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Vivian Rocha Módulo de Anfíbios Prof.: Sergio Vivian Rocha 2 Índice Sinapomorfias: ......................................................................................................................... 4 Ordem Gymnophiona (Cecílias ou Cobra cega) ...................................................................... 4 Ordem Urodelo (Salamandras e Tritões) ................................................................................. 5 Ordem Anura (Sapo, Perereca e Rã) ........................................................................................ 5 Sapos ..................................................................................................................................... 5 Perereca................................................................................................................................ 6 Rã .......................................................................................................................................... 6 I - Respiração ........................................................................................................................... 6 Adaptações de algumas espécies para a respiração ............................................................ 7 II - Caracteres do Tegumento .................................................................................................. 7 Derivados do tegumento ....................................................................................................... 7 III - Sistema Circulatório ......................................................................................................... 8 IV- Esqueleto ............................................................................................................................ 9 V- Excreção .............................................................................................................................. 9 VI - Alimentação..................................................................................................................... 10 VII - Reprodução .................................................................................................................... 10 VIII - Desenvolvimento........................................................................................................... 10 IX - Estratégias de Reprodução ............................................................................................. 11 Ovos dos anfíbios ............................................................................................................... 11 Vocalização ........................................................................................................................ 11 X - Sistema Nervoso ............................................................................................................... 11 Visão ................................................................................................................................... 12 Audição ............................................................................................................................... 12 Olfato .................................................................................................................................. 12 Linha Lateral ...................................................................................................................... 12 Outros Sentidos .................................................................................................................. 13 Vivian Rocha 3 Anfíbios são animais que vivem na água e na terra ao mesmo tempo (mais isso nem sempre é verdade). Pois existem sapos, pererecas e salamandras. Muitos desses animais vivem na água o tempo todo e se os retirarmos da água eles morrem desidratados. A maioria dos sapos vai a água reproduzir e volta, se obrigarmos ele a ficar dentro da água ele morre afogado. Respiração cutânea O nome anfíbio significa duas vidas, uma como larva aquática e outra como adulto terrestre. Mais nem todos os animais da classe anfíbios seguem esse padrão, há inúmeras espécies de sapos que não possuem uma larva aquática, muitas espécies colocam ovo no solo e já nasce um sapinho. Três conceitos da palavra anfíbios: animais que vivem tanto na água como na terra; apresentam uma vida dupla (com duas fases); e a classe dos anfíbios (grupo zoológico). Existem três grupos de animais que são considerados da classe anfíbios: Gymnophiontes (cobras cegas ou cecílias) Urodelos (salamandras e tritões) Anuros (sapo, perereca e rã) O primeiro grupo não possui pata e cauda, o segundo tem quadro patas e uma cauda