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Sanidade Avícola Teórica Doença de Marek Paulo Henrique da Silva Barbosa Medicina Veterinária – UFRRJ Introdução É uma doença causada por Herpesvirus que causa lesões a nível de olhos, musculatura, nervos periféricos e vísceras, fazendo com que haja o desenvolvimento de tumores nestas áreas. A nível de olhos, as lesões são mais raras e a doença causa uma descoloração e perda do contorno da íris. Ocorre uma infiltração de células mononucleares heterogêneas nos tecidos. Existem várias cepas de vírus que têm tropismos diferentes por cada região citada acima. É um grande problema para a avicultura. Na década de 60 o frango ia para o abate com cerca de 60 dias, período suficiente para que houvesse o desenvolvimento dos tumores. É uma neoplasia de galinhas jovens que faz com que a carcaça seja eliminada no abatedouro. A descoberta da vacina foi o grande “boom” da época e, desde então, todo pintinho é vacinado contra a doença de Marek. Há cepas que fazem a infecção porém o animal não desenvolve a neoplasia. Por outro lado, há cepas totalmente patogênicas em que o animal apresentará a sintomatologia das lesões. Perus não apresentam a doença. Hoje em dia os frangos saem para o abate com cerca de 40 dias devido à manipulação genética que foi feita ao longo dos anos e, devido a essa grande manipulação, os frangos apresentam uma grande susceptibilidade a quadros como a síndrome da morte súbita e ascite. Hospedeiro Natural: Galinhas. Não acomete outras aves. Período de Incubação e Transmissão Dependendo da cepa, há um ciclo patogênico ou um ciclo não patogênico. O vírus está no ar e é muito associável a células, estando, em grande parte, associado às células epiteliais dos folículos das penas. Quando as aves se movimentam ou perdem suas penas, esses vírus ganham o ar e acabam infectando outras aves pela via aerógena. Célula de Replicação – Célula Epitelial do Folículo da Pena. Célula de Transcrição – Pré Linfócitos T. Sintomas e Lesões Forma Neural (Clássica) – Só causa paralisia. Pode acometer o Plexo Braquial (Asas ficam caídas), Plexo Ciático (Maior nervo da ave, mais acometido) e Nervo Vago (Cabeça e papo ficam caídos). As lesões das formas visceral, ocular e cutânea podem ser confundidas com as lesões encontradas em quadros de Leucose Aviária, o que pode ser diferenciado através da histopatologia, onde a lesão da leucose aviária apresenta-se na forma de uma infiltração de células homogêneas e não heterogêneas como na Doença de Marek. A lesão mais comum é no nervo ciático, que causa paralisia. É uma lesão unilateral, ou seja, acomete apenas um dos lados do nervo ou do plexo ciático. O animal fica em “Posição de Bailarina”. O Botulismo em aves também podem causar paralisia, porém é periférica e flácida, a ave fica toda mole. Acomete toda a inervação periférica, inclusive folículo da pena. Pode-se pegar a ave pelo dorso, dar uma pequena forçada e as penas sairão todas na mão. Plexo ciático com tumor aumenta de tamanho, muda de coloração de branco para avermelhado/castanho/marrom. Forma Visceral – Se caracteriza pelo aparecimento de nódulos tumorais em fígado, rins, baço. A carcaça é toda descartada, causando um enorme prejuízo na produção. Descarte por “aspecto repugnante” da carcaça. Pontos esbranquiçados no fígado podem ser confundidos com tuberculose aviária, porém não temos esta doença no Brasil. Forma Ocular – Extremamente rara. Causa descoloração e perda do contorno da íris, uni ou bilateralmente. Essa ave vai para o abate sem nenhum problema com sua carcaça. Cutânea – Hipertrofia dos folículos da pele, causando aspecto repugnante. Carcaça cheia de nódulos. Descartada. Em alguns casos, acompanhando a lesão neural, cutânea, etc, pode haver também o desenvolvimento de tumor nas gônadas (ovários). A Doença de Marek causa uma imunodepressão onde a Bolsa de Fabrício (constituinte importante do sistema imune das aves) fica edemaciado, hemorrágico. Diagnóstico No dia-a-dia é feito através da: Clínica, lesões e histopatologia. Além disso, poderia ser feito também através do isolamento viral, demonstração de anticorpos e .... Controle Vacinação. Todo pintinho deve ser vacinado com 1 dia de vida ou aos 18 dias de incubação.
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