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#PROCESSO CIVIL EXECUÇÃO 1

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DISCIPLINA: Processo de Execução 
	
Semana 1
Nesta semana você deverá estudar sobre teoria geral da execução, os princípios que a regem, a legitimidade e os pressupostos.
1. INTRODUÇÃO
O processo é o meio pelo qual se realiza a jurisdição, sendo jurisdição a função do Estado de resolver os conflitos de interesse. 
É uma sucessão de atos processuais praticados pelas partes, pelo juiz e seus auxiliares que tem por finalidade a prestação jurisdicional.
A depender do que o autor de uma ação deseja a lei prevê um determinado tipo de processo.
O Código de Processo Civil (CPC) enumera três tipos de processo: de conhecimento, de execução e cautelar, dedicando o Livro II ao processo de execução, tema deste semestre.
O processo de conhecimento, pertencente ao Livro I, tem por objetivo conhecer o direito, verificando se o autor possui ou não o direito material que afirma em juízo. Apenas declara a existência ou não de um direito, caso em que a sentença será declaratória. 
Ainda dentro do processo de conhecimento há situações em que a parte procura constituir, desconstituir, conservar ou modificar a relação jurídica, hipóteses de cunho constitutivo ou desconstitutivo, conforme o caso concreto.
E há as sentenças condenatórias, que tem por objetivo a formação do título executivo, nas quais o juiz condena o réu a fazer ou não fazer, pagar um determinado valor em dinheiro ou a entregar uma coisa. 
Resumidamente, pode-se dizer que no processo de conhecimento o que se almeja é uma sentença declaratória, condenatória, constitutiva ou desconstitutiva, a depender do pedido do autor exarado na petição inicial. 
No processo cautelar, regido pelo Livro III, o que se busca é afastar os riscos que possam afetar o resultado do processo principal, objetivando conservar o estado dos bens, das pessoas e das provas até a solução da lide principal, pressupondo, desta forma, um processo em andamento e por isto tem como característica a instrumentalidade, além de ser acessório e provisório.
No processo de execução o objetivo é a satisfação concreta do direito do credor, direito este declarado no título. Diferentemente do processo de conhecimento, no processo de execução não se pede uma decisão de procedência ou improcedência, pois o autor já tem o direito declarado no título. O que se pede, na execução, é a realização deste direito, culminando com a satisfação do credor.
O credor teve seu direito declarado na sentença condenatória. A sentença condenatória é o título judicial que consubstancia a execução.
Se o devedor não cumprir o mandamento jurisdicional o credor terá mecanismos para acionar o Poder Judiciário para que, por meio de atos coercitivos, a sentença seja executada, ou seja, que o estabelecido em sentença seja cumprido, daí falar-se em fase de cumprimento da sentença.
Ocorre que existem outros títulos que não são os judiciais. São os denominados títulos extrajudiciais, e que também conferem ao credor, o direito de acionar o Estado para que a satisfação do credor especificada no título seja executada, em caso de inadimplemento da obrigação por parte do devedor. 
O CPC sofreu inúmeras reformas, sendo as promovidas pelas leis n°. 11.232/05 e n° 11.382/06 significativas no tocante ao tema execução.
O ordenamento jurídico processual em vigor prevê procedimentos específicos para cada tipo de título. 
Atualmente os títulos judiciais não se sujeitam ao processo autônomo de execução. Houve a unificação dos processos autônomos de conhecimento e execução, e o que se tem é um único processo composto por fases distintas, denominado pela doutrina de processo sincrético.
Significa dizer que o processo de execução, que antes era autônomo em relação ao processo de conhecimento deixou de existir nos casos de títulos executivos judiciais, e o que antes era processo de execução, com a reforma passou a ser uma fase executiva - a fase de cumprimento da sentença. Esta é a regra, cujas exceções são os casos de sentença penal condenatória, arbitral e estrangeira, que embora sejam títulos judiciais, sujeitam-se ao processo de execução, devido à formação do título judicial advir de outra esfera que não a cível.
Para os títulos executivos extrajudiciais ainda há a formação de um novo processo, em que se exige a citação do devedor. Trata-se de processo autônomo. Isto porque, neste caso, não houve a fase de conhecimento, que antecede a fase executiva. A ausência da fase cognitiva, onde o magistrado declara a procedência ou improcedência do pedido do autor, exige a formação um novo processo, qual seja, o de execução.
Saliente-se que seja qual for o título - judicial ou extrajudicial - o credor tem meios para exigir do devedor que a obrigação seja adimplida. Do mesmo modo têm o devedor expediente para se defender; ou por impugnação nos casos de título judicial, ou por embargos à execução, sendo a hipótese de título extrajudicial, temas que serão vistos no decorrer das semanas.
2. PRINCÍPIOS
Princípio da autonomia
O princípio da autonomia atualmente somente é aplicável nas hipóteses em que a execução baseia-se em título executivo extrajudicial ou judicial advindo de sentença penal condenatória, estrangeira ou arbitral porque apenas nestas hipóteses haverá a formação do processo autônomo. 
Na execução fundada em título judicial onde o que se tem é a fase de cumprimento de sentença não mais se aplica referido princípio, uma vez que não há uma nova relação jurídica autônoma.
Princípio da patrimonialidade
São os bens do devedor que estão sujeitos à execução. 
As medidas coercitivas não podem recair sobre a pessoa do devedor porque para o cumprimento das obrigações não cumpridas voluntariamente, responderá o devedor com seus bens presentes e futuros, conforme prevê o art. 591 do CPC. 
Princípio do exato inadimplemento 
Também denominado princípio da efetividade ou do resultado.
Não cumprida a obrigação constante no título executivo espontaneamente o credor promoverá a execução, que ter por fim satisfazer seu direito, permitindo-lhe obter o mesmo resultado que teria caso a obrigação fosse voluntariamente cumprida.
O art. 612 do CPC ilustra este princípio, estabelecendo que a execução será realizada no interesse do credor, que adquire, pela penhora direito de preferência sobre os bens do executado já penhorados.
Outro artigo que pode ser citado é o art. 659, também do CPC, indicando que “a penhora deverá incidir em tantos bens quanto bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios”.
Em suma, tal princípio veda que a execução ultrapasse o necessário à satisfação do direito do exeqüente.
Princípio da disponibilidade do processo pelo credor
Por ter a execução como finalidade a satisfação do credor a ele é facultado não prosseguir, diferentemente do que ocorre no processo de conhecimento. Neste o autor somente poderá desistir sem a anuência da parte contrária antes da resposta do réu, sendo que após a resposta somente poderá o autor desistir da ação caso o réu assim consinta.
Na execução o mesmo não ocorre. O art. 569 do CPC assenta que o credor tem a faculdade de desistir da execução ou de algumas medidas executivas. Depreende-se, portanto, que a desistência poderá ser total ou parcial.
Princípio da máxima utilidade da execução
Por este princípio tem-se que a execução somente pode prosseguir se o prejuízo ocasionado ao devedor trouxer beneficio ao credor, pois o objetivo da execução é promover a satisfação do credor constante no título executivo. 
Se, ao longo dos atos executivos, detectar-se que o exeqüente não obterá resultado e somente o devedor sofrerá perdas a execução não seguirá.
Princípio da menor onerosidade
Este princípio tem amparo no artigo 620 do CPC. Por este artigo a execução deverá ser realizada pelo meio menos gravoso para o devedor.
Isto não significa que o devedor poderá utilizar modos gravosos para o credor. 
Sabe-se que o fim pretendido na fase executiva é satisfazer o credor e em havendo diversos meios para este resultado deverá o juiz mandarque se faça do modo menos gravoso para o devedor, mas sem prejudicar o credor. Ou seja, deverá haver um equilíbrio entre os interesses das partes. 
Princípio do contraditório
Ainda que a aplicação deste princípio na execução tenha causado controvérsia, certo é que sua aplicação estende-se à execução, uma vez que o ordenamento jurídico estabeleceu como garantia constitucional o contraditório e a ampla defesa nos processos judiciais e administrativos, consoante art. 5°, inc. LV da CF. 
Mesmo inexistindo sentença de mérito na execução, trata-se de processo judicial e, portanto, não excluído da garantia constitucional. 
As defesas previstas no CPC confirmam a existência deste princípio.
3. LEGITIMIDADE DAS PARTES 
O título executivo aponta quais são as partes na execução, ou seja, traz que são os credores, denominados na execução exequentes e quem são os devedores, denominados executados, casos em que teremos a legitimidade ativa e passiva, respectivamente.
Em regra, credor e devedor são as partes na execução, entretanto poderão ocorrer mudanças que ocasionarão alterações nestas posições, o que nos leva à legitimação derivada ou superveniente. 
Também poderá o título executivo conferir titularidade a mais de um credor ou devedor o que indica a formação do litisconsórcio.
LEGITIMIDADE ATIVA
Os artigos 566 e incisos do CPC prevêem quais são as pessoas que podem promover a execução forçada: credor e o Ministério Público. 
A doutrina diferencia a legitimidade ativa em primária ou direta e superveniente ou derivada
Legitimidade ativa direita
Credor a quem a lei confere título executivo (inc. I).
