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FARMACOLOGIA – BBPM IV INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA -Reações adversas: Efeitos indesejados causados pelo medicamento em uso. -Efeito colateral: Possíveis reações que poderão ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfico ou maléfico. -Toda REAÇÃO ADVERSA é um EFEITO COLATERAL, mas nem todo EFEITO COLATERAL é uma REAÇÃO ADVERSA. -Formas farmacêuticas: Podem ser sólidas, semi- sólidas e líquidas. -Tarjas nos medicamentos: (1) PRETA - Indica risco médico e deve ser vendido somente com receita e retenção desta. A receita deve ser apresentada no ato da compra e deve ficar retida no estabelecimento. (2) VERMELHA - indica ausência de perigo à saúde do paciente em relação a risco de morte, porém estes contêm efeitos colaterais. A receita deve ser apresentada no ato da compra e em alguns casos deve ficar retida no estabelecimento. (3) SEM TARJA - Não é necessária apresentação de receitas (OTC – over-the- counter). FARMACOCINÉTICA -Conceito: O que o organismo faz sobre o fármaco. -Princípios básicos: Forma farmacêutica e via de administração Desintegração da formulação e dissolução do princípio ativo Absorção Corrente sanguínea Distribuição Metabolização Reabsorção (Corrente sanguínea) OU Eliminação. -ADME -Vias de Administração: -Via Oral: (1) Vantagens - Conveniente, não exige equipamento complexo; aceita socialmente, simples e pode ser usada pela maioria das pessoas; auto- administração; econômica, fácil, confortável e indolor; possibilidade de remover o medicamento. (2) Desvantagens – Ação mais lenta; absorção variável (interação com alimentos, fenômeno de primeira passagem pelo fígado); pacientes não colaboradores ou inconscientes; irritação da mucosa GI por alguns fármacos. A via oral deve ser usada sempre que possível, considerando-se a condição do paciente e a capacidade de tomar ou tolerar tais fármacos -Um fármaco administrado por via oral deve permanecer estável durante a sua absorção pelo epitélio do trato gastrintestinal. As junções das células epiteliais gastrintestinais dificultam o transporte paracelular através do epitélio intacto. Na verdade, as substâncias ingeridas (como os fármacos) devem habitualmente atravessar a membrana celular tanto na superfície apical quanto na superfície basal para alcançar o sangue circulante. A eficiência desse processo é determinada pelo tamanho e pela hidrofobicidade do fármaco e, algumas vezes, pela presença de carreadores por intermédio dos quais o fármaco pode entrar na célula e/ou sair dela. Em geral, os fármacos hidrofóbicos e neutros atravessam as membranas celulares de modo mais eficiente do que os fármacos hidrofílicos ou com carga elétrica, a não ser que a membrana contenha uma molécula carreadora que facilite a passagem das substâncias hidrofílicas. Após atravessar o epitélio gastrintestinal, os fármacos são transportados pelo sistema porta até o fígado antes de passar para a circulação sistêmica. Embora a circulação porta tenha como função proteger o corpo dos efeitos sistêmicos de toxinas ingeridas, entregando essas substâncias ao fígado para destoxificação, esse sistema pode complicar a liberação de fármacos. Todos os fármacos administrados por via oral estão sujeitos ao metabolismo de primeira passagem no fígado. Nesse processo, as enzimas hepáticas podem inativar uma fração do fármaco ingerido. Qualquer fármaco que sofra metabolismo de primeira passagem significativo precisa ser administrado em quantidade suficiente para assegurar a presença de uma concentração efetiva do fármaco ativo na circulação sistêmica, a partir da qual pode alcançar o órgão-alvo. As vias não- enterais de administração de fármacos não estão sujeitas ao metabolismo hepático de primeira passagem. -Via Retal: (1) Vantagens - Pode ser usada em pacientes com náuseas, vômitos; Pacientes com dificuldade de engolir; Pacientes sedados; Pacientes pediátricos; Formas farmacêuticas: supositórios e enemas. (2) Desvantagens – Não é socialmente bem aceito; é incomodo; inflamação da muscosa devido a uso prolongado; absorção irregular e incompleta; expulsão por movimentos peristálticos. -Via Sublingual: (1) Vantagens – Evita efeito de primeira passagem circulação sistêmica; Absorção rápida (latência curta); fácil acesso e aplicação; emergência; formas farmacêuticas (comprimidos e pastilhas). (2) Desvantagens – Inconveniente se o uso for crônico; há irritação da mucosa; salivação excessiva pode fazer o pct engolir; pcts inconscientes; dificuldade em pediatria. -Via Nasogástrica (sonda): (1) Vantagens – Permitem o uso do TGI em pcts que não podem tomar fármacos por via oral; podem ser usados por longos períodos de tempo, se necessário; podem evitar ou reduzir o uso de injeções. (2) Desvantagens – Aspiração de medicamentos para o pulmão; obstrução de tubos de pequeno diâmetro; exigem precauções especiais para a administração correta e para evitar complicações. -Via Subcutânea: (1) Vantagens – Pode ser auto- adiministrado; relativamente indolor; absorção lenta e constante. (2) Desvantagens – Absorção prejudicada em falência circulatória periférica; uso crônico pode causar lipodistrofia – absorção irregular; pode-se administrar apenas pequenas quantidades (até 1 ml); apenas alguns fármacos podem ser adm por essa via. -Via Intradérmica: (1) Vantagens – Ações locais e sistêmicas; vacinas e testes alérgenos. (2) Desvantagens – Semelhantes a via subcutânea; volumes pequenos. Fármacos com lipofilicidade alta. -Via Intramuscular: (1) Vantagens – Apropriada para formulações de depósito; absorção mais rápida que a subcutânea; pode ser usada para administração de vários fármacos. (2) Desvantagens – Não apropriada para auto-administração; dolorosa, não suporta grandes volumes (até 3ml); há risco de lesão de vasos e nervos se a agulha não for posicionada corretamente; risco de contaminação; Medicamento deve ser depositado no interior do músculo. -Via Intravenosa: (1) Vantagens – Ação imediata; conhecimento exato da quantidade que está no sangue; permite administração de maiores volumes de medicamento; permite a administração de medicamentos a pcts que não podem tomar medicamentos pelo TGI; controle da dose (permite a administração lenta quando indicado); admite administração de grandes volumes; permite substâncias com pH diferente da neutralidade. (2) Desvantagens – Absorção imediata (níveis altos rapidamente); uma vez administrado não é possível retirar o fármaco e há facilidade de intoxicação com a administração muito rápida; é necessário tempo e habilidade para realizar punção venosa e manter o acesso IV; exige material esterilizado; complicações possíveis (sangramento, infecções, extravasamentos, tromboflebites). -Via Intratecal: Empregada quando se deseja efeitos locais rápidos nas meninges ou no eixo cérebro- espinal; anestesia espinal; infecções agudas do SNC. -Via Inalatória: (1) Vantagens - Ação quase instantânea; efeito mais localizado e menos efeitos colaterais; não há metabolismo de primeira passagem. (2) Desvantagens – Irritação do epitélio pulmonar; dificuldade de ajuste das doses; método de administração pouco prático. -Via Tópica: Principalmente para efeitos locais; mucosas (conjuntiva ocular, auricular, orofaringe e vaginal – ação tópica e sistêmica); absorção sistêmica na aplicação tópica na pele e/ou mucosa depende da formulação, concentração do medicamento, tempo de contato, se hálesão na pele ou mucosa, espessura e hidratação da pele. (Concentração plasmática vs. Tempo – conforme a via de adm.) -Fármaco deve ser capaz de atravessar barreiras fisiológicas no corpo. -Barreiras fisiológicas: 1-Membranas biológicas: Todas as células humanas são delimitadas por uma membrana com dupla camada lipídica. Uma