Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 1 Sumário do Curso 1. Tutela coletiva: introdução a) jurisdição civil coletiva b) ação civil pública c) procedimentos coletivos 2. Objeto da tutela coletiva: os direitos coletivos 3. Legitimidade ad causam 4. Custos processuais 5. Competência 6. IC e TAC 7. Provas 8. Coisa julgada 9. Recursos 10. Execução/tutela de urgência 1. Tutela coletiva: introdução a) Jurisdição civil coletiva: • é a função jurisdicional acionada para a tutela dos direitos coletivos lato sensu. • surgiu como necessidade da sociedade moderna, de massa • precisa ser operacionalizada por procedimentos coletivos, iniciados por meio do exercício do direito de ação b) Ação civil pública • é um termo com vários significados. • Ação coletiva lato sensu • Procedimento coletivo ordinário, regulado pela Lei 7.347/85 e 8.078/90 • e para designar a Lei 7.347/85, que regula o procedimento coletivo ordinário junto à Lei 8.078/90. 1. Tutela coletiva: introdução Questão de concurso (PGE AM 2004) (26) Jurisprudência e doutrina têm entendido que a ação por improbidade administrativa, a que se refere a Lei da Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), tem natureza de ação civil pública, de modo que a Lei da Ação Civil Pública (Lei n.o 7.347/1985) se aplica ao regime do processo judicial por ato dessa natureza, embora subsidiariamente. c) procedimentos coletivos • vários são os procedimentos que se desdobram a partir do ajuizamento de uma ação civil pública: c.1) Procedimento da LACP/CDC (Leis 7.347/85 e 8.078/90) – procedimento coletivo ordinário c.2) Procedimento da LAP (Lei 4.717/65) c.3) Procedimento do MS coletivo (Lei 12.016/09) c.4) Procedimento da Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) c.5) Procedimento do ECA (Lei 8.069/90) c.6) Procedimento do Est. Idoso (Lei 10.741/03) • O conjunto dos diplomas legais destacados – e de alguns outros de menor importância – forma o chamado MICROSSISTEMA DE TUTELA COLETIVA • O que significa isso, na prática? • 1. Que há um relacionamento entre as normas processuais que formam cada diploma. • 2. É possível aplicar a um dos procedimentos regramentos inseridos em lei que regula outro procedimento. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 2 • 3. Só se deve buscar o CPC na falta de regra inserida em todo o microssistema de tutela coletiva. • Desdobramentos práticos de existir um microssistema de tutela coletiva a) Informativo 395 do STJ “Na ausência de dispositivo sobre remessa oficial na Lei da Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/1985), busca-se norma de integração dentro do microssistema da tutela coletiva, aplicando-se, por analogia, o art. 19 da Lei n. 4.717/1965. Embora essa lei refira-se à ação popular, tem sua aplicação nas ações civis públicas, devido a serem assemelhadas as funções a que se destinam (a proteção do patrimônio público e do microssistema processual da tutela coletiva), de maneira que as sentenças de improcedência devem sujeitar-se indistintamente à remessa necessária”. • Desdobramentos práticos... b) aplicação das regras da LACP ao procedimento da Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa (MPE-MS – Promotor de Justiça – MS/2013) Tratando-se de ação de improbidade administrativa, assinale a alternativa correta: e) O juiz, julgando improcedente a ação de improbidade administrativa, deverá sempre determinar a condenação do autor ao pagamento das custas e honorários advocatícios de sucumbência. c) Aplicação à Ação Civil Pública regulada pela LACP/CDC da regra do art. 21 da LAP: Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos. (FMP – MP-AC/ 2008) Indique a alternativa correta, relativamente ao entendimento do STJ acerca da ação civil pública e do inquérito civil. a) Na ação ajuizada com o objetivo de anular ato administrativo supostamente violador dos princípios da moralidade e da impessoalidade administrativas, o prazo prescricional, ante a omissão da Lei 7.347/85, será, por analogia, o previsto no art. 21 da Lei 4,717/65, tendo em vista que a pretensão poderia perfeitamente ser exercida por meio de ação popular. Informativo 430 do STJ “Para o Min. Relator, a prescrição é quinquenal, por analogia ao art. 21 da Lei n. 4.717/1965 (Lei da Ação Popular). No julgamento, anotou-se que, apesar de a ação civil pública e a ação popular estarem dentro do sistema dos direitos coletivos, nesse microssistema, como não há previsão do prazo prescricional para a propositura da ação civil pública, é inafastável a incidência da analogia legis, aplicando-se, assim, o prazo de cinco anos da Lei de Ação Popular”. • Desdobramentos práticos... d) o uso de um procedimento coletivo não prejudica o outro Art. 1º da LACP. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: A questão é muito lembrada nos concursos públicos: Questão de concurso (MPE AM 2007) (A) As ações popular e civil pública destinam- se à defesa e à proteção do patrimônio público. Todavia, essas ações constituem instrumentos processuais reciprocamente excludentes, não se admitindo a existência concomitante das duas, em face da litispendência. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 3 No mesmo sentido: (TRF5 JUIZ 2007) (MPE-GO – Promotor de Justiça – GO/2012) Em relação à competência em matéria de interesses transindividuais, é correto afirmar: d) considerando o microssistema de tutela coletiva formado pela integração da Lei 7.347/1985 com a Lei 8.078/1990, nas ações civis públicas fundadas no ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, a competência é do local do dano, conforme previsto no artigo 2° da Lei da Ação Civil Pública. • Quais as principais diferenças entre os procedimentos coletivos? a) legitimidade ativa ad causam b) legitimidade passiva ad causam c) objeto litigioso que pode ser discutido por meio do procedimento Vamos, então, ao estudo desses temas! 