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Surto alimentar

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Surto alimentar
Isabella Souza l. Bragança
Definição:	
Surto de Doença Transmitida por Alimento (inclusive a água) é definido como um incidente no qual duas ou mais pessoas apresentam uma doença similar resultante da ingestão de um alimento contaminado (CDC, 1996). 
O que é um surto?
Em geral define-se surto como um incidente no qual duas ou mais pessoas apresentam uma determinada doença causada por uma fonte comum.
Como os surtos são reconhecidos?
Podem ser identificados de várias maneiras:
 Profissionais de saúde atentos, clínicos, infectologistas, enfermeiras, profissionais de laboratório, percebem em sua rotina uma elevação do número de casos de certas doenças, ou de sua gravidade e notificam.
 Análise de rotina de dados de vigilância epidemiológica, que são obtidos a partir da notificação compulsória ou busca ativa e possibilitam estabelecer os padrões da doença ao longo do tempo. Se na análise de rotina ocorrer um aumento de casos, é provável que um surto tenha ocorrido ou esteja em curso.
Por que investigar surtos?
 Interromper a fonte de transmissão e eliminar o risco da doença se disseminar para outras pessoas;
 Reduzir a gravidade do problema;
 Estabelecer medidas de controle e prevenção de futuros surtos.
 Oportunidade para conhecimento de novos patógenos ou de novos comportamentos de velhos patógenos; 
Importância da investigação dos surtos de DTA
 Identificar e eliminar fontes de contaminação, controlar e prevenir outros casos;
 Aprender sobre as doenças que causam DTA;
 Conhecer os fatores condicionantes e determinantes de um surto;
 Desenvolver programas educativos;
 Criar subsídios para novos regulamentos sanitários e/ou novas condutas médicas;
 Melhorar a qualidade e segurança de alimentos/água;
 Melhorar a qualidade de vida e saúde da população. 
Passos de uma investigação de um surto:
A rapidez para investigar a causa é essencial. Para uma investigação adequada, são utilizados 10 passos:
1. Planejamento do trabalho em campo
2. Confirmação da existência de surto
3. Confirmação do diagnóstico
4. Definição e identificação de casos
5. Descrição dos dados surto em tempo, lugar e pessoa
6. Geração de hipóteses
7. Avaliação das hipóteses
8. Refinamento das hipóteses e estudos complementares
9. Medidas de controle e prevenção
10. Relatório e comunicação dos resultados
Doenças de origem alimentar
De acordo com a OMS doenças de origem alimentar possuem natureza infecciosa ou tóxica, causadas pela ingestão de água ou alimentos contaminados com algum tipo de agente patológico. Também segundo a OMS, diarreias associadas ao consumo de alimentos e águas impróprias são as principais causas de mortes em países pobres, matando cerca de 1,8 milhões de pessoas por ano, principalmente crianças.
As doenças de origem alimentar podem ser provocadas por mais de 250 tipos de bactérias, fungos ou vírus. 
Muitos desses micro-organismos vivem naturalmente no ambiente onde os alimentos são produzidos e podem ser eliminados pelo calor durante o cozimento do alimento e também pelas boas práticas de higiene.
As bactérias são os micro-organismos que mais contaminam os alimentos. Elas podem se multiplicar rapidamente caso encontrem um ambiente favorável, com nutrientes abundantes e temperatura adequada, além de umidade, concentração de oxigênio e pH adequados.
Quais são essas doenças?
 Entre aquelas que se manifestam com diarreia aguda estão as enteroviroses causadas mais frequentemente pelo rotavírus e norovírus, as parasitoses por Cryptosporidium e Giárdia, e as causadas por bactérias como Bacillus cereus, Clostridium perfringens, Escherichia coli patogênica (vários tipos), Salmonella (vários tipos), Shigella, Staphylococcus aureus, e outras.
Clostridium perfringens
As intoxicações causadas por Clostridium perfringens, anteriormente designado por C. welchii, resultam da ingestão de alimentos contaminados com a enterotoxina produzida por um elevado número de células vegetativas deste organismo.
A maioria das intoxicações surge com C. perfringens produtor da enterotoxina do tipo A. Esta enterotoxina é uma proteína formada durante o processo de esporulação no interior do intestino, e interfere no transporte de água, sódio e cloretos através da mucosa intestinal.
Os sintomas clássicos desta intoxicação (gastroenterite) são dores abdominais agudas, diarreias com náuseas, febre, e, em casos raros, vômitos.
 
