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Profª Carla Samantha Zootecnista 1 Sucesso nas criações Escolha da alimentação deve ser baseada na espécie que será cultivada Fisiologia e anatomia digestiva alteram a digestão e absorção de nutrientes As variações da estrutura do trato gastrointestinal (TGI) dos peixes estão correlacionadas ao tipo de alimento consumido e ao ambiente Algumas adaptações nos peixes provavelmente existem porque alguns alimentos disponíveis são encontrados unicamente no ambiente aquático 2 Hábitos alimentares PLANCTÍVOROS: peixes que se alimentam predominantemente de plâncton Exemplos carpa cabeça grande (Aristichtys nobilis) zooplanctívora carpa prateada (Hypophthalmichtys molitrix) fitoplanctofoga 3 Hábitos alimentares HERBÍVOROS: Selecionam alimento vegetal vivo como vegetais superiores (folhas, frutos e sementes), macro e microalgas bentônicas e fitoplâncton Exemplos carpa capim (Ctenopharingodon idella) 4 Hábitos alimentares CARNÍVOROS: São peixes que selecionam alimento animal vivo, incluindo alimento natural Piscívoro: quando o alimento é constituído principalmente por peixe é chamado Insetívoro: quando se alimentam de insetos Exemplos grandes migradores dourado (Salminus brasiliensis) e pintado (Pseudoplatystoma coruscans) peixes de ambientes de águas calmas tucunaré (Cichla ocellaris) e pirarucú (Arapaiama gigas) 5 Hábitos alimentares ONÍVOROS: Consomem alimento animal e vegetal, em partes bastante equilibradas Aproveitam a grande variedade de alimentos disponíveis, dieta diversificada dependendo da região e da época do ano Exemplos Pacu (Piaractus mesopotamicus) Tilápia (Oreochromis niloticus) Jundiá (Rhamdia quelen) Matrinchã (Brycon cephalus). 6 Hábitos alimentares DETRITÍVOROS: se alimentam de matéria orgânica de origem animal em putrefação e/ou matéria vegetal em fermentação 7 Hábitos alimentares ILIÓFAGOS: Ingerem substrato formado por lodo ou areia, que por si só não representa um tipo de alimento, mas nele são encontrados os alimentos procurados (animal, vegetal ou detrito) Estes peixes contam com um aparelho digestivo adaptado para selecioná-lo. Exemplo: de grande importância comercial curimbatá (Prochilodus lineatus) abundante na bacia do rio Paraná, muito utilizada em cultivos. 8 Hábitos alimentares No ambiente natural os peixes conseguem balancear suas dietas Escolhendo, dentre os disponíveis, os alimentos que melhor suprem suas exigências nutricionais e preferências palatabilidade metabólica Raramente observam-se sintomas de deficiências nutricionais nessas condições 9 Anatomia do TGI TRATO GASTROINTESTINAL Tubo simples pelo qual passam os alimentos boca, esôfago, estômago, intestino anterior, intestino médio, intestino posterior ou grosso, e ânus. Subdividido em cavidade bucal ou bucofaringeana, intestino anterior (esôfago e estômago), intestino médio (intestino propriamente dito) e intestino posterior (reto). Vários tecidos e órgãos relacionados estão envolvidos apreensão, mastigação e deglutição digestão e absorção dos nutrientes excreção 10 Anatomia do TGI 11 Esquema do aparelho digestório de um peixe Anatomia do TGI INTESTINO: O comprimento do intestino está correlacionado com a dieta Comprimento Relativo do Intestino (CRI) leva em consideração o comprimento do intestino médio herbívoros possuem um maior CRI que carnívoros CRI: Carnívoros = 0,2 a 2,5 Onívoros = 0,6 e 8,0 Herbívoros = 0,8 a 15,0 12 13 Anatomia do TGI CAVIDADE BUCAL Cavidade bucofaringeana Aparelhos digestivo e respiratório Selecionar, apreender e conduzir o alimento até o esôfago lábios, boca, dentes, língua e arcos branquiais A posição da boca é variável dependendo do tipo de alimento normalmente consumido os que se alimentam no fundo possuem a boca na região ventral os que se alimentam na superfície possuem a boca na região dorsal 14 Anatomia do TGI HERBÍVOROS, PLANCTÓFAGOS E BENTÓFAGOS lábios carnudos, destinados ao pastejo e filtragem boca pequena, tubular maximiza a habilidade de sucção ex.: curimbatá