Aula 16 - Judiciário

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Direito Constitucional I
Aula 16 – Poder Judiciário
FADI – Faculdade de Direito de Sorocaba
Prof. Dr. Eduardo Martines Júnior
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Poder Judiciário
Órgãos – art. 92
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Poder Judiciário
Supremo Tribunal Federal
Função precípua: guarda da Constituição Federal (art. 102, caput).
Composição: 11 Ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado, dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101).
Competências (art. 102):
	a) originárias (inciso I, alíneas de “a” até “r”;
	b) recursais ordinárias (inciso II, alíneas “a” e “b”);
	c) recursais extraordinárias (inciso III, alíneas “a” até “d”).
Sede: Capital Federal, juntamente com os Tribunais Superiores e o CNJ, os primeiros com jurisdição em todo território nacional (art. 92, §§ 1º e 2º).
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Poder Judiciário
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
 Função: tribunal de uniformização da lei federal, supervisão da Justiça Federal e formação e aperfeiçoamento de magistrados (todos).
 Composição (art. 104, parágrafo único, incisos I e II): mínimo de 33 Ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado, dentre brasileiros com notável saber jurídico e reputação ilibada, com mais de 35 e menos de 65 anos, sendo:
1/3 dentre juízes dos TRF’s e 1/3 de desembargadores dos TJ’s;
1/3 dentre advogados e membros do Ministério Público (Federal, Estaduais e do Distrito Federal e Territórios, indicados na forma do art. 94).
 Competências (art. 105 e incisos): I) originárias; II) recursais ordinárias; III) recursais especiais.
 Funcionam junto ao STJ (art. 104, parágrafo único):
a) Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados;
b) Conselho da Justiça Federal – órgão de supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal.
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Poder Judiciário
Justiça Federal – Tribunal Regional Federal e Juízos Federais
Competências (art. 108): i) originárias, como foro por prerrogativa de função de Membros da Magistratura Federal, Justiça Militar, Justiça Federal, do Ministério Público da União e dos que tem igual prerrogativa no Tribunal de Justiça, nos casos de crimes de competência da Justiça Federal. Outras;
ii) recursais: causas decididas por juízes federais ou pelos juízes estaduais, no exercício de competência federal.
 Órgãos da Justiça Federal (art. 106): TRF’s (5 atualmente – 3º Região – SP e MS) e Juízes Federais.
 Composição: mínimo de 7 juízes, recrutados quando possível na região, com mais de 35 e menos de 65 anos.
i) 1/5 dentre advogados e membros do MPF, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional (art. 94);
ii) 4/5 recrutados dentre Juízes Federais, com mais de 5 anos de exercício (antiguidade e merecimento).
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Poder Judiciário
Justiça Federal
 Competência básica da Justiça Federal (art. 109, inc. I): causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas como autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto falências, acidentes do trabalho e às sujeitas às Justiças Eleitoral e do Trabalho.
 Demais incisos do art. 109 com destaque:
- litígio com o estrangeiro;
- crimes políticos, contra os interesses da União, inclusive Júri, sistema financeiro e ligados ao exterior e a bordo de navios e aeronaves.
- causas relativas ao direitos humanos (§ 5º)
- causas aforadas pela e contra a União: domicílio da parte mais fraca, escolha desta, ou DF (§§ 1º e 2º);
 causas contra o INSS – Justiça Estadual se domicílio do beneficiário não for sede de Justiça Federal, com recurso sempre ao TRF. Outras causas nessa condição (§§3º e 4º);
INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA: casos de grave violação de direitos humanos. PGR ao STJ, para a Justiça Federal (§ 5º) 
http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=99620
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Poder Judiciário – Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
 Órgãos da Justiça do Trabalho (art. 111): TST, TRT’s e Juízes de Trabalho.
Função do TST: órgão de cúpula da Justiça do Trabalho. Funcionam junto ao TST a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (§ 2º, incisos I e II).
Composição: 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado, sendo: I) 1/5 dentre advogados e Membros do Ministério Público do Trabalho, com mais de 10 anos de atividade ou exercício, conforme art. 94; II) os demais dentre juízes dos TRT, oriundos da Magistratura de carreira, indicados pelo próprio TST.
 Competência: nos termos da lei (§ 1º).
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Poder Judiciário – Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho e Varas do Trabalho
Composição (art. 115): mínimo de 7 juízes, recrutados na respectiva região (quando possível), escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, nomeados pelo Presidente da República, sendo: I) 1/5 dentre advogados e Membros do Ministério Público do Trabalho, com mais de 10 anos de atividade ou exercício, conforme art. 94; II) os demais por promoção de juízes do trabalho, por antiguidade e merecimento.
http://www.tst.jus.br/processos/consultaprocinst/SegundaInst.html
Varas do Trabalho: juiz singular (art. 116).
 A lei pode atribuir competência da Justiça do Trabalho aos Juízes de Direito, onde não houver Varas do Trabalho, com recurso ao TRT. (art. 112).
