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Universidade Anhanguera Uniderp - MS - Direito Constitucional I - Aula 2- Direitos Fundamentais - Elementos Gerais - prof. Rubem Aloysio Monteiro Moreira Neto

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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Direitos e Garantias Fundamentais
2º aula 
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Os direitos e garantias fundamentais estão previstos* no título II da Constituição Federal brasileira, capítulos I até V, artigos 5º até 17.
 *obs. Os direitos e garantias fundamentais também estão presentes em outras partes da Constituição Federal, por ex. artigo 196 da CF que afirma ser “a saúde um direito de todos”.
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Segundo dispõe o parágrafo primeiro do artigo quinto: “as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”
Ou seja, não dependem de outros fatores, valem por força do disposto no próprio parágrafo primeiro do artigo quinto da Constituição Federal.
 
Os direitos e garantias individuais devem ser observados para que se cumpram as suas finalidades.....
 
	
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CONSTRUIR UMA SOCIEDADE (art.3º) :
 I – LIVRE, JUSTA E SOLIDÁRIA;
        II – GARANTIR O DESENVOLVIMENTO NACIONAL;
        III – ERRADICAR A POBREZA E A MARGINALIZAÇÃO E REDUZIR AS DESIGUALDADES SOCIAIS E REGIONAIS; 
        IV – PROMOVER O BEM DE TODOS, SEM PRECONCEITO DE ORIGEM, RAÇA, SEXO, COR, IDADE E QUAISQUER OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO.
        
	
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Os direitos e garantias fundamentais encontram-se elencados na Constituição Federal de 1988 da seguinte forma:
os direitos individuais e coletivos (art.5);
os direitos sociais (art.6/11);
a nacionalidade (art.12/13);
os direitos políticos (14/16); 
os partidos políticos (17);
	
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Os direitos e garantias fundamentais nominados pelos artigos 5º até 17 não envolvem um rol taxativos (rol fechado); pelo contrário, há direitos e garantias fundamentais reconhecidos e consagrados em outros artigos da Constituição Federal.
Além disso existe uma “cláusula de abertura” entalhada no parágrafo segundo do artigo 5º - 
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”
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ATENÇÃO 1– os tratados e convenções internacionais sobre DIREITOS HUMANOS somente serão considerados “norma constitucional” (via emenda constitucional) se forem aprovados no Congresso Nacional com o mesmo quórum das emendas constitucionais, ou seja, proposta de 1/3 dos deputados ou senadores + votação de 3/5 dos deputados e senadores em 2 turnos/votações em cada Casa Legislativa – 4 votações ao todo, sendo 2 na Câmara dos Deputados e 2 no Senado Federal. (parágrafo terceiro do artigo 5º da CF)
 
	
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Atenção 2:
Os direitos e garantias fundamentais consolidados na Constituição Federal tem como destinatários os brasileiros e os estrangeiros residentes no País (neste sentido o disposto no “caput”/cabeça do artigo 5º CF). Os estrangeiros não residentes no Brasil estão amparados pelas normas de direito internacional das quais o Brasil é subscritor e signatário; (Declaração Universal dos Direitos Humanos e Declaração Americana dos Direitos Humanos) – posição de José Afonso da Silva. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL disse que em razão da Dignidade da Pessoa humana (inc. III do art. 1º da CF) todos os seres humanos tem a proteção dos direitos e garantias fundamentais.
 