única camada de membrana separa os compartimentos intracelular e extracelular. Uma barreira epitelial, como a mucosa gastrintestinal ou o túbulo renal, consiste em uma camada de células estreitamente conectadas, de forma que as moléculas devem atravessar pelo menos duas membranas celulares (a interna e a externa) para passar de um lado para outro. As fendas entre as células endoteliais estão preenchidas com uma matriz proteica frouxa que atua como um filtro, retendo moléculas grandes e permitindo a passagem de moléculas menores. - O cerne hidrofóbico de uma membrana biológica representa uma importante barreira para o transporte dos fármacos. As pequenas moléculas não-polares, como os hormônios esteróides, são capazes de difundir-se facilmente através das membranas. Entretanto, muitos fármacos terapêuticos são grandes e polares o suficiente para tornar esse mecanismo de transporte através da membrana ineficaz. Algumas proteínas transmembrana pertencentes à superfamília do carreador ligado a solutos (SLC, solute linked carrier) humano — que inclui 43 famílias de proteínas, como as famílias do transportador de ânions orgânicos (OAT, organic anion transporter) e o transportador de cátions orgânicos (OCT, organic cation transporter) — permitem a passagem de fármacos e moléculas polares através da membrana. Pode ocorrer: Difusão facilitada, transporte ativo, pinocitose e endocitose. -A natureza química de um fármaco não importa para a sua transferência por fluxo de massa. Já as características de difusão diferem muito entre os diversos fármacos. Em particular, a capacidade de atravessar barreiras hidrofóbicas é fortemente influenciada pela lipossolubilidade. -Difusão através da membrana: Na ausência de outros fatores, um fármaco irá penetrar numa célula até que as concentrações intracelular e extracelular deste fármaco sejam iguais. A difusão efetiva de fármacos ácidos e básicos através das membranas com dupla camada lipídica também pode ser afetada por um fenômeno associado ao pH. -Muitos fármacos são ácidos ou bases fracas, existindo portanto, tanto na forma não ionizada quanto na ionizada; a razão entre as duas formas varia com o pH. As espécies ionizadas apresentam uma solubilidade lipídica muito baixa, sendo virtualmente incapaz de difundir-se através de membranas, exceto onde exista um mecanismo específico de transporte. - O pH no local em que o fármaco se encontra é um fator importante para absorção. Em geral: ácidos + absorvidos em pH mais ácidos e bases + absorvidas em pH mais básicos. -ÁCIDO EM MEIO ÁCIDO NÃO-IONIZADA (APOLAR) LIPOSSOLÚVEL -ÁCIDO EM MEIO BÁSICO IONIZADA (POLAR) HIDROSSOLÚVEL -BÁSICO EM MEIO ÁCIDO IONIZADA (POLAR) HIDROSSOLÚVEL BÁSICO EM MEIO BÁSICO NÃO-IONIZADA (APOLAR) LIPOSSOLÚVEL OBS: Acidificação da urina acelera a eliminação de bases fracas e retarda a de ácidos fracos. A alcalinização da urina reduz a eliminação de bases fracas e aumenta a de ácidos fracos. 2-Sistema Nervoso Central: é bem isolado de substâncias estranhas. A barreira hematoencefálica utiliza junções firmes especializadas para impedir a difusão passiva da maioria dos fármacos da circulação sistêmica para a cerebral. Os fármacos hidrofílicos que não conseguem ligar-se a proteínas de transporte facilitado ou ativo na barreira hematoencefálica são incapazes de penetrar no SNC. (Exceto por infusão tecal). ABSORÇÃO -Biodisponibilidade: Quantidade de fármaco disponível para determinado órgão. A via de administração do fármaco, a sua forma química e certos fatores específicos do paciente — como transportadores e enzimas gastrintestinais e hepáticos — combinam-se para determinar a biodisponibilidade de um fármaco. Os fármacos de administração intravenosa são injetados diretamente na circulação sistêmica; para esses fármacos, a quantidade administrada equivale à quantidade que alcança a circulação sistêmica, e a sua biodisponibilidade é, por definição, igual a 1,0. Em contrapartida, a absorção gastrintestinal incompleta e o metabolismo hepático de “primeira passagem” tipicamente fazem com que a biodisponibilidade de um fármaco de administração oral seja menor que 1,0. -Fármacos precisam atravessar barreiras fisiológicas - Químicas, biológicas e físicas - Revestimento epitelial do TGI e outras mucosas -Após entrada na circulação distribuição para os tecidos - Abandonam compartimento intravascular lacunas entre células endoteliais - Impedido por determinadas estruturas - Barreira hematoencefálica -Conceito absorção: Passagem do fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. - Via de administração intramuscular > subcutânea > oral - Velocidade de dissolução do fármaco: -Forma farmacêutica solução > suspensão > cápsula > comprimido > drágea (Na imagem: Estômago mais ácido intestino mais alcalino). - Superfície disponível para absorção é o principal fator determinante para absorção. -Área de superfície para absorção: Absorção de fármacos através do intestino é mais eficiente e rápida se comparada ao estômago, uma vez que o intestino tem superfície rica em microvilosidades e apresenta área cerca de 1.000 vezes maior do que a do estômago. -Fatores que influenciam a absorção: -ÁREA DE SUPERFÍCIE DE CONTATO -Principal local de absorção é o intestino -Estado de vacuidade e plenitude do estômago -PESO MOLECULAR E POLARIDADE -Fármacos de alto peso molecular e polares difícil absorção -CONCENTRAÇÃO NO LOCAL DE ABSORÇÃO -Do meio mais concentrado para o meio menos concentrado -FLUXO SANGUÍNEO NO LOCAL DE ABSORÇÃO -Quanto maior o fluxo sanguíneo maior a absorção -Insuficiência circulatória e respiratória vasoconstrição diminui absorção -MOTILIDADE INTESTINAL DISTRIBUIÇÃO - A distribuição de um fármaco ocorre primariamente através do sistema circulatório, enquanto o sistema linfático contribui com um componente menor. Uma vez absorvido na circulação sistêmica, o fármaco é então capaz de alcançar qualquer órgão-alvo (com a possível exceção dos compartimentos santuários, como o cérebro e os testículos). - O débito cardíaco, o fluxo sanguíneo regional e o volume tecidual determinam a taxa de liberação e a quantidade potencial de fármaco distribuída para os tecidos. Órgão com boa perfusão recebem a maior parte do fármaco, enquanto a liberação para os músculos, vísceras, pele e gordura é mais lenta. Essa segunda fase de distribuição pode levar minutos ou várias horas antes que a concentração do fármaco no tecido esteja distribuída em equilíbrio com a do sangue.Com exceções, como o cérebro, a difusão do fármaco no líquido intersticial ocorre rapidamente devido à natureza altamente permeável da membrana do endotélio capilar. O determinante mais importante da partição sangue tecido é a ligação relativa de um fármaco às proteínas plasmáticas e às macromoléculas teciduais. -Devido a hidrofilicidade do sangue, nem todos os fármacos são transportados livremente, somente fármacos solúveis são transportadossem necessitar de um transportador. Fármacos lipofílicos necessitam estar ligados a proteínas que carreiam esses compostos. Duas formas de transporte: Livre (hidrofílicos) e conjugado (hidrofóbicos). -Somente os fármacos livres na circulação são capazes de atuarem no seu sítio de ação. -Ligação às proteínas plasmáticas: A albumina, que constitui a proteína plasmática mais abundante, é a proteína mais responsável pela ligação dos fármacos. Muitos fármacos ligam-se com baixa afinidade à albumina. A ligação às proteínas plasmáticas tende a reduzir a disponibilidade de um fármaco para difusão ou transporte no órgão-alvo desse fármaco, visto que, em geral, apenas a forma livre ou não-ligada do fármaco é capaz de difundir-se através das membranas. A ligação às proteínas plasmáticas também pode reduzir o transporte dos fármacos em compartimentos