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Poder Judiciário – Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho e Varas do Trabalho
Competências (art. 114):
 ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo, e da administração pública direta e indireta de todas as pessoas políticas (ver ADI 3.396-6 – liminar);
- ações que envolvam direito de greve;
- ações sobre representação sindical, entre sindicatos e estes com trabalhadores ou empregadores;
- ações sobre dano moral oriundo da relação de trabalho;
negociação coletiva;
- Outras decorrentes da relação de trabalho. 
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Poder Judiciário – Justiça Eleitoral Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional Eleitoral e Juízos e Juntas Eleitorais
Composição do TSE (art. 119): mínimo de 7 juízes, I) mediante eleição, por voto secreto: a) 3 juízes dentre os Ministros do STF; b) 2 juízes dentre os Ministros do STJ.
II) 2 juízes nomeados pelo Presidente da República, dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF.
O presidente do TSE será um dos Ministros oriundos do STF, enquanto o Corregedor Eleitoral será um dos Ministros oriundos do STJ.
Competência (art. 121): Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. São irrecorríveis as decisões do TSE, saldo se contrariarem a Constituição e denegatórias de HC ou MS (§ 3º).
Garantias: inerentes às da magistratura (art. 121, § 1º).
 Mandato: mínimo de 2 anos e nunca por mais de 2 biênios consecutivos (art. 121, § 2º).
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Poder Judiciário – Justiça Eleitoral Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional Eleitoral e Juízos e Juntas Eleitorais
 Tribunal Regional Eleitoral (art. 120): um em cada Estado e DF, na Capital.
Composição: I) mediante eleição, por voto secreto: a) dos juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) 2 juízes dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II) Um juiz do Tribunal Regional Federal, se este tiver sede na Capital daquele Estado ou, não havendo, um juiz federal, em qualquer caso escolhidos pelo próprio TRF;
III) 2 juízes nomeados pelo Presidente da República, escolhidos dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
O Presidente e o Vice serão escolhidos por votação, dentre os desembargadores.
 Casos de recurso contra decisões do TRE (§ 4º e incisos).
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Poder Judiciário– Superior Tribunal Militar – Justiça Militar
 Órgãos: STM e Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
 Composição do STM: 15 Ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado (todos), sendo 3 oficiais-generais da Marinha, 4 do Exército e 3 da Aeronáutica. Cinco civis com mais de 35 anos: 3 advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional; 2 dentre juízes auditores e membros do MP Militar.
 Competência e organização da Justiça Militar: na forma da lei (a CF não limita a qualidade dos réus da Justiça Militar, podendo ser civil).
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Poder Judiciário
Justiça Estadual - Tribunal de Justiça
 Competência: residual, ou seja, tudo que não for da competência dos demais ramos da Justiça. Além disso, aquilo que definido na Constituição Estadual (art. 69 e seguintes).
Controle da constitucionalidade de leis estaduais e municipais, em face da Constituição Estadual.
Composição do Tribunal de Justiça: Desembargadores (4/5 por promoção de juízes de Direito (merecimento e antiguidade) e 1/5 entre membros no MP estadual com mais de 10 anos de carreira e de advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, indicados em listas sêxtuplas pelas entidades de representação da classe (art. 94).
 Justiça estadual descentralizada, itinerante e varas especializadas em conflitos fundiários (§§ 6º, 7º e art. 126).
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Poder Judiciário 
Conselho Nacional de Justiça
 Órgão com natureza administrativa (não tem função jurisdicional, embora exerça poder correicional – ex.: inc. III do § 4º do art. 103-B).
 
 Composição: 15 membros com mandato de 2 anos, permitida uma recondução (art. 103-B), representação de todos os ramos do Judiciário, bem como de representantes do Ministério Público e OAB. Também 2 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado. Todos submetidos à argüição pública pelo Senado.
 Presidente do CNJ é o Presidente do STF e, nos seus impedimentos e ausências, pelo Vice-Presidente do STF (§ 1º do art. 103-B).
 Corregedor: é o Ministro indicado pelo STJ, dedicando-se exclusivamente ao CNJ – (§ 5º do art. 103-B), com funções descritas nos incisos seguintes.
 Presença, ainda, do Procurador-Geral da República e Presidente da OAB Federal (§ 6º) e Ouvidorias (§ 7º).
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Poder Judiciário
Tribunal de Justiça Militar - Justiça Militar Estadual
 Órgãos: Tribunais de Justiça Militar (nos Estados em que o efetivo da PM for superior a 20 mil integrantes, ou TJ nos demais) e juízes de direito e Conselhos de Justiça (§ 3º)
Competência da Justiça Militar estadual: processar e julgar os militares dos estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do Júri, quando a vítima for civil (§ 4º).
 Se o crime for cometido contra civis, o julgador é o juiz de direito do juízo militar, bem como nas ações contra ato disciplinar. Nos demais crimes: Conselho de Justiça (4 oficiais da PM presidido pelo juiz de direito.
