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Fundamentos em Zootecnia 1 ZOOTECNIA Técnica ou arte de criar animais É o ramo das ciências biológicas que estuda os métodos de criação dos animais domésticos visando aumentar a produtividade e conseqüentemente a lucratividade. Para que isso seja possível, ela se fundamenta em 5 pilares: 1. NUTRIÇÃO 2. MANEJO 3. GENÉTICA 4. SANIDADE 5. AMBIÊNCIA 1. NUTRIÇÃO Estuda o conjunto de processos físicos, químicos e biológicos mediante os quais o animal utiliza o alimento a fim de repor tecidos gastos, promover crescimento ou atender produções, ou seja, visa fornecer todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento e a produção. INGREDIENTE ou ALIMENTO: é o alimento em si. Toda substância que contem um ou mais nutrientes que dado ao animal sacia a sensação de fome ou a sede. (ex: grão de milho, arroz, soja). NUTRIENTE: é o componente do alimento, é toda substancia química com estrutura definida capaz de desempenhar uma função do processo de manutenção da vida ou da produção. (ex: lisina ácidos graxos). PROTEÍNA DE ORIGEM VEGETAL: Farelo de soja, farelo de canola, farelo de amendoim, farelo de girassol. Tem que ser torrado para eliminar a surgina (deixa os ossos quebradiços). PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL: Farinha de carne, farinha de sangue, farinha de vísceras, farinhas de penas. Altamente protéico porém de baixa digestibilidade; Não é feita para alimentação animal devido aos surtos da vaca louca. ENERGÉTICO DE ORIGEM VEGETAL: Milho, trigo, arroz, sorgo, aveia. ENERGÉTICO DE ORIGEM ANIMAL: Sebos, gorduras. CÁLCIO: farinha de ossos calcinada, calcário calcítico (Mg= diarréia), farinha de ostras. FÓSFORO: fostato bicálcico (fornece fósforo e cálcio). VITAMINAS E MINERAIS: Premix de vitaminas e minerais (pastagens, fenos e grãos). Fundamentos em Zootecnia 2 A nutrição é diferenciada por categoria animal e por fase de vida. a) Categoria: bovino de corte, bovino de leite, frango de corte, postura, suíno de corte, reprodução, matriz, ovinos de corte e lã. b) Fase de vida: Inicial, crescimento, final, gestação, lactação (PROTEÍNA para crescer; energia para manter). Para cada categoria e fase de vida existem tipos de exigência nutricional. O objetivo final da nutrição é obter excelente taxa de conversão alimentar (CA). A CA é a quantidade de alimento consumido para se produzir 1 Kg de carne, 1dúzia de ovos ou 1 litro de leite. Quantidade de alimento consumido para se produzir 1 unidade de produto: - Carne: kg-kg. - Leite: kg-L - Ovos: kg-dz 2. MANEJO O criador deve conhecer os princípios de criação de cada espécie para trabalhar de acordo com os animais. Deve-se conhecer a lotação para cada espécie animal, fazer as vacinas preventivas, vermifugações, épocas de banho carrapaticida e bernicida, época de acasalamento, etc. 2.1 Lotação por área: - Suínos em crescimento 1:m² - Cama sobre posta 1,2 – 1,4 m²/animal - Terminação ~= 35 animais por baia - Bovinos a campo 0,5 – 0,8 cabeça/ha - Voizin 1,5 – 2,0 cabeça/ha - Bezerro desmamado com suplementação ~=40 cm cocho/animal - Lotação de frango de corte Verão: 12 a 14/m² Inverno: 15 a 18/m² - Matrizes 4 a 5/ m² 3. GENÉTICA É o melhoramento das raças e dos vários propósitos a que os animais se destinam (carne, leite, ovos, lã). Fundamentos em Zootecnia 3 - Melhorar o ganho médio diário (GMD): - bovino corte: 800 g /dia (1000 a 1200/dia) - suíno: 30 – 90 dias (905 g/dia) - frango: 67 g/dia - Conversão, quantidade de leite, etc - Melhorar ossos, grãos, órgãos internos e qualidade de carcaça. 4. SANIDADE Para que a criação tenha sucesso é muito importante fazer a prevenção de doenças, pois somente o animal saudável poderá responder plenamente ao manejo, à genética, nutrição e ambiente, além de que sempre é mais econômico fazer a prevenção das doenças do que se utilizar de medidas curativas, pois além do custo do medicamento ainda tem-se o custo da redução de ganho pelo próprio animal. O Brasil é o maior exportador bovino por possuir “boi verde” (criado em pasto) e é o maior exportador de aves (gripe aviária). 