2. Objeto da tutela coletiva: os direitos coletivos • Classificação e individualização dos direitos coletivos Termos metaindividuais, transindividuais e pluriindividuais Suporte legal: a) art. 81, parágrafo único do CDC (Lei 8.078/90) b) art. 21 da LMS (Lei 12.016/09) c) art. 1º da LACP (Lei 7.347/85) 2 temas: a) espécies de direito coletivo b) tipos de normas que regulam situações sociais das quais exsurgem direitos coletivos Em resumo DIFUSO Sujeitos indeterminados + bem indivisível COLETIVO Sujeitos determináveis + bem indivisível INDIVIDUAL HOMOGÊNEO Sujeitos determináveis + bem divisível Art. 81 do CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. Art. 21. omissis Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 4 a parte contrária por uma relação jurídica básica; II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: l - ao meio-ambiente; ll - ao consumidor; III – à ordem urbanística (Lei 10.257/01); IV – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; V - por infração da ordem econômica e da economia popular; VI - à ordem urbanística (MP 2.180-35/01). • Qualquer direito coletivo pode ser protegido a partir do ajuizamento de uma ação coletiva? NÃO! a) ACP Lei 7.347/85, Art. 1º, parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. b) Ação Popular CF, art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. Lei, 4.717/65, Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. c) Ação de Improbidade Finalidade é impor as sanções descritas no art. 12 da Lei 8.429/92 As sanções são cumulativas? O juiz está adstrito a impor só as sanções requeridas? A nulidade do ato precisa ser objeto do pedido? • Como o tema do objeto da ação civil pública é retratado na jurisprudência? Informativo 376 do STJ: Princípio da insignificância e Improbidade Administrativa “Diante disso, vê-se que o bem jurídico que a Lei de Improbidade busca salvaguardar é, por excelência, a moralidade administrativa, que deve ser, objetivamente, considerada: ela não www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 5 comporta relativização a ponto de permitir “só um pouco” de ofensa. Daí não se aplicar o princípio da insignificância às condutas judicialmente reconhecidas como ímprobas, pois não existe ofensa insignificante ao princípio da moralidade”. Informativo 387 do STJ: Preço público ou taxa? “A Turma, em atenção à jurisprudência do STF, entendeu que a quantia recolhida a título de prestação de serviço de água e esgoto é preço público (tarifa) e não taxa. Consequentemente, é aplicável o CDC em casos de aumento de tarifa, inexistindo empecilho à defesa da usuária via ação civil pública, cuja legitimação é do MP, autorizada por lei”. Informativo 404 do STJ: Controle judicial de políticas públicas Trata-se, na origem, de ação civil pública (ACP) em que o MP pleiteia do Estado o fornecimento de equipamento e materiais faltantes para hospital universitário. A Turma entendeu que os direitos sociais não podem ficar condicionados à mera vontade do administrador, sendo imprescindível que o Judiciário atue como órgão controlador da atividade administrativa. Haveria uma distorção se se pensasse que o princípio da separação dos poderes, originalmente concebido para garantir os direitos fundamentais, pudesse ser utilizado como empecilho à realização dos direitos sociais, igualmente fundamentais. Informativo 418 do STJ: Dano moral coletivo “o dano extrapatrimonial coletivo prescinde da prova da dor, sentimento ou abalo psicológico sofridos pelos indivíduos. Como transindividual, manifesta-se no prejuízo à imagem e moral coletivas e sua averiguação deve pautar-se nas características próprias aos interesses difusos e coletivos. Dessarte, o dano moral coletivo pode ser examinado e mensurado”. Informativos 444 e 445 do STJ: ACP como querela nullitatis “Segundo a Min. Relatora, não há justificativa para negar a legitimidade ao MP para, por meio de ACP, impugnar sentença com vício transrescisório. Nesses casos, explica que o parquet age como substituto processual da coletividade lesada e tem interesse na anulação do ato lesivo ainda que o ato seja judicial”. Informativos 453 e 526 do STJ: cumulação de pedidos de reparação in natura e de ressarcimento “Na ação civil pública ambiental, é possível cumular os pedidos de obrigação de fazer (reflorestar a área degradada) e de pagamento de indenização pecuniária em razão do dano material causado”. “Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que a sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo”. Informativo 455 do STJ: cobrança unificada – taxa de iluminação pública e conta de energia “Na espécie, a pretensão intentada na ACP ab origine não revela hipótese de pretensão tributária, pois o que se pretende é resguardar interesses dos consumidores e não dos contribuintes, na medida em que se insurge contra a forma como a concessionária vem cobrando os serviços de energia elétrica e a contribuição de iluminação pública, o que afasta a vedação prevista no art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 7.347/1985”. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 6 Informativo 459 do STJ: ACP x controle de constitucionalidade “Conforme a jurisprudência, é cabível a declaração de inconstitucionalidade de lei incidenter tantum em ação civil pública (ACP)”. • Como o tema do objeto da ação coletiva é retratado nas questões de concurso público? (Cespe – Promotor de Justiça – TO/2012) Com relação à teoria constitucional e à tutela dos direitos difusos e coletivos, assinale a opção correta. a) Sãoconsiderados interesses coletivos os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. b) Direitos ou interesses transindividuais não possuem titulares individuais determinados e pertencem a uma comunidade ou coletividade. (Cespe – Promotor de Justiça – TO/2012) cont.. c) O interesse público secundário é o interesse social, o da sociedade ou da coletividade, assim como a proteção ao meio ambiente. d) Os interesses relacionados a condôminos de um edifício excedem o âmbito estritamente individual, constituindo interesses públicos. e) Direitos difusos e direitos coletivos distinguem-se pela coesão como grupo, categoria ou classe anterior à lesão, própria dos direitos difusos, e não dos coletivos stricto sensu. (MPE-SC – Promotor de Justiça – SC/2013) ( ) Na classificação dos direitos difusos, os conceitos de transindividualidade e indeterminação são sinônimos e expressam uma mesma realidade. ( ) Nos direitos coletivos em sentido estrito, a “relação jurídica base” deve ser anterior à lesão motivadora da tutela judicial. (MPE-SP – Promotor de Justiça – SP/2011) Considere as seguintes situações: I. responsabilidade do fornecedor em relação a vício de qualidade na pintura de um modelo de veículo por ele produzido; II. responsabilidade do Estado pelo fornecimento de um medicamento indispensável para um idoso; III. responsabilidade do loteador pelo contrato de venda de lotes de um loteamento