Botulismo
Causado pela toxina da bactéria Clostridium botulinum formada em conservas, em geral caseiras, de vegetais e carnes, ou em outros alimentos preparados sem higiene ou sem procedimentos corretos;
Salmonella
A Salmonella é transmitida ao homem através da ingestão de alimentos contaminados com fezes animais. Os alimentos contaminados apresentam aparência e cheiro normais e a maioria deles é de origem animal, como carne de gado, galinha, ovos e leite. 
A maior parte das pessoas infectadas com Salmonella apresenta diarréia, dor abdominal (dor de barriga) e febre.
Staphylococus aureus
Staphylococus aureus pode invadir nosso organismo através da ingestão de alimentos contaminados. Além de atacar diretamente nosso corpo, o S.aureus também produza uma série de toxinas, que quando ingerida, provocam uma intensa infecção intestinal com vômitos e diarréia 
Hepatite A
Hepatite A é uma inflamação do fígado causada por um vírus, geralmente tem um curso benigno, evoluindo para a cura espontânea em mais de 90% dos casos. A hepatite A é causada pelo vírus da hepatite A. Sua transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados com matéria fecal.
Febre Tifoide
A Febre Tifóide é causada pela Salmonella Typhi, veiculada por água e alimentos contaminados com esgoto/dejetos humanos e também por alimentos preparados por mãos sujas ou mal lavadas de portadores (pessoas que tiveram a infecção e permanecem contaminados, sem sintomas). Provoca transtornos abdominais (cólicas, constipação) e febre alta, e nos casos mais graves, várias complicações que podem levar ao óbito.
Rotavirose
A rotavirose é uma doença infecciosa causada pelo vírus do gênero rotavírus. Ela afeta mais gravemente crianças abaixo dos cinco anos de idade. 
Sua transmissão se dá através do contato direto com a pessoa infectada, através da ingestão de água contaminada, consumo de alimentos contaminados, contato direto com objetos contaminados e através do contato com fezes, uma vez que há uma alta concentração do vírus causador desta doença nas fezes do doente.
Escherichia Coli (E. Coli)
Alguns exemplos de doenças que podem ser causadas pela contaminação com a Escherichia Coli (E. Coli) são:
Gastroenterite;
Infecção urinária;
Pielonefrite;
Apendicite;
Peritonite;
Meningite e
Septcemia.
A contaminação ocorre através do consumo de água ou alimentos contaminados com a bactéria e neste caso ela poderá causar gastroenterite. 
Profilaxia
 Cozinhar, assar ou fritar muito bem carnes bovinas, suínas, aves, peixes, ovos ou outros produtos de origem animal.
 Separar os alimentos durante sua preparação – separar aqueles que já foram lavados e desinfetados dos que ainda serão preparados. Sempre higienizar os utensílios.
 Lave sempre as mãos, lave bem frutas e verduras.
 Lavar sempre as latinhas e garrafas de refrigerantes ou de outras bebidas.
Referências bibliográficas
 Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DDTHA), Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), SES‐SP, em novembro de 2009
 Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – SES/SP Coordenadoria de Controle de Doenças ‐ CCD Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE/CCD Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar – DDTHA/CVE 
http://www.rc.unesp.br/ib/ceis/mundoleveduras/2013/Doen%C3%A7asdeOrigemAlimentar.pdf

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