não-vasculares, como o tecido adiposo e o músculo. Como um fármaco altamente ligado às proteínas tende a permanecer no sangue circulante, este fármaco frequentemente apresenta um volume de distribuição relativamente baixo. -Teoricamente, a ligação às proteínas plasmáticas poderia ser importante como mecanismo em algumas interações medicamentosas. A co-administração de dois ou mais fármacos, em que todos se ligam altamente às proteínas plasmáticas, pode resultar numa concentração plasmática da forma livre de um ou de ambos os fármacos mais alta do que o esperado. Essa situação deve-se ao fato de que os fármacos co- administrados competem pelos mesmos sítios de ligação nas proteínas plasmáticas. A concentração aumentada de fármaco livre pode ter o potencial de produzir efeitos terapêuticos e/ou tóxicos aumentados do fármaco. Nesses casos, podemos deduzir que será necessário ajustar o esquema de dosagem de um ou de ambos os fármacos, de modo que a concentração de fármaco livre possa retornar à sua faixa terapêutica. Entretanto, na prática, tem sido difícil demonstrar interações medicamentosas clinicamente significativas causadas por competição de dois fármacos pela sua ligação às proteínas plasmáticas. Esse resultado um tanto surpreendente pode ser atribuído à depuração aumentada dos fármacos livres quando são deslocados de seus sítios de ligação nas proteínas plasmáticas. -Em resumo: Competição entre dois fármacos pelo mesmo sítio de ligação à ptn plasmática um deles ganha a competição pela ligação um dos fármacos fica mais na forma livre mais fármaco no local de ação incidência de efeitos colaterais. -Ex: Varfarina e fenilbutazona: competem pelo mesmo sítio de ligação na ptn plasmática; fenilbutazona apresenta mais afinidade; desloca varfarina; aumenta efeito terapêutico da varfarina risco hemorragia. -Modelando a cinética e a termodinâmica da distribuição dos fármacos: O compartimento altamente vascularizado é o primeiro compartimento extravascular onde a concentração do fármaco aumenta, visto que o elevado fluxo sanguíneo recebido favorece cineticamente a entrada do fármaco neste compartimento. Entretanto, o tecido muscular e o tecido adiposo frequentemente exibem maior capacidade de captar o fármaco do que o compartimento altamente vascularizado. -A capacidade de um compartimento em captar um fármaco e a taxa de fluxo sanguíneo para esse compartimento também afetam a taxa de saída de fármacos desse compartimento. Os fármacos tendem a sair em primeiro lugar do compartimento altamente vascularizado, seguido do tecido muscular e, por fim, do tecido adiposo. Os fármacos são, em sua maioria, captados em maior ou menor grau por todos esses tecidos, criando um padrão complexo e dinâmico de mudança das concentrações sanguíneas ao longo do tempo, que é específico de cada fármaco. -Esse padrão também pode ser específico do paciente, dependendo de vários fatores, como tamanho, idade e nível de condicionamento físico. Por exemplo, um paciente de mais idade tipicamente possui menos massa muscular esquelética do que um paciente mais jovem, diminuindo a contribuição da captação muscular para as mudanças observadas na concentração plasmática de um fármaco. Pode-se observar o efeito oposto em um atleta, que com toda probabilidade apresenta massa muscular maior e um fluxo sanguíneo muscular proporcional também maior. Como terceiro exemplo, podemos esperar que um indivíduo obeso tenha maior capacidade de captação de um fármaco no tecido adiposo. -OBS: Menos proteínas mais fármaco livre maior incidência de efeitos colaterais mais fármaco no tecido. METABOLISMO -Conceito: Transformação química do fármaco em uma outra substância química de natureza diferente metabólito. Conferem polaridade, resultando em aumento na hidrofilicidade. -Objetivo: Transformar a substância em outra menos tóxica e mais fácil de ser eliminada pelo organismo. -Mecanismo de ativação ou bioativação: Produz metabólitos com atividade igual ou maior do que o precursor. -Rins, o trato gastrintestinal, os pulmões, a pele e outros órgãos contribuem para o metabolismo sistêmico dos fármacos. Entretanto, o fígado é que contém a maior diversidade e quantidade de enzimas metabólicas, de modo que a maior parte do metabolismo dos fármacos ocorre nesse órgão. Os fármacos altamente lipofílicos podem penetrar mais facilmente nas células. As enzimas hepáticas têm a propriedade de modificar quimicamente uma variedade de substituintes nas moléculas dos fármacos, tornando os fármacos inativos ou facilitando a sua eliminação. (Biotransformação). O trato gastrintestinal merece uma menção especial, visto que esse órgão, à semelhança do fígado, pode contribuir para o efeito de primeira passagem através do metabolismo dos fármacos administrados por via oral antes que alcancem a circulação sistêmica. -A biotransformação dos fármacos pode alterá-los de quatro maneiras importantes: 1. Um fármaco ativo pode ser convertido em fármaco inativo. 2. Um fármaco ativo pode ser convertido em um metabólito ativo ou tóxico. 3. Um pró-fármaco inativo pode ser convertido em fármaco ativo. 4. Um fármaco não-excretável pode ser convertido em metabólito passível de excreção. -Fatores que alteram a biotransformação: Idade, desnutrição, patologias, hepatopatias, uso de outros fármacos INDUTORES ou INIBIDORES enzimáticos. -Reações de Oxidação/Redução (FASE I): O fígado possui enzimas que facilitam cada uma dessas reações. A via mais comum, o sistema do citocromo P450 microssomal, medeia um grande número de reações oxidativas. Essas enzimas estão envolvidas no metabolismo de cerca de 75% de todos os fármacos atualmente utilizados. Uma reação oxidativa comum envolve a adição de um grupo hidroxila ao fármaco. Além disso, é preciso assinalar que alguns fármacos são administrados em sua forma inativa (pró-fármaco), de modo que podem ser alterados metabolicamente à forma ativa (fármaco) por reações de oxidação/redução no fígado. Essa estratégia de pró- fármaco pode ser utilizada para facilitar a biodisponibilidade oral, diminuir a toxicidade gastrintestinal e/ou prolongar a meia-vida de eliminação de um fármaco. -Em seu conjunto, as reações mediadas pelo P450 respondem por mais de 95% das biotransformações oxidativas. Outras vias também podem oxidar moléculas lipofílicas. Um exemplo pertinente de uma via oxidativa não-P450 é a via da álcool desidrogenase. Outra enzima não-P450 importante é a monoamina oxidase (MAO). - Tipicamente, as reações de oxidaçãotransformam o fármaco em metabólitos mais hidrofílicos pela adição ou exposição de grupos funcionais polares, como grupos hidroxila (-OH), tiol (-SH) ou amina (-NH2). Com frequência, esses metabólitos são farmacologicamente inativos e podem ser secretados sem qualquer modificação adicional. Entretanto, alguns produtos de reações de oxidação e de redução necessitam de modificações adicionais antes de serem excretados. -Reações de Conjugação/Hidrólise (FASE II): Hidrolisam um fármaco ou conjugam o fármaco com uma molécula grande e polar para inativar o fármaco ou, mais comumente, para aumentar a sua solubilidade e excreção na urina ou na bile. Em certas ocasiões, a hidrólise ou a conjugação podem resultar em ativação metabólica de pró-fármacos. -As reações de fase II modificam os compostos através da ligação de grupos hidrofílicos, como o ácido glicurônico, criando conjugados mais polares. -As enzimas de conjugação e de hidrólise localizam-se tanto no citosol quanto no retículo endoplasmático dos hepatócitos (e de outros tecidos). Na maioria dos casos, o processo de conjugação torna o fármaco mais polar. Praticamente todos os produtos conjugados são farmacologicamente inativos, com algumas exceções importantes (por exemplo, glicuronídio de morfina). -É importante