacional e do Estado. Quanto ao povo, a ausência de uma consciência de classe (veja conteúdo sobre Karl Marx) dada a situação inicial de um povo escravo e sem terra, atua  como mero figurante ou espectador nas principais decisões sobre os destinos do país.   Assim é exposta a fragilidade da sociedade civil, o povo age como massa e a elite como agente dos interesses internacionais.
             Por fim ,a obra nos permite compreender a dependência das elites empresariais do Estado e do capilismo internacional e  do povo como agente passivo. Esta fragilidade da sociedade civil, contribuiu para o fortalecimento do Estado, que assumiu entre nós a função centralizadora e agente patrocinador do desenvolvimento econômico.
Questão:
ENADE 2000 - Após a Segunda Grande Guerra, muitos países em desenvolvimento, sobretudo os da América Latina, adotaram um modelo de desenvolvimento que ficou conhecido como industrialização por substituição de importações. Esse modelo se caracterizava por:
A 
 Incorporar uma estratégia de orientação do desenvolvimento para fora, ou seja, em direção ao mercado internacional.
B 
Praticar elevado grau de subsídios à exportação de produtos manufaturados com o objetivo de estimular a produção interna destes bens.
C 
Conceder elevados incentivos à exportação de insumos e produtos intermediários, como forma de estimular a produção doméstica de bens finais.
D 
Utilizar barreiras comerciais para dificultar a importação de bens manufaturados e, conseqüentemente, estimular a produção interna destes bens.
E 
Incentivar as importações de bens de consumo final de alto conteúdo tecnológico, no lugar das importações de produtos de baixo conteúdo tecnológico, com o intuito de modernizar a indústria doméstica
 Alternativa correta: E 
 
 
         
4.3. Referências Bibliográficas:
 
NOVAIS, Carlos E. Capitalismo para principiantes. 8ª. Ed. – São Paulo: Ática, 1984.
 
SINGER, Paul. A formação da classe operária. 5ª ed. São Paulo: Atual; Campinas: Editora da UNICAMP, 1988.
 
VITA, Álvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática, 1989.
[1] Não é possível pensar no processo de industrialização brasileiro, sem levar em conta o processo de expansão das empresas européias e norte-americanas no pós-guerra.
O que é globalização 
 
         Nesta unidade, nosso  objetivo é  compreender sob diversos ângulos o fenômeno da globalização e refletir sobre seus impactos na sociedade. 
        O que denominamos contemporaneamente por globalização é compreendido por ORTIZ: 1994,  como um processo de "mundialização do capitalismo"  que envolve uma grande diversidade de aspectos de natureza cultural, social, econômica e política.
        O capitalismo passa por uma série de transformações no final do século XX, por um processo de liberalização comercial que levou à uma maior abertura das economias nacionais resultando em mudanças nos processos de trabalho, hábitos de consumo, configurações geográficas e geopolíticas, poderes e práticas do Estado. 
        No plano econômico a globalização conduziu à abertura comercial , com a redução das barreiras e ampliação dos fluxos globaisde capitais em circulação. A expansão das grandes companhias mundiais, levou-as a ocupar posições estratégicas na produção e distribuição de mercadorias para todo o planeta. A busca por novos mercados, conduziu aos processos de fusões e aquisições que culminou na concentração das atividades econômicos em torno de reduzido número de empresas. 
        A globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo como modo de produção e como processo civilizatório de alcance mundial. No cotidiano, a globalização se manifesta de maneira mais visível, nas ampliação da circulação de mercadorias, rapidez e eficiência no processamento de informações, com satélites, informática, telefonia fixa e móvel. Além disso, aumenta a eficiência e rapidez dos transportes aéreos, supernavios e trens de alta velocidade.
        Neste surto de universalização do comércio, o desenvolvimento adquire novo impulso, com base em novas tecnologias, criação de novos produtos e mundialização de mercados.  A globalização é marcada pela transição de um modelo de organização fordista* para um modelo toyotista, que (HARVEY:1992) denomina passagem para um regime de acumulação flexível.
        Eis algumas característica do regime de acumulação flexível:
1. Flexibilidade dos processos de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo.
2. Ampliação do setor de serviços
3. Níveis relativamente altos de desemprego estrutural
4. Rápida destruição e reconstrução de habilidades e ganhos modestos.
5. Retrocesso do poder sindical.
 