e o terceiro tem quatro patas, mas não possui cauda. Para que haja trocas gasosas a pele precisa estar úmida, mas como muitos destes animais estão longe da água, eles possuem glândulas mucosas especiais lubrificando a pele, mantendo a pele úmida constantemente. Na passagem desses animais para terra eles aprimoram a respiração pulmonar e adquiram a respiração cutânea, sendo esta uma das sinapomorfias deste grupo. Para que ocorresse a respiração cutânea eles desenvolveram um tegumento desprovido fâneros, eles perderam o revestimento da pele. Essa pele possui a capacidade de absorver oxigênio e liberar gás carbônico, eles desenvolveram uma circulação especializada que faz essa troca respiratória, sendo assim eles possuem um tegumento altamente vascularizado, esses animais possuem duas grandes circulações, uma que vai para o corpo e a outra chamada de pulmo-cutânea para a retirada daquele oxigênio que a pele vai adquirir. Isso tornou a pele mais permeável e trouxe varias de consequências: essa pele precisa ser permeável, úmida e possuir vasos sanguíneos. Os anfíbios abriram mão da camada de queratina que protege a pele para poder fazer a respiração cutânea e para evitar possíveis infecções eles possuem uma pele repleta de antimicrobianos que estão localizados em glândulas abaixo da pele. Então os anfíbios vão possuir abaixo de sua pele dois tipos de glândulas: glândulas de muco que vão lubrificar a pele mantendo-a úmida para que haja troca respiratória e glândulas chamadas de granulosas ou de veneno que produzem um veneno que serve para proteger a pele do sapo para que microrganismos não entrem. O número de espécies tem aumentado isso se deve ao fato da definição do conceito de espécies ser mais amplo conseguindo caracterizar mais grupos como espécie, outro motivo é desenvolvimento de equipamentos que permitam não só encontrar como também analisar melhor as espécies, o aumento do número de cientistas interessados em estudar anfíbios e o refinamento dos métodos de estudo (outras maneiras de observar as espécies). Os anfíbios são tão cartilaginosos como nós, pois possuímos esqueleto ósseo com partes cartilaginosas. Esses ossos podem ter diferentes origens, podem ter origem cartilaginosa, ossos com origem em membranas e ossos com origem na pele (ossos dérmicos). Por uma questão histórica e prática (a forma de captura, coleta e armazenagem são parecidas) estudamos anfíbios e répteis juntos, mais são dois grupos totalmente distintos. Vivian Rocha 4 Quase todos os anfíbios são da ordem anura. A ordem Gymnophiontes é considerada a menor ordem, por viverem enterrados ou no fundo de riachos (aquáticos) e pela dificuldade serem encontrados é possível que esse número seja muito maior. Sinapomorfias: Dentes pedicelados - Dentes colados no osso. Um dente para ser considerado verdadeiro precisa ter esmalte, uma dentina e polpa, então os anfíbios têm dentes verdadeiros(nem todos eles possuem dentes verdadeiros, alguns perderam os dentes). Esse dente é dividido em duas partes coroa e uma parte chamada pedicelo, separando essa duas partes um anel fibroso, esse dente que tem uma coroa, pedicelo separado por um anel fibroso é chamado de dente pendicelado. Todos os anfíbios têm isso. Complexo operculum-columella - Os anfíbios possuem duas audições, o tímpano esta localizado do lado de fora onde vibra um ossículo chamado columela, e vibra ouvido interno. Dentro do ouvido interno essa vibração estimula uma estrutura chamada de papilla basilaris que manda uma informação para a região do cérebro, sons agudos são recebidos abaixo de 1000hz. Os sons graves são recebidos pelos braços ou mais frequentemente pela homoplata ou escapula. A escapula recebe o som grave e este é transmitido para o ouvido interno via músculo chamado músculo operculares que vai para outra região do cérebro, logo são dois sentidos tão distintos porque vão para regiões diferentes do cérebro, quanto audição e visão. Se o som esta muito intenso ele reduz a entrada do som para não prejudicar as papilas ou cílios das papilas basilares ou operculares. Tegumento - A pele é protegida por glândulas de veneno ou glândulas granulosas que protegem a pele da entrada de microrganismos e glândulas mucosas que vão manter a pele lubrificada. Músculos levator bulbi e retrator bulbi - Um músculo que puxa o olho para fora e o outro que puxa o olho para dentro, os músculos levator bulbi e retrator bulbi possuem essa função. Como os anfíbios não têm palato duro no céu da boca, quando o olho é puxado para dentro ele pressiona o teto da boca e forma um volume ali dentro, então olho vai entrar na cavidade bucal. Bastonetes verdes - um tipo distinto de célula retiniana. Corpos gordurosos ou amarelos - estrutura de reserva, próximo às gônadas, um sapo só vai reproduzir se esse corpo adiposo estiver bem desenvolvido, pois durante a reprodução eles vão gastar muita energia, que é retirada do corpo gorduroso. O ar é colocado para dentro através de bombeamento - Os anfíbios não têm diafragma, as costelas ou não existem ou são apenas dorsais e imóveis, eles colocam ar para dentro do pulmão, enchendo a boca de ar comprimindo-o e bombear o ar para dentro. Ordem Gymnophiona (Cecílias ou Cobra cega) É a ordem mais basal de anfíbios. Gymn = nú, desprovido de alguma coisa; ophiona = semelhante a uma cobra. Gymnophiona quer dizer uma cobra desprovida de escamas em ultima analise. Cecílas vem de cego, então são animais cegos. São todos tropicais. São animais cilíndricos ou alongados, vermiformes, tem poucos centímetros, corpo segmentado superficialmente, o que dá ao corpo certa mobilidade. Não apresentam patas e cauda. Númerosas vértebras e costelas, sendo que as costelas não fecham em baixo, não sendo ligadas, portanto a um esterno, não apresentam musculatura ligada a essas costelas, não tendo por isso uma mobilidade própria, logo essas costelas não estão envolvidas no processo respiratório. Os olhos estão reduzidos debaixo da pele, por serem espécies com uma vida subterrânea, sendo a maioria deles fossoriais, ou seja, vivem dentro de Vivian Rocha 5 galerias (minoria aquática). Aqueles músculos do olho existem nestes animais, mas estão modificados, são músculos que puxam o olho para uma região mais clara ou mais escura. Possuem poucos sentidos e os quais garantem a sobrevivência. São predadores que se alimentam de matéria animal, invertebrados e vertebrados. Eles se comunicam, percebem o ambiente através de uma pequena macha entre o olho e a narina chamada de tentáculo que é o principal órgão sensorial. Todas as espécies que foram estudadas possuem uma fecundação interna com órgão copulador chamado de falópio ou falodeu uma estrutura que fica embutida dentro da cloaca e que sai por pressão de linfa. Muitos possuem uma larva aquática que possuem brânquias externas, mas muitos também tem desenvolvimento direto (o filhote já nasce com a cara do adulto). Nas espécies terrestres que tem desenvolvimento direto foi observado comportamento parietal, a mãe fica enrolada nos ovos ate nascerem os filhotes. Estudou-se uma espécie vivípara, onde ovo fica dentro da fêmea ate o nascimento. Sinapomorfias: olhos reduzidos, tentáculo sensorial, sem apêndices locomotores. Ordem Urodelo (Salamandras e Tritões) Possuem cauda e dois pares de patas semelhantes, tem olho normal. Possuem um corpo cilíndrico só que não é alongado, tem sulcos no corpo o que permite uma mobilidade, apresentam costelas e vértebras em número menor do que os gymnophiona. A sinapomorfias estão na formação da mandíbula e do esqueleto do crânio. A fecundação tem duas formas básicas, 1/3 dos urodelos tem uma reprodução parecida com a dos anuros, macho e fêmea se abraçam e como as suas peles são permeáveis vai haver uma troca de hormônios, a fêmea joga os ovos na água e o macho elimina em cima desses ovos os espermatozóides. Eles possuem em regiões especificas da pele glândulas chamadas de endoeas, são glândulas que estimulam a reprodução. Então 1/3 tem essa reprodução externa o outro grupo tem uma fecundação interna sem copula. Podem ter desenvolvimento direto ou indireto. Existem ate espécies vivíparas. Existem casos de pedomorfose, mudança nos tempos das fases. O que diferencia um filhote de um adulto é a maturidade das gônadas. São predadores e principalmente encontrados no hemisfério norte ou no norte da America do sul. Ordem Anura (Sapo, Perereca e Rã) Animais sem cauda na fase adulta, suas larvas com frequência são herbívoras, membros posteriores (patas traseiras) adaptadas para o salto, patas dianteiras pequenas e fortes, corpo compacto, número muito pequeno de vértebras, não possuem costelas (quando as tem são muito raras), a parte respiratória é adaptada para produzir sons, a reprodução deles e muito ligada à vocalização. Podem ter desenvolvimento direto ou indireto, quando é indireto é através larva, sendo esta muito diferente do adulto. Não estão presentes em regiões desérticas e geladas. Tem dentes de três tipos: maxilares, mandibulares e vomerianos. Fecundação externa com amplexo (ficam abraçados) ou interna, larva com metamorfose evidente. Raríssimos casos de fecundação interna e um único caso com órgão copulador. Sapos Nós usamos os sapos com um grupo especifico de anuros, ou o sapo pode ser usado de uma forma generalista (sapo pode ser qualquer anuro). Os sapos são animais mais corpulentos, que tem a pele cheia de grânulos que são glândulas de veneno, são