5. AMBIÊNCIA A melhor raça ou o melhor animal é aquele que melhor se adapta ao meio em que vive. Cada espécie possui uma zona de conforto térmico ideal para melhor produzir. Ex.: Uma vaca leiteira em temperatura acima de 35º pode perder até 40% da produção diária. Uma galinha poedeira em estresse calórico (calor excessivo) diminui a postura, os ovos são de tamanho menor, casca mole e as aves podem morrer (não possui glândulas sudoríparas, perdem calor pela crista e respiração – sofre alcalose respiratória). Em suínos, os leitões nascem com frio (hipoglicemia – injeção de ferro) e adultos sofrem com o calor (camada de gordura e sem glândulas), entram em estado latente (hibernação). Quando ocorre frio também pode ocorrer perda de peso e morte. É mais fácil ganhar do que perder calor. Nesse contexto, podemos concluir que para haver êxito na criação comercial, estes cinco fatores devem interagir entre si, eles não serão eficientes se tratarmos cada um de forma isolada. Ex.: De nada adianta ter genética se a nutrição não for equilibrada, se o manejo for precário, ambiente inadequado e sem sanidade. Fundamentos em Zootecnia 4 A zootecnia se divide em geral e especial. GERAL Estuda os princípios gerais de criação aplicados a todas as espécies ou raças. ESPECIAL A especial particulariza, estuda os princípios de criação de cada espécie ou raça em particular. Ex.: suinocultura, bubalinocultura, avicultura, cunicultura, bovinocultura, zebuinocultura, equideocultura, ostreicultura, sericicultura, apicultura, estrutiocultura (avestruz), ranicultura, piscicultura, caturnicultura (codorna), ovinocultura, caprinocultura, carcinocultura (camarão). Origem da Zootecnia COMO ARTE: 6000 a.C, com o aprisionamento e domesticação dos animais. Primeiramente foram aprisionados com a finalidade de idolatria, ou seja, os animais eram oferecidos aos Deuses, da mesma forma eram aprisionados com a finalidade de aproveitar a pele e o couro para vestimenta, como também para companhia. Somente mais tarde é que foram aprisionados com a finalidade para a alimentação. COMO CIÊNCIA: Progressos importantes sobre a criação dos animais surgiram em fins do século XVIII com o surgimento de ciências como a genética, fisiologia e a bromatologia (qualidade, composição de alimentos). Com a instalação do Instituto Agronômico de Versailles, em 1848 na França, passa a técnica de criação de animais no ensino de agricultura a ter forma própria, vindo a constituir um ramo de conhecimento especifico, é criado então naquele estabelecimento o curso de zootecnia com o conceito atual de que a exploração animal além de procurar aumentar a produtividade, deve ser baseada em economicidade. RELAÇÃO DA ZOOTECNIA COM AS DEMAIS CIÊNCIAS: Estabelecido que a zootecnia seja uma ciência, pois se constitui de um conjunto organizado de conhecimentos sobre a criação econômica dos animais é evidente seu intercâmbio com as demais ciências, inclusive com outras que não só da área biológica onde está inserida. Fundamentosem Zootecnia 5 DOMESTICAÇÃO DOS ANIMAIS ANIMAL DOMÉSTICO: é o animal que criado e reproduzido pelo homem perpetua tais condições geração após geração por hereditariedade, oferecendo utilidades e prestando serviços em mansidão. Atributos dos animais domésticos: Para que haja domesticidade, exige-se que os animais transmitam hereditariamente seus atributos, enquanto vivem sob a custódia do homem os quais são agrupados em: 1. Sociabilidade 2. Mansidão 3. Função especializada 4. Reprodução em cativeiro 5. Fácil adaptação ao meio Passam por 3 fases: cativeiro, mansidão e domesticação. A domesticação surgiu da necessidade de sobrevivência do homem: 1. Alimentação 2. Sobrevivência ambiental 3. Aproveitamento da força motriz 4. Inspiração religiosa Fundamentos em Zootecnia 6 De acordo com o grau de domesticação, os animais classificam-se em quatro grupos: 1º grupo: Cão, carneiro, cabra, boi, bicho-de-seda, porco, gato, jumento, cavalo e camelo, galinha. 2º grupo: Zebra, macaco, ganso, pato, peru, pombo, lhama, cisne, pavão. 3º grupo: Búfalo, rena, galinha d’angola, coelho, avestruz, faisão, alpaca. 4º grupo: Abelha, carpa, tilápia, jundiá. 1º e 2ª grupos não voltam com facilidade à vida selvagem. 3º e 4º grupos voltam com facilidade à vida selvagem. DIFERENÇAS ENTRE BOVINOS E ZEBUINOS Bos indicus (zebuínos) Bos taurus (bovinos) Presença de Giba ou Cupim Ausência de Giba ou Cupim 48 vértebras 52 vértebras Chifres erguidos Chifres erguidos acontecem em poucas espécies bovinas Orelhas longas e caídas Orelhas geralmente retas Linha de dorso ascendente até a anca, garupa caída Linha de dorso reta até a anca, garupa arredondada Barbela na papada Sem barbela Maior numero de glândulas sudoríparas Menor numero de glândulas sudoríparas Ubre defeituoso, caído, tetos ora grossos ora finos Quartos dianteiros produzem mais Ubre bem inserido, tetos simétricos Inguinais (traseiros) produzem mais Pele frouxa, pigmentada Pele normal Comportamento vivo, agressivo Comportamento dócil Gestação 9,5 meses Gestação 9 meses MODIFICAÇÕES APRESENTADAS PELOS ANIMAIS APÓS A DOMESTICAÇÃO Se comparados aos seus congêneres selvagens as modificações são bastante significativos. Elas são conseqüência dos processos evolutivos dinâmicos que tendem a ampliar-se cada vez mais em virtude da ampliação dos conhecimentos da genética e das inesgotáveis possibilidades de biotecnologia. Elas podem ser agrupadas em: morfológicas, fisiológicas