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APOSTILA: AÇÃO E DIREITO PROCESSUAL I - AULAS DE UBIRATAN MAURICIO

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AÇÃO – AULA 2 – UBIRATAN
3.3 OBJETO DE PEDIR 
Eu sou capaz de entender o que é a causa de pedir remota. O que eu vou imputar ao demandado, ao acusado pai, por exemplo, no pedido de maternidade. O que o demandante vai ter que lhe provar em juízo? Que é filho do demandado. Isso é um fato. Hoje existe uma prova para isso, o DNA, como vai ser feita essa prova? Por uma perícia. É a filiação, ninguém vai a juízo em uma ação dessas – que é muito dolorosa para o demandante, sem antes ter procurado saber dos fatos e ter uma conversa com o demandado. Os dois fatos que tem que provar: a filiação e a recusa do conhecimento. Então a causa de pedir de remota serão os dois fatos: A filiação Recusada. Eu vou provar os DOIS FATOS. Causa de pedir próxima, veja, vocês não estudam o direito de família ainda, mas no caso, seria o argumento do direito de família, direito ao conhecimento, por exemplo, que é um direito subjetivo ao reconhecimento. Em toda demanda a gente tem separar para saber o que é objeto de prova, às vezes tem vários fatos, um é provado por perícia, outro por testemunhas, outro por objetos e por aí vai, em qualquer demanda, por exemplo, ação de reintegração de posse, que é muito parecido com o despejo, o pedido imediato, é sair do imóvel, agora o fato é diferente. Você foi desapossado do seu imóvel, por exemplo, isso se chama esbulho (se desapossado do imóvel – invasão da posse), quando a gente estudou a autotutela, vimos que quem perde a sua posse pode inclusive recuperá-la com suas próprias forças, contato que faça logo, quando isso não ocorre, tem que ir para o pedido de ação de reintegração de posse, condenar a restituir ou a sair do imóvel, desocupar o imóvel, agora por quê? Invasão da sua posse, você tem a sua posse, você é o possuidor, e o possuidor tem direito a restituição da posse em caso de esbulho. No artigo do código civil diz isso, vocês podem ver que está na ficha da autotutela, mas você precisa fazer logo. Ora, você vai PROVAR que era o possuidor, que morava lá, as contas de lá estão em seu nome, o contrato de locação, isso tudo é prova. O estado tem que restituir a sua posse, colocar o outro para a fora. Observe que é imediato, é quando é o estado. Quando tem que se provar alguma coisa fica na próxima, não na remota. Quando você diz que foi esbulhado você tem que provar a sua posse e a invasão. Na próxima fica no que tem no que provar e o enquadramento na norma, a decorrência, as consequências jurídicas. Em outras palavras, a razão pelo o qual você vai a juízo, o que lhe dá o direito de pedir, está na causa de pedir próxima, agora primeiro você tem que provar a ocorrência do fato. Exemplo, no mandando de segurança essa prova é o fato que é a razão de pedir. Logo, a causa de pedir remota é mediata, ela quer o fato jurídico gerador do fato postulado em si e a próxima é imediata, você tem que provar, fundamentar, é o fundamento jurídico propriamente dito. 
4. CONDIÇÕES DA AÇÃO 
O direito de ação como já vimos, tem previsão constitucional. É só porque tá na constituição que eu posso exerce-lo? Não. É porque ele tá disciplinado na lelisgação infraconstitucional, na CLT, na parte processual do código eleitoral, enfim, todos os códigos disciplinam a condição. Como é que eu exerço o meu direito de provocar a jurisdição? O Código de Processo civil, que é o texto mais recente de processo que a gente tem, agora em 18 de março desse ano, se atualizou, com a linguagem igual ao outros códigos mais aprimorada e mais recente. Então o artg. 17 do CPC novo prevê: 
O artigo 17 estabelece que “Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”.
É a legitimidade e o interesse. Ele também é postulado no 330 inciso segundo e terceiro. Então vamos lá para o 330 que fala sobre o indeferimento da petição inicial. Então, ele vai dá uma sentença, vai extinguir o processo e vai pro arquivo. Vamos pro artigo 485, inciso 6, no capítulo sobre a sentença, que dispõe sobre a sentença. 