É aquele que assim figura no título executivo, seja o título judicial ou extrajudicial, podendo pleitear a prestação jurisdicional executiva.
Trata-se de legitimidade ordinária.
Ministério Público, nos casos previstos em lei (inc.II).
O Ministério Público tem grande atuação na defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, ou seja, possui legitimidade para agir no âmbito do direito processual coletivo. 
O membro do Ministério Público poderá promover a execução em nome próprio ou em nome do Estado, salientando-se que também deverá intervir quando, na execução, houver interesse de incapazes ou interesse público, nos termos do artigo 82 do CPC.
Trata-se de legitimidade extraordinária, pois o interesse tutelado não lhe pertence. Litiga em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesses alheios. 
Legitimidade ativa superveniente ou derivada
Uma vez constituído o título executivo judicial ou extrajudicial poderá ocorrer alguma situação na qual o título será transferido a terceiros que são também legitimados a prosseguir na execução se esta já foi iniciada, ou promover-lhe, caso ainda não esteja em curso, de tal forma que a legitimação será superveniente à formação do título executivo. 
As hipóteses estão previstas no artigo 567 e incisos do CPC: espólio, herdeiros ou sucessores do credor; cessionário e sub-rogado.
Espólio, os herdeiros ou sucessores do credor sempre que por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo (inc. I).
Espólio: quando a sucessão ocorre por morte o espólio será legitimado até que se realize a partilha dos bens do de cujus. 
Espólio corresponde ao aglomerado de bens que compõe a herança, enquanto não realizada a partilha, tendo como representante o inventariante, sendo que se este for dativo os representantes serão todos os herdeiros, conforme estabelece o art. 12, §1° do CPC.
Herdeiros: após a partilha serão os herdeiros os legitimados. 
Herdeiro é aquela pessoa que recebe a título universal. É o sucessor universal. O herdeiro poderá receber na forma legítima ou testamentária.
Sucessores: neste contexto são as pessoas que foram contempladas no testamento do credor com o direito contido no título executivo, como legatárias.
Legatário é a pessoa que recebe a título singular, ou seja, vai receber determinado patrimônio.
Cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transmitido por ato entre vivos (inc.II).
Cessão é matéria relativa ao direito das obrigações e vem regulada no Código Civil nos artigos 286 a 303.
Resumidamente cessão de crédito é a transferência dos direitos do credor a uma terceira pessoa e como regra, todos os créditos podem ser cedidos. 
Ocorrendo a cessão de crédito por ato entre vivos o pólo ativo será ocupado pelo cessionário, que deverá apresentar o ato de cessão, não sendo necessária a anuência do devedor, à medida que o art. 286 do CC dispõe que o credor pode ceder o seu crédito. Isto porque na cessão de créditos participam apenas o cedente e o cessionário, ficando o devedor estranho à relação, sendo necessário que ele seja notificado para que não efetue o pagamento ao credor originário, porém a sua anuência não é indispensável para que a cessão se efetive. 
Sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional (inc. III).
Convêm relembrar o que vem a ser sub-rogação.
Trata-se de instituto de direito civil, pertinente às obrigações.
O termo sub-rogação indica situações em que uma pessoa ou uma coisa são substituídas por outra pessoa ou por outra coisa, conforme seja a sub-rogação pessoal ou real. 
Ocorre que esta substituição, que enseja a transferência de direitos, pode se dar por convenção das partes ou por determinação legal, daí falarmos em sub-rogação legal e convencional, ambas tratadas no Código Civil. 
Sub-rogação legal (art. 346, CC) decorre da lei, enquanto a convencional (art. 347, CC) decorre da vontade das partes. 
A sub-rogação legal independe da declaração do credor ou devedor, comumente sendo um terceiro o interessado na satisfação do crédito. 
Já a sub-rogação convencional origina-se por iniciativa de uma das partes, quando não evidenciados os requisitos da sub-rogação legal. 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
Legitimado passivo é aquele que responde pelo cumprimento da obrigação consistente no título executivo judicial e extrajudicial.
É contra este legitimado que se pode promover a execução.
Em regra, são legitimados passivos aqueles que constam no título executivo como devedor (legitimação originária) e assim como acontece na legitimidade ativa, na passiva tem-se as hipóteses de legitimação derivada. 
O artigo 568 e incisos do CPC institui quem são as pessoas passíveis de sofrer a execução: devedor, espólio, novo devedor, fiador judicial e responsável tributário.
A doutrina costuma chamar o inciso I de legitimação direta e os demais incisos de legitimação superveniente ou derivada. 
O devedor, reconhecido como tal no título executivo (inc. I).
Tanto no título executivo judicial como no extrajudicial constará quem é o devedor.
Tratando-se de título judicial devedor é a pessoa que foi condenada. É o vencido e será responsável pela obrigação na parte em que a sentença determinar.
Tratando-se de título extrajudicial devedor será aquele que mencionado no título.
O espolio, os herdeiros ou os sucessores do devedor (inc. II).
Assim como ocorre no pólo ativo, no pólo passivo também existe a possibilidade de alterações fáticas, o que importa na legitimação derivada ou superveniente, mantendo-se as mesmas considerações já feitas. 
No entanto, cabe observar que a execução não poderá ultrapassar os limites da herança. 
O novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo (inc. III).
Trata-se de assunção de dívida (cessão de débito). 
Neste caso uma terceira pessoa assume a posição de devedor e com isto adquirirá a responsabilidade pela dívida.
O pólo passivo será ocupado pelo cessionário, mas deverá haver consentimento do credor, nos termos do art. 299 do CC. 
Este consentimento é condição de eficácia para que a cessão de débito se aperfeiçoe, justamente porque o novo devedor, tornando-se responsável pelo adimplemento da obrigação, deverá ter a concordância do credor para que este não seja prejudicado, uma vez que suas garantias foram alteradas.
O fiador judicial (inc. IV).
A fiança é matériadisciplinada pelo Código Civil, nos artigos 818 a 839.
Trata-se de contrato pelo qual uma pessoa garante satisfazer ao credor a obrigação assumida pelo devedor, no caso de inadimplemento deste.
Esta pessoa, que é estranha à relação contratual originária, denomina-se fiador.
São três as espécies de fiança: convencional, legal e judicial. 
O CPC faz menção expressa ao fiador judicial como legitimado passivo na execução.
A fiança judicial é a determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes. O fiador judicial apresenta-se nos autos para prestar caução de uma dívida que já se encontra em julgamento. 
Ao prestar a garantia o fiador torna-se pessoa responsável pelo adimplemento da obrigação e por isto passar a ser legitimado passivo para ser demandado na execução. 
O art. 827 do CC estabelece como um dos efeitos da fiança o que a doutrina denomina benefício de ordem ou benefício de excussão, assim dispondo: “o fiador, demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor”.
Ressalte-se, porém que este benefício não será concedido ao fiador em casos de renúncia expressa ou se ele se obrigou como principal pagador ou devedor solidário ou se o devedor for insolvente ou falido, nos termos do art. 828 do CC.
O art. 595 também estabelece regras para a execução dos bens do fiador: “o fiador, quando executado, poderá nomear bens à penhora de bens livres e desembargados do devedor. Os bens do devedor ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação do direito do credor”. 
Portanto, a fiança é subsidiária. Compete ao devedor solver sua dívida e na insuficiência de recursos para tal, será o fiador responsável por quitá-la.
E havendo o fiador pago a dívida terá o direito de executar o devedor, no mesmo processo. É o que determina o parágrafo único do art. 595 do CPC.
O responsável tributário, assim definido em legislação própria (inc. V).
O Código Tributário Nacional (CTN) trata deste tema.
Por responsável tributário entende-se o sujeito passivo da obrigação, responsável pelo pagamento do tributo ou da penalidade (art. 121, CTN) e também terceira pessoa, à qual a lei pode atribuir, expressamente, responsabilidade, vinculando-a ao fato gerador da obrigação, conforme art. 128 e seguintes do CTN.
4. PRESSUPOSTOS DA EXECUÇÃO
Existência do título executivo
É requisito absolutamente necessário para que seja possível a execução. 
O artigo 586 do CPC especifica que a execução deve se fundar em título de obrigação certa, líquida e exigível.
A certeza diz respeito à existência dos elementos da obrigação. Obrigação certa é aquela que traz quem são os credores e devedores e o qual o objeto que se deve.
A liquidez relaciona-se com o quantum debeatur. Trata-se da possibilidade de verificar o valor da obrigação ou a especificação do objeto da obrigação.
A exigibilidade refere-se ao cumprimento da obrigação, ou seja, deve a obrigação estar livre de condição ou termo.
Inadimplemento do devedor
O art. 580 do CPC assenta que “a execução somente poderá ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo”.
Prossegue o art. 581: “o credor não poderá iniciar a execução, ou nela prosseguir, se o devedor cumprir a obrigação; mas poderá recusar o recebimento da prestação, estabelecida se ela não corresponder ao direito ou à obrigação; caso em que requererá ao juiz a execução, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la”.
Deste modo o credor somente poderá ajuizar a execução se a obrigação contida no título executivo for descumprida. 