e etológicas. Fundamentos em Zootecnia 7 MORFOLÓGICAS: Dizem respeito à estrutura do organismo dos animais como conseqüências sobre suas atividades fisiológicas. - Qualidade dos pelos: Nos selvagens são grosseiros, mal distribuídos e as vezes com maior concentração na cintura escapular. Enquanto que nos domésticos são mais finos, sedosos (alimentação proteínas) distribuídos uniformemente e com características próprias como nos caprinos, ovinos e coelhos. - Coloração da pelagem: Nos selvagens geralmente uniforme, discreta, normalmente parda. Nos domésticos, combinações das mais variadas, facilitando muitas vezes a identificação das raças. - Tamanho e dimensões corporais: Mais ou menos uniforme nos selvagens havendo muitas vezes maior desenvolvimento da região escapular (parte dianteira). Nos domésticos o tamanho varia com a raça havendo equilíbrio entre as regiões escapular e pélvica, com exceção da vaca leiteira. - Orelhas: Em geral são pequenas e bastante móveis nos animais selvagens, devido à função auditiva aguçada. Nos domésticos dimensões e posicionamento dos mais variados. - Defesas: Chifres, garras e dentes fortes nos selvagens com oposição nos animais domésticos. - Gordura: Nos animais selvagens reduzidas a suprir períodos de carência alimentar. Nos animais domésticos o depósito as vezes é exagerado. - Esqueleto ósseo: É sempre forte nos animais que não sofrem seleção artificial ou natural. Nos animais selecionados pelo homem a estrutura é relativamente fraca e leve. FISIOLÓGICAS: dizem respeito à produção animal, pois dependendo da maior ou menor intensidade fisiológica é que haverá maior ou menor produção. São eles: - Velocidade de locomoção: De maneira geral é mais desenvolvida nos selvagens pelo instinto de defesa, nos domésticos é menos desenvolvida com exceção do cavalo e de algumas raças de cães. - Vôo: Todas as aves têm capacidade de vôo, com exceção das aves adaptadas a vida terrestre como ema, avestruz, nhandu e dos pingüins. As domésticas perderam quase que totalmente a capacidade de vôo. - Fertilidade: Pouco acentuada nos selvagens, pois tendem a ter cios estacionais, inclusive com anestros (ausência de cio) o que não acorre com os domésticos que são mais férteis e repetem sucessivamente seu ciclo. - Prolificidade: Os selvagens têm numero limitado de filhos, devido a necessidade de proteger a cria, os domésticos são bem mais prolíferos. - Lactação: Nos selvagens está restrita a amamentação da cria, tendo sido bastante aumentada nos animais domésticos, quer na sua quantidade diária quanto na longevidade produtiva. Fundamentos em Zootecnia 8 - Choco: Característica própria das aves para incubar seus ovos utilizando o calor e a umidade corporal, ainda esta presente nas aves caipiras, quase que totalmente ausente nas aves domésticas. GEN DO CHOCO: Durante os 21 dias de choco, não são colocado ovos, com o calor aumenta a prolactina. COR DA CASCA: Depende do caroteno(presente no grão de milho) - Velocidade de crescimento: É muito lenta nos animais selvagens e bastante acelerada nos animais domésticos principalmente nos destinados a produção de carne, alto índice de conversão alimentar. ETOLÓGICAS: Dizem respeito ao comportamento individual e social dos animais. - Instinto de defesa: Bastante aguçado nos animais selvagens, com audição, visão e olfato muito evoluídos e adaptados, ocorrendo o contrário nos animais domésticos. - Comportamento sexual: Nos animais selvagens ocorre a monogamia na maioria das espécies mantendo seu instinto reprodutivo limitado a temporada de reprodução. Nos domésticos a população geralmente tem a reprodução orientada pelo homem, não existindo uma hierarquia social, com exceção das aves. Ex.: Galinha 1 macho / 10-12 fêmeas Marreca 1 macho / 4-5 fêmeas Bovinos 1 macho / 25 fêmeas Ovinos 1 macho / 25 fêmeas Suínos 1 macho / 20-25 fêmeas Coelhos 1 macho / 10 fêmeas - Relacionamento com o homem: Totalmente ausente nos selvagens, nos domésticos a interação é constante, podendo haver dependência principalmente nas espécies que alcançaram os mais altos índices de produtividade. Os principais fatores responsáveis por todas essas modificações foram: a mudança de meio, o regime de criação (seleção) e alimentação (nutrição). FUNÇÕES ECONÔMICAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS: - Produção de alimentos: Carnes, vísceras e toucinho. Derivados como os enlatados, embutidos, pastas, banha, óleos, tendões (gelatinas). Leite: leite condensado, leite em pó. Derivados como manteiga, queijo, ricota. Ovos: de galinha, marreca, gansa, codorna e pata. - Produção de alimentos não comestíveis: Quase todos são obtidos como subprodutos de abatedouros, são destinados ao preparo de material não destinado a alimentação humana e mesmo