popular clandestino; IV. responsabilidade do fornecedor em relação a vício de segurança nos freios de um modelo de veículo por ele produzido; V. responsabilidade do empreendedor imobiliário quanto à cláusula de reajuste de um contrato de venda de lotes de um condomínio fechado de luxo. (FEPESE – Promotor de Justiça – SC/2014) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale se ele é falso ou verdadeiro: ( ) Manejando a ação popular, o cidadão eleitor faz-se parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público, assim como a declaração de inconstitucionalidade de lei em tese. Também foi cobrada: AGU 2002; AGU 2003; PGE CE 2003; TJCE 2004; TJBA 2005; PGE CE 2007; TJPI 2007; TJTO 200; etc). (MPE MT 2004) + (PGE RR 2004) + (TRF5 2006) (26) Sendo os conceitos de consumidor e de contribuinte categorias distintas, o Ministério Público não tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa de direitos www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 7 de contribuintes para pleitear, sob o fundamento da inconstitucionalidade de lei que instituiu determinado tributo, a restituição de valores pagos ao fisco por força desse tributo. (PGE AM 2004) (82) A ação popular busca proteger, essencialmente, o patrimônio público, ou seja, o que comumente se denomina erário; por conseguinte, bens jurídicos do poder público alheios a essa dimensão patrimonial, econômica, não são passíveis de proteção por meio desse remédio processual. (PGE CE 2007) (D) Ação civil pública por danos causados ao meio ambiente pode ter como objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer. Declarada a procedência dos pedidos deduzidos nessa ação, a regra é a reparação do dano aos bens lesados, e a condenação à indenização em dinheiro somente acontecerá quando o dano for irreversível. 3. Legitimidade ad causam 1. Conceito de legitimidade ad causam: • é a pertinência subjetiva da lide – Liebman • é a autorização, conferida pela lei, para que certa pessoa, física, jurídica ou sem personalidade, atue como autora ou ré na defesa de uma certa posição jurídica de direito material. 2. A legitimidade na tutela coletiva • Legitimidade concorrente – mais de uma pessoa simultaneamente legitimada a agir • Legitimidade disjuntiva – a legitimidade de cada um é independente da que possui o outro • Legitimidade extraordinária – corrente dominante (Didier) • Legitimidade autônoma – corrente minoritária (Nery Jr.) • Legitimidade coletiva ativa e passiva • A legitimidade ad causam no processo civil brasileiro se utiliza da idéia norte-americana de adequacy of representation (representação adequada) • Verificar se há representação adequada, a depender do procedimento coletivo que se pretenda usar, é atividade que será implementada em etapas • Etapa 1 – análise legislativa • Etapa 2 – pertinência temática • Etapa 3 – filtros relacionados à boa fé processual • É a hipótese dos arts. 5°, § 4º da LACP e 82, § 1º do CDC, atinente às associações “O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido” 3. Rol dos legitimados 3.1. Procedimento da LACP/CDC (arts. 5º e 82) a) Ministério Público b) Defensoria Pública c) União, Estados, Municípios e DF (administração direta ou indireta, mesmo sem personalidade, desde que haja pertinência temática) d) autarquia e fundação e) empresa pública e sociedade de economia mista www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 8 f) associação • Problemas relacionados à legitimidade ativa no procedimento da LACP/CDC a) MP a tutela dos direitos individuais homogêneos corrente 1 – não possui legitimidade (CF 129, III); corrente 2 – legitimidade condicionada (deve existir relevante interesse social, não se podendo falar em tutela de direito individual disponível e identificável). Entendimento dominante. Nesse sentido: “Súmula 470 do STJ: O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado”. Em 2014, o STF sabiamente decidiu em sentido contrário, admitindo a legitimidade no caso em tela. corrente 3 – legitimidade irrestrita (tese ampliativa). O simples fato da economia processual gerada pela tutela coletiva do direito individual já justifica a atuação do MP Nesse sentido: Informativo 421 “O Ministério Público tem legitimidade processual extraordinária para propor ação civil pública (ACP) com o objetivo de que cesse a atividade tida por ilegal de, sem autorização do Poder Público, captar antecipadamente a poupança popular, ora disfarçada de financiamento para compra de linha telefônica, isso na tutela de interesses individuais homogêneos disponíveis. Anote-se que o conceito de homogeneidade pertinente aos interesses individuais homogêneos não advém da natureza individual, disponível e divisível, mas sim de sua origem comum, enquanto se violam direitos pertencentes a um número determinado ou determinável de pessoas ligadas por essa circunstância de fato (art. 81 do CDC). Outrossim, conforme precedente, os interesses individuais homogêneos possuem relevância por si mesmos, o que torna desnecessário comprová-la”. a tutela de direito indisponível de uma pessoa determinada Informativo 344 “A Seção, por maioria, entendeu que o Ministério Público tem legitimidade para defesa de direitos individuais indisponíveis em favor de pessoa carente individualmente considerada, na tutela dos seus direitos à vida e à saúde (CF/1988, arts. 127e 196). Precedentes citados: REsp 672.871-RS, DJ 1º/2/2006; REsp 710.715-RS, DJ 14/2/2007, e REsp 838.978-MG, DJ 14/12/2006”. No mesmo sentido: Informativos 407 a tutela de direito indisponível de uma pessoa determinada Informativo 523 O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública contra a concessionária de energia elétrica com a finalidade de evitar a interrupção do fornecimento do serviço à pessoa carente de recursos financeiros diagnosticada com enfermidade grave e que dependa, para sobreviver, da utilização doméstica de equipamento médico com alto consumo de energia. legitimidade do MP para a defesa do patrimônio público Súmula 329 do STJ: www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 9 “o Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público” legitimidade do MP para pleitear a nulidade de cláusulas em contratos bancários (Informativo 456 STJ) “A Turma reiterou o entendimento de que o Ministério Público tem legitimidade para demandar em ação civil pública (ACP) que busca a declaração de nulidade de cláusula contida em