TESE DE DEFESA, EXPLORADORES: SUSTENTAÇÃO ORAL

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SUSTENTAÇÃO ORAL 
Senhores e senhoras serventuários de justiça e demais presentes. A justiça tem várias formas, ela pode ser de uma pena máxima por abuso de algum fetiche, querendo ser implantada a qualquer custo, ou ser de uma pena mínima. Vossas excelências, Estado-juiz, o balizamento da pena é este. Entendam que para haver justiça tem que ter um advogado, única profissão alçada a nível constitucional. Do contraste frio da pena, lançada sob tinta preta no papel branco, aqui o direito toma corpo, aqui o direito pulsa, exala odor, transpira, aqui o direito vive. Nem sempre, excelências, o homem consegue ser probo ao agir, o vezo é inerente ao ser humano. O fardo mais pesado que é a prolação de um veredito, cai em vossos ombros. O que irá se decidir hoje é o futuro de um homem, par de vossas excelências. O livro dos livros é este (mostrar a bíblia), segundo Matheus: não julgueis para não serdes julgados, pois com as exatas medidas que me julgas, haverás de serdes julgados. Há um juízo que nenhum de nós irá de escapar, é o juízo de Deus. Em que pese a conduta a ele imutada seja abjeta, revestida de ignomínia ímpar, ele é ser humano. Os exploradores foram extirpados da sociedade civil quando enclausurados ficaram lá dentro. Ficaram sujeitas às intempéries da natureza, vítimas do seu próprio deleite, de seu próprio lazer. Roger, líder do grupo, e todos os outros adentraram aquela caverna e assinaram a sua sentença de morte. Dentro da caverna, a única lei que vigou foi a lei da natureza. Sem luz, comida prestes a se acabar, o líder propôs um contrato verbal, e o perdedor teria sua vida aviltada, seria assassinado para servir de garantia vital aos demais. A vida é uma espécie de direito fundamental, o mais importante, haja vista que sem a vida não há direito. Mas assim como todo o direito, que não é absoluto, a vida pode ser relativizada. 
O direito não sendo absoluto, é relativizado. Não podemos condenar ninguém a morte, mas a Carta Magna deixa a salvo exceções, guerra declara, estado de sítio. A segurança da pátria não se iguala a vida da pessoa humana. Inexistência de Provas. Os fatos apresentados pela Denúncia do Ministério Público, foram insuficientes para demonstrar a autoria individual ou coletiva, da materialidade do crime. 
A morte como alternativa para manutenção da vida do grupo, foi a lei estabelecida e teve a anuência de todos do grupo. Ficou acordado, na escolha pela sorte, que alguém do grupo morreria, para servir de alimento. Não se estabeleceu como se daria a morte daquele que fosse escolhido pela sorte no dado. Roger Whetmore, teve a sorte adversa, mas não se sabe como Roger morreu. "Sabe-se que Whetmore tinha sido morto e servido de alimento para seus companheiros". Estado de Necessidade- Um Crime Legal. Nenhum dos exploradores tinha a intenção de matar, mas na verdade, se não o fizessem, morreriam de inanição. O sacrifício de um, ou a morte de todos. Tese: Pelas circunstâncias que rodearam o momento criminal, entendemos que outra alternativa não restou, mesmo porque, se não fizessem essa escolha, em princípio punível, todos poderiam falecer por inanição. A morte de Roger, foi socorro, considerando que não existiam mais alimentos para mantê-los vivos. Se a lei e a penalidade, são postos para benefício da sociedade, neste caso concreto a lei que foi estabelecida e acordada para o grupo, a morte para um deles, é o benefício do grupo, o benefício social, contrariando a lei posta pelo Estado e convergindo para finalidade do ordenamento jurídico, que é a paz e o bem comum, e o bem social. O grupo como um todo, incluindo Roger, perpetraram um ato de consciência coletiva do bem comum, onde a questão seria apenas, a manutenção da vida.
DATA VENIA, DOUTOR PROMOTOR E SENHOR JUIZ, QUE COM MUITO BRIO TRAS A TENTATIVA DE CONDENAÇÃO, MAS NO COLORIDO DAS EMOÇÕES E FETICHE PARA A CONDENAÇÃO. O RÉU NÃO É UMPRÉMIO. O ministério público diz que houve um crime de homicídio, a defesa diz que NÃO HÁ LIAME.