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Resumo Direito Tributário 1º VA

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Resumo Direito Tributário
Direito Tributário – ramo do direito público, fundamenta-se nos princípio da supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público (exigência de lei para concessão de qualquer benefício fiscal).
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
O Estado existe para a consecução do bem comum.
Para obter tal objetivo, precisa obter recursos financeiros, que o faz, basicamente de duas formas:
1. Para obter receitas originárias
O estado se despe das vantagens que o regime jurídico de direito público lhe proporciona, e de maneira semelhante a um particular, obtém receitas patrimoniais ou empresariais.
Ex. contrato de aluguel entre o particular e o Estado.
Não há manifestação do poder estatal, apenas uma relação contratual.
Originam-se do patrimônio do Estado, o estado explora seu próprio patrimônio. (regime predominante de direito privado) 
2. Para obter receitas derivadas
O estado, agindo como tal, utiliza-se de suas prerrogativas de direito público, edita uma lei obrigando o particular que pratique determinados atos ou se ponha em determinadas situações a entregar valores ao Estado, INDEPENDENTEMENTE DE SUA VONTADE.
Ex. IR, ICMS, etc.
Originam-se do patrimônio do particular.
O estado usa o seu poder de império e obriga o particular a contribuir.
DEFINIÇÃO DE TRIBUTO – art. 3º CTN
Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
Apesar de haver previsão para o instituto da dação em pagamento de bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário, não se pode tomar a autorização como uma derrogação da definição de tributo no ponto em que se exige que a prestação seja “em moeda”, pois o próprio artigo oferece alternativa “ou cujo valor se possa exprimir”.
Assim é licito entender que o CTN permite a quitação de créditos tributários mediante a entrega de outras utilidades que possam ser expressas em moedas, desde que as hipóteses tenham previsão legal.
OBS. o STF firmou entendimento da inconstitucionalidade da previsão, em lei local, de extinção do crédito tributário mediante DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BENS MÓVEIS, só que desta feita apenas em virtude de reserva de lei federal para estipular regras gerais de licitação.
Contudo, DAÇÃO EM PAGAMENTO em BENS IMÓVEIS, somente é permitido porque está prevista em lei nacional (CTN)
A expressão “ou cujo valor se possa exprimir” possui também a utilidade de permitir a fixação do valor dos tributos por meio de indexadores
Há discussões sobre a possibilidade de “pagamento” de tributo com títulos da dívida pública. 
Tal hipótese de extinção configura, a rigor, compensação tributária prevista no art. 156, II, do CTN.
Se o contribuinte possui um título da divida pública contra determinado ente federado e deve tributo ao este mesmo ente, as obrigações se extinguem até o montante em que se compensarem.
Para tal previsão é necessário lei autorizativa.
Prestação compulsória 
O tributo é receita derivada, cobrada pelo Estado, no uso de seu poder de império.
O dever de pagar é imposto por lei, sendo irrelevante a vontade das partes.
Na obrigação tributária a fonte é direta e imediata, de forma que seu surgimento independe de vontade e até do conhecimento do sujeito passivo.	
A REGRA É A COMPULSORIEDADE (OBRIGATÓRIO) E NÃO VOLUNTÁRIO.
Prestação que não constitui sanção de ato ilícito.
Aqui reside a diferença entre tributo e multa.
TRIBUTO	
1. Não possui finalidade sancionatória
2. Visa arrecadar e a intervir em situações sociais e econômicas.
MULTA
1. É sanção por ato ilícito
2. O ideal é que não se arrecade, pois visa coibir o ato ilícito.
OBS. o dever de pagar tributo surge com a ocorrência, no mundo concreto, de uma hipótese prevista em lei.
Se alguém obtém rendimentos, passa a ser devedor do IR, mesmo se esses rendimentos forem oriundos de um ato ilícito, ou até criminoso, como a corrupção, o tráfico, etc.
A justificativa é que, nesses casos, não se está punindo o ato com o tributo (a punição ocorrerá na seara penal, e se for o caso na adm e civil)
A cobrança ocorre porque o fato gerador (obtenção de rendimentos) aconteceu e deve ser interpretado abstraindo-se da validade jurídica dos atos praticados (118, I, CTN)
Esta possibilidade é conhecida como princípio do pecúnia non olet (dinheiro não cheira)
OBS. a CF, art. 5º, XLVI, b, prevê a possibilidade de que a lei, regulando a individualização da pena, adote, entre outras, a perda de bens. 
Trata-se de formal autorização para a existência de confisco no Brasil, mas tão somente como punição.
Considerando que o tributo não pode se constituir em sanção por ato ilícito e que o confisco somente é admitido no Brasil como pena, há de se concluir que o tributo não pode ter caráter confiscatório, justamente para não se transformar numa sanção por ato ilícito.
Prestação instituída em lei
Regra sem exceção.
O tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo com força de lei (medida provisória)
Isso decorre do princípio democrático: como a lei é aprovada pelos representantes do povo, pode-se dizer, ao menos teoricamente, que o povo só paga os tributos que aceitou pagar.
Embora não haja exceção à legalidade quanto à instituição de tributos, existem várias exceções ao princípio quanto a alteração de alíquotas.
Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada 
Há vinculação devido o tributo ser instituído por lei e se configurar como uma prestação compulsória.
A autoridade tributária não pode analisar se é conveniente ou não cobrar tributo.
A cobrança é feita de maneira vinculada, sem concessão de qualquer margem de discricionariedade ao administrador.
OS TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Quatro principais correntes:
1. Dualista ou bipartite – afirma ser espécie de tributos somente os impostos e as taxas
2. Tripartida, tricotômica ou tripartite – impostos, taxas e contribuições de melhoria (o CTN adota essa corrente – artigo 5º)
3. Quadripartida ou tetrapartite – impostos, taxas, contribuições e contribuições. 
4. Pentapartida – acrescenta os empréstimos compulsórios e contribuições especiais
O STF tem adotado essa corrente. Porém, é preciso aclarar que os que defendem a corrente tripartite entendem como tributos as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios, possuindo natureza jurídica de impostos ou taxas, dependendo de como a lei definiu o fato gerador.