contrato padrão de instituição financeira – cobrança de comissão de permanência relativamente aos dias em atraso, calculada à taxa de mercado do dia do pagamento –, por se tratar de interesse individual homogêneo de usuários de serviços bancários (consumidores) nos termos do art. 127 da CF/1988 e dos arts. 81, parágrafo único, III, e 82, I, ambos do CDC”. legitimidade do MPF para requerer a nulidade do certificado de instituição filantrópica Informativo 443 “Nesta instância especial, observou-se que, no caso, a pretensão recursal excede os limites de tutela do interesse tributário do Estado, atingindo o próprio interesse social que as entidades filantrópicas visam promover. Ressalte-se que tais entidades, por desenvolverem um trabalho de complementação das atividades essenciais do Estado, possuem um patrimônio social com características públicas, uma vez que é de uso comum, mas relacionado com o uso da própria sociedade”. Legitimidade do MP para ACP referente a atos de improbidade anteriores à CF/88 Informativo 426 “o Parquet estadual tem legitimidade para ajuizar ação civil pública (ACP) por atos de improbidade administrativa anteriores à CF/1988, em defesa do patrimônio público e social (art. 1º, IV, da Lei n. 7.347/1985)”. legitimidade do MP em ACP referente a loteamento irregular Informativo 407 “A Turma decidiu que, na ação civil pública (ACP) referente à execução de parcelamento de solo urbano com alienação de lotes irregulares, sem aprovação dos órgãos públicos competentes, o parquet tem legitimidade para formular pedido de indenização em favor dos adquirentes de tais lotes, seja em razão da prerrogativa conferida pelos arts. 1º, VI, e 5º, I, da Lei n. 7.347/1985, seja por versar sobre direitos individuais homogêneos que transbordam o mero caráter patrimonial, configurando, ademais, relação de consumo na forma dos arts. 81, parágrafo único, III, e 82, I, do CDC”. legitimidade do MP para agir em defesa de mutuários do SFH Informativo 407 do STJ “O Ministério Público Federal (MPF) tem legitimidade para propor ação civil pública (ACP) com o objetivo de sobrestar processos de execuções extrajudiciais em tutela de direito e interesse de mutuários do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), dado o caráter homogêneo deles e a repercussão social decorrente de sua ofensa”. legitimidade do MP para requerer a manutenção de curso noturno em escola Informativo 399 “Trata-se de ação civil pública (ACP) ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) com o objetivo de manter curso de ensino médio no período noturno de colégio custeado pela União o qual o diretor teria ilegalmente suprimido. A sentença, por sua vez, extinguiu o feito sem resolução de mérito, por considerar www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 10 a ilegitimidade do MPF para figurar como parte ativa. Entretanto, o TRF deu provimento à apelação do MPF e anulou a sentença, ao argumento de tratar-se de direito coletivo e difuso que, nos termos do art. 81, I e II, da Lei n. 8.078/1990 (CDC)” legitimidade do MP para tutelar poluição sonora Informativo 372 “a questão cinge-se a saber se o MP tem ou não legitimidade para propor ação civil pública em se tratando de poluição sonora. A Turma, por maioria, deu provimento ao recurso, ao entendimento de que a poluição sonora enquadra-se em poluição, sendo extremamente gravosa à saúde, especialmente quando impede que as pessoas durmam, não se constituindo somente um incômodo. Assim, tendo em vista se tratar de poluição, o MP tem legitimidade para a propositura de ação, conforme prevê o art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/1981 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente)” ilegitimidade do MP para a tutela coletiva tributária individual homogênea Informativo 355 “O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação civil pública objetivando ver declarada nula portaria da Secretaria da Fazenda que autoriza banco estatal a contratar financiamento com empresa de telefonia, concedendo benefícios fiscais, representados por créditos presumidos de ICMS” legitimidade do MP para a tutela dos direitos de consumidores de serviços médicos Informativo 532 O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública cujos pedidos consistam em impedir que determinados hospitais continuem a exigir caução para atendimento médico-hospitalar emergencial e a cobrar, ou admitir que se cobre, dos pacientes conveniados a planos de saúde valor adicional por atendimentos realizados por seu corpo médico fora do horário comercial. MP (ou outro legitimado) deve assumir ACP se houver desistência infundada ou abandono por parte de associação (art. 5º, § 3º da LACP) litisconsórcio entre MPF e MPE na ACP Previsão legislativa: art. 5º, § 5º da LACP Regra viola a partilha de atribuições constitucional entre os ministérios públicos dos estados e o MPF. Cada um deve atuar em sua esfera específica. na tutela coletiva em geral: se o MP não for autor, deverá atuar como custos legis. (arts. 5, § 1º da LACP; 6, § 4º da LAP; 12 da LMS; 17, § 4º da LI) pode o MP entender que não é caso de intervenção? atuação da Procuradoria, em 2º grau, afasta a nulidade pela não participação no 1º grau? • Problemas relacionados à legitimidade ativa no procedimento da LACP/CDC (cont.) b) Associações pertinência temática (art. 5, V, “b” da LACP) pré-constituição de 1 ano (art. 5, V, ‘a” da LACP) juiz pode dispensar a pré-constituição (art. 5, § 4º) www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 11 Jurisprudência: Informativo 369 do STJ: Dispensam-se formalidades, tais como a prova de que os associados tenham conferido autorização expressa ou a evidência de que tenham aprovado o ajuizamento da ação em assembléia O STF pensa de forma distinta: AgRg no Ed no RE 520629 – aplica a dispensa somente para o MS Coletivo • Problemas relacionados à legitimidade ativa no procedimento da LACP/CDC (cont.) c) Entes da Administração Direta e Indireta, de direito públicoe privado deve haver pertinência temática entre o ente legitimado e a lide coletiva tutelada Informativo 458: Para a Min. Relatora, o art. 82, III, do referido código apenas determina, como requisito de legitimação concorrente para o exercício da defesa coletiva, que o órgão atue em prol dos direitos dos consumidores, motivo pelo qual a exigência mencionada pelo tribunal a quo – de que o regimento interno da comissão