lentos, possuem a pele mais seca e vivem mais longe da água, ou seja, a pele é menos permeável, logo fazem menos troca gasosa pelo tegumento, logo precisam ter um pulmão mais funcional. Sua locomoção geralmente é de salto curto. Eles vão à água apenas para se reproduzir. Vivian Rocha 6 Perereca As pererecas são aqueles animais com discos adesivos na ponta dos dedos, permitindo que elas subam facilmente na vegetação. Elas de modo geral secretam um muco viscoso que algumas vezes pode ser tóxico, causando irritação. Os discos adesivos associados a esse muco viscoso permitem que eles grudem muito bem. Rã São espécies de pele lisa, o muco é muito escorregadio (ao contrario da perereca que é um muco grudento), vivem na beira da água, tem um caroço nas costas que é a cintura pélvica delas (isso tem haver com a locomoção), o fato de o salto ser mais bem aproveitado é por que o corpo dobra e estica no salto. São três nomes para mais de 800 espécies, esses nomes refletem um comportamento, um habito de vida e não uma filogenia. I - Respiração Os anfíbios podem ou não ter costelas, quando as tem, estasnão são moveis e também não possuem diafragma. Eles apresentam uma válvula na narina e na glote (sinapomorfia de anfíbios), para fazer a ventilação do pulmão. A primeira forma de respiração é a respiração branquial, todas as larvas têm este tipo de respiração. Os anuros possuem brânquias internas os urodelos e apodes externas. Os adultos que eram larvas e passaram sem metamorfose para a fase adulta tem respiração branquial na fase adulta. A segunda forma de respiração é respiração cutânea a que muito frequente e desenvolvida nos anfíbios (todos os anfíbios só puderam passar para terra porque a desenvolveram). Essa respiração implica em não ter escamas, ter a pele fina e úmida, ter glândulas protegendo a pele e ter uma ampla circulação para retirar o oxigênio. Todos os anfíbios fazem respiração cutânea tanto na água como na terra, a respiração cutânea vai ser mais fácil na terra por ter muito mais oxigênio. Na água essa respiração será mais fácil se a água estiver fria, porque quanto mais fria a água mais oxigênio ela tem dissolvido. Quanto mais “mexida” a água mais oxigênio ela vai possuir também. Na superfície de lagos vai haver muito mais oxigênio dissolvido do que embaixo. Então quanto, mais aquecida, profunda e lenta a água menos oxigênio ela possui. A respiração caudal nada mais é que uma especialização da respiração cutânea. As larvas que vivem nessas poças de água parada desenvolvem outros mecanismos. O mais comum é a cauda ficar cada vez mais desenvolvida com uma membrana cada vez maior, essa membrana é altamente vascularizada. Girinos que vivem em água muito parada desenvolvem o pulmão muito cedo, muitos ficam na superfície ou vão ate ela pegar uma bolha de ar e voltam. Na respiração bucofaríngeana os anfíbios fazem o bombeamento do ar para dentro. Eles possuem músculos com cartilagem no assoalho da boca, esses músculos puxam a cartilagem para baixo o assoalho da boca é abaixado, aumentando a cavidade bucal, que fica com uma pressão baixa e o ar é então empurrado para dentro. Fechou a glote abriu a narina, baixo o assoalho da boca e a encheu de ar. Outra adaptação dos anfíbios para esse bombeamento é que a boca deles fecha hermeticamente. Esse tipo de respiração só é possível porque a narina e a glote possuem válvulas e a boca fecha hermeticamente. Vivian Rocha 7 Grande parte do oxigênio que respiramos e da glicose que utilizamos e para produzir calor para nosso corpo, os anfíbios são ectodérmicos não produzem calor, então eles respiram muito menos do que nos proporcionalmente. Adaptações de algumas espécies para a respiração Existe uma espécie de sapo (Trichobatrachu) que na época da reprodução quando eles consomem muito mais oxigênio, desenvolveu um mecanismo para resolver isso, que foram pêlos ao longo do corpo, esses pêlos são projeções de pele com vasos sanguíneos dentro, uma estrutura de respiração que esta espécie desenvolve na época da reprodução e depois ele reabsorve esse pêlo de volta. Uma salamandra da America do norte possui membranas (dobras de pele) ao longo do corpo que permitem que estas fiquem mais tempo de baixo d’água, essas dobras de pele aumentam a superfície respiratória dela. II - Caracteres do Tegumento Todos possuem a pele nua (desprovida de fâneros) e fina, vascularizada, com glândulas granulosas, mucosas e endoeas, sem unhas, escamas, garras ou corno. Possuem pigmentos na pele que vão dar as cores desses animais. As cores dos anfíbios podem ser cores químicas ou físicas que em ultima analise acaba sendo a mesma coisa. Cor química é um pigmento que da aquela cor, cor física é um pigmento que tem um