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Doenças Infecciosas Doença de Aujesky e Erisipela

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Doenças Infecciosas – Doença de Aujesky
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária – UFRRJ
China é o maior produtor de carne suína do mundo, sendo o Brasil segundo maior produtor e primeiro exportador.
A carne suína é a mais consumida em muitos Países do mundo.
Na suinocultura, assim como na avicultura, ocorreu, ao longo dos anos, um melhoramento genético unidirecional para a produção visando um maior desenvolvimento de cortes nobres desses animais. A partir deste melhoramento unidirecional, porém, tem um prejuízo no que diz respeito à resistência dos animais. Os suínos das produções são muito sensíveis, a ponto que determinada doença que atinja o galpão pode dizimar o lote. Por que acomete o lote? Devido à aglomeração dos animais na produção intensiva. Dificilmente se recupera o lote devido ao curto tempo de produção, tanto em suínos quanto em aves.
A melhor maneira de se prevenir essa doença é através de boas práticas higiênicas e nutricionais uma vez que tais patologias estão ligadas à fatores de imunossupressão.
Doença de Aujesky
Sinonímias: Pseudo raiva / Peste de Coçar
A ocorrência em equinos e aves é muito rara pois são espécies muito resistentes à essa doença. 
É uma doença de notificação obrigatória.
Os principais acometidos são suínos. Porém pode acometer ruminantes (bovinos, caprinos, ovinos), carnívoros (cães, gatos), roedores. Não é uma zoonose, embora existam relatos de casos de humanos com sintomatologia de prurido em mãos que entraram em contato com carne suína crua. 
Suínos jovens: Sintomatologia neurológica da doença de Aujesky.
Suínos adultos: Raramente ocorre sintomatologia neurológica. Nesses animais, a doença cursa com distúrbio digestório, respiratório e reprodutivo. O suíno adulto em alguns casos torna-se portador assintomático, sendo então o principal reservatório da doença. 
Outras espécies citadas acima: Sintomatologia neurológica da doença de Aujesky.
No ruminante com doença de aujesky, o animal apresenta sintomatologia que pode se confundir com raiva como fotofobia, hiper excitabilidade e outros sintomas. Por isso o nome pseudo raiva.
O suíno é a porta principal de infecção dessa doença e pode transmitir pelo ato de lambedura através de promiscuidade entre as espécies. Em sistemas de produção intensiva não tem muito isso porque os animais ficam separados. O suíno lambe a pele íntegra do animal (exemplo: pata do cachorro) e o vírus penetra ativamente na pele íntegra e o vírus se replica no tecido cutâneo (primeira viremia) e o animal apresenta um prurido intenso, tão intenso que o animal se coça até se machucar, podendo se auto mutilar. Por isso a sinonímia “Peste de Coçar”.
Histórico
Até 1902 essa doença se manifestava nos rebanhos e era tida como raiva até que um pesquisador Húngaro, Aujesky, conseguiu isolar o vírus.
Em 1934 houve o primeiro relato de caso no Brasil, no Estado de São Paulo – Não teve muita importância.
A partir de 1970 que começou a ganhar importância. De 1970 – 1980 foram relatados diversos surtos da doença, que ganhou importância. Em 1979 o Brasil editou um programa específico para o controle de doenças de suínos – Plano Nacional de Sanidade Suína.
Essa foi a época que a suinocultura começou a se desenvolver no Brasil, ganhando relevância, onde foram importados muitos animais.
Agente Etiológico
Herpesvirus suis grupo 1A
Características do agente:
Latência – Capacidade de desenvolver a forma latente, ou seja, o agente está se replicando até que o animal melhora sua condição imunitária e o agente para sua replicação, fica latente dentro da célula até que o animal volte à imunossupressão e o vírus volta a se replicar. Mesma coisa que acontece com a herpes labial. Todo animal portador, mesmo que assintomático, no monitoramento sorológico que deu positivo, deve seguir para o abate sanitário.
DNA Vírus, agente muito resistente quando presente em matéria orgânica. Extremamente resistente a faixas de pH, sobrevivendo em faixas entre 1,3 – 13. Entra infectivo pela boca, passa pelo estômago, pelo intestino e sai infectivo pelas fezes. A principal fonte de contaminação é através das fezes, saliva e secreção nasal dos suínos.
Principais vias de eliminação: Fezes, secreção oronasal – secreção espumosa.
Sinais Clínicos
Suínos Jovens – Quadro neurológico. Hiper excitabilidade, fotofobia, ataxia, convulsões, alterações de comportamente, incoordenação motora, mioclonias, movimento de pedalagem. Quanto mais cedo se der a infecção, mais grave será o quadro clínico dos leitões. A infecção pode se dar transplacentária e transmamária. Em alguns casos não há muita sintomatologia e os animais da leitegada vão a óbito de um dia pro outro. O quadro agudo em leitões mata com período de 6 – 48 horas, ou seja, a evolução é muito rápida. Alta letalidade, chegando a 100%.
Suínos Adultos – Quadro digestório, respiratório e reprodutivo. Raramente tem sinal neurológico, sendo de paralisia de posteriores quando observável. Diarreia intercalada com constipação, sendo diarreia o quadro principal, produção de salivação espumosa em grande quantidade – sialorreia – Observa-se os sinais sistêmicos da doença como apatia, prostração, inapetência e hipertermia transitória. Os sinais mais característicos são os respiratórios: dispneia, tosse e presença de muita secreção nasal. Os sinais reprodutivos podem ser aborto em qualquer período gestacional sendo mais comum no terço final, nascimento de fetos mumificados e macerados, natimortos, crias fracas. No macho pode-se observar infertilidade temporária, orquite, perda da libido – o agente tem tropismo para testículo, comprometendo a espermatogênese. 
Rebanho era sadio e, de uma hora para a outra, várias fêmeas, animais adultos, começam a ter problema respiratório com tosse, secreção nasal e dificuldade respiratória. Esse agente se dissemina rápido pelos animais. Num primeiro momento pensa-se ser uma doença respiratória bacteriana, entrando com antibioticoterapia, o que não adianta. Depois esses mesmos animais começam a ter sintomatologia reprodutiva e os leitões que nasceram começam a apresentar sintomatologia neurológica e indo a óbito. Isso é indicativo de doença de Aujesky e a Defesa Sanitária deve ser notificada.
Sinais respiratórios nas matrizes – Sinais reprodutivos nas matrizes – Leitões apresentam sinais neurológicos.
Os sinais digestivos acontecem concomitantemente com os sinais respiratórios e reprodutivos.
Outras espécies: Prurido intenso com auto mutilação, hiper excitabilidade

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