animal. Fundamentos em Zootecnia 9 Ex.: Cerdas, crinas, pelos, chifres, cascos, peles e couros, gorduras não comestíveis (sebos e graxas) penas e plumas,bile, cálculo renal, adubo orgânico, produtos farmacêuticos (cérebro, pâncreas, hipófise, sangue). - Alimento para animais: Subprodutos da indústria de carnes, como farinha de carnes, sangue, vísceras, tancagem, penas (80% proteínas) e ossos. - Trabalho e esporte: Animal de carga (lhama) Animal de tração (boi) Animal de Cela: camelo ou cavalo Esporte: galos, “galo”, jumento, cavalo. Guarda e aproveitamento do faro: cão e ganso - Elementos científicos: Serviços prestados a humanidade por intermédio da ciência e tecnologia. Coelho, cavalo na equoterapia. - Elementos decorativos e de companhia: Não considerados de exploração econômica, porém de comercialização muito proveitosa, principalmente como aves (ex.: faisão), peixes ornamentais, cisnes, galinha japonesa, cães e gatos. Cães guias de cego: Companhia e serviço -Capital vivo: Função de todas as espécies, pois no final da vida produtiva são vendidas para o abate. O produtor nunca deve deixar o animal atingir a velhice zootécnica. Quando a produção decresce ocorre prejuízo. TERMINOLOGIA ZOOTÉCNICA A terminologia técnica empregada deve ser perfeitamente conhecida de forma a evitar confrontações e dúvidas, assim teremos que entender: - Indivíduo: Unidade biológica básica do ser vivo, constitui-se do animal isoladamente em relação a espécie. Um indivíduo nunca é igual ao outro com exceção dos gêmeos univitelinos e dos clones. - Genótipo: Conjunto de genes que ocupam o lócus cromossômicos de um determinado indivíduo. Resulta de sua capacidade genética e potencial hereditário. - Fenótipo: É tudo aquilo que em relação a uma determinada característica pode ser vista, ou seja, as características morfológicas. É o resultado da ação conjunta do genótipo e do meio ambiente. - Espécie: É o agrupamento de indivíduos suficientemente diferenciados de outros para receber um nome em comum (zebuíno e bovino). - Raça: É dentro da espécie, um grupo de indivíduos com determinadas características morfológicas e fisiológicas semelhantes e que quando acasalados entre si as transmitem aos seus descendentes. Algumas raças são consideradas naturais (primitivas) por terem surgido espontaneamente no Fundamentos em Zootecnia 10 espaço geográfico que ocuparam sem a intervenção do homem, não são espécies especializadas, são mais rústicas, resistentes com maior robustez. Ex.: Caracu e Alantejana (bovino) e cavalo pantaneiro. As raças artificiais ou programadas são as que se originaram de várias outras raças e sobre elas incidiram trabalhos de melhoramento genético altamente criterioso podendo ser consideradas melhoradas ou aperfeiçoadas. . APERFEIÇOADA QUANDO: - Boa conversão alimentar - Precocidade - Volume de produção - Qualidade de carcaça e precocidade Ex.: Bovino de corte: Aberdeen Angus Zebuínos: Nelore Leiteira bovina: Holandesa e Jersey Suínos: Large White: orelha erguida Landrace: orelha caída Frango de corte: Ross, Cobb, Hubbord Poedeira: Leghorn Cavalo de corrida: PSI Cavalo de carga: Percheron Diz-se que uma raça é melhorada quando apresenta uma ou outra dessas características, porém, o melhoramento ininterrupto de uma raça pode torná-la aperfeiçoada. Ex.: Girolanda Variedade de uma raça É uma variação da raça original em que são mantidas as características gerais e comuns, diferindo apenas por algum ponto particular. Ex.: holandesa vermelha e branca, variedades mochas, variedades minis. Sangue Está ligado ao conceito de herança e na prática ao referir-se a um animal puro sangue, refere-se a um animal registrado (raça pura registrada = PO ou ainda os puros de origem importados = POI) P.O – Puro de origem Termos reservado a animais puros. P.P.C – Puro por cruz São animais que chegaram a uma raça que absorveu sangue de outra por gerações sucessivas. Fundamentos em Zootecnia 11 Meio sangue É reservado a produtos de cruzamentos ou também chamado mestiço Linhagem É o grupamento constituído por indivíduos descendentes diretos de um genitor ou genitora, sendo muitas vezes um indivíduo citado como descendente da linhagem de um ancestral famoso. Família Conjunto de indivíduos, descendentes diretos e colaterais (primos) de um casal, considerando-se para isso até a 5º geração. Rebanho Conjunto de famílias e linhagens criadas dentro de um mesmo ambiente sujeitos as mesmas condições de manejo, alimentação e seleção Plantel Animais de um mesmo criador, geralmente formados de indivíduos parentes entre si e geralmente formados de mesma raça Monorquideo Animal que conservou um testículo na cavidade abdominal e o outro na bolsa escrotal, porém é fértil. Criptorquideo Macho que conservou os dois testículos na