Art. 485 O juiz não resolverá o mérito quando:
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Então quais são as condições da ação: Legitimidade e interesse. Mas a legitimidade que se cuida não é a legitimação para o processo do artigo 70, quando se mencionou, quem é pode sser parte? Pode ser parte quem estiver no exercício dos seus direito, isso é legitimação para o processo, aqui é legitimidade, vejam a diferença do artigo 70. Nos estamos a cuidar agora da legitimidade para a causa, que é o artigo 17 e mais especificamente 18 do novo CPC. É a legitimação para CAUSA ESPECÍFICA, aqui é geral, quem é que pode ser demandante ou demandado? Voltemos ao artigo 70 que diz que é quem tem exercício do seu direito, em qualquer processo, esse é um pressuposto, nos estamos um pouquinho mais adiante, que são as condições da ação. No artigo 18, na sua primeira parte.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Pronto, esse artigo é de uma precisão cirúrgica, ele diz muita coisa em pouquíssimas palavras. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, só a pessoa lesada ou ameaçada é que pode buscar a equiparação da lesão ou acesso a ação para ameaça, só quem se diz lesado, a mãe não pode pedir pro o filho. Na ação de investigação de paternidade, só quem pode postular o reconhecimento é quem se diz filho ou filha, a mãe não pode pedir nem pro bebê, ela não é a lesada mesmo sendo mãe, ela representa. É a mesma coisa que você vai viajar e alguém faz a sua matrícula na faculdade, não é você que tá fazendo a matricula, é ela através de você, VOCÊ É A REPRESENTADA, ela é a REPRESENTANTE DELA, no caso da mãe, a mãe pode até não ser a representante, pode ser um tutor, por exemplo. Só quem pode pedir é quem é o titular do direito, essa é a legitimidade para a causa. Pra a ação de despejo, só quem pode pedir é o locador, se ele não for proprietário, não existe o problema. Uma pessoa tem um imóvel, é o proprietário, exemplo, ele entrega ao filho o fruto, o usufrutuário dos bens, ou seja, se ele alugar, o dinheiro é dele, ai o filho gastador, vai alugar o imóvel, o possuidor direto do imóvel é o filho, antes disso era o pai. Então o filho é o locatário, SÓ QUEM PODE PEDIR A AÇÃO DE DESPEJO É ELE, o pai não é o locatário, não é mais o possuidor direito. Essa é a regra geral. Agora o artigo 18 tem sua exceção, onde é possível alguém pedir pra outrem. Para alguém pedir para outra pessoa, é preciso que o ordenamento jurídico autorize expressamente, como por exemplo, no artigo 8º inciso terceiro, no seu paragrafo terceiro, da constituição: 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
Então o sindicato por autorização constitucional, pode na instancia administrativa, defender direitos coletivos de sindicalizados – da categoria que ele representa, ou até direitos individuais da categoria. O sindicato é o AUTOR da ação, MAS NÃO PEDE PRA ELE, pede pra as sindicalizados. Vamos imaginar, Marília, você trabalha no estabelecimento bancário e o sindicato sabe que aquele banco não paga hora extra, então o sindicato pode mover uma demanda quanto o banco do brasil, pedindo pra o banco do brasil ser condenado a pagar horas extras porque ele tradicionalmente não paga e você Marília, nem tá sabendo da demanda, mas quem é a PARTE É QUEM PERDE. Logo, você não é parte, você é BENEFICIÁRIA DE QUEM PEDE. Quando isso ocorre, dá-se um fenômeno chamado de SUBISTITUIÇÃO PROCESSUAL. Agora nada impede que Marilia entre sozinha no processo, sem saber que o sindicato já ajuizou. Vamos agora para o artigo 5º, inciso XXI da constituição. 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Então, não é qualquer demanda, é só a que as demandas que tem haver com o sindicato. Mas nada impedeque um cidadão soube da tramoia, pode propor a anulação para zelar pelo o patrimônio público. Uma vez, eu li que uma licitação que ia se realizar ainda, fulano ia ganhar, tinham uma informação dada pra ele, fazendo uma tramoia, publicaram em classificado no jornal, então foi fulano mesmo que ganhou. Então a notícia vazou, tanto que chegou a um grande jornal, alguém propôs, um cidadão pode propor uma ação de ato administrativo tanto quanto o patrimônio tanto quanto a moralidade. No dia que vazou o telefonema da presidente Dilma para o capanga de Lula, que ela ligou pro capanga né? E o capanga deu pra ele, quem tava sendo investigado por quebra de sigilo telefônico, era o ex presidente Lula. A presidente Dilma só ligou. A começou a história de que Lula ia ser nomeado ministro. E o que foi pedido na ação popular? Pedido imediato. Pedido imediado condenatório, na ação contra um cidadão de um lado e outro lado a união, porque se fosse mandado de segurança, quem ia era o supremo. Então o cidadão X em Goiana, contra a união, na justiça federal, ele queria que a união fosse condenada a uma obrigação de NÃO FAZER, não fazer o que? Condenada a não fazer/não nomear, o senhor Lula, ministro da casa civil. Se já tivesse sido nomeado, seria desconstitutivo para anular. 