prisma, alguma estrutura que muda aquela cor, então a luz ao atravessar o prisma faz com que a luz sai diferente do outro lado. A pigmentação varia, existem espécies que possuem uma coloração quando é jovem e outra quando é adulto. Outros possuem uma coloração de dia e outra a noite. Xantóforos- são amarelos; melaforos- marrons ou pretos; zigdoforos - pigmentos que refletem a luz. Quando a pele começa a perder a permeabilidade esta parte morre e se solta do corpo, então ele vai trocar de pele para mantê-la limpa. Isso era uma grande vantagem antes do aparecimento de indústrias, porque os anfíbios são permeáveis e se existem poluentes no ar ou na água, estes poluentes vão cair direto na circulação deles, alguns poluentes que possuem moléculas grandes ficam grudados do lado de fora entupindo a pele deles e como a pele esta entupida eles arrancam e para não desperdiçar eles engolem este pele. Então poluentes que não entram direto pela circulação acabam entrando pela ingestão, isso torna os anfíbios excelentes bioindicadores. O tegumento, portanto é uma defesa mecânica do bicho, porque tem um pouco de queratina e uma defesa química porque ele é cheio de glândulas granulosas produzindo antibióticos que vão produzir a pele toda dele. O tegumento é uma proteção contra a perda de água, tem uma percepção (percebendo frio, calor e luz), transporta íons (tem haver com a osmoregulação), por ser bastante vascularizado tem um papel importantíssimo na respiração. E esse tegumento ainda tem glândulas envolvidas na secreção de hormônios para a reprodução. Não possuem gordura (lipídeos) no tegumento, pois dificultaria a respiração. Então a pele é fina, úmida, vascularizada, com glândulas de três tipos e desprovida de fâneros. Derivados do tegumento As membranas interdigitais que são utilizadas para nadar e ate para fazer troca respiratória. Em baixo dos pés e das mãos eles possuem calos que amortecem a queda (do salto), estes são Vivian Rocha 8 específicos para cada espécies. São pouco queratinizados, então são suscetíveis a abrasão muito forte. III - Sistema Circulatório Os anfíbios vão possuir dois tipos de circulação diferentes, uma circulação em uma fase, em que ele é uma larva aquática e uma circulação de um animal terrestre. O coração dos anfíbios adultos possui três cavidades, um ventrículo e dois átrios, desse ventrículo único saem dois vasos um para o corpo e um vaso especifico para o pulmão e este vaso bifurca para as brânquias é o vaso chamado de pulmo-cutâneo. Os anfíbios possuem duas grandes circulações, uma que vai para o corpo todo levando o sangue arterial e uma grande circulação que sai daquele vaso pulmo-cutâneo, aonde uma parte vai para o pulmão e a outra parte para tegumento. Ha uma pequena mistura de sangue, que não vai lhes trazer problemas, porque o sangue arterial e venoso chegam e saem juntos, então tempo que eles ficam juntos é muito curto. Nos anfíbios adultos temos dois ou três arcos aórticos. É uma circulação dupla (porque o coração tem duas partes), mas incompleta (porque o ventrículo é único e ha uma mistura pequena de sangue) e fechada (porque os vasos são todos ligados). O sangue vem do corpo entra no átrio, vai para o ventrículo, depois bifurca uma parte vai para o pulmão e uma parte vai para a pele e vai fazer a troca respiratória. Os dois voltam para o coração e de novo vai para o corpo. Nas larvas a circulação é única, o sangue passa uma vez só no coração e este apresenta duas cavidades, um átrio e um ventrículo e possuem 2 ou 3 arcos aórticos. Isso é a circulação sanguínea (fechada) porque ha outra circulação que a circulação linfática que é aberta. A circulação linfática é aberta muita vezes para recolher linfa que esta nos tecidos, então o sistema linfático é aberto em algumas partes. O sangue é formado por um plasma incolor e pelos elementos figurados: glóbulos vermelhos (nucleados), glóbulos brancos (retirada de detritos entre as células, eliminação de microrganismos, produzir anticorpos) e trombócitos (faz o papelde coagulação). O sangue não é totalmente preso aos vasos, quando ele chega aos capilares o sangue pode extravasar (menos as hemácias que estão sempre presas) banhando as células, levando nutrientes, levando oxigênio e retirando gás carbônico e impurezas. Esse plasma volta para o sangue, ele pode entrar diretamente logo adiante pelos capilares ou pode ser recolhido por vasos linfáticos e então é direcionada para os vasos sanguíneos ou para os sacos linfáticos. Existem membranas que ligam a pele à musculatura, essas membranas delimitam áreas em embaixo da pele chamados de saco linfáticos que estão cheios de linfa, esses sacos estão ligados ao sistema linfático, que estão ligados a vasos