A regra é que o devedor cumpra sua obrigação, no tempo, lugar e forma estabelecida entre as partes ou determina em lei. Em não fazendo estará inadimplente.
A prova de inadimplência cabe ao devedor.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Resumidamente explique os objetivos do processo de conhecimento, cautelar e de execução. 
Discorra sobre o princípio da menor onerosidade. 
Discorra sobre o princípio da efetividade. 
Discorra sobre os pressupostos da execução. 
Quem são os legitimados ativos diretos na execução? 
	DISCIPLINA: Processo de Execução
	
Semana 2
Nesta semana você deverá prosseguir no estudo sobre teoria geral da execução, estudando os tipos de títulos, competência para execução, suas espécies, bem como fraude contra credores, fraude à execução, suspensão e extinção da execução.
1. TIPOS DE TÍTULOS
O ordenamento jurídico distingue os títulos executivos em judiciais e extrajudiciais, sendo a identificação do tipo de título fundamental para definição do procedimento a ser seguido, assim como fundamental para estabelecer a competência.
Tratando-se de título judicial dar-se-á o cumprimento de sentença enquanto que o título extrajudicial exige a formação de um novo processo, sendo o procedimento o previsto no livro II – processo de execução.
Título Executivo Judicial
O artigo 475 - N do CPC especifica os títulos judiciais.
São eles: 
A sentença proferida no processo civil que reconheça a existência da obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;
A sentença penal condenatória transitada em julgado;
A sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo;
A sentença arbitral;
O acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;
A sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; e,
O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.
Título Executivo Extrajudicial
Os títulos executivos extrajudiciais encontram-se no artigo 585 do CPC, podendo também constar em leis especiais.
Saliente-se que, para estes títulos, não há fase cognitiva antecedente. A lei outorga-lhes os requisitos imprescindíveis à execução, quais sejam: liquidez, exigibilidade e a certeza do direito.
São eles:
A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Púbico, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;
Os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;
O crédito decorrente de foro e laudêmio;
O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
O crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;
A certidão da dívida ativa da Fazenda Publicada União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondentes aos créditos inscritos na forma da lei; e,
Todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
2. COMPETÊNCIA
O juízo competente varia conforme o título em que se baseia. 
As regras aplicadas à competência no que se refere à execução diferenciam-se conforme se trate de título executivo judicial ou extrajudicial.
Desta forma estudaremos a competência nas execuções fundadas em título judicial segundo as regras ditadas pelo art. 475 – P do CPC e as fundadas em título executivo extrajudicial, tratadas no CPC em seu art.576.
Assim como no processo de conhecimento a competência no processo de execução pode ser absoluta ou relativa, pautando-se na mesma sistemática. 
Sendo o juízo absolutamente incompetente deverá a incompetência ser declarada de ofício, a qualquer momento e em qualquer grau de jurisdição.
Sendo relativamente incompetente deverá ser arguida por meio de exceção. 
Competência para execução de sentença fundada em título judicial
Tratando-se de título executivo judicial ter-se-á o cumprimento de sentença e estabelece o art. 475-P do CPC que este se efetuará perante:I – os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II – o juízo que se processa a causa no primeiro grau de jurisdição; e, 
III – o juízo cível competente , quando se tratar de sentença penal condenatória, arbitral ou estrangeira. 
Porém seu parágrafo único permite que o exequente escolha, no caso do inciso II, o juízo onde se encontre os bens passíveis de expropriação ou o juízo do atual domicílio do executado. Portanto, poderá o exequente requerer a execução em um destes três foros. 
Como regra o requerimento para a execução por título judicial deve ser dirigido ao juízo onde o título se formou, mas além da observação do foro concorrente feita no caso do inc.II, delimitado pelo § único do art. 475 – P, a legislação processual traz outras peculiaridades.
São elas: execução de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira e de alimentos.
Execução de sentença penal condenatória
Nos termos do art. 475 – N, inc. II do CPC a sentença penal condenatória transitada em julgado é título executivo judicial.
O art. 63 do Código de Processo Penal trata da ação civil e assim dispõe: “transitado em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para efeito de reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros”. Portanto a legislação penal indica ser o juízo cível o competente para a execução. 
Entende-se como juízo cível competente o juízo estabelecido pela lei processual civil, seguindo-se as regras do art. 100, que em seu inc. V indica como foro competente o do lugar do ato ou fato, trazendo em seu parágrafo único a possibilidade do foro do domicílio do autor ou do local do fato em casos de reparação de danos sofridos em acidentes envolvendo veículos terrestres.
Execução de sentença arbitral
A sentença arbitral é título executivo judicial, conforme estabelece o art. 475 – N, inc. IV do CPC e o art. 31 da Lei 9.307/96 (Lei de Arbitragem - LA). 
E este mesmo artigo da LA determina que a sentença arbitral produz entre as partes os mesmos efeitos da sentença proferida pelo Poder Judiciário.
Portanto, diante de uma sentença arbitral resta a parte vencida cumprir a determinação estabelecida. E caso não haja o cumprimento espontâneo da obrigação no prazo determinado pelo art. 29 da LA (15 dias, contados da comunicação da sentença arbitral) o favorecido poderá requerer ao Poder Judiciário sua execução, instruindo a petição com a cópia da sentença arbitral, sendo o foro competente para a execução o local em que foi realizada a arbitragem.
Execução de sentença estrangeira
A sentença estrangeira, para que tenha eficácia no Brasil, deverá, nos termos do art. 105, i da CF, ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e uma vez homologada é tida como título executivo judicial, conforme estabelece o art. 475 – N, inc. VI do CPC.
E ao teor do art. 109, inc. X da CF caberá à Justiça Federal processar e julgar a execução de sentenças estrangeiras, após homologação. 
A execução, nestes casos, será feita por carta de sentença e seguirá as mesmas regas previstas para a sentença nacional, conforme determinado pelo art. 484 do CPC.
Execução de Alimentos
O art. 100, inc. II do CPC estabelece para a ação em que se pedem alimentos como foro competente o do domicílio ou da residência do alimentando. Desta forma o exequente terá mais essa opção para requerer a execução. 
Competência para execução de sentença fundada em título extrajudicial
O art. 576 do CPC determina que “a execução, fundada em título extrajudicial, será processada perante o juízo competente, na conformidade do disposto no Livro I, Título IV, Capítulos II e III”, ou seja, o dispositivo nos remete às normas gerais da competência delineadas no CPC. 
O CPC trata de competência nos artigos 86 a 124. 
Tratando-se de cumprimento de obrigações destaca-se o at. 100, inc. IV, alínea d, que especifica como foro competente para a propositura da ação o lugar do fato onde a obrigação deve ser cumprida. 
3. ESPÉCIES DE EXECUÇAO 
a) Conforme a natureza do título a execução será por título judicial e extrajudicial.
Tratando-se de título judicial, após a fase cognitiva tem-se o cumprimento de sentença, como regra, ressalvando-se os casos de sentença arbitral, penal condenatória e arbitral.
Sendo o título extrajudicial haverá o processo de execução, cuja autonomia em relação ao processo de conhecimento lhe é característico.
b) Conforme a natureza da prestação a execução pode ser de três espécies: de entrega de coisa certa ou incerta, de fazer ou não fazer e por quantia certa.
O CPC trata das espécies de execução, em seu livro II, Título II, assim dispondo:
Execução da entrega de coisa certa (arts. 621 a 628); 
Execução de entrega de coisa incerta (arts. 629 a 631);
Execução das obrigações de fazer (arts. 632 a 641);
Execução das obrigações de não fazer (arts. 642 e 643);
Execução por quantia certa contra devedor solvente (arts. 646 a 731);
Execução contra Fazenda Pública (arts. 730 e 731);
Execução de prestação alimentícia (arts. 732 a 735); e, 
Execução por quantia certa contra devedor insolvente (arts. 748 a 786 - A). 
c) Conforme a eficácia do título executivo a execução poderá ser definitiva ou provisória
O art. 587 do CPC determina “é definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação de sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo”.
Execução Definitiva
Pelo disposto no citado artigo, a execução será definitiva quando fundada em sentença ou acórdão transitado em julgado, que são títulos judiciais e também será definitiva quando o título for extrajudicial.
Portanto, tratando-se de título judicial o trânsito em julgado da decisão (sentença ou acórdão), acarreta a execução definitiva, lembrando que o trânsito em julgado se dá a partir do momento em que não caiba mais recurso. 
Nos casos de título extrajudicial será definitiva se o recebimento dos embargos do executado se der sem efeito suspensivo, que neste caso é a regra, por força da norma contida o art. 739 - A do CPC. 
A execução definitiva quando baseada em título judicial ocorre nos autos em que o título foi formado. Se fundada em título extrajudicial realiza-se em processo autônomo. 
Execução Provisória
Será provisória a execução fundada em título extrajudicial quando os embargos do devedor forem recebidos com efeito suspensivo e se julgados improcedentes for interposta apelação, porém se aos embargos tiver sido atribuído efeito apenas devolutivo (regra) a execução prosseguirá e neste caso será definitiva. 