 Questão:
”Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia arrasta para a torrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras. Os baixos preços de seus produtos são artilharia pesada que destrói todas as muralhas da China e obriga a capitularem os bárbaros mais tenazmente hostis aos estrangeiros. Sob pena de morte, ela obriga todas as nações a adotarem o modo burguês de produção, constrange-as a abraçar o que ele chama civilização, isto é, a se tornarem burguesas. Em uma palavra, cria um mundo à sua imagem e semelhança.”
                        (MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. “Obras Escolhidas”. São Paulo, Alfa-Ômega, 1953. p.25. v.1.)
 
O fenômeno da globalização não é tão recente no mundo capitalista, pois a partir da análise do texto acima, escrito há 160 anos atrás, já fora identificado a gênese deste fenômeno, que tem as seguintes características:
 
a) fortalecimento dos movimentos sindicais, num grave acirramento do conflito de classes.
b) aumento da intervenção do Estado na economia e garantia de emprego para todos
c) política de bem-estar social e fortalecimento do poder dos sindicatos dos trabalhadores
d) diminuição do comércio internacional e crescimento da autonomia das economias locais
e) grande expansão das trocas comerciais entre os países.
Alternativa correta: E - O texto trata da expansão das atividades comerciais pelo planeta desde o século XVIII.
 
 
A globalização e suas consequências
 
 
A mundialização dos mercados envolve um amplo processo de redistribuição das empresas por todo mundo. As empresas passam por processos de reestruturação para adaptar-se as novas exigências de produtividade, agilidade, capacidade de inovação e competitividade.
            A globalização envolve ampla transformação na esfera do trabalho, modificam-se as técnicas produtivas, as condições jurídicas, políticas e sociais. A busca de mão de obra barata faz com que as grandes companhias busquem força de trabalho em todos os cantos do mundo, levando o desemprego à escala global.
            As grandes empresas transnacionais operam em todo o planeta. Elas vendem as mesmas coisas em todos os lugares através da criação de produtos universais.
 Para os executivos das grandes companhias há necessidade de distanciamento de suas culturas particulares e seu comprometimento se volta para a competição global. A busca por eficiência e produtividade se torna uma obsessão social. (cf. ORTIZ: 1993, p. 153)
            O sistema financeiro global passa por um processo de reorganização. O mercado de ações, mercados futuros, de acordos de compensação recíproca de taxas de juros e moedas, ao lado da acelerada mobilidade geográfica de fundos, significa a criação de um único mercado mundial de dinheiro e crédito. (HARVEY: 1992, p. 152).Desde modo, o sistema financeiro mundial fugiu do controle coletivo, o que levou ao fortalecimento do capital financeiro.        
            As novas tecnologias têm contribuído para que as fronteiras culturais, lingüísticas percam o sentido e para que se adote o inglês como língua oficial dos negócios internacionais.Os meios de comunicação baseados na eletrônica, tem contribuído para agilizar o mundo dos negócios em escala jamais conhecida.
                Por ser um processo em curso,  há dificuldade de captar a natureza das mudanças que estamos vivenciando. Há análises que enfatizam os elementos positivos destacando a expansão dos meios de comunicação e do consumo. Aqueles que se voltam para análise dos aspectos negativos, afirmam que a globalização só tem favorecido os países desenvolvidos. Enfatizam o crescimento das desigualdes sociais entre os países e crise de poder políticos nos países, que perdem autonomia para a condução das atividades econômicas e sofrem  pressão dos movimentos sociais e ONG's que transformam reivindicações locais em movimentos de pressão internacional. 
 