assinalar que as reações de conjugação e de hidrólise não constituem, necessariamente, a última etapa de biotransformação. Como a conjugação desses componentes altamente polares ocorre no interior da célula, eles frequentemente precisam atravessar as membranas celulares por transporte ativo para serem excretados. (Pode ocorrer também transporte ativo do fármaco original.) Além disso, alguns produtos de conjugação podem sofrer metabolismo adicional. -Transporte: Muitos fármacos também precisam ser transportados ativamente para o interior das células (além da lipofilicidade). Fármacos importantes, incluindo a digoxina e os inibidores da protease do HIV- 1. Com freqüência, o metabolismo dos fármacos na circulação porta (isto é, efeito de primeira passagem) exige o transporte de compostos nos hepatócitos através da família de proteínas do polipeptídio transportador de ânions orgânicos (OATP, organic anion transporting polypeptide) e transportador de cátions orgânicos (OCT, organic cation transporter). -Indução e inibição: Embora algumas enzimas P450 sejam constitutivamente ativas, outras podem ser induzidas ou inibidas por diferentes compostos. A indução ou a inibição podem ser incidentais (um efeito colateral de um fármaco) ou deliberadas (o efeito desejado da terapia). -A indução das enzimas P450 ocorre através de aumento da transcrição. A indução das enzimas P450 tem múltiplas conseqüências. Em primeiro lugar, o fármaco pode aumentar o seu próprio metabolismo. Por exemplo, a carbamazepina, um agente antiepiléptico, não apenas induz a 3A4 do P450, como também é metabolizada por essa enzima. Por conseguinte, a carbamazepina acelera o seu próprio metabolismo através da indução de 3A4 do P450. -Em segundo lugar, um fármaco pode aumentar o metabolismo de outro fármaco co-administrado. Por exemplo, a 3A4 do P450 é responsável pelo metabolismo de mais de 50% de todos os fármacos clinicamente prescritos. Se um fármaco desse tipo for co-administrado com a carbamazepina, seu metabolismo também é aumentado. Essa situação pode ser problemática, visto que o aumento da atividade da 3A4 do P450 pode reduzir as concentrações do fármaco abaixo de seus níveis terapêuticos se forem administradas doses convencionais desses fármacos. -Algumas das outras enzimas de biotransformação pode resultar na produção de níveis tóxicos dos metabólitos reativos dos fármacos, resultando em lesão tecidual ou outros efeitos colaterais. -A inibição de enzimas consiste na redução do metabolismo dos fármacos que são metabolizados pela enzima inibida. Essa inibição pode fazer com que os níveis do fármaco alcancem concentrações tóxicas e também pode prolongar a presença do fármaco ativo no corpo. -Em certas ocasiões, a inibição das enzimas P450 pode ser utilizada com vantagem terapêutica: por exemplo, o lopinavir, um inibidor da protease, não consegue atingir níveis terapêuticos quando utilizado como agente único, em virtude de seu extenso metabolismo de primeira passagem; entretanto, a co-administração do lopinavir com o inibidor da 3A4 do P450, o ritonavir (que também é um inibidor da protease), permite ao lopinavir atingir concentrações terapêuticas. -Em resumo: Indução enzimática: Estímulo a síntese de enzimas microssomais hepáticas; acelera biotransformação de outros fármacos (anticonvulsivantes e ACO); Inibição enzimática: Inibição de enzimas do metabolismo, prolongam os efeitos de outros fármacos (omeprazol e varfarina). -Metabolismo de primeira passagem: Fármacos adm por via oral podem ser absorvidos em sua forma inalterada pelo TGI e transportados diretamente até o fígado através da circulação porta Fígado metaboliza os fármacos antes de alcançarem a circulação sistêmica e antes de atingirem seus órgãos- alvo fármacos inativados ou baixa biodisponibilidade. Isso é um fator determinante para escolher a via de administração, a dose e os esquemas posológicos a serem seguidos. - Certos fármacos são inativados com tanta eficiência em sua primeira passagem pelo fígado que não podem ser administrados por via oral, devendo-se utilizar a via parenteral. -Os pró-fármacos são compostos inativos que são metabolizados pelo corpo a suas formas terapêuticas ativas. -Microbiota intestinal: Fármacos administrados por via oral ou retal sujeitos ao metabolismo microbiano • Fármacos de baixa solubilidade • Fármacos de baixa difusibilidade Reações de hidrolise e redução Metabólitos farmacologicamente ativos, inativos ou tóxicos. -Por diversas razões, as velocidades das reações de biotransformação podem variar acentuadamente de uma pessoa para outra: Idade, Desnutrição, Patologias (cirrose, hiper ou hipotireoidismo, ICC, febre), Hepatopatias, Uso de outros fármacos INDUTORES ou INIBIDORES enzimáticos. -Interações medicamentosas e metabólicas: Os fármacos podem, potencialmente, afetar a biodisponibilidade oral, a ligação às proteínas plasmáticas, o metabolismo hepático e a excreção renal de fármacos co-administrados. Entre as categorias de interações medicamentosas, os efeitos sobre a biotransformação têm uma importância clínica especial. Outro fenômeno associado à indução enzimática é a tolerância, que pode ocorrer quando um fármaco induz o seu próprio metabolismo e, dessa maneira, diminui a sua eficácia com o decorrer do tempo. -A administração concomitante de dois ou mais fármacos que são metabolizados pela mesma enzima resultará, em geral, em níveis séricos mais elevados dos fármacos. Os mecanismos de interação medicamentosa podem envolver inibição competitiva dos substratos, inibição alostérica ou inativação enzimática irreversível; em qualquer um dos casos, pode-se verificar uma elevação aguda dos níveis de fármacos, levando, possivelmente, a resultados deletérios. Em outros casos, as interações medicamentosas podem ser benéficas. EXCREÇÃO -As reações de oxidação/redução e de conjugação/hidrólise aumentam a hidrofilicidade de um fármaco hidrofóbico e seus metabólitos, permitindo que esses fármacos sejam excretados através de uma via comumfinal com fármacos que são intrinsecamente hidrofílicos. -Excreção Renal: Os fármacos podem ser: Filtrados no glomérulo renal; secretados no túbulo proximal; reabsorvidos a partir da luz tubular e transportados de volta ao sangue – influência do pH da urina; e excretados na urina. -A arteríola aferente introduz no glomérulo tanto o fármaco livre (não-ligado) quanto o fármaco ligado às proteínas plasmáticas. Entretanto, tipicamente, apenas a forma livre do fármaco é filtrada no túbulo renal. O aumento do fluxo sanguíneo, o aumento da taxa de filtração glomerular e a diminuição da ligação às proteínas plasmáticas causam uma excreção mais rápida dos fármacos. A concentração urinária do fármaco aumenta no túbulo proximal, devido à difusão passiva das moléculas de fármaco sem carga elétrica, à difusão facilitada de moléculas com carga ou sem carga e à secreção ativa de moléculas aniônicas e catiônicas do sangue para o espaço urinário. -A concentração urinária de um fármaco pode declinar com a sua reabsorção nos túbulos proximais e distais. A reabsorção é limitada primariamente através de sequestro pelo pH. Como as células tubulares são menos permeáveis às formas ionizadas dos eletrólitos fracos, a reabsorção passiva dessas substancias depende do pH. Quando a urina tubular se torna mais alcalina, os ácidos fracos são excretados mais rapidamente e em maior proporção, principalmente por serem mais ionizados e a reabsorção passiva está diminuída. Quando a urina tubular se torna mais ácida, a excreção de ácidos fracos é reduzida. -Em resumo: Nos túbulos renais, onde um fármaco lipossolúvel pode ser reabsorvido por difusão passiva, a excreção deste mesmo fármaco pode ser facilitada alterando-se o pH da urina. Quanto mais alcalina