cavidade abdominal, sendo este infértil. Machorra É a fêmea com problemas de ovário ou distúrbio hormonal que impede a ovulação, tem comportamento de macho. Toruno Macho mal castrado, porém é fértil. Rufião Macho inteiro (dois testículos), com desvio lateral de pênis, caracterizado pela impossibilidade de concluir a monta. Serve para marcar as fêmeas em cio utilizados em bovinos e ovinos. Cabanha São as instalações e os animais destinados ao melhoramento genético. Fundamentos em Zootecnia 12 Haras São as instalações e plantel de éguas com garanhões. Pocilgas É as instalações destinadas a criação de suínos. TERMINOLOGIA DAS ESPÉCIES BOVINOS - Novilho precoce: Animal abatido até 24 meses. - Novilho sobre-ano: Tem mais de um ano e menos de dois anos -Vaca de invernar: Vaca que foi retirada da reprodução por problemas de ovário, idade avançada ou por problemas físicos. - Vaca falhada: Vaca que não fertilizou (não pegou cria) - Vaca seca: É a que não está lactando (não produz leite) - Vaca solteira ou novilha: É a fêmea em crescimento que ainda não atingiu peso para ser coberta. EQUINOS - Garanhão: Macho reprodutor - Potro e potranca: animais em crescimento - Potrilho: Animal do nascimento ao desmame OVINOS - Capão: Animal castrado destinado ao abate (4 D – quatro dentes) - Cordeiro: Do nascimento ao desmame (D.L – dente de leite) - Borrego: Acima de 2 dentes (1 ano) - Carneiro ou chibarro: Macho reprodutor SUÍNOS - Cachaço ou barrasco: Macho reprodutor - Leitão ou bácaro: Do nascimento ao desmame - Marrã: Fêmea em crescimento AVES - Frango de corte (peito duplo): Animal destinado ao abate - Poedeira comercial: aves de postura - Matriz de corte: pais do frango de corte - Matriz de postura: pais da poedeira comercial - Pintainho: primeiros 10 -15 dias de vida COELHO - Láparos: Animais do nascimento ao desmame. Fundamentos em Zootecnia 13 MELHORAMENTO GENÉTICO Métodos de reprodução aos tipos de acasalamento Consangüinidade (endogamia): É o método de acasalamento em que os parceiros são selecionados forçosamente entre indivíduos parentes. Podemos considerar consangüinidade: *Quanto ao parentesco: Estreita: Quando o grau de parentesco entre os pais é igual a 50% Pai x Filha Mãe x Filho Irmãos Completos Larga: Quando o grau de parentesco é menos que 50% Entre Primos Meio Irmãos *Quanto à situação dos reprodutores na genealogia em linha (linebreeding): Quando os reprodutores se encontram em linha reta no pedigree, isto é, um deles é ancestral comum. A x C A x E *Cruzamento ou exogamia:É o acasalamento entre indivíduos de raças diferentes, ou quando dentro da mesma raça, entre linhagens diferentes (Crossbreeding) O objetivo principal dos cruzamentos é a obtenção do vigor híbrido ou heterose. Heterose: Superioridade média de produção dos filhos em relação a média dos pais, é dada pela seguinte fórmula: %H = XF1 – XP x 100 XP Exemplo: Girolanda (giroles x holandesa) Gir produz: 20L de leite Holandesa produz: 22L de leite girolanda: 22L de leite Média dos pais: 42/2: 21L de leite %H = 22-21 x 100 = 4,7% 21 Fundamentos em Zootecnia 14 SISTEMA DE CRUZAMENTO * Cruzamento simples ou industrial: Este tipo de cruzamento permite a máxima obtenção de heterose, comumente usado em aves, suínos, bovinos de corte e leite. Os machos F1 são destinados ao abate, enquanto que as fêmeas são comercializadas para reprodução ou utilizadas como passo inicial para outro cruzamento. Ex.: raça: AxB F1 AB * Cruzamento alternativo: É o cruzamento rotacional com duas ou três raças, consiste na utilização alternada de reprodutores de raças diferentes, tem sido utilizado em raças de corte. Exemplo: raça A x raça B F1 AB (100% de heterose) AB x A F2 AAB (67% de heterose) AAB x B F3 AABB (85% de heterose) Ex.: com três raças A x B F1 AB AB x C F2 ABC Three cross *Cruzamento Contínuo ou de absorção Por este processo, a tendência é absorver-se a raça nativa ou a da população base através do uso contínuo de reprodutores da raça geneticamente superior até formar o PPC. O processo exige mudanças graduais a cada geração, pois à medida que a composição genética dos animais cresce em direção da raça especializada, as exigências quanto à nutrição, sanidade e instalação são maiores. Fundamentos em Zootecnia 15 Exemplo Charolês x Nativo C x N F1 ½ C + ½ N (0,50 fração charolês) Cruzamento com charolês teremos ½ C + ½ N x C 7/8C + 1/8N x C ½ (½C + ½N) + ½C ½(7/8C + 1/8N + ½C ¼C + ¼N + 2/4C onde 7/16C + 1/16N + 8/16C F2= ¾C + ¼N (0,75) F4: 15/16C + 1/16N (0,9375) ¾C + ¼N + C 15/16C + 1/16N x C ½ (¾C + ¼N) + ½ x C ½(15/16C + 1/16N) + ½C 3/8C + ¼N + 4/8C 15/32C + 1/32N + 16/32C F3: 7/8C + 1/8N (0,875 C) F5: 31/32C + 1/32N (0,9687C) MELHORAMENTO NAS DIFERENTES ESPÉCIES BOVINOS Raças formadas a partir de cruzamentos: - Santa Gertrudis: 