Questão:
“... cabe lembrar que os problemas que afetam a humanidade e o planeta atravessam fronteiras e tornam-se globais com o processo de globalização que se acelera [...]. Questões como produção, comércio, capital financeiro, migrações, pobreza, danos ambientais, desemprego, informatização, telecomunicações, enfim, as grandes questões econômicas, sociais, ecológicas e políticas deixaram de ser apenas nacionais, tornaram-se transnacionais. É nesse contexto que nasce hoje o conceito de cidadão do mundo, de cidadania planetária, que vem sendo paulatinamente construída pela sociedade civil de todos os países, em contraposição ao poder político do Estado e ao poder econômico do mercado”.(VIEIRA, Liszt. Cidadania e Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2005 p.  32)
 
 
Ao identificar a necessidade de ampliação da cidadania para uma dimensão planetária, constata-se que vivenciamos uma crise dos Estados Nacionais.  Identifique as afirmativas que indicam a crise dos Estados Nacionais:
 
I.                    Os Estados enfraquecem à medida que não podem mais controlar dinâmicas que extrapolam seus limites territoriais.
II.                 Fortalecimento de instituições multilaterais – Banco Mundial e FMI, cujo poder reside na influência que exercem sobre os agentes financeiros internacionais.
III.               O Estado perde poder de controle sobre o espaço público com a expansão das ONGs internacionais que influenciam as orientações políticas globais.
IV.              As ameaças ao ecossistema global e os perigos de desestabilização política de dimensão mundial, devido às crescentes desigualdades sociais, acabam por exigir novas instâncias de decisão.
Está correto apenas o que se afirma em: 
 
a-) I, III e IV
b-) I, II, III e IV
c-) II e III
d-) II e IV
e-) I e III
  
Alternativa correta B: Todas as afirmativas acima correspondem a indícios da crise do Estado Nacional no processo de globalização. Há perda do controle político, econômico e social sobre os territórios.
 
Referências Bibliográficas
 
BARBOSA, Alexandre. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2003.
 
HARVEY, David. Condição pós-moderna. 14ª ed. São Paulo: Loyola, 2005.
 
IANNI, Octavio. Teorias da Globalização. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996. 
 
ORTIZ, Renato. Mundialização da Cultura. São Paulo: Brasiliense, 199
·         Fordismo:produção padronizada de bens de consumo.
 
Transformações no mundo do trabalhoO objetivo deste conteúdo e refletir sobre as transformações do trabalho no contexto de globalização e reestruturação do sistema produtivo.
           As mudanças na organização dos processos de trabalho já mencionadas na unidade anterior conduziram a uma nítida redução do trabalhador fabril em função da automação, da robótica e da microeletrônica.
Na área rural, há redução do número de empregos oferecidos, tendo em vista a crescente mecanização das atividades agrárias, o que tem conduzido ao crescimento sem precedentes da população nas áreas urbanas.
Tanto no campo quanto na cidade, há o crescimento da presença feminina no mercado de trabalho, que segundo pesquisas realizadas pela DIEESE, entre 2009 e 2010, ganham em média  76% do salário pago dos homens.[1]
          A análise das transformações no mundo do trabalho remonta ao  início dos anos 1970,  quando o modelo fordista de produção começa apresentar declínio: queda da taxa de lucro, alavancada pelo aumento do preço da mão-de-obra e pelas lutas sociais ocorridas nos anos 1960. Têm início o processo de flexibilização da produção, o toyotismo,  modelo de organização da produção que abrange os sistemas just in time, controle de qualidade da produção e polivalência de tarefas, com terceirização e  subcontratação de trabalhadores.
            Neste novo contexto, não  há a certeza do lucro, pois  todos os empresários têm acesso às tecnologias, o que torna a concorrência agressiva e avançada. Surge então a necessidade de redução de gastos e modelos de gestão mais enxutos. Os investimentos futuros terão efeitos racionalizadores, deste modo, os crescentes investimentos em processos de automação e informatização, têm  contribuindo para o aumento vertiginoso do desemprego.
 
Questão:
Especialmente nos países subdesenvolvidos, é comum encontrarmos parte significativa da população vivendo de biscates ou de empregos de ocasião. Como explicar essas tendências de aumento do desemprego e a expansão da informalidade?
 