recorrente deveria expressamente prever, à época da propositura da ACP, sua competência para demandar em juízo – constitui excesso de formalismo • Problemas relacionados à legitimidade ativa no procedimento da LAP legitimado para a LAP é o cidadão. O que significa ser cidadão? à art. 1, § 3º. A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. à se o menor já tiver título de eleitor (a partir de 16 anos), precisa ajuizar a Ação Popular assistido ou não? o MP poderá ter legitimidade superveniente para a Ação Popular é a regra do art. 9º da Lei 4.717/65: Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. • Problemas relacionados à legitimidade ativa no procedimento da Lei de Improbidade quem é legitimado a ajuizar a Ação Civil Pública de Improbidade? art. 17, caput da Lei 8.429/92: “Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar”. A pessoa jurídica interessada pode ser de direito privado? Observe o teor do art. 1º da LIA – Lei 8.429/92 • Problemas relacionados à legitimidade ativa no procedimento do MS coletivo podem ser legitimados ativos no MS coletivo (art. 21 da Lei 12.016/09): a) partido político com representação no congresso nacional b) sindicato c) entidade de classe (OAB, p. exemplo) www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 12 d) associação, constituída e em funcionamento há 1 ano o juiz pode, a exemplo do que ocorre no procedimento da LACP/CDC, dispensar a prévia constituição? • Problemas relacionados à legitimidade ativa no procedimento do MS coletivo as entidades de classe podem agir na defesa de todos ou de parte de seus membros tal defesa tem que estar prevista no estatuto do ente coletivo deve haver pertinência temática entre o direito defendido e os fins sociais dos entes coletivos não há necessidade de que haja autorização assemblear ou procuração para que o MS coletivo seja impetrado. • Litisconsórcio na tutela coletiva a) Litisconsórcio ativo: sempre será facultativo e unitário b) Ação civil pública ambiental e litisconsórcio passivo: será facultativo também, eis que existe solidariedade passiva dos responsáveis c) Litisconsórcio móvel: é a regra do art. 5, § 2º da LACP d) Litisconsórcio passivo na ACP de Improbidade e) Litisconsórcio passivo na AP § 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. Aplica-se também na Ação Popular (art. 6, § 3º LAP) e na Ação de Improbidade (art. 17, § 3º da LI) • A legitimidade ad causam nas questões de concurso (FEPESE – Promotor de Justiça – SC/2014) Analise o enunciado da questão abaixo e assinale se ele é falso ou verdadeiro: ( ) Embora os colegitimados à propositura da ação civil pública não sejam os titulares dos direitos e interesses que defendem em juízo (pois são direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos), admite-se a possibilidade de celebração de acordos. (Cespe – Promotor de Justiça – AC/2014) No que concerne à legitimidade para a proposição de ACP, assinale a opção correta de acordo com o entendimento do STJ. A) O MP é parte ilegítima para propor ACP com a finalidade de compelir município a efetivar matrícula de criança em creche municipal. B) O MP é parte ilegítima para propor ACP com o fim de compelir plano de saúde a voltar a fornecer medicamento específico a consumidor que sofra de esclerose múltipla. C) O MP é parte legítima para propor ACP com o fim de pleitear a defesa de interesses individuais, difusos ou coletivos, relativos à infância e à adolescência, apesar de não haver, a esse respeito, previsão expressa no ECA. D) Associação civil de defesa do consumidor é parte legítima para ajuizar ACP em defesa de interesses individuais homogêneos. E) O MP é parte ilegítima para propor ACP com o fim de obrigar o Estado a fornecer alimento especial indispensável à saúde de pessoa pobre, mormente quando sofra de doença grave que, em razão do não fornecimento do aludido alimento, possa causar prematuramente a sua morte. • A legitimidade ad causam nas questões de concurso www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 13 (DEF AL 2003) (84) O Ministério Público somente tem legitimidade para propor ação coletiva em defesa do consumidor se comprovar, na hipótese, a existência de interesse público ou de relevância social. (TJSE JUIZ 2003) (2) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do direito do consumidor, ainda que a hipótese não verse sobre interesse difuso ou coletivo, mas individual homogêneo. (AGU 2004) (58) Em consonância com a jurisprudência do STF, nos mandados de segurança coletivos impetrados por sindicato em defesa de direito subjetivo comum aos integrantes da categoria, exige-se, na inicial, a autorização expressa dos sindicalizados, uma vez que se trata de hipótese de representação e não de substituição processual. (AGU 2004) Um servidor público de nível médio da administração direta, selecionado por meio de processo seletivo, teve seu ato de nomeação e sua posse em cargo público efetivo anulados, tendo em vista nulidade posterior declarada de seu processo de seleção, em face de procedência, com trânsito em julgado, de ação popular movida por sindicato da categoria que o representaria. (32) A ação popular foi movida por parte ilegítima. 11. (MPE TO 2004) Em conformidade com o CDC, assinale a opção que não corresponde a um ditame normativo relativo ao Ministério Público. (B) O Ministério Público pode, a requerimento de qualquer coletividade, ajuizar a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto no CDC, porém não é admitida a atuação do Ministério Público a pedido de consumidor individual. (D) Tanto o Ministério Público como o Distrito Federal é legitimado para promover a defesa coletiva dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas. (E) Nas ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos que não tenham sido ajuizadas pelo Ministério Público, a ele caberá, de ofício, a atuação como fiscal da lei. (TJBA JUIZ 2004) (33) A ação popular, como remédio processual destinado à proteção do princípio da moralidade, pode ser validamente ajuizada para atacar ato praticado por sociedadede economia mista, embora essa categoria de ente tenha personalidade jurídica de direito privado. (TJCE JUIZ 2004) (1) A ação popular não pode ser ajuizada pelo MP, pois é mecanismo processual constitucionalmente deferido ao cidadão. Por outro lado, considerando que essa ação visa à tutela do patrimônio público, o MP está vinculado à defesa das posições