O art. 739 - A, §1° do CPC estipula que o juiz poderá conceder efeito suspensivo aos embargos do executado se os fundamentos forem relevantes e o executado deverá também demonstrar que o prosseguimento da execução causará danos graves cuja reparação será incerta ou difícil. Deverá, para tanto, a execução estar garantida por penhora, caução ou depósitos suficientes.
Também será provisória a execução se a sentença ou acórdão forem provisórios, ou seja, estiverem pendentes de recurso ao qual foi atribuído efeito suspensivo. 
A execução provisória de título judicial segue as mesmas regras da execução definitiva, segundo o disposto no art. 475-O do CPC, porém possui algumas regras próprias estabelecidas em seus incisos. 
São eles: 
I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar danos que o executado haja sofrido;
II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes no estado anterior e liquidado s eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento;
III – o levantamento do depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e inidônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
Já o exequentedeverá, ao requerer a execução provisória, instruir a petição com as cópias da decisão (sentença ou acórdão) exequenda, da certidão de interposição de recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo, das procurações outorgadas pelas partes, da decisão de habilitação, se for o caso e de outras peças que julgue necessária. 
4. FRAUDE CONTRA CREDORES E FRAUDES À EXECUÇÃO
A legislação civil faculta ao proprietário o uso, o gozo e o poder de dispor de seus bens. É o que estipula o art. 1228 do CC. 
O art. 591 do CPC, já mencionado no estudo do princípio da patrimonialidade, estipula que “o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”.
O patrimônio do devedor constitui a garantia do credor em caso de inadimplemento, tornando-se uma limitação ao devedor, uma vez que este não poderá alienar ou onerar seus bens de modo a prejudicar os credores. Se o fizer, haverá fraude.
São duas as maneiras de alienação fraudulenta: fraude à execução e fraude contra credores. 
Fraude à execução
É instituto de natureza processual e suas hipóteses estão descritas no art. 593 e também no art. 615- A e parágrafos, ambos do CPC.
O art. 593 considera em fraude de execução a alienação ou a oneraçao de bens quando pendente sobre eles ação baseada em direito real ou quando ao tempo da alienação ou oneração já havia processo contra o devedor, processo este capaz de levá-lo a insolvência.
Portanto fraude à execução pressupõe processo pendente e requer também que o prejuízo causado ao credor decorra da insolvência do devedor.
Uma vez constatada, na execução, a insolvência do devedor, o juiz declara os atos praticados pelo devedor ineficazes. 
E por serem estes atos ineficazes os bens alienados ou onerados em fraude à execução serão abarcados na execução como se não tivessem sido alienados e/ou onerados, ou seja, como se pertencessem ao executado. 
Trata-se de questão de ordem pública, pois é ato atentatório a dignidade da justiça, por força do art. 600, inc. I do CPC que estabelece: “considera-se como ato atentatório a dignidade da justiça o ato de executado que frauda a execução”. 
O descumprimento deste dever acarreta a imposição por parte do juiz da multa prevista no art. 601, não superior a 20% do valor atualizado do débito e que será revertida em proveito do credor. 
A constatação da fraude à execução é feita na própria execução, pois somente na execução é que o juiz examina se o devedor está insolvente, requisito este indispensável para que se caracterize a fraude. 
Se, após a citação de devedor na fase de conhecimento, ficar comprovado que houve alienação ou oneração de bens e que estas causaram a sua insolvência, o magistrado reconhecerá, na própria execução, a fraude à execução, declarando os atos ineficazes, sendo sua decisão interlocutória.
A outra possibilidade, prevista no art. 615 – A, implementada pela lei 11. 382/2006 trata da possibilidade de averbação de ajuizamento de execução e da presunção em fraude de execução. 
O art. 615 - A possibilita ao exequente obter certidão comprovando a propositura da demanda no ato da distribuição para fins de averbação no registro de imóveis, veículos e de demais bens que se sujeitam a penhora. Estas averbações deverão ser comunicadas, pelo exequente, ao juízo, no prazo de dez dias de sua efetivação. 
O §3° do mesmo artigo consolida: “presume-se em fraude à execução a alienação ou oneraço de bens efetuadas após averbação (art. 593)”.
Trata-se de presunção relativa, uma vez que o é possível que haja prova em contrário por parte dos interessados e do próprio executado.
Fraude contra credores
É instituto de direito material, regulado pelo Código Civil nos artigos 158 a 165. 
Trata-se de defeito do negócio jurídico, tornando-o anulável, nos termos do art. 171, inc. II do CC.
Assim como na fraude à execução, na fraude contra credores o devedor objetiva desfazer-se de seus bens, em prejuízo do credor, para furtar-se da responsabilidade patrimonial que a legislação processual lhe impõe, no já mencionado art. 591 do CPC.
A fraude contra credores forma-se com dois elementos; o objetivo, denominado eventus damni e o subjetivo, denominado consilium fraudis.
O elemento objetivo é o prejuízo do credor advindo da insolvência do devedor.
O elemento subjetivo é a má-fé do adquirente. Não se exige, para que se caracterize o consilium fraudis a ânimo de prejudicar credores. Apenas faz-se necessário que o devedor esteja ciente que seus atos importarão prejuízos aos credores, devido à insolvência que tais atos o levarão.
Portanto, a fraude contra credores não exige processo pendente. Requer apenas prejuízo ao credor decorrente de sua insolvência e a prova da má-fé do adquirente.
A fraude contra credores, diferentemente da fraude à execução, não poderá ser reconhecida na execução, de modo incidental.
Será necessário ao credor ingressar com a ação pauliana, também denominada revocatória para que os negócios jurídicos perpetrados sob fraude contra credores possam ser anulados.
Uma vez anulados os negócios jurídicos fraudulentos o resultado reverterá em benefício de todos os credores.
5. SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
O CPC reserva o Título VI do Livro II para tratar das causas de suspensão e extinção do processo de execução. 
Sobrevindo as causas de suspensão a execução tem-se por paralisada, enquanto que a extinção enseja o encerramento do processo.
Suspensão (artigos 791 a 793, CPC)
O art. 791 traz as hipóteses em que a execução será suspensa.
São elas:
a) quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução, casos em que poderá se dar a suspensão total ou parcial.
b) nas hipóteses previstas no art. 265, inc. I a III, ou seja, nas causas que levam à suspensão do processo de conhecimento, a saber: morte ou perda da capacidade processual das partes, do representante legal ou procurador; pela convenção das partes e se for oposta exceção de incompetência do juízo, suspeição ou impedimento do juiz. 
c) quando o devedor não possuir bens penhoráveis.
Na ocorrência de alguma destas situações a execução será suspensa, sendo vedada à prática de atos processuais, porém poderá o magistrado ordenar as medidas cautelares que considerar urgentes, segundo redação dada pelo art. 793 do CPC.
Extinção (artigos 794 e 795, CPC)
A finalidade da execução é a satisfação do credor ou porque cumprida a satisfação de algum modo ou porque houve a renúncia do credor.
As causas que levam o processo de execução à extinção estão descritas no art. 794 do CPC.
São elas:
a) o devedor satisfaz a obrigação e este é justamente o objetivo da execução. Extinto o crédito a execução perde o objeto e, portanto extingue-se.
b) o devedor obtém a remissão da dívida, seja por transação ou por outro meio.
c) o credor renuncia ao crédito.
Na ocorrência de alguma destas situações a execução será encerrada, porém somente produzirá efeito após ser declarada por sentença, por força do art. 795 do CPC.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Diferencie a execução definitiva da execução provisória. 
Explique fraude contra credores. 
Explique fraude à execução. 
Discorra sobre a suspensão da execução. 
Discorra sobre a extinção da execução. 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 45. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010, v. II. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. 
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009, v.3. 
	DISCIPLINA: Processo de Execução
	
Semana 3
Nesta semana você deverá estudar sobre a liquidação de sentença e suas espécies.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (art. 475-A a 475-H, CPC)
1. CONCEITO
Atualmente a liquidação de sentença situa-se no processo de conhecimento e não mais no processo de execução. 
As alterações promovidas pelasleis 11.232/2205 e 11.382/2006 tornaram a execução um processo autônomo de tal forma que a execução é uma fase de um processo único, que contempla a fase cognitiva, relativa à fase de conhecimento e a fase executiva, onde se busca a satisfação do direito.
No processo de conhecimento o que se busca é a declaração de um direito, obtida por meio de uma sentença condenatória. Se o determinado pelo juiz não for cumprido espontaneamente haverá um conflito e o descumprimento acarretará a fase executiva, em que se almeja a satisfação do direito do autor, reconhecido na sentença condenatória. 
Em regra, não se admite sentença ilíquida, conforme artigo 459, § único do CPC, pois a execução de um título executivo tem como um dos requisitos a liquidez, nos termos do artigo 586 do CPC, porém em determinadas situações poderá o juiz preferir sentença ilíquida. 
Sendo ilíquida a sentença deverá haver a liquidação. É o que estabelece o artigo 475 – A do CPC e sendo líquida seu cumprimento será o previsto no artigo 461 e 461 - A do CPC, tema que será estudada na semana 3. 