I.Elas se devem à aplicação de medidas de abertura de mercado.
II.Elas se devem ao processo de privatização, que gera mais desemprego.
III.Essas tendências acontecem devido à inovação tecnológica.
IV.Elas ocorrem devido a mudanças na legislação trabalhista que passam a permitir o trabalho temporário.
 
Assinale a alternativa certa:
 
 
a-) Apenas as alternativas I e IV  estão corretas.
b-) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
c-) Apenas as alternativas III e I  estão erradas.
d-) Apenas as alternativas I e II  estão corretas.
e-) I, II, III e IV estão corretas
 
A alternativa correta E. Todas as afirmativas expressam as razões para o crescimento do desemprego no mundo atual.
 
 
 
A precarização das relações de trabalho
 
As transformações que conduziram à flexibilização  dos processos de trabalho (just in time), nos contratos de trabalho (terceirização) além da descentralização do processo produtivo levaram as empresas a investirem em automação. A redução de chefias intermediárias tem resultado na diminuição do número de trabalhadores empregados.
Diante deste contexto, as empresas mudam o perfil do trabalhador desejado. O novo quadro do mercado de trabalho requer um trabalhador de perfil polivalente, altamente qualificado, com maior grau de responsabilidade e de autonomia.
O trabalhador necessário no mercado deve desenvolver sua criatividade, reciclar-se permanentemente, possuir flexibilidade intelectual nas situações de constante mudança, capacidade de análise e comunicação. Deve ter atitudes de participação, cooperação e multifuncionalidade.
As transformações ocorridas no trabalho, não são apenas consequências dos novos padrões tecnológicos, mas são determinadas também através das mudanças ocorridas na política, na economia e na sociedade, re-configurando os que vivem do trabalho: diminuição do operariado, o crescimento dos trabalhadores no setor de serviços e a terceirização, produzindo uma maior segmentação e pulverização dos trabalhadores.
Entre as ocupações não-organizadas, destaca a crescente quantidade de trabalhadores temporários, de meio período, freelancers, autônomos, via correio eletrônico (e-mails), contratados e representantes independentes, além daquelas ocupações com ganhos flutuantes atrelados aos índices de desempenho, enterrando de vez a idéia de um futuro previsível assentado no emprego estável.
Antunes (2002) considera que a precarização do trabalho levou a mutações onde poucos se especializaram e muitos ficaram sem qualificação suficiente para introduzir-se nesse mercado de trabalho, engrossando a fila dos desempregados, gerando uma classe de trabalhadores fragmentada e dividida entre trabalhadores qualificados e desqualificados, do mercado formal e informal, jovens e velhos, homens e mulheres, estáveis e precários, imigrantes e nacionais etc, sem falar nas divisões que decorrem da inserção diferenciada dos países e de seus trabalhadores na nova divisão internacional do trabalho. Este processo conduziu a destruição e/ou precarização, sem paralelos em toda era moderna.  
 Questão:
 
A transformação no sistema de acumulação do sistema capitalista no final do século XX, que passou de um modelo fordista para um modelo de acumulação flexível impôs profundas transformações na esfera do mercado de trabalho. Assinale a alternativa que corresponde a estas transformações.
 
A 
crescimento dos empregos na área industrial, investimento em novas tecnologias e profissionais com maior flexibilidade intelectual
B 
crescimento dos empregos nas áreas de serviços, redução  do emprego rural e necessidade de profissionais com flexibilidade intelectual.
C 
crescimento dos empregos na área industrial, ampliação da presença feminina no mercado de trabalho e expansão do trabalho precário.
D 
crescimento dos empregos temporários, crescimento do emprego na área rural e ampliação da presença feminina no mercado de trabalho.
E crescimento dos empregos nas áreas de serviços, profissionais com maior flexibilidade intelectual e ampliação dos direitos dos trabalhadores assalariados.
 
 Aternativa correta: B - As transformações no mundo do trabalho conduziram ao  crescimento dos empregos nas áreas de serviços, redução  do emprego rural e necessidade de profissionais com flexibilidade intelectual.
 
O texto base para este conteúdo é:
 
ANTUNES, Ricardo; Adeus ao trabalho? Ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 14ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2010.
 