5/8 shorthorn + 3/8 brahman - Braford on Pampeana: Hereford x Brahman -Chancim: Charolês x Nelore - Ibagé: Aberdeen x Nelore - Girolanda: Gir x Holandesa - Tabapuã: Nelore x Guzerá x gir - Lavínia: Pardo suíço x Guzerá - Indubrasil: Nelore x Gir x Guzerá - Pitangueiras: Red Angus x Guzerá - principais raças leiteiras: Holandesa, Jersey, Parda Suíça, Gir, Guzerá, Guernsey, Ayrshire. Fundamentos em Zootecnia 16 RAÇAS AVÍCOLAS INTRODUÇÃO - Década de 70: consumo de 5 kg/pessoa/ano - Em 2000: consumo de 30 kg/pessoa/ano - Profissionalização da avicultura: Inicio do século passado - 1928: frango pesava 1,5 kg em 15 semanas - Consumia mais de 5 kg de ração - 1945: II guerra mundial - EUA: desenvolveram e cruzaram raças como a New Hampshire e a Plymouth Rocke. -1948: Red Cornish, seguida pela White Cornish e White Rock. COMPOSIÇÃO DO FRANGO Produto hibrido resultante do cruzamento de três ou quatro linhagens puras. Normalmente duas linhagens dão origem à fêmea e duas linhagens dão origem ao macho. Quatro anos são necessários para que se transfiram os ganhos genéticos obtidos nas linhas puras com controles de pedigree, para o frango selecionam- se as linhas puras através das famílias (pedigree). A partir do cruzamento destas, obtêm-se as bisavós (1º ano), cruzando as bisavós obtêm-se as avós (2º ano) e cruzando-se as avós obtêm-se as matrizes (3º ano). Cruzando-se a matriz fêmea da linha fêmea com a matriz macho da linha macho, obtêm-se a linha pura, sendo frango de corte ou poedeira comercial (4º ano). RAZÕES PARA UM FRANGO SER HÍBRIDO Heterose (vigor híbrido) Efeito benéfico da combinação de linhagens distintas que fazem com que o híbrido tenha um desempenho superior ao desempenho médio das linhagens puras dos pais. É importante para as características reprodutivas. Para ovos aproximadamente 10% de heterose e para matrizes aproximadamente 20% de heterose. Complementaridade As linhagens de macho são fortes em ganho de peso, eficiência alimentar (complementam as deficiências da linha fêmea) e conformação. Fundamentos em Zootecnia 17 Especificidade O ganho genético em uma característica inversamente proporcional ao numero de características sob seleção. Quando maior o numero de características selecionadas, menor o ganho em cada uma. Proteção do patrimônio genético Somente os híbridos são comercializados e o uso de um hibrido jamais voltará a sua origem de pureza, isso assegura o investimento de quem trabalha com genética. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO NO MELHORAMENTO GENÉTICO Passado: ganho de peso e conversão alimentar. Atualmente: vários, principalmente os ligados ao rendimento de carcaça. Ao frango vivo: - Peso corporal; - Eficiência alimentar (conversão alimentos); - Conformação da carcaça (melhorar asas e outras características); -Empenamento (para proteger a carcaça de “choques mecânicos”); -Pigmentação de pernas e penas (fator comercial); -Aspecto físico de peito (quanto mais arredondado, mais carne). A carcaça: -Rendimento da carcaça eviscerada; -Rendimento de carne do peite; -Rendimento de carne de perna; -Teor de gordura. A reprodução: -Produção de ovos incubáveis (aumentar a quantidade de ovos por ciclo) -Fertilidade (90 – 95%) -Eclodibilidade (até 5% - total menos os chocos e os que nasceram) A resistência: -Viabilidade do frango (numero de animais retirados para abate) -Viabilidade da matriz -Resistência às doenças -Melhorar a resistência óssea -Órgãos internos (tamanho - coração e pulmão) -Qualidade da carne (características organolépticas – textura, maciez, cor, sabor) -Saúde e bem estar humano e animal. Fundamentos em Zootecnia 18 Progresso genético: Ganho genético _1957: frango produzia 63 g de peito (42 dias) _ 1991: 272 g (16 g de ganho anual) _ 1085 a 1997: ganho anual observado de 77g Característica /ano 1976 1987 1997 2001 2007 Peso vivo/42 dias 1050 1775 2450 2650 3000 Dias p/ atingir 2 Kg 63 45 37 35 33 Rend. carcaça/ 2Kg 66,7 67,8 69,5 70,3 71,5 Rend carne peito/2 Kg 12,6 14,5 16,1 17,3 1931 Ração/ carne de peito 20 13 10 8,7 6,5 Taxa de crescimento: 1ª semana até 20% ao dia CV: piora com o aumento da idade POTÊNCIAL GENÉTICO DAS MATRIZES DE CORTE - Produção de ovos/ave: 170-180 (incubáveis 160 – 170) - Pintos produzidos matriz alojada: 145 – 150 - Marcas comerciais: .Ross .Hubbard .Arbor Acress .Isa Vedette .Avian .Cobb .Hybro POTÊNCIAL GENÉTICO DAS POEDEIRAS Poedeira de ovos brancos - Produção de ovos/ave às 72 semanas = 280 ovos 80 semanas = 320 ovos -Indice de conversão: 1,6 – 1,7 kg/dz - Marcas comerciais: .Bad cock .Hy-line .Hissex White .Lohmann Poedeira de ovos marrons -Produção de ovos/aveàs 75 semanas = 250 – 260 ovos -Índice de conversão: 1,7 – 1,8 kg/dz -Marcas comerciais: .Isa Brown .Hy-line Brown .Harco Fundamentos