Título líquido corresponde ao título cujo valor é determinado ou tenha o objeto individuado, ou seja, é aquele que demonstra a quantidade de bens ou valores que perfazem a obrigação.
Já sentença ilíquida é aquela que apresenta todos os elementos identificadores da existência da obrigação, sem definir o quantum debeatur, ou seja, é título certo no que diz respeito à existência da obrigação, porém o valor da condenação não é determinado. 
A liquidação da sentença é uma fase preparatória da execução, destinada a apurar o quantum, nas situações em que o título judicial for ilíquido. Pela liquidação apura-se o valor do que foi reconhecido na sentença condenatória.
Portanto, não há mais em nosso ordenamento jurídico fase autônoma de liquidação de sentença e desta forma será necessária a intimação da parte contrária. 
Requerida a liquidação da sentença a parte será intimada na pessoa de seu advogado. Somente será necessária a citação do devedor se o título executivo for sentença arbitral, penal ou estrangeira, segundo redação dada pelo artigo 475 – N, § único do CPC. Isto porque, nestas três situações, não houve a fase de conhecimento, que antecede a fase executiva. Desta forma um novo processo será formado e por isto será necessária a citação da parte contrária. 
Outra inovação estabelecida pela lei 11.232/2205 foi a liquidação provisória. Trata-se da possibilidade da parte requerer a liquidação, mesmo que haja recurso pendente.
A liquidação provisória será processada em autos apartados, no juízo de origem e o liquidante deverá instruir o pedido de liquidação com as cópias das peças do processo pertinentes, consoante artigo 475 - A, § 2° do CPC. 
Não se deve confundir a execução com a liquidação. O que a lei tornou possível foi a liquidação provisória enquanto pendente recurso cujo efeito foi suspensivo. Não será possível a execução provisória, mas a liquidação provisória sim. Ou seja, caso a sentença seja ilíquida, e havendo recurso, poderá a parte interessada requerer a liquidação provisória, salientando-se que, na hipótese do recurso da parte contrária ser provido, a liquidação ficará sem efeito.
A execução somente terá início quando não houver recurso pendente com efeito suspensivo. 
2. ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO
Eram três as espécies de liquidação previstas no código de processo civil: por cálculo do contador judicial, liquidação por arbitramento e liquidação por artigos.
A liquidação por calculo do contador judicial foi suprimida pela lei 8.898/94, mantendo-se apenas no CPC a liquidação por arbitramento e por artigos. 
Atualmente quando necessário cálculo aritmético para se estabelecer o quantum, o próprio credor deverá requer o cumprimento de sentença, não havendo mais a fase de liquidação, conforme disposto no artigo 475-B e parágrafos do CPC.
O credor deverá requerer o cumprimento de sentença no forma do art. 475 – J, cujo pedido deverá ser instruído com a memória descritiva e atualizada do cálculo e se a elaboração depender de dados que estejam em mãos do devedor ou terceiro deverá o juiz, a requerimento do credor, fixar prazo de trinta dias para cumprimento desta providência. E nesta situação se os dados não forem apresentados, de modo injustificado, pelo devedor, os cálculos apresentados pelo credor serão tidos como corretos. 
Se a recusa injustificada for de terceiro as regras seguidas serão as previstas no artigo 362 do CPC, ou seja, o juiz determina o depósito em cartório ou em outro lugar designado no prazo de cinco dias. Ordenará ainda que o terceiro responda pelas despesas e se ainda assim a ordem for descumprida o juiz expedirá mandado de busca e apreensão, e se necessário requisitará força policial e tudo isto sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência.
Poderá o juiz valer-se de contador judicial nas situações dispostas no art. 475 –B, §3°, quais sejam: caso a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão a ser executada e também na hipótese de serem os credores ou devedores beneficiários da assistência judiciária.
Liquidação por Arbitramento (artigos 475-C e 475-D, CPC)
O CPC em seu artigo 475 – C estabelece as hipóteses em que é cabível a liquidação por arbitramento, especificando que esta espécie de liquidação será feita quando determinado pela sentença ou convencionado pelas partes ou ainda quando a natureza do objeto da liquidação assim exigir.
A liquidação por arbitramento implica na nomeação de um perito que irá atribuir valor a uma atividade ou a um prejuízo ocasionado por um fato, ou seja, o perito indicará o quantum debeatur.
O juiz, ao nomear o perito, indicará prazo para a entrega do laudo, sendo possível que, após a entrega do laudo, as partes sobre ele se manifestem em dez dias, nos termos do art. 475- D, CPC.
O juiz, se necessário, poderá marcar audiência para a oitiva do perito ou, não sendo o caso, proferirá sua decisão.
Liquidação por Artigos (artigos 475-E a 475-G, CPC)
Será cabível a liquidação por artigos nas situações nas quais para se determinar o valor da condenação houver necessidade de alegar e provar fato novo, conforme determina o art. 475 – E, CPC. 
Fato novo é o que não foi objeto de apreciação na sentença e que tenha relação com o valor devido, não podendo este fato novo acarretar a rediscussão da lide. 
O procedimento da liquidação por artigo é o procedimento comum (rito sumário ou ordinário), uma vez que o art. 475 – F do CPC remete-nos à regra do art. 272 do mesmo diploma. 
Desta forma poderá a fase de liquidação seguir o procedimento ordinário, ainda que o processo tenha seguido o sumário. Dependerá, no entanto, do valor ou da complexidade da questão, observando-se as regras dos artigos 275 e 276 do CPC, respectivamente.
O fato novo deverá ser comprovado e por isto todos os meios de prova serão admitidos. 
O liquidante deverá, ao elaborar a petição inicial, expor os fatos novos e se necessário o magistrado determinará a perícia. 
O devedor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar contestação e após a produção de provas, e após a sucessão de atos próprios do procedimento adotada na liquidação, se ordinário ou sumário, o juiz fixará o valor devido (quantum debeatur)
3. RECURSO CABÍVEL
O art. 475 – H do CPC especifica ser o agravo de instrumento o recurso cabível contra a liquidação de sentença, no entanto há certa polêmica doutrinária sobre o tema. 
O entendimento defendido pela maioria da doutrina é de que a decisão que encerra a fase de liquidação é considerada interlocutória, cujo recurso cabível é o agravo de instrumento. Argumentam, para defender tal posicionamento, que a liquidação é fase do processo e que, portanto, a decisão é interlocutória.
Outra parte da doutrina defende ser tal decisão atacável por apelação já que possui conteúdo de sentença, resolvendo a lide, situação que se enquadra na hipótese prevista no art. 269, I do CPC e que, portanto, somente pode ser atacada por apelação.QUESTÕES DE FIXAÇÃO
O que é sentença ilíquida? 
Qual a finalidade da liquidação de sentença? 
Em quais casos o juiz pode se valer de contador judicial? 
Explique a liquidação por arbitramento. 
Explique a liquidação por artigos. 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 45. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010, v. II. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. 
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009, v.3. 
	DISCIPLINA: Processo de Execução
	
Semana 4
Nesta semana você deverá estudar sobre o cumprimento da sentença
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA (art. 475- I a 475-R, CPC)
1. INTRODUÇÃO
Reforçando o estudo das modificações provocadas pelas leis 11.232/2005 e 11.382/2006 cabe o registro que a execução, considerada como processo autônomo, no tocante aos títulos judiciais, assim deixou de ser, dando origem, ao que a doutrina intitulou de processo sincrético, no qual as fases cognitivas e executivas são fases de um só processo.
Pode-se concluir que o processo de conhecimento, cujo início se dá com a petição inicial do autor, não tem seu término com a sentença, e sim tem seguimento com a necessidade de se cumprir o mandamento jurisdicional, consignado pelo magistrado na sentença, caso o devedor não cumpra a obrigação. Inicia-se a fase de cumprimento da sentença, que não exige a citação do devedor.
Não se pode confundir esta unificação de fases como uma eliminação da execução quando o título for judicial. O que ocorre é cumprimento da sentença, sem a formação de um novo processo. Executa-se a obrigação contida no título, mas sem a formação do processo de execução, o que equivale a dizer que se tem a execução imediata.
Já quando o título for extrajudicial haverá a formação do um processo autônomo, sendo indispensável, neste caso, a citação do devedor. 
O CPC dispôs separadamente a espécie de execução de acordo com a natureza da prestação, sendo diverso o cumprimento da sentença caso se trata de obrigação por quantia, para entrega de coisa e de obrigação de fazer e não fazer, espécies que serão estudadas ao longo do curso. 
A redação do art. 475 – I do CPC nos leva a este raciocínio.
Vejamos:
Art. 475 – I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 461 e 461-A desta lei ou, tratando-se de obrigação por quantia certa, por execução, nos termos demais artigos deste Capítulo. 
Por sua vez o art. 461 cuida das obrigações de fazer e não fazer e o art. 461- A versa sobre obrigações de entrega de coisa. 
Por ora o que deve ser entendido concentra-se nos métodos que o legislador definiu para a execução, ou seja, diante de títulos executivos judiciais, como regra, tem-se a fase de cumprimento de sentença, excepcionando-se a sentença arbitral, estrangeira e penal condenatória e diante de execução fundada em título extrajudicial o que se tem é a ação de execução, formando um processo autônomo.