CASTELLES, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999
[1] Os dados da pesquisa são apresentados em:http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2011/03/02/mulheres-ganham-76-do-salario-pago-aos-homens-aponta-dieese.jhtm  acesso em 16/04/2012.
Política, Poder e Estado
 
 
         Nesta unidade, nosso objetivo é contribuir para a reflexão sobre a complexidade do sistema político a partir da discussão de seus fundamentos e da política como prática social.
A palavra política entrou para o vocabulário do homem comum designando a atividade de um grupo social pouco confiável: os políticos profissionais. Porém é preciso esclarecer que todos nós somos seres políticos e que política diz respeito a uma comunidade organizada, formada por cidadãos.
Segundo (ARENDT: 2003, 21) “a política trata da convivência entre diferentes.” Desde modo, todos estão envolvidos na política, mesmo aqueles que não querem saber e viram as costas para as decisões que interferem nas suas vidas.
O exercício do poder implica em uma relação de mando e obediência e se fundamenta na imposição de uma vontade sobre as outras vontades. O poder não está circunscrito somente no âmbito do Estado. As relações de poder estão presentes em todas as relações sociais. Por exemplo, na família, sempre existe a figura de alguém que exerce o poder. Nas empresas todas as relações são marcadas por hierarquia.
O Estado é uma instituição criada pelo homem com o intuito de proteger os homens uns dos outros. O Estado exerce seu poder através douso das armas e das leis.
Max Weber define o Estado como uma estrutura política que tem o monopólio do uso legítimo da força física em determinado território. O Estado é visto como uma relação de homens dominando homens, por meio da violência considerada legítima.
Para que o Estado cumpra suas funções de garantir a ordem, proteger a sociedade para que ela não se desfaça é necessário não apenas o exercício do poder, mas a legitimidade, que provém da aceitação da sociedade.
 
Exercício
O ESTADO se define por: 
 
I. Um conjunto de instituições pública (leis, recursos, serviços) e sua administração pelos cidadãos.
II. A razão do Estado de ser do Estado , é assegurar que cada cidadão tenha uma vida digna de ser humano.
III. O Estado atua como  representante do poder legítimo  e pelo uso do monopólio legítimo da força.
IV. É concebido como uma entidade cuja legitimidade se baseia na representatividade  dos interesses da elite política. 
 
Está correto apenas o que se afirma em: 
 
a-) Nenhuma alternativa está correta.
b-) Todas as alternativas estão corretas.
c-) Somente as alternativas I, II e IV estão corretas.
d-)  Somente as alternativas II, III e IV estão corretas.
e-) Somente a alternativa IV está incorreta.
 
Alternativa correta: E - O Estado deve representar os interesses da maioria da população de um páis e não de uma minoria. 
 
Democracia, cidadania e participação política
 
         O conceito de democracia surgiu na Grécia antiga e significa que todo o poder deve emanar o cidadão. Ou seja, é um tipo de governo que nasce do povo e tem como objetivo atender aos interesses do povo.
A base da democracia encontra-se no reconhecimento das coisas públicas, separadas dos interesses particulares. Deste modo, aquele que ocupa o poder o faz como representante do povo e como tal não é proprietário do poder, tendo em vista que a democracia pressupõe a rotatividade do poder.
O exercício da democracia requer o reconhecimento do valor da coisa pública, separada dos interesses particulares, é a aceitação do conflito como expressão das diferenças de opiniões existentes na sociedade.
De uma forma mais específica, em nossa sociedade a democracia se manifesta através de um sistema eleitoral onde o povo escolhe seus representantes. Outro elemento fundamental do regime democrático é a liberdade de ir e vir, a liberdade de expressão e de organização.
Por cidadania entende-se o direito de qualquer membro da sociedade de participar da vida pública. Segundo o artigo 5º. da Constituição Brasileira, somos todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se a todos o direito à vida, à liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade.           
         Ninguém escapa da política, quem não se envolve diretamente nos acontecimentos são envolvidos indiretamente nas suas conseqüências, pois todo ato humano em sociedade é político, inclusive o ato de omissão.
Observamos no exercício político brasileiro, candidatos se vangloriarem por serem éticos, como se esta fosse uma virtude rara, quando todos aqueles que se propõem a atuar na esfera pública deveriam se ater aos princípios éticos. Portanto, não podemos confundir política com troca de favores, tráfico de influência e ausência de princípios. Estes fatos expressam desvios do sentido da política.
A participação política não se restringe ao voto em período eleitoral. Existem outras formas de exercício político como sindicatos e movimentos sociais. Ninguém escapa da política, quem não se envolve diretamente nos acontecimentos são envolvidos indiretamente nas suas conseqüências, pois todo ato humano em sociedade é político, inclusive o ato de omissão.
 Exercício: 
Um dos pilares da organização política da sociedade moderna foi formulado no Iluminismo (séc. XVIII) é a idéia de cidadania, que se expressa:
I.                     No acesso à decisão política, eleição de representantes e participação ativa na condução da vida pública.
 