	
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Atenção 3:
José Afonso da Silva sustenta que os estrangeiros “não-residentes” não poderiam invocar o art. 5º , ou seja, ele fez uma interpretação litoral do dispositivo constitucional. 
O STF admite que estrangeiros não-residentes possam invocar direitos do artigo 5º. A justificativa é exatamente a Dignidade da Pessoa, os direitos individuais do art. 5º, decorrem da Dignidade da pessoa humana e se a Dignidade é uma qualidade intrínseca do ser humano, ou seja, é um atributo que todos possuem o Ordenamento Jurídico não poderia excluí-los de outras pessoas. Se a Dignidade da Pessoa humana é um atributo que todo o ser humano possui, independentemente, de qualquer condição, não se poderia negar a determinados indivíduos esses direitos fundamentais.
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Atenção 4:
Os direitos e garantias fundamentais não podem ser suprimidos/abolidos da Constituição Federal porque são “cláusulas pétreas” (artigo 60, parágrafo quarto). 
Obs. (Sobre indagação em sala de aula) – Em que pese o parágrafo quarto mencionar somente os direitos e garantias individuais a posição doutrinária é no sentido de que TODOS os direitos e garantias fundamentais (sociais e econômicos) estão protegidos!
O professor de direito constitucional da PUC/SP – Uadi Lammêgo Bulos, mestre e doutor em Direito do Estado, em seu livro “Constituição Federal Anotada” , ed. Saraiva, 8ed., 2008, SP, fls. 856, ao tratar do parágrafo quarto do artigo 60, afirma que: “ Aqui há uma imprecisão. Os direitos e garantias não são apenas os individuais, isto é, as liberdades públicas clássicas. Englobam, também, os direitos econômicos e os sociais.”.... Mais adiante, na mesma obra, finaliza dizendo: “...o inciso IV cumpre ser concebido como elemento protetor dos direito e garantias fundamentais...” “Sendo assim, além das liberdades públicas tradicionais, os direitos sociais, econômicos, coletivos, difusos e individuais homogêneos não poderão ser objeto de emendas tendentes a aboli-los...” gn
 
	
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Direitos Individuais – classificação:
        
1. DIREITO À VIDA
        2. DIREITO À LIBERDADE 
        3.DIREITO À IGUALDADE
4.DIREITO À SEGURANÇA
5. DIREITO À PROPRIEDADE
     
 
	
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O DIREITO À VIDA compreende: o direito de nascer, o direito de permanecer vivo (direito à existência), o direito de defender a própria vida !! (legítima defesa) é por isso que em nosso País a PENA DE MORTE somente é admitida em caso de GUERRA (artigo 5º, inciso XLVII) 
 
	
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VIDA 
Do ponto de vista cristão:
Milagre de Deus!
Do ponto de vista biológico:
fecundação do óvulo pelo espermatozóide
( concepção)
Do ponto de vista jurídico: Direito Fundamental
artigo 2º do Código Civil – “A personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro” . É o marco inicial das relações jurídicas do ser humano com o mundo do direito
 
	
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A proteção à VIDA é a justificativa para proibição de EUTANÁSIA (homicídio por piedade/ morte bela/ morte suave) em nosso País; mesmo sendo considerada por alguns como uma morte “piedosa” para nosso sistema normativo é HOMICÍDIO.
A proteção à VIDA também é justificativa para impedir a venda dos órgãos, tecidos e substâncias humanas, bem como a comercialização de sangue (parágrafo quarto do artigo 199 da Constituição Federal combinado com o disposto na Lei 9.434/97 e na Lei do “Sangue” – Lei n. 10.205/2001.
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A proteção à VIDA é a justificativa para proibição de tortura e para preservação da integridade física de todos. Machucar o corpo humano é um modo de agredir a vida, justamente porque sem corpo não há vida e vice-versa.
Muitos dispositivos constitucionais protegem a integridade física e rejeitam a tortura (inciso III – proibição de tortura e tratamento degradante; inciso XLVII – proibição de penas cruéis - inciso XLIX –respeito à integridade física e moral) todos do art. 5º.
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ABORTO X DIREITO À VIDA – A Constituição não adotou uma posição oficial sobre o assunto ABORTO.
Existem duas correntes: pela Legalização em todos os casos
pela NÃO legalização (exceto) nos casos já previstos em lei
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS À LEGALIZAÇÃO DO ABORTO:
1-o direito à vida começa a partir da concepção;
2-se a vida começa a partir da concepção, qualquer proteção ao direito à vida do feto que não seja a criminalização do Aborto, seria insuficiente para protegê-lo de forma adequada.
3-Aumento
do Número de casos. (ou seja, o Aborto seria utilizado como um método anticoncepcional).
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Corrente pela legalização - argumentos 
1-Direitos Fundamentais da gestante. Entende-se que, apesar de o feto ter determinados direitos fundamentais, a gestante também tem direitos fundamentais que poderiam justificar a violação do feto:
2 - liberdade de escolha e autonomia reprodutiva (o Estado não poderia interferir na liberdade de escolha da gestante).
3 questão da saúde pública, legalização do aborto seria uma questão de saúde pública a fim de evitar que 1 milhão de abortos clandestinos por ano ocorram (fonte Revista Época).
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LIBERDADE
“A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique a outrem; assim, o exercício dos direitos naturais do homem não tem outro limite senão os que asseguram aos demais membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos”
Declaração dos direitos do Homem – França – 1789
 