Tanto é assim que o cumprimento de sentença não se situa no Livro II, livro este destinado ao processo de execução e sim está disciplinado no Capítulo X do Livro I, que cuida do processo de conhecimento, cujo acréscimo se deu com a Lei 11. 232/05. 
Outra diferenciação importante está nos mecanismos de defesa que o executado poderá fazer uso. Para os títulos judiciais a regra é que seja oferecida impugnação, matéria a ser estudada na semana 06 e para os títulos extrajudiciais a regra é a utilização dos embargos do devedor, matéria a ser estudada na semana 12. 
Diante de uma pretensão postulada pelo autor na inicial e resistida pela parte, terá o juiz que decidir. E é o que fará na sentença. E julgando procedente o pedido do autor, terá a parte sucumbente que cumprir o contido na sentença condenatória.
Entre as inúmeras normas previstas para a sentença, tem-se, entre elas o art. 461 do CPC que estabelece: “na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação, ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento”.
Prossegue, em seus parágrafos, permitindo ao juiz tomar medidas que visem garantir o provimento final, sendo a multa um dos instrumentos de coerção a ser utilizado pelo juiz. Outra previsão diz respeito à busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras, sendo esta técnica denominada sub-rogação.
Por fim, ressalte-se que seja qual for a natureza da obrigação constante no título, o que se espera é que o devedor a cumpra voluntariamente. Não o fazendo, cumpre ao credor a iniciativa de requerer que o mandamento jurisdicional seja obedecido. Não mais vigora no ordenamento processual civil a possibilidade do devedor dar início a execução.
2. DA MULTA
As multas, semelhantes às do direito francês, são denominadas pela doutrina de astreintes. São consideradas eficazes para efetivação da tutela jurisdicional.
É um mecanismo de pressão utilizado para que o devedor sinta-se compelido a realizar a prestação. 
Inicialmente sua aplicação restringia-se às obrigações infungíveis, estendendo-se às fungíveis até que, com a reforma efetuada pela Lei 10.444/02 que culminou na inclusão do art. 461 - A no CPC, passaram a ser utilizadas na obrigação para a entrega de coisa.
Poderá ser fixada pelo magistrado de ofício, não sendo necessário requerimento do credor. E seu valor deverá ser suficiente para impelir o devedor ao pagamento, pois se a multa fixada for de baixo valor é provável que o devedor não se sinta coagido. Inclusive pode o magistrado rever o valor anteriormente fixado ou alterar a periodicidade, caso tenha o valor se mostrado insuficiente ou excessivo, com fulcro no §6° do referido artigo.
Poderá a multa ser fixada por tutela antecipada, em caráter provisório. Mas se não for concedida desta forma, será fixada em sentença. 
Se ultrapassado o prazo para que o devedor cumpra a obrigação e ele se mostrar inerte, a multa passará a incidir, porém não poderá ser executada se a decisão ainda não transitou em julgado.
Em suma, a multa incide desde o término do prazo para o cumprimento da obrigação, mas somente será executada, após decisão definitiva. Tornando-se definitiva a decisão a decisão a execução da multa será possível, cujo valor abrangerá o período decorrido desde o vencimento para cumprimento da obrigação até decisão definitiva.
3. DAS OUTRAS MEDIDAS
O mesmo art. 461, §5° que prevê a imposição de multa por atraso, indica ser possível ao juiz utilizar-se de busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, prevendo ainda a requisição de força policial. 
Trata-se também de medida coercitiva e como exemplo de sua aplicação cite-se o art. 461-A, § 2ª do CPC: “não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se trata de coisa móvel ou imóvel”. 
Tais medidas podem ser aplicadas conjuntamente, ou seja, é possível expedição do mandado juntamente com a aplicação da multa, pois o §3° do art. 461-A determina a aplicação das regras contidas nos parágrafos do art. 461.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
O cumprimento de sentença é um processo autônomo? Explique.
Cite as formas que o executado poderá se opor à execução.
A que compete requerer a execução? 
O que são astrientes?
Poderá a multa fixada na sentença ser executada sem que a decisão seja definitiva? Explique.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 45. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010, v. II. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. 
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009, v.3.DISCIPLINA: Processo de Execução
	
Semana 5
Nesta semana você deverá estudar a execução por quantia certa contra devedor solvente 
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE 
1. INTRODUÇÃO
A execução por quantia certa contra devedor solvente encontra-se disciplinada nos artigos 646 a 731 do CPC.
O legislador, ao adotar o processo sincrético para os títulos judiciais, mantendo para os títulos extrajudiciais o processo de execução, acarretou uma série de mudanças nas espécies de execução.
Hoje o que se tem é a execução por quantia certa contra devedor solvente baseada em títulos judiciais e em extrajudiciais disciplinadas de modo diverso.
Não só nestas espécies, mas em todas as espécies de execução, o que se busca é a satisfação do credor, cujo desejo é ver a obrigação contraída pelo devedor adimplida. 
A obrigação, constante no título judicial ou extrajudicial, caso não seja cumprida espontaneamente pelo devedor, levará ao credor a possibilidade de acionar o Estado-juiz para que a execução se aperfeiçoe.
Nesta semana estudaremos a execução por quantia certa contra devedor solvente fundada em título extrajudicial, prosseguindo, na próxima semana, com o estudo destas execuções fundadas em título judicial.
Execução por quantia certa contra devedor solvente fundada em título extrajudicial
Nesta espécie, por força do art. 646 do CPC, a forma de satisfazer o direito do credor se dá pela expropriação dos bens do devedor. 
Expropriar, de modo amplo, significa privar alguém de sua propriedade. 
Nos termos do art. 647 do CPC consiste na adjudicação, na alienação por iniciativa particular e na alienação por hasta pública e também no usufruto de bem móvel ou imóvel. 
A execução baseada em título extrajudicial forma uma nova relação processual, o que exige a citação do devedor.
O procedimento, tratando-se de título extrajudicial, está disposto nos artigos 621 e seguintes do CPC.
2. Procedimento
O credor deverá requerer a execução por meio de petição inicial, obedecendo aos requisitos gerais do art. 282 do CPC. 
Deverá ainda, cumprir as determinações contidas nos artigos 614 e 615, requisitos estes específicos da execução e comuns às diversas espécies.
O artigo 614 estipula que cabe ao credor, no requerimento da execução, pedir a citação do devedor, instruir a petição inicial com o título executivo extrajudicial, com o demonstrativo do débito atualizado até data da propositura da ação e com a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo.
Sabe-se que o devedor responde com seus bens pelo cumprimento de suas obrigações. É a chamada responsabilidade patrimonial do devedor. Porém a lei especifica quais são os bens passiveis de penhora e suas particularidades serão estudadas em tópico próprio. 
Tratando-se desta espécie de execução destacam-se algumas peculiaridades.
O credor, ao requerer a execução, poderá indicar na petição inicial quais bens deverão ser penhorados, segundo o expresso no art. 652, §2°, seguindo-se preferencialmente a ordem estabelecida no art. 655, ambos do CPC.
O executado é citado para que, no prazo de três dias, efetue o pagamento da dívida, sob pena de serem seus bens penhorados pelo oficial de justiça. É o que determina o art. 652, caput e § 1° do CPC. Trata-se de mandado onde consta a ordem de citação (caput) e também a ordem para penhora e avaliação (§ 1°).
Efetuado o pagamento tem-se a extinção da execução, pois seu objetivo foi atingido e nesta hipótese de pagamento integral dentro dos 3 dias, a verba honorária será reduzida pela metade, como consta no § único do art. 652 - A do CPC.
Caso o executado não efetue pagamento e o credor não tenha indicado bens à penhora, conforme lhe faculta o art. 652, §2° do CPC, o oficial de justiça, após os três dias previstos na lei, deverá lavrar o auto da penhora dos bens e respectiva avaliação, intimando o executado. 
Poderá ainda o devedor não ser encontrado, mas seus bens sim. Isto ocorrendo o oficial de justiça deverá efetuar o arresto, alicerçado pelo art. 653 do CPC.
Este arresto, que não se confunde com a medida cautelar, tem por finalidade garantir a execução. É medida executiva que se realiza pelo oficial de justiça, independentemente de mandado. É chamado de pré-penhora, cujos requisitos são a não localização do devedor para que seja citado, mas sim a localização de seus bens. 
Mas o arresto executivo não afasta a necessidade de citação porque o § único do art. 653 do CPC manda o oficial de justiça, nos 10 dias seguintes à efetivação do arresto, procurar o devedor por 3 vezes em dias distintos e se ainda assim não o encontrar certifcará o ocorrido. Tem-se então a citação ficta. E compete ao credor em 10 dias contados da intimação do arresto, solicitar a citação do devedor por edital, sob pena de perda da eficácia do arresto executivo.
O executado, após o prazo fixado no edital, deverá providenciar o pagamento da dívida e não o fazendo, o arresto será convertido em penhora, consoante art. 654 do CPC.
3. DA PENHORA
A lei 11. 382/06 retirou do executado a faculdade de, quando citado, indicar os bens a serem penhorados.