em Zootecnia 19 RAÇAS SUÍNAS MELHORAMENTO GENÉTICO DOS SUÍNOS - Raças suínas nacionais: Piau, Canastra, Canastrão, Caruncho, Pereira, Junqueira, Moura, Sorocaba, Macau. Características morfológicas: Animais curtos, com rugas na pele e com papada. Características produtivas: Baixo rendimento e qualidade de carcaça, baixo ganho de peso e alta conversão alimentar. Características reprodutivas: Baixa prolificidade (8-10 filhotes) e habilidade materna. Alta rusticidade e são tardios. Suínos Embrapa MS 58 (Hampshire x Duroc x Pietrain) MS 60 (Large White x Duroc x Pietrain) Desempenho: - Ótimo comportamento sexual - Idade média para chegar a 90 kg = 139 dias - Ganho médio diário dos 30 até 90 dias = 906g - Conversão alimentar dos 30 até 90 kg = 2,33 kg para cada 1 kg - Rendimento de carne magra = 62,4% Como utilizar: ♂ MS x ♀híbridos (LD x LW / LW x LD) Pietrain= 4 pernil Características dos filhos - mais de 3 – 3,5% de carne magra - menor espessura de toucinho - melhor conformação de pernil - maior quantidade de pernil e lombo - melhor conversão MS 115 (Large White x Duroc x Pietrain) Desempenho: - Idade media para chegar a 115 kg = 163 dias - Ganho médio do nascimento aos 115 kg = 709g/dia - Conversão alimentar dos 23 até 115 dias = 2,21kg para cada 1 kg - Rendimento de carne magra = 62,9% Fundamentos em Zootecnia 20 - Raças suínas estrangeiras: LARGE WHITE (LW): tem origem na Inglaterra. Características morfológicas: Linha de dorso lombar reta, boa morfologia dos terços posteriores e anteriores, grande perímetro torácico (bem desenvolvidos), bons aprumos. Características produtivas: Maior rendimento de carcaça, ótima qualidade de carcaça, boa conversão. Características reprodutivas: Ótima habilidade materna, alta prolificidade e precocidade. Machos e fêmeas podem ser usados na reprodução. LANDRACE (LD) – origem: Dinamarca Características morfológicas: Linha do dorso lombar reta, pele despigmentada, pelos brancos e mamas bem inseridas. Características produtivas: Alto rendimento de carcaça, maior porcentagem de cortes nobres (pernil e lombo) e bom ganho médio diário (GMD) Características reprodutivas: Ótima habilidade materna, alta prolificidade e precocidade reprodutiva, tanto machos como fêmeas usados na reprodução. Algumas linhagens apresentam PSE (carcaça mole, aguada, pálida: características do gene braloctina – estresse). DUROC (D) – origem: EUA Características morfológicas: Pele totalmente pigmentada, pelagem vermelha variando do dourado ao castanho e lombo arqueado. Características produtivas: Boa qualidade de carcaça, alto rendimento, ótima conversão e marmorização da massa muscular (maciez da carne). Características reprodutivas: Média prolificidade, baixa habilidade materna, alta rusticidade e apenas machos usados na reprodução (linha macho por excelência). PIETRAIN (P) – origem: Bélgica Características morfológicas: Faixa de pelagem branca, despigmentada e com manchas vermelhas ou escuras pigmentadas Características produtivas: alto rendimento, carne de boa qualidade e ótima CV. Características reprodutivas: Boa prolificidade, baixa habilidade materna e linha apenas masculina para cruzamentos (resistência ao gene braloctina). HAMPSHIRE (H) – origem:EUA Características morfológicas: Faixa de pelagem branca despigmentada circulando toda parte dianteira das cruzes. Características produtivas e reprodutivas: Boa prolificidade, baixa habilidade materna e linha apenas masculina para cruzamentos (resistência ao gene braloctina). Fundamentos em Zootecnia 21 CRUZAMENTOS COMERCIAIS Fêmeas cruzadas Macho Preferencial Macho Alternativo LW x LD D LW ou LD D x LD LW D ou LD LD x LW D LD ou LW Características observadas para cruza Linha Macho: Velocidade de crescimento, conversão alimentar, mérito (desenvolvimento) e qualidade de carcaça. Linha fêmea: Velocidade de crescimento, CA, capacidade leiteira, habilidade materna e prolificidade. Fundamentos em Zootecnia 22 INTRODUÇÃO A BIOCLIMATOLOGIA Influencia do clima nos animais: - Regula ou limita a produção animal, intimamente associado ao rendimento zootécnico. Importância: - Interação ambiente x animal x homem - Técnicas de manejo adequadas - Diminuição dos efeitos negativos do clima sobre a produtividade animal - Instalações, manejo sanitário e profilático, melhoramento genético, manejo nutricional, delimitações corretas da estação de monta. Conceito de bioclimatologia: - Enfoca os efeitos diretos e indiretos dos elementos climáticos, geográficos, geológicos e suas influências sobre os organismos animais. - Interação: Clima, solo, plantas e animais. - Média de todas as espécies: Tº: 13 – 18 ºC Umidade relativa do ar: 60 – 70% Radiação solar: Primavera e outono Velocidade dos ventos: 5 – 8 km/h 1- MECANISMOS FISIOLÓGICOS FUNDAMENTAIS - Termoregulação: controle de temperatura em um sistema físico qualquer: 1.1- Homeotermia e Poiquilotermia Homeotermia: Animais de sangue quente, conseguem manter a temperatura do corpo relativamente constante. Poiquilotermia (pecilotérmicos): Animais de sangue frio, animais cuja temperatura varia diretamente com a temperatura ambiental. 