Determinação da natureza jurídica especifica do tributo
Art. 4º do CTN – a natureza jurídica especifica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualifica-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei, bem como a destinação legal do produto da sua arrecadação.
A análise é feita sob a ótica da classificação dos tributos como vinculados e não vinculados.
Para classificar um tributo qualquer quanto ao fato gerador, deve-se perguntar se o Estado tem de realizar, para validar a cobrança, alguma atividade especifica relativa ao sujeito passivo (devedor)
Se a resposta for negativa, trata-se de um tributo não vinculado, se for positiva, o tributo é vinculado (pois sua cobrança se vincula a uma atividade estatal especificamente voltada ao contribuinte).
TODOS OS IMPOSTOS SÃO NÃO VINCULADOS
O imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica, relativa ao contribuinte. (16, CTN)
AS TAXAS E CONTRIBUÇÕES DE MELHORIA SÃO VINCULADOS
Para cobrança de uma taxa o Estado precisa exercer o poder de policia ou disponibilizar ao contribuinte um serviço público ESPECÍFICO E DIVISÍVEL.
A CM depende de uma anterior atividade estatal.
É necessário que o ente público realize uma obra pública da qual decorra valorização imobiliária.
IMPOSTOS
Os impostos são tributos NÃO VINCULADOS que incidem sobre manifestações de riquezas do sujeito passivo (devedor)
O imposto se sustenta sobre a ideia de solidariedade social.
Os recursos oriundos dos impostos devem ser usados em beneficio de toda a coletividade.O Imposto tem caráter contributivo; enquanto as taxas e CM têm caráter retributivo (contraprestacional)
É proibida a vinculação de sua receita a órgão, fundo ou despesa. (167, CF)
Assim são tributos não vinculados e de arrecadação não vinculada.
Sua receita presta-se ao financiamento das atividades gerais do Estado, remunerando os serviços universais, que por não gozarem de referibilidade (especificidade e divisibilidade), não podem ser custeados por intermédio de taxas.
A COMPETENCIA para instituir impostos é atribuída pela CF de maneira enumerativa e PRIVATIVA a cada ente federado:
1. União – II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF (153 e 154, I e II CF)
A união pode instituir novos impostos, mediante lei complementar, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na CF.
É a chamada competência tributária residual, que também existe para criação de novas fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social.
A união, também, pode instituir impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência tributária.
No caso dessa competência, denominada extraordinária, a União poderá delinear como fato gerador dos IEG praticamente qualquer base econômica não imune, inclusive as atribuídas constitucionalmente aos E, M, e DF
Assim seria possível diante das circunstancia de iminente ou declarada guerra a instituição de ICMS extraordinário federal.
É possível afirmar que somente a União, em relação aos impostos, possui competência tributária privativa absoluta, pois no caso de guerra externa ou sua iminência, está autorizada a tributar as mesmas bases econômicas atribuídas aos demais entes políticos.
2. Estados e DF - ITCMD, ICMS e IPVA (155 e 147 CF)
3. Municípios e DF - IPTU, ISS e ITBI (156 e 147 CF)
Criação dos impostos
A CF não cria tributos, apenas atribui competência para que os entes políticos o façam.
Para que sejam criados tributos, o ente tributante deve editar lei (ou MP), instituindo-os abstratamente, ou seja, definindo seus fatos geradores, bases de cálculo, alíquotas e contribuintes.
Em relação aos impostos a CF exige que lei complementar de caráter nacional defina os respectivos fatos geradores, alíquotas e contribuintes. (146, III, a)
O STF entende aplicável ao exercício da competência tributaria a regra de que, quando a União deixa de editar normas gerais, os Estados podem exercer a competência legislativa plena, conforme artigo 24, § 3º, CF
Impostos e o princípio da capacidade contributiva (145, §1º CF)
Sempre que possível, os IMPOSTOS terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultando a administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
O legislador constituinte adotou a classificação dos impostos como reais ou pessoais:
1. Reais – são os impostos que em sua incidência não levam em conta aspectos pessoais, aspectos subjetivos. Ou seja, incidem objetivamente sobre determinada base econômica, incidem sobre coisas.
Ex. IPTU, IPVA, ICMS, ITR, IPI
2. Pessoais – incidem de forma subjetiva, considerando os aspectos pessoais do contribuinte. 
Ex. IR
TAXAS
Segundo a CF a União, os E, DF e M podem instituir taxas, em razão do exercício do poder de policia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. (145, II CF)
O ente competente para instituir e cobrar a taxa é aquele que presta o serviço ou que exerce o respectivo poder de policia.
Como os estados tem competência material residual, podendo prestar os serviços públicos não atribuídos expressamente à União nem aos Municípios, a consequência é que, indiretamente, a CF atribuiu a competência tributária residual para instituição de taxas aos Estados.
As taxas são tributos retributivos ou contraprestacionais, uma vez que não poder ser cobradas sem que o Estado exerça o poder de policia ou preste ao contribuinte ou coloque a sua disposição um serviço público especifico e divisível.
TAXAS DE POLICIA
Tem por fato gerador o exercício regular do poder de policia (atividade administrativa) cuja fundamentação é o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse particular.
Poder de Policia – é a atividade da administração publica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão do interesse público concernente à segurança, higiene, à ordem, bons costumes, à disciplina da produção e do mercado, etc.
Para que seja possível a cobrança das taxas, o exercício do poder de policia deve ser REGULAR, ou seja, desempenhado em conformidade com a lei, com obediência ao princípio do devido processo legal e sem abuso ou desvio de poder (78, PU)
TAXAS DE SERVIÇOS
A criação dessas taxas é possível mediante a disponibilização de serviços públicos que se caracterizam pela especificidade e divisibilidade.
São específicos quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas
São divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. (79, I e II) 
Na prática o serviço público remunerado por taxa é considerado especifico quando o contribuinte sabe por qual serviço está pagando, o que não acontece, p.e., com a taxa de serviços diversos, quando cobrada.