Atualmente, com a redação do art. 652, §2° do CPC o credor poderá indicar, já na petição inicial, os bens passíveis de penhora, observando preferencialmente a ordem contida no art. 655 e seus incisos, bem como as restrições estabelecidas em lei no tocante à impenhorabilidade e inalienabilidade.
Já vimos que se a obrigação não foi cumprida espontaneamente pelo devedor, cabe ao credor o direito de promover atos executivos para obtenção do fim almejado, atos estes que serão próprios a cada título. 
Uma das formas de satisfação do crédito, tratando-se de execução por quantia certa, é a expropriação e justamente é a penhora o ato que permite expropriar os bens do devedor.
Penhora é ato característico do processo de execução por quantia que assegura o credor alcançar o resultado pretendido. Por ela são apreendidos tantos bens quanto bastem para o pagamento da execução, incluindo-se juros, custas e honorários advocatícios.
Bens sujeitos à penhora
O art. 648 do CPC veda a execução de bens considerados pela lei como impenhoráveis ou inalienáveis e o art. 649 lista quais os bens absolutamente impenhoráveis, citando-se como exemplos, o seguro de vida, os vestuários e os pertences de uso pessoal do executado, etc. 
E na falta de outros bens poderão ser penhorados os rendimentos e os frutos dos bens inalienáveis, exceção feita se destinados à satisfação de prestação alimentícia, sendo estes bens considerados como relativamente impenhoráveis.
A inalienabilidade alcança tanto os bens públicos como os particulares.
Por força do art. 100 do Código Civil os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem sua qualificação e observadas as exigências legais. 
As regras para a inalienabilidade dos bens particulares encontram-se esparsas no CC como em leis especiais. 
Utilizando-se do CC pode-se destacar o art. 1911 que cuida da cláusula de inalienabilidade, imposta por ato de liberalidade. Como lei especial destaca-se a lei 8.009/90 (Bem de Família) que trata da regras sobre a impenhorabilidade do bem de família.
Efetivação da penhora
Conforme o art. 659, §2° e §3° do CPC a penhora se efetuará onde se achem os bens, mas não será realizada se for evidente que o produto de sua arrecadação será absorvido pelas custas do processo.
Se a penhora recair sobre em imóvel será lavrado o termo de penhora e o exequente deverá providenciar a averbação no registro imobiliário para que seja dado conhecimento a terceiros. Este registro será feito mediante a apresentação do auto de penhora, não sendo necessário o mandado judicial, por força do §4° do referido artigo. 
Caso o devedor feche as portas da casa para impedir a penhora dos bens o oficial de justiça não poderá arrombá-las sem ordem judicial. Deverá comunicar a atitude do devedor, solicitando a ordem de arrombamento e se deferido o pedido dois oficias de justiça deverão cumprir a ordem, sendo todoo ocorrido lavrado e presenciado por duas testemunhas, que deverão assinar o auto circunstanciado, de acordo com os artigos 660 e 661, ambos do CPC.
O art. 664, caput do CPC estabelece: “considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e depósito dos bens, lavrando-se em um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia”.E seu § único determina que havendo mais de uma penhora para cada uma haverá de ter um auto. 
O teor do auto de penhora deverá obedecer às regras do art. 665 do CPC e após serão s bens penhorados depositados preferencialmente nos locais indicados pelo art. 666.
Sobre o depositário
Após a penhora, os bens deverão ser depositados o que acarreta a nomeação de um depositário e sua responsabilização, porém somente nas situações em que a penhora ocorre por oficial de justiça, que embora seja a regra, não é seu único meio de realização, uma vez que a penhora de bens imóveis é realizada nos autos, independente de mandado, como vimos acima. 
O depositário, em regra, é o devedor, mas poderá ele se recusar. 
O §3° do art. 666 determina a prisão civil do depositário judicial infiel, porém com a edição da Súmula Vinculante n° 25 este artigo não mais pode ser considerado.
A súmula enuncia: “é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”.
Isto não significa que o depositário não tem seus deveres. Continua a obrigação de devolver o bem quando solicitado, bem como o dever de prestar contas ao juízo, porém sua prisão não mais poderá ser decretada.
Efeitos da penhora
A penhora produz alguns efeitos tais como: individuação dos bens constritos, garantia do juízo da execução, confere ao credor a preferência no recebimento do produto da alienação dos bens em relação a outros credores da mesma categoria, que penhorarem o bem posteriormente e tornam ineficazes, em relação ao exeqüente, atos de disposição dos bens constritos.
Substituição do bem penhorados e segunda penhora
O CPC traz duas hipóteses nas quais a substituição da penhora é possível, especificadas nos artigos 656 e 658. 
Porém poderá o executado, ainda que não seja baseado neste rol, requerer a substituição da penhora, desde que a substituição solicitada propicie a execução menos gravosa ao devedor e que não haja prejuízo ao credor. Tal requerimento deverá ser feito nos dez dias seguintes à intimação da penhora. 
Quanto a segunda penhora trata-se de rol taxativo cujas situações estão enumeradas no art. 667 do CPC e são: quando a primeira penhora for anulada; se após a alienação dos bens o produto for insuficiente para pagar o credor e quando o credor desistir da primeira penhora ou por serem litigiosos os bens ou por encontrarem-se arrestados, penhorados ou onerados. 
DA AVALIAÇAO (art. 680 e 685, CPC)
Importantes alterações foram introduzidas pela lei 11. 382/06 no que se refere à avaliação dos bens penhorados.
O que era feito após a defesa do executado e pelo perito hoje tem procedimento diverso.
Nos termos do art. 680 do CPC a avaliação será feita pelo oficial de justiça, no momento da penhora, cujo mandado já terá em mãos e será cumprido quando o devedor, citado, deixar transcorrer o prazo de 3 dias para pagamento da dívida. 
Vale lembrar que o art. 652, § 1° do CPC mune o oficial de justiça do mandado executivo que contém a ordem de citação, de penhora e da avaliação.
Avaliar significa calcular o valor, estimar a quantia, pois é necessário saber o montante dos bens, pois serão penhorados somente os bens que bastem à satisfação do crédito e deverá o oficial de justiça fazê-la. 
Mas a lei ressalva as situações em que a avaliação não será feita pelo oficial de justiça, trazendo hipóteses de dispensa de avaliação ou de impossibilidade por parte do oficial devido à falta de conhecimentos técnicos para tal, hipótese em que deverá o juiz nomear avaliador fixando prazo para a entrega do laudo (art. 680, CPC). O laudo deverá observar o art. 681 do CPC e integrará o auto de penhora.
As hipóteses de dispensa de avaliação são as ressalvas contidas no art. 680 e no art. 682, ambos do CPC, a saber: se houver aceitação do valor estimado pelo executado (art. 680) e tratando-se de dívida pública, das ações de sociedade e títulos de crédito negociável na bolsa, o valor da avaliação será a cotação do dia, não havendo, portanto, avaliação (art. 682).
DA ADJUDICAÇÃO (art. 685-A e 685-B, CPC)
É uma das maneiras do devedor pagar ao credor, pois estabelece o art. 708, inc. II do CPC que o pagamento ao credor far-se-á pela adjudicação dos bens penhorados.
Permite o CPC, em seu art. 685 - A, que o exeqüente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requeira a adjudicação dos bens penhorados.
Adjudicação é, portanto, a transferência dos bens penhorados para o exeqüente de modo que seja extinta a obrigação do devedor. É forma indireta de satisfazer o direito do credor e seu objeto pode ser móvel ou imóvel. 
Não só o exequente poderá requerer a adjudicação. Poderá também ser requerida por mais de um credor, pois o §2° do art. 685 – A prevê que o mesmo direito cabe aos credores com garantia real, credores concorrentes que tenham penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, descendentes ou ascendentes do executado.
Havendo pluralidade de pretendentes à adjudicação estabelece o §3° do mesmo artigo que haverá licitação e mediante a igualdade de ofertas a preferência será dada ao cônjuge, descendente ou ascendente, respeitando-se esta ordem.
Também será dada preferência aos sócios, no caso de penhora de quota precedida por exequente alheio à sociedade. Sendo a quota de alguém estranho a sociedade natural que os sócios tenham esta distinção.
Na hipótese do valor do crédito ser inferior ao valor dos bens o adjudicante deverá depositar a diferença que ficará a disposição do executado e na hipótese do valor do crédito ser superior ao valor dos bens a adjudicação não restará prejudicada, mas sim prosseguirá pelo saldo restante.
Depois de solucionadas pelo magistrado as eventuais questões, mandará lavrar o auto de adjudicação. 
Assinado o auto pelo juiz, pelo escrivão, pelo adjudicante e pelo executado se este estiver presente, a adjudicação será considerada perfeita e acabada e será expedida a carta de adjudicação, se o objeto for bem imóvel. Esta carta deverá conter a descrição do imóvel, com a remissão a sua matrícula e registros e também com a prova da transferência de quitação do imposto de transmissão (art. 685 – B, caput e §único, CPC)
A carta de adjudicação deverá ser levada ao Registro de Imóveis para fins de registro, possibilitando-se a transferência do domínio do bem ao adjudicatário. O art. 167, inc. I, alínea 26, da lei 6015/73 (Lei de Registros Públicos) prevê este registro. 