II.                   Liberdade de opinião, de associação e também de decisão política.
 
III.                  Liberdade de consciência, de expressão, opinião e associação, bem como o direito à igualdade e o direito de propriedade que se encontra na base da moderna economia.
 
IV.               Respeito e  participação  nas decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas
 
Assinale a alternativa certa.
 
a-) I,  II e III  estão corretas
b-) II,  III e IV estão corretas
c-) I, II e III estão corretas
d-) I, II, III e IV estão corretas
e-) I III e IV estão corretas
 
A alternativa D é a correta, pois todas as afirmativas acima dizem respeito ao exercício da cidadania na sociedade moderna.
 
 
 
Para a compreensão desta unidade recomenda-se a leitura da Parte I do livro:
 
VIEIRA, Liszt. Cidadania e Globalização. 5a. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2001
 
 
A cidade e seus problemas
 
       Nesta unidade nossos objetivos se voltam para a  análise dos principais problemas ligados ao espaço urbano.  Busca-se definir e identificar os novos movimentos sociais, refletir sobre o seu papel  papel nos processos de mudança e conservação social e por fim, busca-se analisar  as novas formas de associação estimuladas pelas novas tecnologias;
A cidade é considerada um espaço privilegiado para análise da mudança social. A formação das multidões é um fenômeno do mundo moderno, onde ganha visibilidade a miserabilidade das massas despossuídas de riqueza. A concentração de pessoas nas áreas urbanas gera efeitos devastadores: a formação de bairros periféricos. Mostrando as duas faces do desenvolvimento econômico: a opulência e a miséria.
Segundo a ONU, em 2007, a população urbana se igualou à população rural no mundo. O processo de urbanização é visto por especialistas como inevitável e cabe às cidades se preparem para receber a população rural que cada vez mais tende a deixar o campo.[1]
O processo de urbanização é uma manifestação da modernização da sociedade, que passa por uma transição do rural para o urbano-industrial. Os migrantes, de um modo geral, buscam progresso através da mobilidade social oferecida pela urbanização.
Os problemas nas áreas urbanas não inúmeros, desde ausência de um planejamento urbano que permita receber os contingentes populacionais que leva a formação de bairros periféricos onde os serviços públicos são ausentes. As condições de moradia são precárias e as distâncias dos bairros centrais são grandes*.
A violência tem se constituído em um dos principais problemas das áreas urbanas. Assaltos e crimes, que apontam para condições degradantes da vida urbana matando ou mutilando, têm sido freqüentes em muitas cidades. Esta situação provoca insegurança social, destruição ou depredação física e profundos abalos morais, além dos custos elevados com serviços policiais e equipamentos de segurança.
 
Questão:
O crescente processo de urbanização produz efeitos devastadores para a qualidade de vida da maioria da população, colocando em evidência a opulência e a miséria.  Sobre o processo de urbanização é correto afirmar:
 
a-) A urbanização é fruto do processo de expansão das fronteiras agrícolas, que tem conduzido a população a buscar bairros periféricos das cidades, onde a oferta de trabalho informal tem crescido.
b-) A urbanização é uma manifestação da crise social que a humanidade vive, que ao concentrar grandes contingentes populacionais objetiva preservar o meio ambiente.
c-) A urbanização é um fenômeno que tem sido controlado pelo governo, com o intuito de liberar mais áreas para o crescimento da produção de biocombustíveis e alimentos.
d-) A urbanização é uma manifestação da modernização da sociedade que passa por uma transição do rural para o urbano, paradoxalmente os migrantes buscam mobilidade social e melhoria na qualidade de vida.
e-)  A urbanização é um fenômeno mundial que tem conduzido a humanidade a experimentar a vivencia democrática em cidades globais.
 