Já a divisibilidade está presente quando é possível ao Estado identificar os usuários do serviço a ser financiado com a taxa.
Assim o serviço de limpeza de logradouros públicos não é divisível, pois seus usuários não são identificados nem identificáveis, pois a limpeza da rua beneficia toda a coletividade.
S. Vinculante nº 19 STF – a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes e imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.
O contribuinte ver o Estado prestando o serviço, pois sabe exatamente por qual serviço está pagando (especificidade) e o Estado vê o contribuinte, uma vez que consegue precisamente identificar os usuários.
Se o estado consegue identificar os usuários de determinado serviço e estes sabem qual serviço está lhe sendo prestado , o justo é deles cobrar pela atividade estatal, e não transferir o encargo para toda a sociedade.
Assim, segundo o STF, o serviços públicos gerais devem ser financiados com a arrecadação dos imposto; enquanto o serviço público especifico devem ser financiado com a arrecadação das taxas.
S. 670 do STF – o serviço de iluminação publica não pode ser remunerado mediante taxa.
Após a emenda 32/02 passou a ser possível aos M e ao DF instituir contribuição de iluminação pública.
OBS. as taxas de serviço podem ser cobradas mesmo que o contribuinte não utilize efetivamente do serviço disponibilizado, porém, só poderá ser aplicada aos serviços definidos em lei como de utilização compulsória, permitindo a cobrança pela chamada “utilização potencial”, quanto aos demais serviços a cobrança só é possível diante da utilização efetiva.
Base de Cálculo das taxas
A CF proíbe que as taxas tenham base de calculo própria dos impostos (145, §2º). Já o CTN dispõe que a taxa não pode ter base de calculo ou fato gerador idênticos aos que correspondem a imposto (77, PU)
Para que possa ser cobrada as taxas em virtude da prestação de serviço público é necessário que haja uma correlação razoável entre os valores do serviço e da taxa cobrada.
Não pode haver uma desvinculação entre o custo do serviço prestado e o valor da taxa cobrada, pois a taxa é um tributo vinculado a uma atividade estatal anterior e serve de contraprestação a esta.
Taxas e preços públicos
Os serviços públicos podem, também, ser remunerados por preços públicos (tarifas)
Ocorre que tanto astaxas quanto os preços públicos têm caráter contraprestacional, remunerando uma atividade prestada pelo Estado.
Nos dois casos é preciso haver a perfeita identificação do beneficiário do serviço, que é devedor da taxa ou do preço publico.
Porém, o regime jurídico a que está submetido as taxas é o tributário, tipicamente de direito público; enquanto as tarifas estão sujeitas a regime contratual, tipicamente de direito privado.
O produto de arrecadação das taxas é receita derivada; enquanto a receita oriunda da tarifa é originária, decorrendo da exploração do patrimônio do Estado.
Como tributo, a taxa é prestação pecuniária compulsória, não havendo manifestação livre de vontade do sujeito passivo para que surja a obrigação de pagar.
Permite-se a cobrança da taxa não só pela utilização efetiva do serviço prestado, mas também pela utilização potencial, desde que, sendo definido em lei como de utilização compulsória, o serviço seja posto a disposição do contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.
No preço publico a relação é contratual, sendo imprescindível a previa manifestação de vontade do particular para que surja o vinculo obrigacional. A prestação pecuniária é facultativa.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
A CF prever a possibilidade de a U, E, DF e o M instituírem a CM, apenas decorrentes de obras públicas. (145, III)
São tributos vinculados, pois sua cobrança depende de uma especifica atuação estatal, qual seja a realização de uma obra pública que tenha como consequência um incremento no valor do imóvel pertencente ao potencial contribuinte.
A CM é cobrada quando trouxer valorização imobiliário e não qualquer beneficio para o contribuinte.
Como a CM é decorrente de obra pública e não para a realização de obra pública, não é legitima a sua cobrança com o intuito de obter recursos a serem utilizados em obras futuras, uma vez que a valorização só pode ser aferida após a conclusão da obra.
OBS. excepcionalmente o tributo poderá ser cobrado em face da realização de parte da obra, desde que a parcela realizada tenha inequivocamente resultado em valorização dos imóveis localizados na área de influência.
O fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas sim sua consequência, a valorização imobiliária.
A melhoria exigida, é, para o STF, o acréscimo de valor à propriedade imobiliária dos contribuintes, de forma que a base de cálculo do tributo será exatamente o valor do acréscimo, ou seja, a diferença entre o valor inicial e final o imóvel beneficiado.
Melhoria é sinônimo de valorização.
OBS. o STF entende que não se pode instituir taxa quando for cabível a criação da CM.
A existência do tributo tem fundamentação ético-jurídico no princípio da vedação ao enriquecimento sem causa.
Tem caráter contraprestacional. Serve para ressarcir o Estado dos valores pagos com a realização da obra.
É justamente o valor limite para a cobrança o valor da obra.
O estado não pode cobrar, a titulo de CM, mais do que o que gastou na obra.
Além desse limite total, a cobrança da CM possui um limite individual, que é o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Esses limites não estão previstos expressamente na CF
EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS - EC
O artigo 148 da CF dispõe que a União, mediante lei complementar, poderá instituir EC:
1. Para atender a despesa extraordinária, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
2. No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no artigo 150, III, b.
OBS. PU – a aplicação dos recursos provenientes de EC será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
São empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis.
A obrigação de pagá-los não nasce de um contrato, da vontade das partes, mas sim por determinação legal.
Verificada a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação de emprestar ao Estado.
OBS. pelo fato de serem restituíveis, alguns doutrinadores afirmam que os EC não são tributos, pois os recursos não se incorporam definitivamente ao patrimônio estatal.
COMPETENCIA, CASOS E FORMA DE INSTITUIÇÃO
A competência para instituir é EXCLUSIVA DA UNIÃO.
NÃO COMPORTA EXCEÇÕES.
Só é possível mediante LEI COMPLEMENTAR
É importante observar que nas situações em que é possível a instituição de EC (guerra externa ou sua iminência, calamidade publica e investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional), a relevância e urgência saltam aos olhos.