adotadas no processo pelo autor popular, isto é, não poderá o promotor de justiça ou procurador da República, conforme o caso, opinar pela improcedência do pedido. (TRF5 JUIZ 2006) (82) Qualquer cidadão brasileiro tem legitimidade para propor ação popular de invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio público. Para a comprovação da legitimidade, exige-se que o litígio seja ajuizado em comarca onde o autor possua domicílio eleitoral, ou www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 14 seja, que o cidadão pertença à comunidade a que diga respeito o litígio. (93) A ação civil pública por danos ambientais pode ser proposta contra o responsável direto, o responsável indireto ou ambos. Por se tratar de responsabilidade solidária, os legitimados passivos podem ser acionados em litisconsórcio facultativo. (94) O Ministério Público tem legitimidade ativa para propor, na defesa do patrimônio público, ação civil pública, admitindo-se, no âmbito dessa ação coletiva, a possibilidade de declaração incidental de inconstitucionalidade de lei, desde que a controvérsia constitucional figure como causa de pedir, fundamento ou questão indispensável à resolução do litígio principal, em torno da tutela do interesse público. (TRF5 JUIZ 2006) (95) A defensoria pública, órgão público essencial ao exercício da função jurisdicional, tem legitimidade para propor ação civil em nome próprio, defendendo interesses metaindividuais e individuais homogêneos, para a proteção dos direitos constitucionais. (TJPI JUIZ 2007) (E) A entidade representativa de classe tem legitimidade para impetrar mandado de segurança para proteção de direitos individuais de seus associados. Não se exige, no caso, nem que se comprove a constituição da entidade, segundo as exigências legais e o seu funcionamento de pelo menos um ano, não se exigindo, também, autorização desses associados. (TJAL JUIZ 2008) (E) Em ação proposta por associação para reparação de dano ao meio ambiente, caso haja desistência desprovida de qualquer fundamento adequado, assumirá a titularidade ativa o MP ou qualquer legitimado. (TJSE JUIZ 2008) (D) Em caso de desistência ou abandono da ação civil pública proposta por algum co- legitimado, o Ministério Público assumirá a legitimidade ativa, devendo prosseguir na ação até a prolação da sentença de mérito, por ser indisponível o seu objeto. (AGU 2007) (132) É facultado ao poder público habilitar-se como litisconsorte de qualquer das partes na ação civil pública. (MPE-SP – Promotor de Justiça – SP/2011) A ação civil pública para a punição de atos de improbidade administrative a) será proposta pela pessoa jurídica interessada, exclusivamente. (PGE PB 2007) (B) O Ministério Público não possui legitimidade para propor ação civil pública visando à proteção do patrimônio de sociedade de economia mista, pois a defesa judicial do patrimônio público é atribuição dos órgãos da advocacia dos entes públicos. (C) O sindicato e a associação civil têm legitimidade ativa para propor ação civil pública que tenha por objeto a cobrança indevida de tributo, taxa ou multa, desde que seja de interesse de seus associados e esteja incluída, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao consumidor e à ordem econômica. 4. Custos processuais • Custos processuais e procedimento da LACP/CDC à art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 15 despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. à art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos. à essas regras se estendem ao MP e demais legitimados? SIM à Informativo 425 “(...) em razão do art. 18 da Lei n. 7.347/1985, norma disciplinadora da ação civil pública, a parte autora só pode ser condenada ao pagamento de honorários advocatícios e de despesas processuais em caso de comprovada má-fé. Precedente citado: REsp 47.242-RS, DJ 17/10/1994, e REsp 845.339- to, DJ 3/3/2008”. à Informativo 424 “A 1ª Seção do STJ entendeu que, na condição de autor de ação civil pública, o Ministério Público, na perícia que requereu, não se incumbe de adiantar as despesas referentes a honorários do expert, contudo isso não permite que o juízo obrigue a outra parte a fazê-lo”. à Informativo 404 Na ação civil pública (ACP) movida pelo Ministério Público, a questão da verba honorária foge inteiramente das regras do CPC, sendo disciplinada pelas normas próprias da Lei n. 7.347/1985. Dentro de absoluta simetria de tratamento e à luz da interpretação sistemática do ordenamento, não pode o Parquet beneficiar-se de honorários quando for vencedor na ACP à Em sentido contrário: RESP 845.339, DJ 15/10/07 a) se ou autor coletivo perde, aplica-se o art. 18 da LACP b) se o réu da ACP perde, aplica-se o CPC à a isenção do art. 18 se aplica ao MP na ACP de improbidade? SIM. Vide RESP 822.919, DJ 14/12/2006 à a isenção do art. 18 incide em qualquer etapa do processo (cognitiva; executiva) SIM. RESP 896.679 NÃO. AgRg no RESP 1.011.073 • Os custos processuais nos concursos públicos (TJSE JUIZ 2008) (B) Na ação civil pública, com exceção do Ministério Público, todos os outros legitimados, em caso de improcedência do pedido, serão condenados nos ônus da sucumbência, consistentes nas despesas e custas processuais e honorários advocatícios. 5. Competência à Competência no procedimento da LACP/CDC à Art. 2º da LACP; art. 93 do CDC art. 2º. As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. art. 93. Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local: www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 16 I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; II - no foro da Capital do Estado OU no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. à qual é o critério de competência utilizado pelo legislador nas duas regras expostas? TERRITORIAL à por que, então, falou-se em “critério funcional” no art. 2º da LACP? • A doutrina de Chiovenda e sua aplicação na LACP à em que casos a competência para a ACP será da Justiça Federal? Sempre que se verificar a incidência da regra do art. 109da CF/88 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo XI - a disputa sobre direitos indígenas à a competência e a intervenção anômala do art. 5º da Lei 9.469/97 à aplica-se, em sede de tutela coletiva pelo procedimento da LACP/CDC, o art. 109, § 3º da CF? à art. 109, § 3º da CF: § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. à Não. STF. RE 228.955-9, Rel. Min Ilmar Galvão. à Prevenção x tutela coletiva: art. 2º, parágrafo único. Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. à é a propositura da ACP que determina a prevenção do juízo? TEMA CONTROVERTIDO NA JURISPRUDÊNCIA • A competência nos concursos públicos (AGU 2002) (2) Verifica-se a ocorrência de conexão a justificar a reunião dos processos, se um deles, embora já extinto por sentença, ainda não tiver transitado em julgado, pendente o exame de apelação. (3) A ação civil pública deve ser ajuizada, em regra, no foro do local onde ocorreu o dano. Tratando-se de comarca em que não haja juiz federal, e sendo a União chamada a integrar a lide, prorroga-se a competência para o juiz de direito do lugar do dano, por força do texto constitucional, salvo se na comarca existir vara da justiça federal. (4) A propositura da ação popular previne a jurisdição do juízo para todas as ações www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 17 posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos. Correndo as ações em juízos de competência territorial diversa, torna-se competente aquele que primeiro citar validamente o réu. (MPE TO 2004) (E) ACP proposta contra empresa pública federal tramita perante a justiça federal ainda que o dano tenha ocorrido em outra localidade que não for sede de justiça federal. Caiu também:MPE AM 2007 (AGU 2007) (134) Considere que um cidadão tenha ajuizado ação popular questionando irregularidade nos gastos de um estado- membro, relativos a recursos públicos oriundos de convênio com uma autarquia federal, e esta, após intimada, ingresse no feito como litisconsorte ativa. Nesse caso, compete à justiça federal processar e julgar a causa. Por que a assertiva está errada? à Por conta deste entendimento jurisprudencial do STJ: “A INTERVENÇÃO DA UNIÃO FEDERAL, AUTARQUIA OU EMPRESA PUBLICA COMO ASSISTENTE OU OPOENTE, SO DESLOCARA A COMPETENCIA SE DEMONSTRADO LEGITIMO INTERESSE JURIDICO PROPRIO, FICANDO SEM FORÇA ATRATIVA APENAS A PARTICIPAÇÃO "AD ADJUVANDUM". (CC 20.971/MG, Rel. Ministro MILTON LUIZ PEREIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, DJ 08/06/1998) (TRF5 JUIZ 2007) (85) Se forem propostas separadamente duas ações civis públicas em defesa do interesse dos consumidores, com alguns pedidos em comum contra pessoas jurídicas diversas, tais ações deverão ser reunidas perante o mesmo juízo prevento, para julgamento conjunto, exigindo-se, para essa reunião, que se trate de competência relativa e que as causas estejam submetidas a juízos que isoladamente são competentes para o julgamento dos feitos. (86) A competência para processar e julgar a ação civil pública por danos ao meio ambiente é da justiça estadual, fixada pelo critério territorial e delimitada pelo local do dano. No entanto, admite-se a prorrogação da competência fundada na qualidade da parte. Assim, é da competência absoluta da justiça federal a ação proposta contra empresa privada concessionária de serviço público federal, ainda que não evidenciado o interesse da União, de suas autarquias ou suas empresas públicas. (PGE PB 2007) (D) Caso sejam propostas separadamente duas ações civis públicas em defesa do interesse dos consumidores, com o mesmo pedido, perante juiz federal e juiz estadual, respectivamente, em desfavor de pessoas jurídicas diferentes, estas deverão ser reunidas, perante o juízo prevento, para julgamento conjunto. (MPE RO 2008) 36. (MPE RO 2008) Por meio de inquérito civil público, apurou-se dano ambiental em córrego que corta o município A (a montante) e o município B (a jusante). O promotor de justiça do município A entrou com ação civil pública (ACP) para reparação do dano e cessação da atividade poluidora. Dois dias depois, o promotor de justiça do município B também entrou com ACP com o mesmo conteúdo e objetivo. Considerando a situação hipotética apresentada e à luz da legislação federal da www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 18 ACP, bem como da jurisprudência dominante, assinale a opção correta. (A) Como o dano ocorreu no território de mais de uma comarca, as duas comarcas são competentes para julgamento da questão, que deverá ter pronunciamento duplo. (B) Como o dano ocorreu no território de mais de uma comarca, resolve-se a questão da competência pela prevenção, sendo competente para o trato da questão o juiz que primeiro receber a inicial. (C) Como o primeiro promotor de justiça que ajuizou a ACP foi o do município A, a ação deverá ser julgada nesse município somente. (D) O tribunal de justiça deve avocar e julgar essa questão. (E) Nesse caso, a matéria torna-se de competência do STJ. 6. IC e TAC à Inquérito Civil (IC) – o que é? • É um procedimento administrativo inquisitório (e não um processo administrativo) • Voltado a permitir que o MP reúna elementos de convicção para que: a) decisão por ajuizar uma ACP b) decida por não ajuizá-la à o MP deverá promover o arquivamento do IC. à IC arquivado deve ser remetido, em 3 dias, ao Conselho Superior do MP à se o Conselho não concordar com o arquivamento, designará outro promotor para ajuizar a ACP • Efeito de ter essa natureza jurídica: não é necessário o contraditório em sede de IC à o juiz, em sede de ação civil pública, pode condenar o réu com base, exclusivamente, em elementos colhidos na fase de IC? NÃO. à é obrigatório que o MP realize o IC antes de decidir pela propositura de uma ACP? NÃO à regulamentação legal do IC: arts. 8º e 9º da LACP à só o MP é legítimo para realizar o IC? SIM. à TAC – o que é? Termo de ajustamento de conduta às exigências legais à É um instrumento transacional por meio do qual se realiza acordo que permite a pessoa que desrespeite direitos coletivos a se enquadrar na legalidade. à Trata-se de uma transação distinta da que se estuda no direito civil, visto que seu objeto são, em regra, direitos indisponíveis. à previsão legal: art. 5, § 6º da LACP § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromissode ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial à o TAC impede que seja instaurada a ACP? à quais são os requisitos que o TAC deve conter? à o TAC pode ser homologado judicialmente? E se for realizado antes que exista uma ação na justiça? 43. (MPE TO 2008) Acerca do inquérito civil, assinale a opção correta. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 19 (A) O compromisso de ajustamento de conduta firmado, no curso do inquérito civil extrajudicial, entre o MP e o investigado tem força de título executivo extrajudicial. Nesse caso, é obrigatório que, no instrumento de formalização do acordo, esteja prevista a sanção para o caso de descumprimento do que ficou acordado. (B) Na instrução da ação civil pública, é desnecessária a repetição das provas produzidas no inquérito civil instaurado pelo MP, visto que estas foram produzidas por um órgão público e em estrita obediência ao princípio do contraditório. No entanto, deverão ser necessariamente repetidas as provas produzidas no inquérito civil instaurado pelos demais co-legitimados à propositura da ação civil. (C) O compromisso de ajustamento de conduta pode ser celebrado entre qualquer dos co-legitimados à propositura da ação civil pública e o autor do comportamento lesivo a interesses difusos ou coletivos. Esse compromisso, quando firmado no curso da ação civil, com a manifestação favorável do MP, será homologado pelo juiz. (D) O inquérito civil será arquivado quando o representante do MP concluir pela desnecessidade da propositura da ação ou se convencer da ausência de ofensa ao interesse coletivo ou difuso sob tutela. Na hipótese do ajuizamento da ação civil pública, a petição inicial deverá ser instruída com o inquérito civil, em virtude de ser peça imprescindível ao convencimento do juiz, para receber a inicial e determinar a citação do demandado. (TJSE JUIZ 2008) (A) O Ministério Público é o único legitimado a firmar extrajudicialmente o compromisso de ajustamento de conduta lesiva às exigências legais do causador do dano a um dos bens protegidos, visando prevenir o ajuizamento da ação civil pública. (PGE PB 2007) (E) Se o inquérito civil ou a ação civil pública não forem instaurados pelo Ministério Público, mas por um dos demais legitimados, o compromisso de ajustamento de conduta firmado entre as partes, necessariamente, deverá ser homologado pelo promotor de justiça, e, caso não haja aquiescência do parquet, o acordo deverá ser homologado pelo juiz. 30. (MPE AM 2007) Acerca do termo de ajustamento de conduta, assinale a opção correta. (A) O instrumento de transação, previsto na Lei dos Juizados Especiais, quando referendado pelo MP, equivale ao termo de ajustamento de conduta. (B) A corrente doutrinária que identifica o termo de ajustamento de conduta com a transação realça o caráter típico que o instrumento assume nessa condição. (C) A legitimidade ativa para a celebração do termo de ajustamento de conduta é concorrente e disjuntiva. (D) O Poder Judiciário tem legitimidade para celebrar termo de ajustamento de conduta com a finalidade de evitar o litígio judicial. (E) O termo de ajustamento de conduta é aceitável tanto na seara criminal, como na seara da improbidade administrativa (TJPI JUIZ 2007) (B) A ação civil pública depende não só da prévia instauração do inquérito civil mas também do inquérito penal, visto que só se pode propor essa ação relativa a questões ambientais quando houver comprovado dano ambiental ou crime de risco. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 20 (C) Embora a maior parte das ações civis públicas ambientais passe, no Brasil, pela fase prévia do inquérito civil, ela pode ser intentada sem a instauração de inquérito. (D) É necessário que a ação civil pública ambiental passe pela fase prévia do inquérito civil, não sendo admissível, pela complexidade da temática e pela imprevisibilidade dos efeitos das ações antrópicas, que ela possa ser intentada sem que, preliminarmente, tenha sido concluído o referido inquérito. (E) O arquivamento da ação civil pública só deve, obrigatoriamente, ser examinado pelo Conselho Superior do Ministério Público quando o respectivo inquérito civil apresentar irregularidades insanáveis. (TJPI JUIZ 2007) (C) Os co-legitimados à propositura da ação civil pública poderão, antes de ajuizar a ação, instaurar inquérito civil destinado a colher provas que instruirão a petição inicial e tentar obter o compromisso de ajustamento da conduta lesiva às exigências legais, visando prevenir o ajuizamento da ação civil pública. 7. Provas à o tema de destaque em matéria de provas na tutela coletiva é a inversão do ônus da prova à prevista no art. 6º, VIII do CDC: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências à aplica-se à tutela coletiva, mesmo não fazendo parte do Título III do CDC? SIM. Nesse sentido: Informativo 404 “A Turma entendeu que, nas ações civis ambientais, o caráter público e coletivo do bem jurídico tutelado – e não eventual hipossuficiência do autor da demanda em relação ao réu – conduz à conclusão de que alguns direitos do consumidor também devem ser estendidos ao autor daquelas ações, pois essas buscam resguardar (e muitas vezes reparar) o patrimônio público coletivo consubstanciado no meio ambiente. Assim, ao interpretar o art. 6º, VIII, da Lei n. 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei n. 7.347/1985, conjugado com o princípio da precaução, justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade potencialmente lesiva o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento”. à o que significa “inverter o ônus da prova”? Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. à quais são os critérios legais para se fazer essa inversão? à qual o momento mais adequado para ela ser posta em prática? (MPE-SC – Promotor de Justiça – SC/2011) Assinale a alternativa correta I. Aplica-se às ações de improbidade administrativa destinadas à reparação de danos ao erário a inversão do ônus da prova, quando houver demonstração de que a evolução patrimonial do agente é desproporcional aos seus rendimentos. Banca, erroneamente, considerou falsa www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA – MÓDULO III Processo Coletivo Rodrigo Klippel 21 8. Coisa julgada à Coisa julgada – definição à A coisa julgada na tutela coletiva – o art. 103 do CDC à limites subjetivos à limites objetivos à coisa julgada secundum eventum probationis à coisa julgada secundum eventum litis à coisa julgada in utilibus Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em quequalquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81; III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81. § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe. § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual. § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória. 9. Recursos 10. Tutela de Urgência/Execução
Compartilhar