linfáticos que são ligados ao sistema circulatório. Esses sacos linfáticos se comunicam com a parte circulatória (com a parte sanguínea), muita lentamente. A linfa vai sendo drenada dos sacos linfáticos e volta para eles muito lentamente. Nos vasos linfáticos existem pequenas bombas chamadas de corações linfáticos que impulsionam o sangue da linfa ou do vaso linfático para dentro dos vasos sanguíneos. O sistema linfático é formado pelos sacos linfáticos, vasos linfáticos e corações linfáticos. A circulação serve então para transportar oxigênio, nutrientes, distribuir e homogeneizar a água no organismo, retirar restos nitrogenados, gás carbônico e excesso de água, distribuição de hormônios e para fazer a defesa (percebendo invasões e eliminá-las). Alem disso os anfíbios possuem um metabolismo baixo, consumindo pouco oxigênio e não produzem calor no corpo (produzir calor consome muito oxigênio). Vivian Rocha 9 IV- Esqueleto Tem certa redução com relação ao número de ossos em relação aos peixes. O esqueleto é basicamente ósseo, mais possui partes cartilaginosas. Os crânios vão ser achatados, largos e deprimidos (achatado dorso-ventralmente). Costelas nos apodes, pequenas nos urodelos e anuros não possuem costelas. Essas costelas nunca são presas ao externo. Apodes possuem uma grande coluna vertebral, os urodelos uma coluna menor e uma parte em vértebras caudais (urostio) e os anuros adultos tem uma coluna vertebral muito pequena e uma adaptação especial na cintura pélvica (em alguns). O esqueleto deles é divido em esqueleto axial (eixo) e esqueleto apendicular (apêndices locomotores). Pentadáctilos, possuem 5 dedos, só que na mão a uma redução para quatro, alguns tem reduções maiores, os apodes não possuem dedos. Grande parte do seu esqueleto é óssea e pouca cartilaginosa na fase adulta, as larvas de anfíbios tem um esqueleto basicamente cartilaginoso. Seu crânio se articula com a primeira vértebra por dois pontos no chamado osso occipital tem duas projeções, cada uma delas se chama côndilo. Então eles têm dois côndilos occipitais. A cintura peitoral esta presa a coluna por ligamentos. O esterno é cartilaginoso (tem espécies que não possuem esterno). Os anuros possuem dois tipos de cintura pélvica arcifera (possui uma mobilidade) ou firmisternia. Apresentam ossos dérmicos (ossos de membranas) que não passam por um estagio cartilaginoso. Em algumas partes externas como a derme, formam-se placas ósseas que protegem o corpo, varias espécies de grupos diferentes possuem essas placas ósseas. Estas podem ter varias formas diferentes. Eles apresentam coanas, uma abertura no osso para passar o ar. V- Excreção Grande parte do gás carbônico é eliminado pela pele e uma parte sai pelos pulmões. A amônia é eliminada pelos girinos através das brânquias e pela pele também (em menor quantidade), o gás carbônico neles também é eliminado desta maneira. A passagem para terra só foi possível porque animais desenvolveram um metabolismo ureotélico, que é um metabolismo de transformar amônia em uréia. A amônia é produzida nas células cai na circulação chegando ate o fígado que a transforma em uréia que passa pelo rim e este a joga para fora do organismo. Nem todos os sapos adultos vão excretar amônia ou uréia, muitas vezes eles excretam uma mistura de ambos, muito mais uréia nas espécies de ambientes secos e muito mais amônia nas espécies aquáticas. Brânquias de girinos e de urodelos tem uma importância imensa como órgão excretor também. Sapos têm uma bexiga é que formada por dobras da parede da cloaca, diferente dos mamíferos a urina não vai direto para a bexiga, ela vai para o final do aparelho digestivo la na cloaca e desta vai então para a bexiga. A bexiga também é um reservatório de água, se o sapo esta se desidratando a urina da bexiga é reabsorvida. Quanto maior o controle da temperatura, maior o metabolismo, maior a respiração e maior a excreção. São pecilotérmicos. (adicionar do livro) Vivian Rocha 10 VI - Alimentação Eles têm um papel importante trazendo nutrientes da água para o solo. Na fase como animais aquáticos eles se alimentam de detritos. Anfíbios como um todo se alimentam de insetos, anelídeos, pequenos invertebrados de um modo geral, podendo predar anfíbios também. Alguns chegam a se alimentar de ratos e aves. Como eles não “produzem calor” boa parte do alimento é transformado em tecido. Possuem uma língua móvel com musculatura intrínseca, quase sempre esta língua é colante. Tem dentes na maxila e raro mais pode ter na mandíbula e alguns possuem dentes no céu da boca, os dentes vomerianos. Os dentes são pedicelados, verdadeiros, finos e cônicos, são isodontes, todos os dentes servem para segurar o alimento, não apresentam dentes