Porém, não é possível, mesmo com essa relevância e urgência a instituição através de MP ou lei ordinária, haja vista que a CF reservou a lei complementar (62, §1º, III).
Embora haja previsão de uma terceira forma de instituição do EC no artigo 15 do CTN, tal previsão não foi recepcionada pela nova CF, de forma que os EC só podem ser instituídos nas hipóteses constitucionalmente previstas.
OBS. nos casos de guerra externa e sua iminência e de calamidade publica, há uma necessidade bem maior de celeridade, na instituição e cobrança do tributo. Justamente por isso, nesses casos a exação pode ser criada e cobrada de imediato, sem necessidade de obediência aos princípios da anterioridade e da noventena.
DESTINAÇÃO DA ARRECADAÇÃO
De acordo com o PU do artigo 148 da CF, a aplicação dos recursos provenientes dos EC será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Assim o EC são tributos de arrecadação vinculada.
Quanto a classificação em ser vinculado ou não vinculado o EC, a CF e o CTN silenciam, de forma que este aspecto só poderá ser verificado por intermédio da análise pormenorizada do fato gerador definido em lei que o instituiu.
RESTITUIÇÃO
O PU do artigo 15 do CTN exige que a lie instituidora do EC fixe o prazo e as condições de resgate.
Caso não haja tal previsão não será legitima a instituição e cobrança.
O STF entende que a restituição do valor arrecadado a título de EC deve ser efetuada na mesma espécie em que recolhido.
Como o tributo é pago em dinheiro, a restituição também será.
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS – CE – 149, CF
Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais de:
1. Contribuições Sociais
2. Intervenção no domínio econômico (CIDE)
3. Interesse das categorias profissionais e econômicas (corporativas)
Mesmo sendo de competência exclusiva da União a instituição, o §1º do mesmo artigo traz uma exceção:
Os E, o DF e o M instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do regime de previdência de que trata o artigo 40, cuja alíquota não será inferior à contribuição dos servidores titulares dos cargos efetivos da União.
As CE são classificadas da seguinte forma:
1. Contribuições Sociais
Seguridade Social (destinadas a custear os serviços relacionados à saúde, à previdência e assistência social – 194, CF)
Outras contribuições sociais (as residuais contidas no art. 195, §4º)
O artigo 154, I da CF autoriza a instituição de novos impostos pela União, mediante lei complementar, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na CF.
É possível a União instituir novos impostos e novas contribuições sociais de financiamento da seguridade social.
Em ambos os casos, são necessárias a instituição via lei complementar, a obediência a técnica da NÃO CUMULATIVIDADE e a INOVAÇÃO QUANTO AS BASES DE CALCULO E FATOS GERADORES.
É necessária lei complementar para a instituição de novas contribuições, ou seja, não previstas expressamente na CF. Porém, para a criação daquelas cujas fontes já constam da CF, vale a regra geral: a utilização de lei ordinária.
As contribuições de seguridade social obedecem à anterioridade nonagesimal (noventena), mas podem ser cobradas no mesmo exercício em que instituídas e majoradas. (art. 195, § 6º - 150, III, b, CF)
Contribuições sociais gerais (destinadas a algum outro tipo de atuação da União na área social)
Segundo o STF são contribuições sociais gerais aquelas destinadas a outrasatuações a união na área social como o salário-educação (212, §5º, CF) e as contribuições para o serviço social autônomo (240, CF – SESI, SENAI, SESC, etc)
Estes serviços são pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da administração publica, mas que realizam atividades de interesse publico e, justamente por isso, legitimam-se a ser destinatários do produto da arrecadação de contribuições.
2. Contribuição de Intervenção no domínio econômico (CIDE) – 149 CF
A competência é EXCLUSIVA DA UNIÃO, e seu exercício, por não estar sujeito a reserva de lei complementar, pode se dar na via da lei ordinária ou da MP.
São tributos extrafiscais – são aqueles cuja finalidade precípua não é arrecadar, carrear recursos para os cofres públicos, mas sim intervir numa situação social ou econômica.
Para serem consideradas legítimas, suas finalidades têm que ser compatíveis com as disposições constitucionais, principalmente com aquelas relativas com a ordem econômica e financeira. (art. 170, CF)
A União tem autonomia relevante para instituir a CIDE, pois, desde que não se desvie do referido “elemento teleológico”, a liberdade para a criação da CIDE é bastante ampla. 
A CF não explicita quais as bases econômicas sobre as quais o tributo pode incidir. (exceção – CIDE combustíveis)
3. Contribuições corporativas – contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas
Sãs aquelas criadas pela União com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias de profissionais ou econômicas.
CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS
Há previsão na CF, art. 8º, IV, da criação de duas contribuições sindicais:
1. A C fixada pela AG para o custeio do sistema confederado do respectivo sindicato
Esta é voluntária, só sendo paga pelos trabalhadores que se sindicalizarem
2. C fixada em lei, cobrada de todos os trabalhadores.
Esta é TRIBUTO. Foi instituída por lei e é compulsória para todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria econômica ou profissão, ou inexistindo este a Federação correspondente à mesma categoria econômica ou profissional.
CONTRIBUIÇÃO CORPORATIVA PARA O CUSTEIO DAS ENTIDADES DE FISCALIZAÇÃO DO EXERCICIO DE PROFISSÕES REGULAMENTADAS
Tem-se aqui uma típica utilização do tributo com finalidade parafiscal, uma vez que se está diante de um caso onde o Estado cria o tributo por lei e atribui o produto da sua arrecadação a uma terceira pessoa que realiza atividade de interesse público. 
Como a lei reputa essas atividades de interesse público, torna legitima a possibilidade de o Estado instituir tributos cujo produto da arrecadação seja destinado a tais instituições.
Ex. CREA, CRC, CRM, CRECI, OAB*
* a controvérsia em relação a OAB, porém se tem inclinado para que a mesma não seja tida como congêneres dos demais órgãos de fiscalização profissional.
A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional.
Assim as contribuições cobradas por ela não possuem natureza tributária.