for a urina mais ela irá favorecer a excreção de fármacos ácidos, pois a ionização do mesmo irá diminuir o seu coeficiente de partição. Acontece o mesmo com fármacos básicos em meios ácidos. -Excreção Biliar: A reabsorção de fármacos também desempenha um importante papel na excreção biliar. Alguns fármacos são secretados pelo fígado na bile por intermédio de membros da família de transportadores do conjunto de ligação do ATP. Como o ducto biliar desemboca no trato gastrintestinal no duodeno, esses fármacos devem passar por toda a extensão do intestino delgado e do intestino grosso antes de serem eliminados. Em muitos casos, esses fármacos sofrem circulação entero-hepática, em que são reabsorvidos no intestino delgado e subsequentemente retidos na circulação porta e, a seguir, na circulação sistêmica. -Substâncias altamente lipofílicas possuem uma secreção renal ineficiente metabolizados em derivados polares e excretadas pela urina. -Fármacos excretados na bile passam por eliminação fecal e sua maior parte é reabsorvida no intestino ciclo enterro-hepático. -Em resumo: Conjugados hidrofílicos de fármacos (glicuronídeos) do fígado são transportados para a bile levados para o intestino (duodeno) glicuronídeo é hidrolisado fármaco livre é reabsorvido ciclo enterro-hepático. -Excreção pulmonar: Qualquer material volátil, independentemente de sua via de administração, tem potencial para excreção pulmonar. A maioria dos fármacos excretados pela via pulmonar não correspondem a metabólitos e, sim, aos compostos originais inalterados. Os gases muito lipossolúveis são pouco excretados pelo ar. -Excreção pelo leite materno: Muitos fármacos podem ser encontrados no leite materno. O leite por ter caráter básico facilita a excreção de fármacos ácidos. Os RN não possuem o sistema de biotransformação hepático completamente desenvolvido, sendo mais susceptíveis aos efeitos adversos dos diferentes medicamentos. APLICAÇÕES CLÍNICAS DA FARMACOCINÉTICA - Depuração: Em primeiro lugar, é definida como a taxa de eliminação de um fármaco do corpo em relação à concentração plasmática do fármaco. Alternativamente, a depuração é a taxa à qual o plasma teria que ser depurado do fármaco para justificar a cinética da mudança observada na quantidade total do fármaco no corpo, partindo do princípio de que todo o fármaco no corpo está presente na mesma concentração que a do plasma. D= M+E/Concentração plasmática do fármaco. -Meia-Vida: (t1/2) É definida como o tempo durante o qual a concentração do fármaco no plasma diminui para a metade de seu valor original. Ao diminuir a concentração do fármaco ativo no sangue, o metabolismo e a excreção de fármacos reduzem o tempo durante o qual um fármaco é capaz de atuar sobre um órgão-alvo. -Todos os fatores anteriormente delineados, que afetam o volume de distribuição e a depuração de um fármaco, também afetam a meia-vida desse fármaco. Uma diminuição na depuração ou um aumento no volume de distribuição de um fármaco tendem a prolongar a meia-vida de eliminação e, portanto, a potencializar o efeito do fármaco sobre o órgão-alvo. -Seu conhecimento permite calcular a frequência de doses necessária para manter a concentração plasmática do fármaco dentro da faixa terapêutica. É determinada basicamente pela velocidade de metabolismo e excreção do fármaco. O fármaco com uma meia-vida curta requer uma administração mais frequente que um fármaco com meia-vida longa. -Fatores que afetam a meia-vida: Com o processo de envelhecimento, a massa muscular esquelética diminui, o que pode diminuir o volume de distribuição. Em contrapartida, um indivíduo obeso apresenta um aumento na capacidade de captação de um fármaco pelo tecido adiposo, e, para um fármaco que se distribui na gordura, pode ser necessário administrar uma dose mais alta para alcançar níveis plasmáticos terapêuticos do fármaco. Como terceiro exemplo, se a dose de um fármaco for baseada no peso corporal, porém o compartimento de tecido adiposo não capta esse fármaco, podem ser alcançados níveis potencialmente tóxicos numa pessoa obesa. Por fim, alguns fármacos podem distribuir-se preferencialmente em espaços líquidos patológicos, como ascite ou derrame pleural, causando toxicidade a longo prazo se a dose do fármaco não for ajustada de acordo. Os processos fisiológicos e patológicos também podem afetar a depuração dos fármacos. Por exemplo, as enzimas do citocromo P450 responsáveis pelo metabolismo dos fármacos no fígado podem ser induzidas, aumentando a taxa de inativação dos fármacos, ou inibidas, diminuindo a taxa de inativação. A falência de um órgão constitui outro fator crítico, a insuficiência hepática, a insuficiência cardíaca e a insuficiência renal podem, cada uma delas, levar a uma redução da capacidade de inativação ou eliminação de um fármaco, aumentando, assim, a sua meia-vida de eliminação. -Concentração plasmática: Consiste na determinação laboratorial da quantidade de fármaco no sangue em determinado momento. -Dosagem terapêutica e frequência: A dosagem terapêutica de um fármaco procura manter a concentração plasmática máxima do fármaco abaixo da concentração tóxica e a concentração mínima (mais baixa) do fármaco acima de seu nível minimamente efetivo. Tipicamente as primeiras doses de um fármaco são sub-terapêuticas até haver equilíbrio. São necessárias aproximadamente quatro meias-vidas de eliminação para atingir o estado de quilíbrio dinâmico. -Faixa terapêutica ou Janela terapêutica: O fármaco deve atingir uma concentração mínima no sangue para que ele tenha efeito. Concentraçõessanguíneas muito acima do nível mínimo efeitos tóxicos; abaixo do nível mínimo sub-efeito. Por faixa terapêutica entede-se: a faixa de concentração plasmática efetiva, entre dose máxima e mínima efetivas. -Curva dose-resposta: Os esquemas posológicos ótimos mantêm a concentração plasmática do fármaco no estado de equilíbrio dinâmico dentro da janela terapêutica desse fármaco. -Dosagem terapêutica com dose de ataque: Após a administração de um fármaco por qualquer via, a concentração plasmática do fármaco aumenta inicialmente. A seguir, a distribuição do fármaco do compartimento vascular (sanguíneo) para os tecidos corporais resulta em diminuição da concentração sérica desse fármaco. A taxa e a extensão dessa redução são significativas para fármacos com altos volumes de distribuição. Se a dose administrada do fármaco não levar em consideração esse volume de distribuição, considerando apenas o volume sanguíneo, os níveis terapêuticos do fármaco não serão alcançados rapidamente. Com frequência, são administradas doses iniciais (de ataque) de um fármaco para compensar sua distribuição nos tecidos. A dose inicial maior que a dose de manutenção fará com que o fármaco atinja concentrações terapêuticas mais rapidamente. -Dose de manutenção: Uma vez alcançada a concentração plasmática do fármaco no estado de equilíbrio dinâmico, e uma vez estabelecido um equilíbrio entre as concentrações do fármaco nos tecidos e no plasma, as doses subsequentes só precisam repor a quantidade de fármaco que é perdida através do metabolismo e da excreção. A dose de manutenção de um fármaco depende de sua depuração. A administração de uma dose maior do que a dose de manutenção calculada deverá fornecer um aporte do fármaco maior do que a sua depuração, podendo ocorrer acúmulo nos tecidos até atingir níveis tóxicos. -Dosagem tóxica: As doses de manutenção excessivas ou uma maior frequência de doses resultam em um acúmulo e toxicidade do fármaco. -Dosagem sub-terapêutica: As doses de manutenção ou a frequência de doses insuficientes resultam em concentrações sub-terapêuticas do fármaco no estado de equilíbrio dinâmico. FARMACODINÂMICA ALVOS FARMACOLÓGICOS -Farmacodinâmica: descrever efeitos de um fármaco no corpo. -As moléculas de um fármaco devem exercer alguma influência química em um ou mais constituintes das células para produzir uma resposta. Alguns fármacos exercem seu efeito interagindo com outros alvos biológicos não-proteicos, ou através de suas propriedades físico-químicas. -De acordo com o tipo de interação, podemos dividir os fármacos em dois grupos: 1.Estruturalmente inespecíficos: Efeito depende exclusivamente de suas propriedades físico-quimicas para promover o efeito biológico. Atuam em doses relativamente elevadas. [solubilidade, grau de ionização, pH, parâmetros eletrônicos]. 