Carnívoros lábios finos e com poucas modificações grande abertura, se estende até os lados da cabeça permitindo agarrar e ingerir grandes presas inteiras ex.: dourado 15 Anatomia do TGI Variedade de dentes e estruturas associadas DIFERENÇAS NA DENTIÇÃO INDICAM DIFERENÇAS NA PREFERÊNCIA PELOS ALIMENTOS Quanto maior os dentes maior será a abertura da boca Carnívoros possui dentes pequenos Formato agulha, para segurar e perfurar a presa geralmente engolem as suas presas inteiras Com borda cortante, cortar as presas em pedaços menores as piranhas, que tem habilidade de dilacerar o seu alimento antes de ingerí-lo 16 Anatomia do TGI 17 Fluxo da água carrega as partículas em direção ao esôfago e esta é filtrada pelos rastros branquiais Anatomia do TGI 18 Anatomia do TGI 19 Muco preso nos rastros branquiais auxiliando na filtração dos detritos na água Anatomia do TGI ESTÔMAGO dividido em três regiões cárdica (entrada), fúndica (saco) e pilórica (saída). esfíncteres que controlam a passagem dos alimentos pelo estômago Superfície interna (mucosa) células glandulares endócrinas e secretoras exócrinas estas últimas produzem o muco e o suco gástrico glândulas gástricas variam conforme o hábito alimentar do peixe mais ramificadas e desenvolvidas nos peixes carnívoros. 20 Anatomia do TGI ESTÔMAGO armazena temporariamente o alimento e desempenha funções mecânicas que auxiliam na trituração e início da digestão dos alimentos. O tamanho do estômago relacionado com o intervalo entre as refeições e o tamanho das partículas do alimento ingerido. 21 Anatomia do TGI Carnívoros se alimentam com menor frequência consomem uma refeição maior necessitam de um estômago de maior volume e com musculatura bastante elástica para acomodar as presas ingeridas Onívoros e herbívoros realizam muitas refeições diárias consomem pouco alimento por refeição apresentam estômago de menor volume 22 Anatomia do TGI INTESTINO tubo simples, iniciando na válvula pilórica e terminando no reto não sendo separado em delgado e grosso, como nos mamíferos glândulas digestivas e um suprimento abundante de vasos de sangue e de linfa onde se completa a digestão iniciada no estômago ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes, íons e água oriundos da dieta os produtos da digestão são mantidos em solução, o que facilita a absorção 23 Anatomia do TGI CECOS PILÓRICOS aumentar a superfície intestinal sem aumentar o comprimento ou espessura do intestino mais desenvolvidos em peixes carnívoros e reduzidos, ou mesmo ausentes, nos herbívoros função diferente dos cecos dos mamíferos e das aves, nos quais ocorre a fermentação do alimento parte da digestão dos lipídios e das proteínas recebem as secreções pancreática e biliar absorção de aminoácidos, carboidratos, lipídios, água e íons reservatório de alimento 24 Anatomia do TGI CECOS PILÓRICOS25 Intestinos de peixes com diferentes disposição e número de cecos pilóricos (Et – estômago; CP – cecos pilórico; In – intestino) Anatomia do TGI DOBRAS E CRISTAS do epitélio mucoso no intestino médio estruturas que auxiliam na digestão aparecem em grande quantidade e variedade servem para aumentar a superfície de secreção e absorção Peixe onívoro Peixe carnívoro 26 Anatomia do TGI RETO parede muscular muito mais grossa que a do intestino e com grande capacidade de distensão Há a possibilidade de ocorrência dos cecos retais, cuja função principal é a absorção de água A abertura anal ou fenda é também o local de terminação dos ductos urinários e reprodutivos que se abrem para o ambiente externo 27 Anatomia do TGI Órgãos digestivos acessórios Pâncreas secreta insulina e glucagon em resposta à absorção de nutrientes secreta enzimas digestivas e bicarbonato para o intestino Vesícula biliar armazenamento temporário da bile efetua a emulsificação das gorduras e a neutralização da acidez do quimo auxiliam na digestão e absorção dos lipídios e das vitaminas lipossolúveis que entram no intestino 28
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