para a mastigação. São pleurodontes, o dente é colado do lado do osso. Possuem o esôfago ciliado; o glóbulo ocular ajuda na ingestão; intestino curto (porque digere matéria animal); a maioria dos girinos possui intestino longo (são detritivos); apenas as larvas de anuros apresentam cloaca; a reserva é na forma de corpos gordurosos ou amarelos. VII - Reprodução Alguns anfíbios têm cuidado parental (maternal) com a sua prole. A fecundação pode ser interna ou externa. A fecundação interna com copula é realizada por uma espécie de anuro e todos os apodes, os apodes possuem um órgão copulador chamado de falópio ou falodeu. A fecundação interna (sem copula) é realizada por 2/3 dos urodelos, utilizando um espermatóforo (a fêmea e convencida a pegar esse espermatóforo). Um grupo grande de anuros (exceto uma espécie) faz fecundação externa com amplexo (aquele abraço do macho e da fêmea) e 1/3 dos urodelos também faz esse tipo de fecundação. Existem vários tipos de amplexo, isso varia de espécie para a espécie. O local e a época da reprodução são muito bem definidos. Fatores que influenciam a reprodução: a época do ano é dada principalmente pelo fotoperíodo, estação do ano, chuvas fortes (aumentando o número de poças), temperatura e umidade do ar, produção de folhas aumentada, aumentando assim a quantidade de insetos, aumentando a alimentação dos anfíbios, o tamanho da noite é o que estimula os machos a se preparem para a reprodução, vai haver um aumento do corpo gorduroso pelo aumento na alimentação e eles então procuram locais para se reproduzir. O local é especifico cada espécie vai escolher seu local para a reprodução. A maioria das nossas espécies se reproduz de setembro a novembro, podendo durar ate janeiro ou fevereiro. Depois só as espécies generalistas. Muitos ou todos os gymnophiona conhecidos possuem um cuidado parental, a fêmea toma contada dos ovos e dos filhotes, inclusive alimentando os filhotes com a sua pele. Existe cuidado parental em urodelos, muitas fêmeas (não todas) tomam conta dos ovos ate o nascimento. VIII - Desenvolvimento A maioria dos anfíbios tem desenvolvimento indireto, ou seja, com a ocorrência de uma larva e um número menor,mas também um número grande, cerca de 800 espécies possuem desenvolvimento direto (sem estagio larvar). A maioria dos anuros tem uma fase larvar com uma metamorfose evidente, mas muitos anfíbios terrestres totalmente, tem ovos grandes com grande quantidade de vitelo e já nasce o filhote formado. Vivian Rocha 11 IX - Estratégias de Reprodução Cada espécie possui sua estratégia reprodutiva, tem o seu conjunto de fatores que juntos atuam para garantir a sobrevivência daquela espécie, para garantir o maior número de descendentes daquela espécie. Esse fatores são fatores fisiológicos e comportamentais. Ovos dos anfíbios Ovos de amniota tem o embrião propriamente dito e os anexos embrionários. Os anexos embrionários são aquelas estruturas que derivam do embrião, vesícula vitelínica, âmnion e alantóide. Nos anfíbios o ovo só possui um anexo embrionário, a vesícula vitelínica. Então o ovo é formado por um embrião propriamente dito, uma vesícula vitelínica e uma membrana (ou muitas membranas) transparente. Este ovo geralmente é colocado na água boiando. Essa membrana é bastante permeável, sendo assim qualquer poluente pode afetar esses ovos. Algumas espécies constroem ninhos para proteger seus ovos, outras em partes raras da água e outras colocam o ovo totalmente fora da água, em um lugar úmido. Muitos se reproduzem dentro de bromélias, chamadas de bromeligenas, quando ela vive na bromélia e vai a uma poça reproduzir é chamada de bromelicola. Muitas carregam os ovos nas costas, que podem estar dentro de uma bolsa, podem estar simplesmente colados ou podem estar dentro de uma bolsa com uma abertura no meio. Alguns penduram seus ovos em folhas. Vocalização Vocalização significa passagem de ar por uma corda vocal. Toda a reprodução dos anfíbios esta ligada a essa parte de vocalização. Para vocalizar o macho possui uma estrutura em baixo do assoalho da boca que é o saco vocal, uma estrutura ligada ao aparelho respiratório, que é inflado e produz som. O som é produzido do ar que sai do pulmão e passa pelas cordas vocais e é ampliado no saco vocal. O som emitido é característico de cada espécie. O saco vocal também é muito utilizado em taxonomia e também é bastante variado, existem três formas básicas: subgular, bilobado ou dois sacos independentes. A vocalização é utilizada para que indivíduos da mesma espécie se encontrem na época reprodutiva. Existe alguns tipos de canto, o mais comum é o canto de anuncio que possui varias finalidades: corte (canto que ele emite para atrair uma fêmea). Canto