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Poder Judiciário - Garantias
 Garantias constitucionais do Poder Judiciário – Estatuto da Magistratura – (Lei Complementar - art. 93):
1 - ingresso na carreira como juiz substituto, por concurso público, com a participação da OAB;
2 - promoções de entrância para entrância pelos critérios de antigüidade e merecimento, alternadamente, observando-se a mesma forma em relação ao acesso aos tribunais;
3 – subsídios: Ministro do STF 100%; Ministros do STJ 95%, Desembargadores (90,25%); demais: diferença não maior a 10% e nem menor de 5%;
4 – aposentadoria voluntária: 35 anos de contribuição e 60 anos de idade mínima ou aos 70 anos (compulsória) – regime geral dos servidores públicos;
5 - disponibilidade e aposentadoria por interesse público (penalidade administrativa) imposta mediante voto da maioria absoluta dos membros do Tribunal ou Órgão Especial - vencimentos proporcionais;
6 – julgamentos públicos e fundamentadas as decisões, somente a lei podendo restringir tal publicidade;
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Poder Judiciário - Garantias
7 – restrição com participação apenas das partes e seus advogados, apenas nos casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudicar o interesse público à informação;
8 – Tribunais com mais de 25 julgadores podem constituir Órgão Especial, com no mínimo 11 integrantes (metade eleitos por antiguidade e os demais por eleição);
9 – atividade jurisdicional ininterrupta e sem férias coletivas;
10 – proporcionalidade entre número de juízes e efetiva demanda judicial e população;
11 – distribuição imediata de processos, em todos os graus de jurisdição.
 Quinto Constitucional – art. 94 – Os Tribunais serão compostos por juízes provindos da carreira da Magistratura (80%), bem como do Ministério Público respectivo desde que com mais de 10 anos de carreira (10%) e dos quadros da OAB (10%), desde que advogados com notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional. Indicados em lista sêxtuplas, o Tribunal envia lista tríplice ao Governador ou Presidente.
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Poder Judiciário
 Garantias institucionais – arts. 96 e 99 
1) Autonomia para organização e administração: eleger órgãos diretivos, elaborar regimentos internos, organizar secretarias e serviços auxiliares etc.;
2) Autonomia financeira: para elaboração do próprio orçamento, encaminhando a proposta por ele elaborada ao Poder Legislativo.
 Garantias funcionais dos membros do Poder Judiciário
1) Garantias de independência (Art. 95, I, II e III da CF):
a) vitaliciedade: após 2 anos de carreira, no caso de juiz substituto e, após a posse no caso de acesso aos Tribunais, só perdendo o cargo por sentença judicial transitada em julgado 
b) inamovibilidade: é a garantia da permanência no cargo para o qual foi nomeado, podendo ser removido apenas em razão de interesse público, por decisão de maioria absoluta dos membros do Tribunal a que estiver vinculado (art. 93, inc. VIII);
c) irredutibilidade de subsídios: não podem ser reduzidos por medida geral, ficando sujeitos aos impostos.
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Poder Judiciário
 Garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários
Aparecerem sob a forma de vedações (Art. 95, parágrafo único, I, II e III da CF):
a) exercer outro cargo ou função, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistério;
b) receber, a qualquer título, custas ou participações em processo;
c) dedicar-se à atividade político-partidária;
d) receber, a qualquer título, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
d) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo, por aposentadoria ou exoneração (quarentena).
 
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Poder Judiciário 
Conselho Nacional de Justiça
 Resoluções: normas expedidas pelo Conselho Nacional de Justiça.
 ADC N. 12-DF RELATOR: MIN. CARLOS BRITTO: EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM PROL DA RESOLUÇÃO Nº 07, de 18.10.05, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE “DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES POR PARENTES, CÔNJUGES E COMPANHEIROS DE MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM CARGOS DE DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. Os condicionamentos impostos pela Resolução nº 07/05, do CNJ, não atentam contra a liberdade de prover e desprover cargos em comissão e funções de confiança. As restrições constantes do ato resolutivo são, no rigor dos termos, as mesmas já impostas pela Constituição de 1988, dedutíveis dos republicanos princípios da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da moralidade. 2. Improcedência das alegações de desrespeito ao princípio da separação dos Poderes e ao princípiofederativo. O CNJ não é órgão estranho ao Poder Judiciário (art. 92, CF) e não está a submeter esse Poder à autoridade de nenhum dos outros dois. O Poder Judiciário tem uma singular compostura de âmbito nacional, perfeitamente compatibilizada com o caráter estadualizado de uma parte dele. Ademais, o art. 125 da Lei Magna defere aos Estados a competência de organizar a sua própria Justiça, mas não é menos certo que esse mesmo art. 125, caput, junge essa organização aos princípios “estabelecidos” por ela, Carta Maior, neles incluídos os constantes do art. 37, cabeça. 3. Ação julgada procedente para: a) emprestar interpretação conforme à Constituição para deduzir a função de chefia do substantivo “direção” nos incisos II, III, IV, V do artigo 2° do ato normativo em foco; b) declarar a constitucionalidade da Resolução nº 07/2005, do Conselho Nacional de Justiça.