A OAB não se resume a instituição que defende interesses corporativos, de forma que as contribuições cobradas não poderia ser aposta expressão de natureza de categorias econômicas ou profissionais.
4. Contribuições para o custeio do serviço de iluminação publica (COSIP) – 149-A, CF
O STF entende que o serviço de iluminação pública NÃO ATENDE AOS REQUISITOS DE ESPECIFICIDADE E DIVISIBILIDADE, necessários á possibilidade de financiamento mediante pagamento de taxa. (sumula 670 STF)
A competência constitucional foi conferida aos M e ao DF (por não ser dividido em municípios) que podem exercê-la por meio de lei própria, definindo com determinada liberdade seu fato gerador, base de cálculo, alíquotas e contribuintes.
Como não se trata formalmente de um imposto, NÃO é necessária lei de caráter nacional para definir fato gerador, base de cálculo e contribuintes. (146, III, a)
Não obstante as críticas apresentadas, o STF entendeu que a COSIP é um tributo sui generis, com peculiaridades próprias que o individualizam.
O tributo não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade especifica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – PRINCÍPIOS
O estado por buscar a consecução do bem comum, possui prerrogativas que lhe asseguram uma posição privilegiada nas relações jurídicas de que faz parte, afinal, se o interesse público deve se sobrepor ao interesse privado, deve-se admitir em certos casos a preponderância do ente que visa ao bem comum nas suas relações com particulares.
A cobrança de tributos é uma prevalência. O estado possui o poder de por ato próprio – lei – obrigar particulares a se solidarizarem com o interesse público mediante a entrega compulsória de um valor em dinheiro.
Porém, esse poder amplo que o Estado possui em cobrar tributos NÃO É ILIMITADO.
AS GARANTIAS COMO ROL NÃO EXAUSTIVO
A CF traz as principais limitações ao exercício de competência tributária, mas não necessariamente todas. (150, CF)
O rol trazido nesse artigo não é exaustivo, pois há em diversos outros dispositivos limitações.
QUANDO AS GARANTIAS CONFIGURAM CLÁUSULAS PÉTREAS
1. As limitações que constituem garantias individuais do contribuinte
Boa parte das limitações ao poder de tributar está protegida contra mudanças que lhe diminuam o alcance ou a amplitude.
A norma constitucional que define as cláusulas pétreas (CF, 60, §4º) NÃO PROIBE quaisquer emendas sobre aquelas matérias, VEDANDO apenas as mudanças tendentes a abolir o que ali está previsto.
Assim é possível a realização de emendas que ampliem ou melhorem a proteção que a CF atribui ao contribuinte; o que não é possível é a supressão ou diminuição das garantias.
EX. a EC 42/03 estendeu genericamente aos tributos a exigência de um prazo de 90 dias entre a data da publicação da lei que instituísse ou majorasse uma contribuição social para a seguridade social e a data de sua efetiva cobrança. 
Havendo assim, uma ampliação a garantia do contribuinte.
Assim, as EC que ampliarem garantias individuais são válidas, já aquelas que diminuírem, criarem exceções ou de qualquer forma enfraquecerem tais garantias são inconstitucionais por tenderem a aboli-las.
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Art. 5º CF. – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
O Art. 150, I, da CF proíbe os entes federados de “exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”. O tributo é prestação instituída por lei. (art. 3º CTN)
O tributo só pode ser criado por lei, seja ordinária, casos em que pode haver a utilização da MP.
Ou lei complementar nos casos de EC, IGF e o impostos ou contribuições residuais (148, 153, VII; 154, I e 195, §4º, CF)
DEMAIS MATÉRIAS SUJEITAS A RESERVA LEGAL.
A CF veda que a U, E, DF e M exijam ou aumentem tributos sem prévia lei.
 Há um princípio em direito denominado paralelismo das formas, onde se afirma que se um instituto jurídico foi criado por determinada regra jurídica de determinada hierarquia, para promover a sua alteração ou extinção é preciso a edição de um ato hierárquico igual ou superior.
Se a CF exige que a lei instituía tributos, também o faz, implicitamente, para a respectiva extinção.
A exigência de lei para majoração de tributo traz ínsito o mesmo requisito para a respectiva redução.
Art. 97 do CTN.
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO
O STF entende que as matérias não contidas no rol do art. 97 do CTN não estão abrangidas pelo princípio da legalidade. 
Os casos mais relevantes são:
1. A atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (expressamente ressalvada pelo §2º)
A atualização não se confunde com o aumento da base de cálculo, estando este reservado á lei.
Ex. IPTU – tendo por base de cálculo o valor venal do imóvel,o IPTU é calculado tomando por base tabelas que estipulam o valor do metro quadrado do imóvel nas diversas zonas do município.
Os valores estipulados são corroídos pelo fenômeno inflacionaram e quando o município, utilizando-se de índices uniformes, resolve atualizá-los, pode fazê-los por meio de Decreto do Prefeito, pois não está a AUMENTAR a base de cálculo, mas apenas a impedir que ela seja artificiosamente diminuída.
Os entes federados podem utilizar-se de índices locais para a correção monetária dos seus tributos.
No âmbito do STJ, têm-se entendido que a liberdade para que os M estipulem o índice de correção monetária para o IPTU é relativa, tendo por limite o “índice oficial de correção monetária” (S. 160 STJ)
Em relação ao prazo para pagamento do tributo, o STF entende ser possível a fixação por decreto, pois não está previsto no artigo 97 do CTN.
OBS. no texto originário da CF 88 eram previstas apenas 4 exceções, quais sejam a possibilidade de alteração, dentro dos limites legais, das alíquotas dos II, IE, IOF e IPI
A CF dispõe que essas alterações são de competência do Poder Executivo, mas não estipula por qual ato normativo. A doutrina entende poder ser um decreto presidencial.
Na prática as alterações das alíquotas do II e IE são realizadas pela Câmara de Comércio Exterior, enquanto o IPI e o IOF têm suas alíquotas alteradas diretamente por decreto.
Em ambos os casos a alteração tem sido realizada por ato do poder executivo, não havendo desobediência ao texto constitucional.