territorial; canto de soltura; canto de estresse (quando esta assustado); X - Sistema Nervoso Os sentidos têm a finalidade de buscar alimento e de defesa. E o sistema nervoso vai interpretar tudo isso. Esses sentidos também têm a finalidade no reconhecimento do parceiro na hora da reprodução Eles possuem um sistema nervoso central, um encéfalo, cerebelo pouco desenvolvido, tem nervosos que saem da caixa craniana chamados nervosos cranianos (10 pares), tem nervosos que saem pela medula espinhal, que são os nervosos espinhais. Os hemisférios cerebrais são desenvolvidos mais muito menos que os nossos. O sistema nervoso central deles não é muito desenvolvido, mas funciona. Vivian Rocha 12 Visão Tem olhos grandes e moveis, são noturnos então precisam ter olhos bastante desenvolvidos para capturar um pouco melhor a luz. Existe uma mobilidade nos olhos que possuem uma característica exclusiva dos anfíbios, há músculos que puxam este olho para fora da cavidade ocular e músculos que puxam para dentro, músculo levator bulbi e retrator bulbi, respectivamente. Possuem pálpebras inferior e superior, mas o olho fecha principalmente entrando na cavidade ocular, o que faz as duas pálpebras se juntarem. Existe uma terceira pálpebra a chamada membrana nectitante que é da região inferior que é uma pálpebra translucida. A retina deles possui bastonetes vermelhos, cones e bastonetes verdes (que tem haver com nuances de cor). Na penumbra eles só focalizam poucos centímetros, na claridade eles focalizam melhor, mas isso varia de espécie para espécie. Há varias formas de eles fecharem a pupila, eles a fecham porque focaliza melhor e se tiver luz demais pode queimar a retina. Então a pupila também fecha para diminuir essa quantidade de luz que entra protegendo a retina. A noite todos os anfíbios possuem olhos pretos porque a pupila esta o mais dilatada possível. As chamadas cobras cegas ou cecílias possuem os olhos bastante reduzidos, então em baixo da pele ou sob o osso. Especializados em ver sombras, claro e escuro. Audição Eles possuem tímpanos, um ossículo chamado de columella. Algumas vibrações do ar fazem esse tímpano vibrar e quando isso ocorre a columella vibra também e isso pressiona a papila basilares. A outra audição que vai chegar pela escapula que recebe vibrações que são transmitidas por meio de um músculo o músculo operculares e depois vão para outra parte do ouvido interno chamada de papila anfibioro (exclusivo de anfíbios). O tímpano recebe sons agudos e a escapula recebe sons graves. Todos inicialmente possuem essas duas audições, mas alguns perderam algumas partes da audição. Alguns não vão ter tímpanos (podendo ter a columella reduzida). Alguns possuem pregas chamadas de presas subpra timpânicas ou pós timpânica, que tem a função de direcionar o som para o ouvido melhorando um pouco essa audição. A forma, a posição dessa prega é um caráter taxonômico. Olfato Eles possuem dois olfatos. Quando ar entra na narina vai estimular primeiro o epitélio olfativo quando o ar sai (como esta cavidade esta virada para dentro) ele da um volta que faz com que ele sai por outro lado (não esbarrando no epitélio olfativo), dentro de um canal onde se encontra o órgão volmero nasal, que vai da narina ate as coanas. Linha Lateral Espécies totalmente aquáticas não tem pálpebras, mais possui uma visão razoável, além dessa visão, eles tem pontos ao longo de todo dorso, esse são os pontos da linha lateral (a mesma linha lateral de peixes) que os girinos também tem. A função da linha lateral é perceber pequenas vibrações na água. Espécies totalmente aquáticas, girinos e os adultos totalmente aquáticos possuem linha lateral. Podem servir para capturar alimento ou fugir de predadores. As espécies que vivem sempre em água turbulenta não tem linha lateral. Vivian Rocha 13 Outros Sentidos As espécies brasileiras ou sul-americanas da família Pipidae tem na ponta dos dedos quatro tubérculos, que são quimioreceptores. Eles tocam o alimento e sabem se este é palatario ou não. Muitos deles possuem papilas gustativas. Essas papilas são sensíveis a água pura, conseguem detectar salinidade, acidez, amargo e principalmente água pura (que é o ambiente ideal para eles se reproduzirem). Possuem receptores de dor e de temperatura. Eles percebem pressão e calor. Foram encontrados em muitas espécies pequenos poros na região anterior que são receptores de corrente elétrica. Eles tem receptores de calor, que indicam se esta quente ou frio. Eles são ectodérmicos, o calor deles vem de fora (pecilotérmicos). Os propriorecptores tem haver com a informação interna. Muitas espécies de anfíbios percebem vibrações do solo.
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