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LIBERDADES :
DAS PESSOAS FÍSICAS (locomoção, circulação)
LIBERDADE DE PENSAMENTO (opinião, religião, informação, artística)
LIBERDADE DE EXPRESSÃO COLETIVA (reunião, associação, protesto)
LIBERDADE DE AÇÃO PROFISSIONAL (livre escolha do trabalho e do ofício)
 
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LIBERDADE
ASPECTOS DA QUESTÃO RELACIONADA A LIBERDADE
Disque Denúncia: denúncia anônima, assim com bilhete sem assinatura imputando o crime a alguém, não servirá como prova, mas a Autoridade terá que investigar. 
Segundo o STF, a investigação é autônoma em relação à denúncia. (Teoria dos Frutos da árvore proibida), mas a polícia terá que investigar, apurar os fatos.
 
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Bilhete Apócrifo: sem assinatura ou então uma carta anônima (sem assinatura). Podem ser utilizados como prova em processos? STF: Identificação: vem admitindo nos seguintes casos: o STF tem admitido a sua utilização em duas circunstâncias: 1) quando produzidos pelo próprio acusado; 2) quando constituírem o próprio corpo de delito do crime. Ex: seqüestrador que pede o resgate em um sequestro, mas como foi produzido pelo próprio acusado, então, pode ser utilizado. Através de um exame grafotécnico.
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 EM TEMPO DE PAZ A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO É ABSOLUTA – inciso XV
Já o inciso XVI afirma que SEM ARMAS todos podem reunir-se em LOCAIS ABERTOS AO PÚBLICO, independente de autorização, desde que tenha havido um PRÉVIO AVISO à autoridade competente
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A liberdade de consciência abrange ter a liberdade a ter uma determinada religião (Crença) como Não
ter Crença (ser ateu, por exemplo).
LIBERDADE DE CULTO: seria uma forma de exteriorização da crença.
Isenção: templos; forma de promover a religião que exerce uma influência positiva na sociedade, por
isso que o Estado estimula.
O culto ao ar livre terá que observar o horário para não atrapalhar o sossego das pessoas, não poderá
matar pessoas, animais em nome da religião.
ESTADO BRASILEIRO LAICO (neutro) (desde 1989, com o advento da República), o Brasil é um Estado
neutro, ou pelo menos deve ser no Estado religioso (art. 19, da Constituição): a Constituição não impede
que haja uma colaboração entre estados e entidades religiosas, desempenha um papel importante na
sociedade, supre uma lacuna do estado.
LAICIDADE, LAICISMO, ATEÍSMO
Laicidade: neutralidade do ponto de vista religioso do Estado Brasileiro. Se o Estado respeita todas as religiões, permite que as religiões possam conviver pacificamente (objetivo)
Laicismo: é uma anti-religião. O Estado Brasileiro até protege (ex. Isenção/ Templos).
Ateísmo: não aceitar a existência de Deus (ex. Algumas Nações comunistas)
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	LIBERDADE DE OPINIÃO – exteriorização do pensamento – emissão de juízo de valor sobre acontecimentos.
Direito de informar e de ser informado(incisos XIV e XXXIII do artigo 5º da CF); , 
Em se tratando de opinião publicada em imprensa o autor da opinião ou informação abusiva responderá pelos eventuais abusos.
O jornal ou tv também poderá arcar com os prejuízos posto que fez a divulgação da notícia.

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