Com a entrada da EC 33/01 foram criadas duas outras exceções ao princípio da legalidade no tocante a alterações das alíquotas:
1. Poder executivo pode reduzir ou restabelecer as alíquotas da CIDE-combustíveis (o presidente tem usado o decreto como via normativa para tal)
2. Estados e DF, mediante convenio (não obedecendo a legalidade), podem definir alíquotas do ICMS – monofásico incidente sobre combustíveis definidos em lei complementar.
OBS. restabelecer é diferente de aumentar, no sentido de que aquela não poderá ser maior do que a alíquota já pre-existente, enquanto essa pode ser aumentada.
LEGALIDADE E MEDIDA PROVISÓRIA
A partir da EC 32/01 a CF previu que, ressalvados o II, IE, IOF e o IPI e os Impostos Extraordinários de Guerra, a MP que implique majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o ultimo dia daquele em que foi editada.
Assim, estabelecidos requisitos (relevância e urgência) para o uso da MP em matéria tributária, fica claro que a utilização é lícita.
OBS. a restrição relativa a necessidade da conversão em lei no exercício da edição da MP aplica-se exclusivamente aos impostos, de forma que, no tocante as demais espécies tributarias, a regra da anterioridade deve ser observada, tomando como referencia a data da publicação da MP e não da sua conversão em lei.
OBS. MP não pode tratar de fatos geradores, alíquotas, base de cálculo e contribuintes.
2. A fixação do prazo para recolhimento (jurisprudência do STF)	
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
A isonomia possui uma acepção horizontal e uma vertical.
Horizontal – refere-se às pessoas que estão niveladas na mesma situação e que, portanto, devem ser tratadas da mesma forma.
Ex. contribuinte com o mesmo rendimento e mesma despesa devem pagar o mesmo IR.
Vertical – refere-se às pessoas que estão em situações distintas e que por isso devem ser tratadas de maneira diferenciada na medida em que se diferenciam.
É vedado aos entes federados instituir tratamento desigual entre contribuintes que estejam na mesma condição.
Assim é possível afirmar que, havendo desigualdade relevante, a CF não apenas permite a diferenciação como também a exige.
Isonomia e Capacidade contributiva
Em matéria tributária o principal parâmetro de desigualdade a ser considerado para a atribuição de tratamento diferenciado as pessoas é, exatamente, sua CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. 
Assim, o princípio da capacidade contributiva está ligado ao princípio da isonomia, dele decorrendo diretamente. (art. 145, §1º)
OBS. apesar da CF ter previsto a aplicação do princípio da capacidade contributiva apenas para os impostos, o STF entende que nada impede sua aplicação a outras espécies tributárias.
A aplicação aos impostos decorre do entendimento de que todos os impostos incidem sobre alguma manifestação de riqueza do contribuinte (auferir renda, ser proprietário, importar, etc)
A imposição constitucional de progressividade do IR é exemplo de regra teleologicamente (finalisticamente) ligada aos princípios da capacidade contributiva e isonomia.
A CF faculta (art. 145, §1º) a administração pública identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Assim, diante do advento da LC 105/01, tornou-se possível ao fisco requisitar diretamente às instituições financeiras (sem necessidade de ordem judicial) informações protegidas por sigilo bancário.
PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA
A segurança jurídica é, ao lado da justiça, um dos objetivos fundamentais do direito. A ideia presente é a da certeza do direito, da certeza de que as situações consolidadas pelo passar do tempo também estarão juridicamente asseguradas.
Em matéria tributária, para o contribuinte, não basta a segurança com relação aos fatos passados (irretroatividade da lei), também se faz necessário um mínimo de previsibilidade quanto ao futuro próximo.
Para que o contribuinte não fosse pego de surpresa com alterações e exigências de tributos, a EC 43/03 estendeu como regra para os tributos em geral o princípio da noventena, que até então só era aplicável as contribuições para o financiamento da seguridade social por força do art. 195, §6º da CF.
Assim, foi incluída no art. 150, III, a alínea ‘C’ afirmando que é vedado cobrar tributos antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observando-se ainda a anterioridade.
Agora a novententa e a anterioridade andam juntas, devendo serem observadas conjuntamente.
A regra agora é a exigência mínima de 90 dias para a cobrança de tributos, que, mesmo assim, só pode ser feita no exercício financeiro subsequente ao de sua instituição ou majoração.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
É vedado aos entes tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (150, III, a, CF)
Os objetivos do legislador são:
1. Impedir a tributação de fatos que, no momento de sua ocorrência, não estavam sujeitos à incidência tributária;
2. Garantir que a tributação já verificada é definitiva, não podendo ser objeto de majoração por legislação posterior.
O IR é tributo sujeito ao princípio da anterioridade do exercício financeiro e, por conseguinte, as leis que o tornem mais gravoso somente poderiam gerar efeitos a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação.
Não obstante a esse entendimento, o STF sumulou (594) entendimento desprezando tanto a anterioridade quanto a irretroatividade.
S. 584. Ao IR calculado sobre os rendimentos do ano aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
A CSLL NÃO está sujeita ao princípio da anterioridade do exercício financeiro, dependendo a produção de efeitos decorrentes de eventual majoração apenas da obediência a um período mínimo de noventa dias entre a data da publicação da lei o fato gerador.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO
É vedada a U, E, DF e M cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (CF, 150, III, b)
A regra aqui toma como marco temporal a data da publicação da lei; enquanto no princípio da irretroatividade o marco é a data da vigência dessa mesma lei.
O princípio existe para proteger o contribuinte, não impedindo, a imediata aplicação das mudanças que diminuam a carga tributária a que o contribuinte está sujeito (casos de extinçãoou redução de tributos) ou que tenham qualquer impacto sobre essa carga tributária.
O STF entende que a norma que se restringe a mudar o prazo para pagamento de tributo, mesmo antecipando-o, não agrava a situação do contribuinte, nãos e sujeitando a regra da anterioridade do exercício.
O STF entende que não configura aumento de tributo a mera redução ou extinção de desconto legalmente previsto, não sendo caso de incidência do princípio da anterioridade.
