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16.04.05 Sanidade Avícola Doença Infecciosa da bolsa de Fabrício

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Sanidade Avícola – Doença Infecciosa da bolsa de Fabrício
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária
Também conhecida como doença da bolsa cloacal ou Doença de Gumboro que afeta a bolsa de Fabrício, os Linfócitos B. É uma doença imunossupressora das aves e sua forma clínica é observável em aves de 3 a 6 semanas pois esse é o período de pleno desenvolvimento de Bolsa de Fabrício onde o vírus encontra o maior número de células para infectar. Pode haver a doença subclínica em aves adultas. Aves abaixo de 3 semanas há imunossupressão. Quanto mais nova a ave, mais severa a imunossupressão porque, como a Bursa é o órgão onde há desenvolvimento e maturação de linfócitos e esses linfócitos começam a reconhecer o que é estranho, esses linfócitos não vão colonizar outros centros linfocíticos. Como a Bursa involui ao longo da idade da ave, isso é necessário para que a ave tenha uma população de linfócitos capazes de reconhecer de forma rápida uma variedade de antígenos que ela possa entrar em contato ao longo da vida, sendo que, caso ela tenha sido infectada por esse antígeno antes dos 3 meses, isso não ocorrerá.
Caracterizada por depressão, anorexia, diarreia mucoide, alta morbidade e mortalidade. Esse tipo de vírus foi chamado de vírus clássico. É um vírus RNA e, portanto, há uma enorme variabilidade antigênica desse vírus.
Sorotipo 1 – Patogênico para as aves. Existem diversas variantes virais. Essas variantes surgiram a partir do momento que esses pesquisadores dos EUA descreveram o vírus e produziram uma vacina contra esse vírus. Ao descrever, chamaram o vírus de “vírus clássico” e, um ano depois produziram uma vacina contra esse vírus. Tempos depois, mesmo em planteis vacinados, começaram a surgir casos de DIB que foi causada por uma variante do vírus clássico, variante antigênica 1, o qual tinha apenas 30% dos genes semelhantes aos dos vírus clássicos. Essas variantes foram desenvolvidas através de uma pressão pela vacinação. Depois o vírus mutou novamente, para uma variante muito patogênica do DIB, que era muito mais patogênico. Infecta galinhas e, raramente, perus.
Vírus Clássico – Vírus Variante Antigênico – Vírus Muito Virulento
Novamente fizeram uma nova vacina baseada nesse vírus muito virulento que consegue controlar as infecções do vírus mas causa um certo dano à Bursa. Somente se devem vacinar granjas com esse vírus muito virulento se naquele local houver esse agente.
Sorotipo 2 – Não Patogênico para as aves.
O vírus variante antigênico tem como causa principal a imunossupressão, diferente do vírus clássico e do vírus muito patogênico que causam a doença clínica com altas taxas de mortalidade.
Etiologia
As amostras são distinguidas:
Provas laboratoriais diretas – Tipificação do Vírus
Indiretas – Comprovação da presença de anticorpos ou de antígenos específicos. Não é possível, através desta, descobrir novas variantes genéticas. 
Replicação Viral em Laboratório
Ovos embrionados
Cultura Celular (Fibroblastos ou células de linhagem)
Aves SPF (Após a infecção devem ser coletadas as bolsas para exames virológicos e soro deve indicar a presença ou não de anticorpos).
Epidemiologia
Quanto mais tempo intacta a bolsa, menor será a imunodepressão. A imunodepressão pode alcançar seu grau máximo em aves infectadas no primeiro dia de idade (imunossupressão) e em menor grau após quatro semanas. Geralmente a infecção ocorre no decréscimo dos anticorpos maternos (após duas a três semanas de idade). Causa necrose de linfócitos B e vacinas que dependam desse tipo de resposta terão a produção de anticorpos prejudicada pois a célula que produziria os anticorpos foi destruída.
A infectividade é elevada pois pequenas doses do vírus são suficientes para a instalação da infecção na ave. A patogenicidade do sorotipo 1 é maior que a do sorotipo 2. A patogenicidade é maior quando a infecção ocorre entre duas a quatro semanas de vida da ave e é menor se ocorrer entre um dia a duas semanas, em decorrência da imunidade passiva.
É um vírus eliminado pelas fezes, a infecção pode ser oral, macrófagos levam o vírus até a Bursa onde ocorre o ciclo. Dissemina-se muito fácil entre as aves que ficam muito próximas uma das outras na granja. 
A proteína VP2 é a maior responsável pela capacidade de mutação do vírus, tem uma região chamada de hiper variável. Existe uma outra região nessa proteína chamada Donnut holr que exibe a diferença entre as cepas dos diversos vírus e é responsável pela ligação à célula alvo. Essa região precisa ser neutralizada com anticorpos específicos, pois dessa maneira não correrá a ligação com a célula alvo. Isso explica a diferença na eficácia das diferentes vacinas existentes. Os anticorpos neutralizantes ligam-se aos antígenos, desestrutura a proteína e o vírus morre. Um anticorpo produzido contra uma variante não funciona contra a outra, por isso deve-se produzir vacinas de acordo com o tipo viral. 
Cadeia Epidemiológica
Fontes de Infecção – Um organismo vertebrado que alberga o vírus em seu organismo e o elimina para o meio exterior. As modalidade de fontes de infecção são:
Doentes Típicos: Pintos de 3 a 6 semanas de idade. Mostram sinais clínicos clássicos da doença.
Doentes Atípicos: Pintos com imunidade materna ou galinhas com mais de 6 semanas. Doença subclínica.
Portadores em Incubação: Se infectou mas ainda não manifestou sinais clínicos. Pintos e adultos recém-infectados. 