A alternativa correta é D.  O crescente processo de urbanizaçãodo país é fruto não só da expulsão do homem do campo, como também da busca por melhoria nas condições de vida que conduzem amplos contingentes populacionais para as cidades. Nas áreas urbanas esta população não tem acesso aos empregos formais e aos serviços públicos necessários para manutenção de uma vida digna.
 
 
 
Movimentos da sociedade em rede
 
 
            Por movimentos sociais entendem-se as “ações de grupos sociais organizados que buscam determinados fins estabelecidos coletivamente e tem como objetivo mudar ou manter as relações sociais. (FERREIRA, 2001, p146).
Há uma tendência em nossa sociedade de criminalizar em termos éticos, ou em termos políticos, os grupos de se organizam em defesa de seus interesses. Porém é preciso considerar que os movimentos sociais procuram interferir na elaboração das políticas públicas econômicas, sociais etc, algo que o indivíduo isoladamente não conseguiria.
Há uma diversidade de movimentos que atuam na sociedade, como ecológicos, feministas, pacifistas, anti-racistas, que surgiram na Europa, e ganham cada vez mais espaço na América Latina.
Os movimentos sociais podem ser divididos em dois tipos: os movimentos que buscam a emancipação e os movimentos que buscam a manutenção da ordem existente.
Exercem maior influência na sociedade os movimentos que se organizam em busca da emancipação. Como exemplo citamos o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Comitê em Defesa dos Direitos Humanos, o Fórum Social Mundial, o movimento hippie, o movimento estudantil.
SANTOS (2001) chama atenção para o que denomina “os novos movimentos sociais” que identificam novas formas de opressão que não estão baseadas exclusivamente nas relações econômicas, como os movimentos contra o machismo, o racismo, pacifismo. Desde modo, a atuação dos movimentos não está pautada exclusivamente na luta econômica, na busca do bem-estar material.
Os movimentos sociais contemporâneo podem ser divididos em movimentos de interesses específicos de um grupo social, como o de mulheres, negros etc. Há também os movimentos de interesses difusos, como a ecologia e o pacifismo. Lutando por causas subjetivas, buscam emancipação pessoal e não social, por isso um certo distanciamento do Estado, partidos e sindicatos.
            SANTOS (2001) analisa que os novos movimentos sociais atuam em estruturas descentralizadas, não hierárquicas e fluídas. Daí uma preferência pela ação política não institucional, dirigida a opinião pública com vigorosa utilização dos meios de comunicação de massa.
    Questão:
3-) Há uma diversidade de movimentos sociais que atuam na sociedade, como ecológicos, feministas, pacifistas, anti-racistas. Por movimentos sociais, entende-se:
a-) Ações de grupos sociais organizados que buscam determinados fins estabelecidos coletivamente.
b-) Ações de indivíduos revoltados que buscam determinados fins estabelecidos coletivamente.
c-) Ações do governo que visam elevar a qualidade de vida da população nas regiões onde há desmatamento, assassinos de mulheres e gangues organizadas.
d-) Ações de grupos delinqüêntes que buscam a desestabilização da ordem democrática.
e-) Ações de grupos sociais específicos, que tem como objetivo tomar o poder político e instaurar no país um governo que defenda o meio ambiente, as mulheres, os negros e os índios.
 
Alternativa correta: A Todos os seguimentos da sociedade podem ser organizar em grupos coletivos para a defesa dos seus interesses.
Bibliografia: 
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia. São Paulo: Atlas, 2001
TOMAZZI, Nelson (org.) Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993
VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. 2. Ed. Rio de Janeiro: Record, 2004
VITA, Alvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática, 1989

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