1.2 – Temperatura Corporal Está associada a cada animal doméstico. Fatores que afetam a temperatura corporal nos homeotérmicos - Alimentação x Jejum - Sexo - Idade (quanto mais jovem suporta maiores temperaturas) - Espécie e raça - Exercício muscular - Entre cio e final de prenhes - Quantidade de água ingerida 1.2.1 – Equilíbrio térmico: Manutenção da homeotermia depende do equilíbrio dinâmico entre a produção e a perda de calor. Em curtos períodos de tempo pode haver excesso de perda ou produção de calor que pode causar um pequeno desequilíbrio térmico. Fundamentos em Zootecnia 23 1.2.2 – Zona de Conforto: A zona de conforto térmico é delimitada pelas temperaturas críticas inferior e superior. - Hipertermia: Temperatura corporal superior daquela considerada normal. - Hipotermia: Temperatura corporal abaixo daquela considerada normal para a espécie. TABELA ZONA DE CONFORTO TÉRMICO Bovinos europeus de corte 0,5 – 16ºC Raças leiteiras 10 – 20ºC Bovinos indianos 15 – 26ºC Carneiros 21 – 25ºC Caprinos 13 – 21ºC Coelhos 15 – 18ºC Aves 12 – 25ºC Homem 18 – 27ºC Suínos produção 18 – 21ºC Lactação 12 – 16ºC 1.2.2.1 – Perda de calor: Termólise: Radiação: As superfícies mais quentes emitem calor na forma de ondas eletromagnéticas. Convecção: O calor é removido através do movimento do ar mais frio sobre a superfície corporal com maior temperatura. Condução: Transferência de energia térmica entre dois corpos ou parte de um corpo, através da energia cinética de movimentação de moléculas. Evaporação: Pode ocorrer pela pele e pelos condutos respiratórios. Excreção fecal e urinária: A umidade do ar junto com a temperatura ambiente influencia muito a perda ou o ganho de calor, quanto mais alta a umidade relativa do ar, maior é a dificuldade em perder calor principalmente por evaporação. 1.2.2.2 – Produção de calor - Termogênese: Produção de energia térmica pelo organismo, através de processos metabólicos e de radiação solar. Fatores que afetam a produção do calor - Ingestão de alimentos: Proteínas produzem mais calor, depois carboidratos e gorduras. - Ruminantes - Atividade muscular - Prenhes - Lactação Fundamentos em Zootecnia 24 1.2.2.3 – Variação de temperatura corporal - Temperatura diurna e temperatura noturna Hipotálamo Anterior Células termorepectoras periféricas Perda de calor Vasodilatação Suor Nº de respirações Hipotálamo posterior Receptores caloríficos hipotalâmicos Ganho de calor Vasoconstricção (frio) Prod. de calor 2- Mecanismos de controle térmico: - Comportamentais: Dizem a respeito à alteração do comportamento do animal - Autônomos - Adaptativos 3- Aspectos fisiológicos de adaptação dos animais domésticos: - Regulação endócrina - Mecanismos vasomotor e circulatório - Sistema respiratório: Polipnéia Ofegar 4- Aclimatação Habituação do organismo ao efeito do estresse causado por fatores climáticos específicos: - Aclimatação ao frio - Aclimatação ao calor 5- Adaptação morfológica e anatômica - Tamanho: Quanto maior a superfície em relação à massa corporal, maior a facilidade em perder calor - Apêndices: Cupim, barbela - Capa externa: Pelos, velo, pena - Cor da pele e dos pelos - Sudorese: Equinos, asininos, bovinos, bubalinos, caprinos. EFEITOS DA TEMPERATURA SOBRE A PRODUÇÃO - SUÍNOS: Maior a temperatura menor o consumo de alimentos, menor o ganho de peso animal. Entra em toportermia, se isola, não come e fica deitado com 35ºC pode entrar em hipotermia e morrer. Sofre tanto com a menor temperatura na fase jovem e maior temperatura na fase adulta. - Aves: Menor o consumo, menor o ganho de peso, postura de ovos, ovos com casca fina, pequenos podem morrer por alcalose respiratória. Fundamentos em Zootecnia 25 - Bovinos: Quando a temperatura atingir 35ºC as holandeses perdem 40% da produção diária de leite. Medidas nutricionais usadas para menores efeitos de calor nas espécies que não suam - Temperatura da água de beber: 20ºC - Trocar quando possível CHO por lipídeos - Trocar quando possível proteína por aminoácido - Substituir 1/3 de sal por bicarbonato de sódio - Adicionar 50 Mg de ácido ascórbico/Kg dieta - Maior a fibra menor a energia dietética - Acidificar a água de beber com ácidos orgânicos - Menor a granulometria dos alimentos - Restrição alimentar em horas de menor calor (11 – 17hrs) - Proporcionar alimentação noturna - Separar e alimentar diferentemente machos e fêmeas.
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