Vamos lá para a CAUSA DE PEDIR. Veja. Remota ou Próxima. Então fica na Remota, tentativa de obstrução da justiça. Agora causa de pedir próxima, significa que o ato administrativo que a presidente queria, ia ser de desvio de função, não era de interesse público, não é porque Lula ia ser útil pela sua experiência, não, o animus era interesse privado, então isso se chama Desvio de Finalidade. Outro fato parecido, do ministro Jucá dizer que vai pedir licença, isso é uma revolução na história da politica brasileira, nunca alguém que foi acusado de ilícito foi afastado antes. Desvio de função, é um atentado a moralidade administrativa. 
SEMPRE CAI NAS PROVAS, ATENÇÃO: Ação Civil Pública. Nas ações, por exemplo, de nulidade de casamento. Artg. 1548 do código civil. 
Art. 1548 É nulo o casamento contraído:
 I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
II - por infringência de impedimento.
O casamento como um ato precisa que os sujeitos sejam capaz, se for alguém lelé da cuca, ele não pode ser casado, ele nem tá sabendo que tá casando, se ele se casar, o casamento é nulo. Da mesma maneira, que quem vai se casar não precisa ter impedimento, precisa ser solteiro. Ora, então fulano se casou e depois constatou que ele já era casado, então o segundo casamento é NULO. Então vem o artigo 1549 do Código Civil
Art. 1549 A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público.
Então, o Ministério Público vai propor uma ação desconstitutiva do casamento, por Fulano e Beltrana em Litisconsórcio passivo. Não pode pedir uma ação só pra um ou só pra outro. O Ministério Público é legitimado extraordinário, como diz no art. 18 do CPC, o ministério publico não pede pra ele. O autor da ação legitimado extraordinário: O MP. Demandados: O casal, em litisconsórcio passivo. E pode ser o interessado, quem é o interessado? O cônjuge do primeiro casamento, por exemplo, pode propor também e ser o legitimado extraordinário no lugar do MP. 
Meu resumão sobre o que ele falou até agora:
A causa de pedir é a razão ou o motivo pelo o qual se exercita a ação. No sistema brasileiro do código de processo civil, a petição inicial indicará a causa de pedir remota e os fundamentos do pedido jurídico, no caso, causa próxima. Assim, em uma causa de despejo, o autor deverá indiciar, por exemplo, o contrato de locação, logo é uma causa de pedir remota, e a falta de pagamento dos alugueis que é a causa próxima. 
Causa de pedir remota é o que está longe do direito, da norma processual. É o fato. O fato nu e cru. Se ele pedir a causa de pedir remota, você só coloca o que aconteceu, o fato. Então, porque eu vou pedir? O porque é a causa de pedir próxima, é o fundamento jurídico. Você tá pedindo aquilo, porque aconteceu tal fato (caso de pedir remota) e ele tem o dever de indenizar porque é um ato ilícito (causa de pedir próxima). A causa de pedir próxima tem que ter provas. 
Só será legitimo para a causa quem tem interesse em legitimidade, ou seja, quem é o prejudicado por aquilo. Ninguém pode pedir algo por você, o que pode é representar, no caso que for incapaz. Ninguém pode pleitear o direito alheio em nome próprio, é como uma mãe que representa um bebê em uma ação de paternidade, ela apenas representa. Essa é a condição da ação, cada um pede por sí. Mas existem causas excepcionais, legitimada pelo o CPC, em que alguém pode ser o legitimado extraordinário, ou seja, casos isolados, não comum, em que alguém pode pedir por outra pessoa, é uma parte quem pede, essa parte pede pra beneficiar outra pessoa. Exemplo, um sindicato que pede pra os seus sindicalizados ou o Ministério Público que pede uma ação desconstitutiva de casamento porque um dos noivos já é casado.

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