EXCEÇÕES a ANTERIORIDADE – 150, §1º, CF
1. II, IE, IPI e IOF
Essa existem pois tais tributos possuem características extrafiscais, constituindo-se em mecanismos de intervenção no domínio econômico, postos nas mãos do poder executivo federal.
Parte da doutrina entende que o IPI é um imposto fiscal, sendo o 2º maior arrecadador federal.
Sendo tratado como fonte de arrecadação, foi necessário criar um mecanismo de defesa para o contribuinte contra as majorações repentinas de sua incidência.
Assim o legislador ao estender o princípio da noventena par a maioria dos tributos, não excetuou o IPI, que passou a ser o único dos impostos ditos reguladores cujos efeitos das majorações porventura realizadas estão sujeitos a prazo.
2. Impostos extraordinários de guerra
3. Empréstimos compulsórios (guerra e calamidade)
No caso desses dois itens, a não sujeição à anterioridade deve-se a indiscutível urgência na obtenção de recursos para enfrentar as graves situações que autorizam a instituição dos tributos.
4. Contribuições para Finan. Da Seguridade Social
5. ICMS monofásico sobre combustíveis 
6. CIDE-combustíveis.
OBS. o STF entende que a revogação de isenção NÃO se equipara a criação ou a majoração de tributo, sendo apenas a dispensa legal do pagamento de exação já existente, de forma que o tributo volta a ser imediatamente exigível, não sendo aplicável o princípio da anterioridade.
As isenções não condicionadas ou sem prazo defindio podem ser revogadas a qualquer tempo por lei e, uma vez revogada a isenção, o tributos volta a ser imediatamente exigível, sendo impertinente a inovação do princípio da anterioridade.
OBS. para o CTN os dispositivos da lei que revogam isenções relativas a IR somente entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL OU NOVENTENA
Anteriormente a CF trazia a exigência do prazo de 90 dias entre a data da publicação de uma lei que majorasse ou criasse o tributo apenas para as contribuições para financiamento da seguridade social.
Instituído ou majorado tributo, a respectiva cobrança só pode ser realizada após o transcorrer de, no mínimo, 90 dias da data da publicação da lei instituidora/majoradora e desde que já atingido o início do exercício subsequente.
NOVENTENA E MEDIDAS PROVISÓRIAS
A situação de poder MP majorar ou instituir tributos, levou o STF a discussão acerca do termo inicial da contagem do prazo de 90 dias, se a data da edição da MP ou da sua final conversão em lei.
Anteriormente a MP tinha prazo de trinta dias, podendo ser reeditada por igual período por inúmeras vezes.
Com o advento da EC32/01 as MP’s passaram a ter vigência por 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Assim, na metade do prazo da prorrogação, completam-se os 90 dias para o início da cobrança do tributo.
Se a MP for convertida em lei sem alteração a cobrança continua.
Se a conversão se der com alteração, deve-se reiniciar a contagem da data da publicação da lei de conversão.
Se a MP for rejeitada ou perca a eficácia por decurso do prazo (120 dias) o tributo (ou a majoração) deixa de ser cobrado.
Nesse caso houve cobrança com base na MP durante 30 dias, cabendo ao Congresso disciplinar por decreto legislativo as relações jurídicas geradas, ou seja, definir se haverá ou não devolução dos valores recolhidos (62, §3º, CF)
Caso o Congresso silencie e não edite o decreto no prazo de 60 dias, as relações jurídicas geradas conservam-se regidas pela MP, ou seja, na prática, os valores pagos não são devolvidos.
EXCEÇÕES A NOVENTENA
Artigo 150, §1º CF
1. II, IE e IOF
Veja-se que apenas o IPI se sujeita a noventena.
2. Impostos extraordinários de guerra
3. Empréstimos compulsórios (guerra e calamidade)
Esses dois itens seguem como justificativa a urgência.
4. IR
É possível que uma majoração do IR por meio de lei publicada em 31 .12 gere efeito a partir do dia seguinte, visto que o tributos só obedece a anterioridade do exercício.
5. Base de cálculo do IPTU
6. Base de cálculo do IPVA
PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO
Art. 150, IV, CF – proíbe a utilização do tributo com efeito de confisco, e não que o tributo configure confisco, pois esta segunda proibição já que é decorrente da própria definição de tributo, uma vez que confisco, no Brasil, é punição e o tributo, por definição, não pode ser sanção por ato ilícito.
Tributo confiscatório seria um tributo que servisse de punição; já o tributo com EFEITO confiscatório seria o tributo com incidência exagerada de forma que, absorvendo parcela considerável do patrimônio ou da renda produzida pelo particular, gerasse neste e na sociedade uma sensação de punição. Assim, são expressões equivalentes e vedadas.
Poderia ser definido como princípio da razoabilidade ou proporcionalidade da carga tributária.
A CONFIGURAÇÃO DE CONFICO
Efeito confiscatório é conceito INDETERMINADO, sujeito a alto grau de subjetividade
Porém, o Judiciário pode reconhecer a existência de um verdadeiro abuso do direito de tributar, tendo em vista a absorção de parcela substancial do patrimônio ou renda dos contribuintes.
Assim, por ter conceito jurídico indeterminado e bastante aberto, cabe o juiz, em cada caso que lhe for submetido, avaliar a existência ou não de confisco.
Segundo o STF não se deve analisar o tributo isoladamente, pois pode ser que o seu peso individual não aparente efeito confiscatório, mas, ao ser acrescido a outros tributos incidentes sobre a mesma manifestação de riqueza e cobrados pelo mesmo ente, a razoabilidade desapareça.
PERSPECTIVA DINAMICA E ESTATICA DA TRIBUTAÇÃO DO PATRIMONIO
A tributação do patrimônio pode ser analisada sob a perspectiva:
1. Estática – analisa-se a tributação do patrimônio em si mesmo, não havendo preocupação em se aferir potenciais mutações que acresçam o valor do bem tributado.
Ex. IPTU, IPVA, ITR
2. Dinâmica – leva-se em consideração as potenciais mutações que constituem acréscimos patrimoniais, como no caso de aluguel de um imóvel.
