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Clínica Médica de Animais de Produção - Úlcera Gástrica Paulo Henrique da Silva Barbosa Medicina Veterinária – UFRRJ Definição – Processos erosivos e ulcerativos, únicos ou múltiplos, na mucosa gástrica. Etiologia – Ocorrência em cães, gatos, suínos e equinos, podendo resultar da ação de agentes causadores das gastrites. Sítios de Dor: Esôfago (abdominal), estômago, intestino delgado e intestino grosso. Fígado, baço, rins, peritônio, útero, bexiga. O animal pode estar com sintomatologia por diversas causas, patologia que podem estar situadas nos órgãos descritos acima e outros, até mesmo uma égua em parto está num quadro de dor abdominal aguda, o que não quer dizer que o animal tenha, necessariamente, uma causa gástrico-entérica para a dor abdominal. Abscessos intra abdominais que alcançam o peritônio causam uma peritonia local e o animal sente dor. Suínos é mais comum úlceras esofágicas do que gástricas e, em equinos é mais comum úlcera gástrica. Fatores Predisponentes: Estresse. Medicação anti-inflamatório esteroidal e não esteroidal. (Muito comum em cavalos atletas. Causam redução na produção de muco, desprotegendo a parede estomacal, tornando-o mais susceptível à úlcera). Refluxo enterogástrico – Suínos. (Capacidade estomocal muito grande, o que o permite consumir grandes quantidades de alimentos e favorece o refluxo). Treinamento – Equinos. Comportamento alimentar – Suínos e Equinos. (Suínos – descrito acima. Cavalos tem comportamento de pastejo, passam até 16 horas no pasto. Se suprimir o alimento do equino, ele continuará produzindo ácido no estômago, o que favorecerá o desenvolvimento de úlceras. Daí a maior incidência de úlceras em cavalos que ficam em jejum.) Dietas – Suínos. (Dietas ricas em cloreto de sódio – sal – que é irritante para a mucosa gástrica). Distúrbios Metabólicos – Uremia. Cavalos adultos atletas: 80 – 90% chega a ter lesões gástricas e/ou úlceras na mucosa escomosa. O estômago do cavalo cheio é cheio pela metade, ele nunca está cheio por completo. As úlceras gástricas estão presentes geralmente na região aglandular. Em Suínos a maior incidência de úlceras esofágicas está entre os animais de 2 – 6 meses de idade devido à dieta de engorda. Patogenia Aumenta-se a secreção de H+ pelas células parietais por alguma razão, e o bicarbonato é retido devido ao aumento da secreção de H+. Uma mucosa normal, com muco, o H+ não consegue penetrar e causar lesão. Numa região lesionada, sem proteção de muco, o H+ agirá aprofundando aquela lesão, causando um processo inflamatório e até mesmo hemorragia. No suíno é comum observar vômito com sangue. Sintomatologia Suínos: Vômito, perda de peso, polidpsia, presença de sangue no vômito e fezes, dor abdominal, desidratação, anemia, óbito (peritonite). O animal tende a deitar com o abdômen, decúbito esternal e fica parado, imóvel, enquanto o equino tende a rolar para um lado e para o outro. Equinos: Redução do apetite, bruxismo (ranger dentes, mais comum em potros), perda de peso, mudanças de comportamento, sialorréia decúbito dorsal, dor abdominal, baixo desempenho. Potrinhos em baias tendem a rolar e procurar algum apoio para ficar com as patas para cima, tentando ficar em decúbito dorsal, posição que minimiza a dor. Diagnóstico Sintomatologia Clínica. Intensidade da Sintomatologia Clínica. Endoscopia – Não tão comum devido à limitação do jejum/aparelho. Gastroscopia. Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes. Terapia mínima (30-45 dias). Comum ter recidiva, o grande problema do tratamento das úlceras. Isso se dá principalmente pelo uso de anti-inflamatórios. Consequências Queda de performance, queda de rendimento, cólicas. Tratamento A questão é como inibir ou reduzir a secreção de H+, o que mantém a perfuração da úlcera. Existem hormônios como gastrina que estimulam a secreção de H+ pela célula parietal, assim como a acetil coa, podem ser usados fármacos para competirem com esses. A histamina é um mediador da produção de H+, se usar bloqueadores de receptor de histamina, reduz-se a produção de H+. Pode-se também bloquear a bomba sódio potássio e bloqueia-se a produção deH+ em vista de ser um processo ativo e precisa da energia proveniente dessa bomba. Antagonistas de receptores Histamina – Redução da Secreção de H+ Cimetidina: 50 mg/kg VO 6/6h Ranitidina: 20 mg/kg VO 6/6h Famotidina: 2,0 mg/kg VO 12/12h Bloqueador da bomba de hidrogênio H+ K+ - ATPase – Interrupção na Secreção de H+ Omeprazol: Adultos e Potros – 07 – 1,0 mg/kg VO 24/24h Protetores da Mucosa Gástrica Sucralfato: 20 – 30 mg/kg VO 8/8h – Proteção (cobertura) das feridas por um pó que faz uma película. 5 – 10 dias. Antiácidos: 50 ml/100kg 4/4h Hidróxido de Magnésia Hidróxido de Alumínio Associação de Ambos Usar nas primeiras 24 – 48 horas enquanto o efeito do omeprazol está sendo estabelecido. Prognóstico Favoável Úlceras duodenais – são mais complicadas, para diagnóstico também. O endoscópio deve ser grande o suficiente para observar toda a extensão. Se houver perfurações/peritonite – Desfavorável. Prevenção e Recidivas Manejo alimentar, restrição aos anti-inflamatórios, vermifugações controladas. Fracionar mais a dieta. Fornecer volumoso, que dá a possibilidade do animal estar mastigando, produzindo saliva e tamponando o ácido do estômago. Animal que tem acesso a pasto raramente tem úlceras. Não utiliza-se antibiótico pois a bactéria não é a causa da úlcera, é uma infecção secundária.
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