Portadores Sãos: Entrou em contato com o vírus, infectou mas os anticorpos neutralizaram. Não desenvolvem sintomatologia. Pintos com imunidade materna e galinhas com mais de 6 semanas.
Portadores Convalescentes: Não ocorre na doença de Gumboro.
A imunidade materna é um ponto crucial para controle efetivo da doença no lote. Quando não se faz o monitoramento nas matrizes para saber se os pintinhos vão nascer com imunidade materna ideal, o ideal é não comprar desses locais. Se for comprar de local não certificado o ideal é mandar vacinar o ovo ou o pintinho no incubatório. Pintinho eclodiu, vacina logo no primeiro dia, o que garante que quando chegar ao lote e for desafiado, tenha proteção de anticorpos. Se compra um pintinho de um incubatório que dá garantia que tem alto título de anticorpos maternos não deve-se fazer a vacinação pois os anticorpos maternos vão destruir o antígeno vacinal. A imunidade materna dura, em média, 3 semanas. O ideal é fazer um monitoramento sorológico no lote para saber se o título de anticorpos maternos é suficiente. Aves de 3 semanas precisam de uma vacinação de reforço (dose extra) que é feita através da água de bebedouro. 
Reservatório: Animal vertebrado, não pertencente à espécie animal principal na qual o vírus da DIB se instala.
Outras aves domésticas – Patos e perus;
Aves silvestres – Avestruzes;
Roedores;
A literatura cita a importância do “cascudinho”
Vias de Eliminação: A única via de eliminação é através das fezes. Excretado durante 10 – 14 dias.
Vias de Transmissão: Contato com aves infectadas e fômites contaminados. 
Porta de Entrada: A mais comum é a mucosa do aparelho digestivo. Vírus poderá penetrar por via conjuntival (ocasional). Respiratória não é comum, pode ocorrer.
Suscetíveis: Aves de 3 a 6 semanas.
Comunicantes: Aves que estiveram em contato com as fontes de infecção mas se desconhece se foram ou não infectadas. 
Esse vírus é extremamente resistente às condições ambientais. Existem relatos que podem sobreviver cerca de 100 dias no ambiente. Uma vez instalado na granja, é difícil de eliminar. A vacinação torna-se extremamente importante no controle da doença. Resistente ao calor. Formol e pH ácido são mais eficazes contra o vírus.
Diagnóstico Clínico: Muito importante para que ocorra o adequado controle em um determinado plantel ou área geográfica.
Forma aguda é mais fácil de ser diagnosticada. A imunossupressão é mais difícil pois tem sintomatologia inespecífica. 
Forma agudaou clássica: Acompanhamento das mortalidades semanais (utilizadas para o rastreamento dos desafios). Monitoramento por necropsia (cuidado: não somente o vírus de gumboro causa alterações na Bursa). Avaliação por PCR informará se o vírus de campo está presente ou se o programa vacinal tem conseguido atingir a bursa antes do vírus de campo.
Existe um equipamento chamado Bursômetro para medir o tamanho da Bursa. Avalia-se se a Bursa está edemaciada, hemorrágica.
Forma subclínica: Como a doença não apresenta mortalidade ou sinais específicos, sugere o emprego das seguintes ferramentas.
Localizar os desafios – Rastrear todos os sinais de imunossupressão. Queda de desempenho, lotes que frequentemente precisam de medicamentos, relatório de condenação de carcaça (aerossaculite, dermatite, caquexia e outros).
Avaliação em Loco – Informação de regiões com maior incidência dos sinais. Idades entre 21 a 28 dias são mais indicadas.
Material Para Análise
Avaliação por PCR: Avalia presença de vírus, cepa envolvida e triagem.
Análise Histopatológica: Indicará extensão das lesões na Bursa.
Sorologia pelo Método ELISA.
Diagnóstico Epidemiológico
Baseado em evidências, como antecedentes, sinais clínicos, morbidade, mortalidade, idade das aves, etc.
Diagnóstico Anatomopatológico
Na necropsia observa-se hemorragias em forma de petequias na musculatura das pernas, coxas e ocasionalmente na mucosa do pro-ventrículo que aparecem em maior quantidade quanto mais patogênico for vírus. 
O vírus é extremamente específico para linfócitos B. Por que causa hemorragia na musculatura? Durante esse fase da vida da ave, o grau de comprometimento da Bursa é tão grande que há um excesso de formação de complexo antígeno-anticorpo que se depositam na musculatura das aves, são atacados por anticorpos, causando as lesões. 
Hepatomegalia, esplenomegalia, os rins também aumentam de tamanho. Bursa edemaciada no início da lesão, hiperêmica. No final, pode haver uma redução do volume devido à degeneração do tecido linfoide. 
No caso da doença subclínica só se vê a atrofia das bursas.
Histopatologia
Infiltrado de linfócitos e células mononucleares em necrose. Pode examinar tanto Bursa quando baço, timo, tonsilas cecais...
Sorologia
Provas de detecção de anticorpo servem mais para monitoramento. Raramente utiliza-se técnica sorológica para diagnóstico pois a maioria dos lotes são vacinados. A técnica mais utilizada é o ELISA. Os testes de soroneutralização também estão disponíveis e são mais específicos. 
Normalmente podemos dizer que a resposta puramente vacinal não ultrapassaria, em ELISA, valores acima de 2000-2500, sendo menor para as vacinas intermediárias... (ver slides)
Testes moleculares: PCR
Isolamento Viral.
Medidas Profiláticas
Pessoal capacitado, vazio sanitário, vacinação de matrizes, desinfecção do ambiente e de materiais, Medidas de biosseguridade, etc.

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