Se o objeto for bem móvel receberá o adjudicante o mandado de entrega, conforme indicado pelo art. 685 – B do CPC.
O CPC nada determina em relação ao prazo para que a adjudicação seja requerida, mas entende-se que após avaliação e antes da alienação por iniciativa particular ou em hasta pública, a adjudicação poderá ser solicitada. 
ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR (art. 685-C)
A lei 11. 382/06 introduziu esta modalidade de alienação.
Se a adjudicação dos bens penhorados não se realizar poderá o exequente requerer a alienação ou por iniciativa própria ou utilizando-se corretor credenciado pela autoridade judiciária. É o que indica o art. 685 –C do CPC. 
Denota-se, portanto, que a alienação tem posição subsidiária em relação à adjudicação, pois somente se a adjudicação não prosperar terá lugar a alienação por iniciativa particular. 
O § 1° do citado artigo enumera as atividades do juiz nesta hipótese. Deverá o magistrado fixar o prazo para que a alienação se realize, estabelecer a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e a comissão de corretagem, se o exequente optar por fazer uso dela. 
Quanto ao preço mínimo deve ser observado o que prescreve o art. 680 do CPC, não podendo ser inferior ao da avaliação. 
O art. 685 – C, § 2° trata da formalização da alienação.Esta será formalizada por termo nos autos, que deverá ser assinado pelo juiz, pelo exequente, pelo adquirente e pelo executado, se ele estiver presente. 
Assinado o termo e sendo o bem imóvel será expedida a carta de alienação ao adquirente para que seja efetuado o registro imobiliário. 
Sendo o objeto bem móvel será expedido o mandado de entrega.
Já o § 3° possibilita aos Tribunais a expedição de provimentos contendo os detalhes desta alienação, além de dispor sobre o credenciamento dos corretores, que, para a lei processual, deverão estar em atividade profissional por pelo menos 5 anos. 
ALIENAÇÃO EM HASTA PÚBLICA (art. 686 a 707, CPC)
Não ocorrendo a adjudicação dos bens penhorados e nem a alienação por iniciativa particular terá lugar a alienação em hasta pública, por força do art. 686 do CPC.
Trata-se de alienação forçada dos bens penhorados e a regra geral é que ocorra por hasta pública, mas a lei traz a possibilidade de se realizar por meio de corretor de imóveis ou por corretor da Bolsa de Valores, nos termos do art. 704 do CPC.
Também denominada arrematação, a alienação em hasta pública é ato executório pelo qual são transferidos os bens penhorados ao credor. Esta transferência é feita, pelo Estado, mediante o pagamento, em dinheiro, do valor dos bens. 
A hasta pública é feita de dois modos; praça ou leilão.
Se o objeto penhorado for bem imóvel será feita mediante praça e esta será realizada no átrio do edifico do fórum. Se tratar-se de bem móvel será feita mediante leilão que deverá ser realizado no local onde estiverem os bens ou o determinado pelo juiz (art. 686, §2°, CPC).
A arrematação é ato complexo que exige um procedimento, denominado procedimento expropriatório, composto por três fases: publicação do edital, licitação e assinatura do auto.
A publicação do edital objetiva a tornar pública a alienação forçada dos bens penhorados, possibilitando a participação dos interessados na licitação.
Observações sobre o edital
O art. 686 do CPC especifica o que deverá conter o edital de hasta pública, a saber: descrição do bem penhorado com todas as suas características, valor do bem, lugar onde se encontram os bens ou autos do processo em que se encontra a penhora, dia e hora da realização da praça ou leilão, menção da existência de ônus, recurso ou causa pendente sobre os bens, comunicação de que se o bem não alcançar o lanço superior ao da avaliação será realizada outra alienação pelo critério de maior lanço, mas não poderá, nesta segunda praça, ser oferecido preço vil (art. 692, CPC).
O edital será afixado no local de costume e sua publicação resumida deverá ocorrer com antecedência mínina de 5 dias, pelo menos uma vez em jornal local e se o credor for beneficiário da justiça gratuita o edital será publicado na imprensa oficial. 
Se o valor dos bens penhorados não exceder a 60 vezes o salário mínimo vigente na data da avaliação a publicação do edital será dispensada e nesta situação o preço da arrematação não será inferior ao da avaliação, nos termos do art. 686, § 3°, CPC. 
Sendo superior o valor haverá a publicação do edital, sob pena de nulidade da arrematação caso não haja sua publicação ou o edital encontre-se incompleto. 
Poderá o juiz alterar o modo e a freqüência da publicidade do edital, a depender das condições da comarca e do valor dos bens e poderá ainda determinar a reunião das publicações em listas referentes a mais de uma execução, segundo orientação do art. 687, § 2° e § 4°, CPC.
Para os editais da praça o § 3° do mesmo artigo determina que estes sejam divulgados pela imprensa, preferencialmente em seção destinada aos negócios imobiliários.
Observações sobre intimações
O executado deverá ser cientificado da hora e local da alienação judicial ou por intermédio de seu advogado, se este já estiver constituído nos autos. Em caso negativo deverá ser cientificado por mandado, carta registrada, edital ou outro meio idôneo destinado a dar-lhe ciência da arrematação. Também deverão ser cientificados da alienação judicial os credores com garantia real ou com penhora anteriormente averbada que não faça parte da execução. Esta comunicação deverá ser feita com antecedência mínima de 10 dias por qualquer meio idôneo, sendo que sem esta providência não será realizada a alienação, determinações estas estabelecidas pelos artigos 687, §5° e 698 do CPC, respectivamente.
Observações sobre participantes
O art. 690-A do CPC e incisos apresentam quais são as pessoais que podem participar da alienação judicial, trazendo também as restrições. Determina que podem participar da licitação todos aqueles que estiverem na livre administração dos bens.
Como restrição tem-se os tutores, curadores, testamenteiros, administradores, síndicos ou liquidantes em relação aos bens que estejam sob a responsabilidade deles. Também os mandatários, quanto aos bens que estejam sob sua administração, não podem licitar.
Ao juiz, aos membros do Ministério Público, da Defensoria Pública, servidores e auxiliares da Justiça também existe tal vedação. 
O fiador remisso e o arrematante também não poderão licitar, conforme disposto no art. 695, CPC. Considera-se remisso, nesta situação, o fiador ou arrematante que não efetuaram o pagamento no prazo de 15 dias. 
Observações sobre lanços
Sendo diversos os bens e houver mais de um lançador, terá preferência o que oferecer arrematar os bens reunidos, propondo preço igual ao da avaliação para os bens que não tiverem licitantes e maior lanço para os demais. 
Não será aceito preço vil, em caso de segunda hasta, porém a lei não define o valor que possa ser considerado vil, cabendo ao juiz decidir.
O que a lei determina é que quando o imóvel for de incapaz e for ofertado preço inferior a 80% do valor da avaliação, a alienação será suspensa por prazo não superior a um ano, devendo o juiz determinar a guarda e administração do imóvel a depositário idôneo. 
Nesta situação poderá o juiz autorizar a locação do imóvel. O adiamento também poderá ser suspenso e o juiz autorizará a alienação em praça, se o pretendente assegurar o preço da avaliação, prestando caução, porém se houver arrependimento ao arrematante será imposta multa de 20% sobre o valor da avaliação. A multa será revertida em prol do incapaz e esta decisão formará título executivo. 
Observações sobre conclusão da arrematação
Assim que o produto da arrematação for suficiente para o pagamento ao credor, a arrematação será suspensa, pois o direito do credor será satisfeito e para tanto será necessário formalizar o auto de arrematação, que será lavrado de imediato. 
A arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável após o auto de arrematação ser assinado pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro ou serventuário da justiça, ainda que os embargos do executado sejam julgados procedentes, segundo art. 694 do CPC. Isto porque no caso de procedência dos embargos o executado terá direito a receber do exequente o valor recebido como produto da arrematação. E no caso do valor ser inferior ao valor do bem receberá a diferença, conforme determinado pelo art. § 2° do citado artigo. 
Prevê o art. 694 situações que levam a arrematação a ser considerada sem efeito.
São elas:
I – vício de nulidade;
II – se não for pago o preço ou não prestada a caução;
III – se o arrematante provar, nos 5 dias seguintes, a existência de gravame ou ônus real não mencionado no edital;
IV – se o arrematante requerer, no caso de embargos à arrematação;
V – se realizada por preço vil; e,
VI – nos casos previstos no art. 698, que versa sobre falta de intimação de credores com garantia real ou com penhora já averbada. 
Não sendo considerada sem efeito, não sendo impugnada e observadas as condições para a lavratura do termo a carta de arrematação, tratando-se de bens imóveis, será exarada e deverá conter a descrição completa do imóvel, a cópia do auto de arrematação e a prova de quitação dos impostos para que seja levada ao Registro de Imóveis pelo adquirente. 
DO PAGAMENTO AO CREDOR (art. 708 a 724, CPC)

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