2. Estruturalmente específicos: Efeito farmacológico se deve a interação específica com determinada biomacromolécula receptor. Interação é dependente da estrutura do fármaco e atuam em doses reduzidas. -Receptores: Comoponente celular que reconhece o fármaco fármaco-receptor estimula a célula efeito biológico. -Receptores farmacológicos: Alvos protéicos podem ser – enzimas, canais iônicos, moléculas transportadoras e receptores propriamente ditos. -Enzimas: Muitos receptores importantes de fármacos são enzimas. Os fármacos podem agir como um inibidor competitivo dessa enzima; como um inibidor irreversível e não competitível e como falsos substratos. EX: IECAS, IAChE, ICOX, I bomba de prótons. -Moléculas transportadoras: Proteínas transportadoras podem ser alvos, cujo principal efeito é bloquear sistemas de transporte. Ptns transportadoras sítios de ligação específicos para determinadas moléculas alvo para fármacos. EX: Cocaína e antidepressivos tricíclicos (há acumulo DA e NE na fenda sináptica). -Canais iônicos: Passagem de ions através da membrana são necessários para numerosas funções celulares; são regulados por canais iônicos especializados (transmembrana). EX: neurotransmissão, função cardíaca, contração muscular e secreção. -3 mecanismos atuam regulação de canais iônicos: ligante, voltagem e por segundo mensageiro. Regulados por ligante – Alguns canais iônicos incorporam um receptor e se abrem apenas quando o receptor é ocupado pelo agonista. Regulados por voltagem – Ativação é regulada por voltagem através da membrana plasmática. Regulados por segundos mensageiros – A ativação é regulada pela ligação do agonista a receptores de membrana e envolve a ativação de um segundo mensageiro. -Receptores acoplados a proteína G: Segundos mensageiros são moléculas de sinalização que transmitem o sinal fornecido pelo primeiro mensageiro – habitualmente um ligante endógeno ou fármaco exógeno – a efetores citoplasmáticos. -Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos: Transduzem uma interação de ligação por ligantes extracelulares numa ação intracelular através da ativação de um domínio enzimático ligado. Ativam moléculas sinalizadoras através da fosforilação. O maior grupo é a família dos receptores com tirosinocinase. EX: Receptor de insulina. -Receptores intracelulares: Alvos citosólicos – Fármacos lipofílicos podem sofrer difusão através da membrana e liga-se a moléculas intracelulares. -Enzimas intracelulares: epóxido de vit K redutase enzima envolvida na coagulação varfarina (inibição da enzima). -Fatores reguladores da transcrição: Atuam na transcrição do DNA em RNA ou na tradução do RNA em proteínas glicocorticoides. -Proteínas estruturais: Inibidores das mitoses; ligam-se a monômeros de tubulina e impedem a polimerização em microtúbulos; alvos para agentes antineoplásicos. -Receptores de adesão da superfície celular: Receptores de adesão Região de contato entre duas células. Receptores de adesão envolvidos na resposta inflamatória Receptores de adesão de plaquetas. -Mecanismo inibidores de GPIIb-IIIa. Esta glicoproteína favorece ligação de fibrinogênio, que estabelece pontes entre plaquetas. INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR -Muitos receptores de fármacos podem ser categorizados dentro de dois estados de conformação, que estão em equilíbrio reversível entre si. Esses dois estados são denominados estado ativo e estado inativo. -Um fármaco que, através de sua ligação a seu receptor, favorece a conformação ativa deste receptor é denominado agonista; por outro lado, um fármaco que impede a ativação do receptor pelo agonista é designado como antagonista. Alguns fármacos não se enquadram exatamente dentro dessa definição simples de agonista e antagonista; esses fármacos incluem os agonistas parciais e os agonistas inversos. -Agonistas: Quando ligado por um agonista, um receptor típico tem mais tendência a encontrar-se na sua conformação ativa do que na sua conformação inativa. -Agonista total – as substâncias que interagem com os receptores e desencadeiam uma resposta. (produzem efeito máximo; a=1) -Agonista parcial – é uma molécula que se liga a um receptor em seu sítio ativo, mas que só produz uma resposta parcial, mesmo quando todos os receptores estão ocupados pelo agonista. (não produzem efeito máximo; 0<a<1). -Agonista inverso – causam inativação de alvos constitutivamente ativos. -Antagonistas:Um antagonista é uma molécula que inibe a ação de um agonista, mas que não exerce nenhum efeito na ausência do agonista. (Não produzem efeito algum – a=0 – impedem a ligação do agonista total ao receptor) -Antagonistas farmacológicos (Antagonista competitivo do receptor) - Um antagonista competitivo liga-se reversivelmente ao sítio de um receptor. Ao contrário do agonista, que também se liga ao sítio ativo do receptor, o antagonista competitivo não estabiliza a conformação necessária para a ativação do receptor. Por conseguinte, o antagonista bloqueia a ligação do agonista a seu receptor, enquanto mantém o receptor em sua conformação inativa. -Competitivos Reversíveis: aumentanto-se a dose do agonista, é possível deslocar o antagonista; -Competitivos Irreversíveis: aumento de agonista não desloca o antagonista; -Não competitivos: não competem pelo mesmo sítio de ligação no receptor; -Antagonismo químico: Os antagonistas sem receptores podem ser classificados em antagonistas químicos e antagonistas fisiológicos. Um antagonista químico inativa o agonista específico ao modificá-lo ou sequestrá-lo, de modo que o agonista não é mais capaz de ligar-se ao receptor e de ativá-lo. A protamina é um exemplo de antagonista químico; essa proteína básica liga-se estequiometricamente à classe de anticoagulantes da heparina, inativando esses agentes. Devido a esse antagonismo químico, a protamina pode ser utilizada para interromper rapidamente os efeitos da heparina. -Antagonismo fisiológico: Um antagonista fisiológico ativa ou bloqueia mais comumente um receptor que medeia uma resposta fisiologicamente oposta àquela do receptor do agonista. Nele, os dois compostos são agonistas e seus efeitos são antagônicos. -Antagonismo farmacocinético: O antagonista reduz a concentração da droga ativa (agonista) no seu sítio de ação. Pode ocorrer de várias formas, a velocidade de degradação metabólica do fármaco ativo pode ser aumentada. Ou a velocidade de absorção do TGI pode ser reduzida, ou a eliminação aumentada. -Sinergismo: É um tipo de resposta farmacológica obtida a partir da associação de dois ou mais medicamentos, cuja resultante é maior do que a simples soma dos efeitos isolados de cada um deles. Tipos: Por adição ou potenciação. -Sinergismo por adição: A soma dos efeitos de A+B é igual à soma de A e B individualmente. -Sinergismo por potenciação: A soma dos efeitos de A+B é maior que a soma da potência de A e B. -Interações Medicamentosas: A administração de um fármaco A pode alterar a ação de um fármaco B por um dos mecanismos gerais: 1. Modificação no efeito farmacológico de B sem alterar sua concentração interações farmacodinâmicas. -Surgem interações farmacodinâmicas quando um fármaco modifica a resposta dos tecidos-alvo ou não- alvo a outro fármaco. Podem ocorrer interações farmacodinâmicas tóxicas quando dois fármacos ativam vias complementares, resultando em efeito biológico exagerado. -Úteis: Naloxona nas intoxicações por morfina; Atropina nas intoxicações por anticolinesterásicos. -Perigosos: Álcool com benzodiazepínicos; Inibidores da MAO com tiramina (presente em alguns alimentos). 