PENA DE PERDIMENTO E CONFISCO
Não se confunde a pena de perdimento de bens com tributo confiscatório.
O tributo não é sanção por ato ilícito.
A pena de perdimento de bens tem caráter punitivo.
Assim, nada impede, portanto, que em casos de comprovação de graves infrações tributárias, a legislação especifica preveja como pena a perda dos bens
TAXAS E PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO
Ao contrário dos impostos, AS TAXAS NÃO se fundamentam primordialmente na solidariedade social, não tem como fato gerador uma manifestação de riqueza do contribuinte.
As taxas tem caráter contraprestacional, remunerando o Estado por uma atividade especificadamente voltada para o contribuinte.
Assim a verificação de caráter confiscatório da taxa é feita comparando-se o custo da atividade estatal com o valor cobrado a título de taxa
Se o valor da taxa, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto a disposição do contribuinte, dando causa a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro) configurar-se-á quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa a vedação do não confisco. 
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO
O inciso V do art. 150, CF, proíbe os entes federado de “estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo PoderPúblico”.
 O objetivo é evitar que os entes políticos criem tributos incidentes sobre a passagem de pessoas e bens em seus territórios.
EXCEÇÕES
1. Possibilidade de cobrança do ICMS interestadual
Como a cobrança tem fundamento constitucional, é plenamente válida, não havendo que se discutir sua legitimidade, acabando por constitui uma limitação ao tráfego de bens pelo território nacional.
2. PEDÁGIO
O pedágio considerado como tributo, nos termos constitucionais, é apenas aquele cobrado pelo Poder Público pela utilização de vias por ele conservadas.
O STF entende que o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço.
O fato gerador seria a utilização da rodovia.
O pedágio tem sido cobrado por particulares em regime de concessão, permissão ou autorização.
O regime inerente a tais formas de delegação a entidades de direito privado é o contratual.
Também terá natureza contratual o pedágio cobrado, que em tais casos terá natureza de preço publico ou tarifa.
VEDAÇAÇÕES ESPECIFICAS À UNIÃO – PROTEÇÃO AO PACTO FEDERATIVO – art. 151 CF
O objetivo das vedações voltadas à União, é proteger o pacto federativo, impedindo ao ente que tributa em todo o território nacional a utilização desse poder como meio de submeter os entes menores à sua vontade, tolhendo-lhes a autonomia.
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRAFICA DA TRIBUTAÇÃO – 151, I, CF
Veda a união “instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferencia em relação a Estado, DF ou a M, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País”.
Não pode a União estipular diferentes alíquotas do IR nos Estados.
Há alguns casos em que o beneficio concedido parece caminhar na contramão do princípio da isonomia.
A situação é praticamente inevitável, pois, ao conceder benefícios fiscais com o objetivo de atrair grandes empresas para regiões menos desenvolvidas do Pais, acaba-se por negar o mesmo tratamento a empresas de menor potencial econômico que estejam instaladas nas regiões mais prosperas.
O STF entende que a concessão de isenção se funda no juízo de conveniência e oportunidade de que gozam as autoridades públicas na implementação de suas politicas fiscais e econômicas.
Não cabe ao Judiciário, que não pode se substituir ao legislador, estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia.
VEDAÇÃO À UTILIZAÇÃO DO IR COMO INSTRUMENTO DE CONCORRENCIA DESLEAL – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA TRIBUTAÇÃO DA RENDA – 151, II, CF
É vedada a União “tributar a renda das obrigações da dívida pública dos E, DF e dos M, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes”.
A restrição é aplicável ao IR, visa evitar que a U utilize o tributo como um meio de concorrer deslealmente no mercado de títulos da dívida pública e na seleção de servidores públicos.
Não se tributa o rendimento do ente federado que emitiu o título, mas sim a renda gerada pela operação, que é rendimento do particular adquirente do título.
O que se veda é que a U tribute os rendimentos gerados pelos títulos estaduais e municipais de maneira mais gravosa que aqueles gerados pelos títulos que ela própria emitiu.
Veda-se, também, que a U tribute os rendimentos dos servidores públicos E e M de maneira mais gravosa do que aquela estipulada para os servidores públicos federais.
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS ISENÇÕES HETERONOMAS
A isenção é forma de exclusão do credito tributário, consistente na dispensa legal do pagamento do tributo.
É beneficio fiscal concedido exclusivamente por lei, em regra pelo ente que tem competência para a criação do tributo.
Assim o poder de isentar é natural decorrência do poder de tributar.
A regra, é que as isenções sejam autônomas, porque concedidas pelo ente federado a quem a CF atribuiu a competência para a criação do tributo.
A vedação é importante garantia protetora do pacto federativo, pois impede que os entes maiores, por ato próprio, interfiram na arrecadação dos entre menores, pondo-lhes em risco a autonomia.
EXCEÇÕES
1. É permitida a U conceder, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ICMS incidente nas operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior (155, §2º, X e XII, CF) (OBS. ICMS tributado nas comercializações no exterior, deixou de vigorar a partir da EC 42/03)
2. Possibilidade de a U conceder, também via lei complementar, isenção heterônoma so ISS, da competência do M nas exportações de serviços para o exterior. (156, § 3º, II)
PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO BASEADA EM PROCEDENCIA OU DESTINO – 152, CF
Aplicável exclusivamente ao E, DF e M, vedando-se estabelecer diferenças tributárias entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência ou destino.
Proibi que os entes locais se discriminem entre si.
OBS. somente a U está autorizada a estipular tratamento tributário diferenciado entre os Estados tendo por meta diminuir as desigualdades socioeconômicas tão comuns no país.
Assim, providencias, semelhantes não são licitas aos E e M, sob pena de grave risco ao pacto federado.
Não pode haver discriminação com base em procedência, logo, não podem os E, p.e., estatuir alíquotas mais elevadas de IPVA para veículos importados.
Esse entendimento é ratificado pela chamada cláusula do tratamento nacional, que prevê a equivalência de tratamento entre o produto importado, quando este ingressa no brasil, e o produto similar nacional.

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