2. Alteração na concentração do fármaco B que alcança seu local de ação interação farmacocinética. -As interações farmacocinéticas entre fármacos surgem quando um fármaco modifica a absorção, a distribuição, o metabolismo ou a excreção de outro fármaco, alterando, assim, a concentração do fármaco ativo no organismo. -Absorção: Fármacos que alteram a motilidade ou pH gástrico; Fármacos que causam vasoconstrição; -Distribuição: Competição por ligação a proteínas plasmáticas; -Metabolismo: inibição ou indução enzimática; -Eliminação: Fármacos que aumentam o fluxo urinário ou alteram o pH da urina; -Variações nas respostas aos fármacos: Etnia, idade (idosos possuem mais gordura corporal e menos massa muscular, provocando alteração na distribuição), fatores genéticos, doenças, reações idiossincráticas. TOXICIDADE DE FÁRMACOS -Efeitos sobre o alvo; efeitos adversos não relacionados ao alvo; produção de metabólitos tóxicos; respostas imunes prejudicadas; toxicidade idiossincrática. 1. Efeitos sobre o alvo: Interações do fármaco ou de um dos seus metabólitos com o receptor apropriado, porém no tecido incorreto. EX. Cloridrato de difenidramina antagonista de receptores H1 de histamina; reduz os sintomas de manifestações alérgicas; efeito indesejável antagonista de receptores H1 no SNC resulta em sonolência. 2. Efeito adverso não relacionado ao alvo: Quando fármaco atua sobre alvos não pretendidos, causando efeitos adversos. EX. Talidomida enantiomeros diferentes foi usada para tratamento de enjoos em gestantes. Enantiomero R atua como sedativo, e o S é teratogênico. 3. Produção metabólitos tóxicos: Algumas vezes o metabolismo produz um metabólico farmacologicamente ativo. Ex. Pró-farmacos ativação substancia inerte efeito desejável. Ex2. Paracetamol anti-inflamatório e analgésico. Metabolizado a metabolitos inativos. 4. Respostas imunes prejudicadas: Reconhecimento pelo sistema imune como substancias estranhas, deflagrando respostaimune. EX. Estreptoquinase ag trombolítico. Produz respostas imunes prejudiciais no próximo contato. 5. Toxicidade idiossincrásica: São efeitos adversos raros, os quais não existe nenhum mecanismo óbvio reflete diferenças genéticas entre indivíduos. INTERAÇÕES FÁRMACO-ALIMENTOS -Físico-químicas: Caracteriza-se por complexações entre componentes alimentares e fármacos. -Fisiológicas: Modificações induzidas por alimentos digestão, esvaziamento gástrico, biotransformação e eliminação renal. -Fisiopatológicas: Ocorrem quando os fármacos prejudicam a absorção e/ou inibição do processo metabólico de nutrientes. -A ingestão de alimentos desencadeia a liberação de secreções contendo enzimas e ácido gástrico; hidrólise e degradação de ligações químicas específicas, ionização e ativação de substancias sensíveis ao pH, alterações do pH urinário. -Alteração do pH por alimentos: alimentos elevam o pH de 1,2 para cerca de 3; afeta desintegração de cápsulas, comprimidos e drágeas absorção reduzida; aumento do pH reduz a dissolução de fármacos. -Velocidade do esvaziamento gástrico: Refeições sólidas, ácidas, gordurosas, quentes, hipertônicas e volumes líquidos acima de 300ml tendem a induzir um acentuado retardo do esvaziamento gástrico. -Prolonga o tempo de contato do princípio ativo com a superfície de absorção; alimentos que diminuem a motilidade intestinal (maisena, algumas frutas – goiaba e banana); alimentos que aumentam a motilidade intestinal (diminui a sua biodisponibilidade, em função da elevação da velocidade do transito intestinal). -Competição pelos sítios de absorção: A presença de nutrientes pode constituir uma competição pelos sítios de absorção. Ex. A levedopa tem ação terapêutica inibida por dieta hiperproteica. (aminoácidos competem com a levedopa na absorção intestinal). -Ligação direta do fármaco com componentes do alimento: A interação fármaco-nutriente pode ocorrer por mecanismo de complexação; resulta na diminuição da absorção e da disponibilidade. PESQUISAS DE NOVOS FÁRMACOS -Dividimos a pesquisa em dois momentos:- Estudos Não Clínicos - Estudos Clínicos - FASE NÃO CLÍNICA: Antes de começar a testar novos tratamentos em seres humanos, os cientistas testam as substâncias em laboratórios e em animais de experimentação. Esta é a chamada fase não-clínica. O objetivo principal desta fase é verificar como esta substância se comporta em um organismo. Para que isso ocorra são seguidas normas de proteção aos animais de experimentação e não raras vezes os projetos são cancelados por não se mostrarem satisfatórios. -FASE CLÍNICA: As fases são sucessivas e o produto somente avança de fase caso obtenha resultados positivos. Fase I: Um estudo de fase I testa o medicamento pela primeira vez. O objetivo principal é avaliar a segurança do produto investigado. Nesta fase a medicação é testada em pequenos grupos (10 – 30 pessoas), geralmente, de voluntários sadios. Podemos ter exceções se estivermos avaliando medicamentos para câncer ou portadores de HIV-aids. Determina: maior dose tolerável, menor dose efetiva, relação dose/efeito, duração do efeito, efeitos colaterais. Fase II: O número de pacientes que participam desta fase é maior (70 - 100). Aqui, o objetivo é avaliar a eficácia da medicação, isto é, se ela funciona para tratar determinada doença, e também obter informações mais detalhadas sobre a segurança (toxicidade). Fase III: Nesta fase, o novo tratamento é comparado com o tratamento padrão existente. O número de pacientes aumenta para 100 a 1.000. Geralmente, os estudos desta fase são randomizados, isto é, os pacientes são divididos em dois grupos: o grupo controle (recebe o tratamento padrão ou placebo) e o grupo investigacional (recebe a nova medicação). A divisão entre os grupos é feita sob a forma de um sorteio. Assim, os pacientes que entram em estudos fase III têm chances iguais de cair em um ou outro grupo de estudo. Algumas vezes, os estudos fase III são realizados para verificar se a combinação de dois medicamentos é melhor do que a utilização de um medicamento somente. Por exemplo, se a combinação do antibiótico X (novo) com o antibiótico Y (tratamento atual) é melhor do que o antibiótico Y somente para tratar uma determinada infecção. MEDICAMENTO APROVADO ATÉ AQUI LICENÇA PARA USO EM LARGA ESCALA. Fase IV: Estes estudos são realizados para se confirmar que os resultados obtidos na fase anterior (fase III) são aplicáveis em uma grande parte da população doente. Nesta fase, o medicamento já foi aprovado para ser comercializado. A vantagem dos estudos fase IV é que eles permitem acompanhar os efeitos dos medicamentos a longo prazo. TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA -Dependência: Padrão mal-adaptativo de uso de substâncias; leva a prejuízo ou sofrimento clínico significativo; evidenciado por: Tolerância, abstinência ou redução de importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas. -Abuso: Aplica-se especificamente a substâncias não prescritas. -Uso indevido: Uso impróprio de substâncias prescritas, ou o uso dessas substâncias para fins não- terapêuticos. -Tolerância: A tolerância refere-se à diminuição do efeito de um fármaco com o uso contínuo. São necessária doses maiores para produzir a resposta. Administrações repetidas podem reduzir o IT. -Sensibilização: Administrações repetidas da mesma dose provoca um maior efeito de determinada droga ou há necessidade de dose menor para obter o mesmo efeito. -Dependência física: Sinais ou sintomas físicos adversos provocados pela abstinência. -Dependência psicológica: Pode ocorrer mesmo com drogas que não causam tolerância ou dependência física. Ocorre sempre que uma droga afeta o sistema de recompensa (Sensações agradáveis produzidas causam o desejo de continuar usando a droga). -Adicção: Comportamento compulsivo de uso, interfere com as atividades normais. Leva o dependente a continuar usando a droga apesar das consequências cada vez piores. -Tolerância Inata: Variações individuais na sensibilidade à droga que estão presentes desde sua primeira administração. Ex.: Álcool sensibilidade individual aos efeitos comportamentais do álcool é variável. -Tolerância farmacocinética: Aumento da capacidade de metabolizar ou excretar a droga ao longo do tempo. Ex.: Indução enzimática. -Tolerância farmacodinâmica: É causada por alterações na interação droga receptor. Inclui: alteração do número de receptores ou modificação na via de transdução de sinal. EX. Opióides. TOXICOLOGIA DO TABACO E FISIOPATOLOGIA DO TABAGISMO -Possui cerca de 500 constituintes, quando queimado, já foram identificadas 4.720 substâncias. -Fase gasosa: Monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, amônia, aldeídos, nitrosaminas voláteis, nitrilas. -Fase particulada: substâncias voláteis: alcatrão, nicotina e água. -Formas comuns de uso do tabaco: Cigarro; charuto; cachimbo; tabaco de mascar. -Tipos de fumantes: Fumante ocasional – fuma 1 a 2 cigarros por dia, não depende do tabaco; Fumante regular – fuma menos de 10 cigarros por dia; Fumante dependente – fuma mais de 20 cigarros por dia, risco muito alto. -Farmacocinética da nicotina: Ingrediente mais ativo é a nicotina. Seu “índice terapêutico” é muito alto. -Vias de introdução: Oral e pulmonar – Disponibilidade oral muito baixa (25-30%), sofre extensa metabolização de primeira passagem. -Charuto e cachimbo fumaça é alcalina pH8,5 – nicotina na forma molecular na boca – rapidamente absorvida na mucosa oral. -Cigarro fumaça tem caráter ácido (pH 5,5) – nicotina na forma ionizada na boca, não é absorvida na mucosa oral e sim pelos alvéolos pulmonares. -Distribuição: pouca ligação a proteínas plasmáticas rápida e amplamente disponível para a ação. Meia vida de 2hrs; atravessa a barreira placentária e é secretada no leite. -Metabolização: Biotransformada no fígado (80 a 90%). Metabólito conitina possui meia vida maior. É um indutor enzimático. -Excreção: Excretada inalterada na urina, dependente do pH da urina. pH< 5 = 23% excretada na forma inalterada pH>7 = 7% excretada na forma inalterada Acidificação da urina leva ao aumento do consumo do cigarro -Principais efeitos tóxicos: -Coronariopatias – A nicotina aumenta a liberação de NE, eleva a frequência cardíaca e pressão arterial, vasoconstrição de capilares periféricos e ateromas. Substancias irritantes do cigarro inibem movimentos ciliares do epitélio pulmonar; inflamação, susceptibilidade a infecção; hipersecreção de muco – pigarro. -Câncer - 90% ca de pulmão. 80% de substancias cancerígenas. -Gravidez – efeitos nocivos no RN: Taxa de crescimento retardado carboxihemoglobina; indução de aborto, deslocamento placenta, morte súbita. -Indução enzimática – hidrocarbonetos da fumaça do cigarro são indutores enzimáticos; induzem o aumento da isoforma CY1PA2. -Aumento do metabolismo de: cafeína, fenacetina, imipramina, propranolol, teofilina, varfarina. -Tolerância farmacodinâmica: alterações farmacodinâmicas de receptores nicotínicos; tonturas, náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão. (1º cigarro do dia apresenta esses sintomas mais do que os outros). -Dependência: Apresenta dependência física e psicológica – nicotina é responsável pela dependência; induz aumento de dopamina no SNC, induz efeitos agradáveis e euforizantes. -Abstinência: Tem início imediato e podedurar meses – transtorno do sono (sonolência ou insônia), náusea, fadiga, cefaleia, ansiedade, irritabilidade, dificuldade de concentração e de coordenação motora, redução da frequência cardíaca e pressão arterial, ganho ou perda de peso. TOXICOLOGIA DO ALCOOL E FISIOPATOLOGIA DO ALCOOLISMO -Etanol: substância psicoativa mais consumida pela sociedade. -Farmacocinética: -Absorção: rapidamente absorvido no estômago, tempo de esvaziamento gástrico contribui para alterações na absorção do álcool presença de alimento. -Distribuição: rápida distribuição hidrossolúvel; maior concentração ocorre: sangue > cérebro> rins > pulmões > coração> intestino > músculos estriados> fígado. Se difunde rápido na barreira hematoencefálica. -Biotransformação: 90 a 98% do etanol ingerido é biotransformado no fígado. -Principal via de biotransoformação enzima álcool desidrogenase – etanol acetaldeído. -Enzimas microssomais atua quando há concentrações altas de álcool. -Consumo alto promove aumento significativo de atividade de enzimas microssomais indução enzimática. -Excreção: rins -Principais efeitos tóxicos: SNC – aumenta a inibição simpática mediada pelo GABA = ação sedativa; aumento da síntese e liberação de NE. Sistema opióide = uso de álcool diminui a ligação de encefalina aos receptores diminuição dos efeitos agradáveis. Aumento de liberação de dopamina efeitos agradáveis – necessidade de repetir o uso. Serotonina = eleva os níveis, sensação agradável; Glutamato = aumento efeitos excitatórios. -Sinais de intoxicação: sedação, diminuição ansiedade, fala pastosa, ataxia, prejuízo na capacidade de julgamento, desinibição do comportamento. -Dependência: Física – dependente do álcool sem apresentar sintomas de tolerância e abstinência. Abstinência – inicia algumas horas após a última ingestão e dura 5 a 7 dias; ansiedade, tremor, dificuldade de dormir, irritação, sudorese, febre, taquicardia e aumento da pressão. Náuseas, vômitos, delírios, alucinações e convulsões. DEPENDÊNCIA DE DROGAS PSICOATIVAS ANFETAMINAS -Produz acentuada ação estimulante no SNC; aumenta estado de alerta físico e mental. -Usos terapêuticos: aumenta atividade motora, melhora o humor, aumenta limiar da fadiga, causa insônia, efeito anoréxico, metilfenidato (tdah). -Dependência: Relacionada com o aumento extracelular de dopamina no SNC. A retirada após uso crônico pode gerar fadiga, hiperfagia, apatia, letargia, ansiedade, distúrbio no sono, depressão severa e indução ao suicídio. BARBITÚRICOS E BENZODIAZEPÍNICOS -Depressores do SNS, exercem seus efeitos por potencialização do GABA. Promovem ligeira sedação hipnose coma profundo. Anticonvulsivantes. -Barbitúricos: anticonvulsivantes, sedativos, hipnóticos, anestésico geral. -Efeitos adversos comuns: depressão cárdio- respiratória, hipocalemia, disfunção hepática e renal, indutores enzimáticos. -Dependência física e psicológica: Retirada abrupta gera sintomas de abstinência. Debilidade, ansiedade, alucinações, delírios e convulsões; -Tolerância: Tolerância farmacocinética – indutor enzimático: eliminação mais rápida do fármaco; necessidade de doses maiores para o mesmo efeito. Tolerância farmacodinâmica – adaptação do tecido nervoso à presença do barbitúrico, SNC torna-se resistente aos efeitos da substância; pode ocorrer com uma única dose. -Benzodiazepínicos: Relativamente seguros. Sedação, letargia, interferência com o tempo de reação e coordenação motora. -Tolerância: não depende da indução enzimática, alterações de número ou sensibilidade de receptores benzodiazepínicos e modificações no acoplamento de GABA ao seu receptor. -Dependência: manifestada por sintomas de abstinência. Dependência psíquica – ocorre com uso prolongado, porem tem baixo potencial de abuso. -Abstinência: decorrentes da interrupção do uso.
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