Buscar

Aula 12 Opiniao publica e pesquisa de opiniao

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
Aula – Os efeitos da pesquisa de opinião na formação da opinião pública
Referências:
BOURDIEU, Pierre. A opinião pública não existe. In: THIOLLENT, Michel (org.). Crítica metodológica, pesquisa social e enquete operária. 2. ed. São Paulo: Pólis, 1981.
FURTADO, Glafira. Comunicação, relações públicas, opinião pública e pesquisas de opinião. In: ROIG, Ana et al. Relações públicas e pesquisas: de opinião, comunicação e de mercado. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015.
SILVA, Heber Ricardo da. As pesquisas de opinião pública e a imprensa: reflexões sobre a construção dos hábitos de consumo na sociedade brasileira (1942-1953). Disponível em:<http://ieda.edu.br/transversal/downloads/edicao7/4-as-pesquisas-de-opiniao-publica-e-a-imprensa-reflexoes-sobre-a-construcao-dos-habitos.pdf>.
Sobre as pesquisas de opinião pública...
→ É preciso olhar para os institutos de pesquisas e seus respectivos levantamentos de opinião pública no Brasil, com enfoque, sobretudo, nos posicionamentos e opiniões a respeito dos acontecimentos políticos e sua influência nas mudanças de hábitos de consumo do povo brasileiro.
→ Durante a República Velha (1889-1930), o primeiro e o segundo governo Vargas (1930-1937), assim como durante quase todo o Estado Novo (19371945) pouca preocupação existiu sobre os levantamentos de opinião pública. → Para se conhecer a opinião das pessoas sobre os acontecimentos sociais, políticos ou culturais e até mesmo sobre as tendências do mercado consumidor utilizavam-se de alguns expedientes como os recenseamentos, as enquetes realizadas pelos principais jornais, pesquisas realizadas pelas emissoras de rádio ou confiava-se na própria sensibilidade humana.
→ O primeiro instituto de pesquisa a surgir no Brasil foi o IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística). Fundado em maio de 1942 pelo proprietário da Rádio Kosmos de São Paulo, Auricélio Penteado, o instituto surgiu depois de seus congêneres nos EUA, país que há muito já realizava levantamentos de opinião pública com vistas a identificar os posicionamentos da população sobre os mais diferentes aspectos e problemas, inclusive para identificar tendências do mercado consumidor. → Sediado na cidade de São Paulo, o instituto objetivava realizar pesquisas de mercado, monitoramento de audiência radiofônica durante todo o dia, além de identificar os hábitos e o consumo do povo brasileiro.
→ A primeira pesquisa eleitoral do IBOPE foi publicada em 17 de maio de 1945 em São Paulo no periódico Diário da Noite e apontava a vitória do candidato da oposição Brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) sobre o candidato da situação, Eurico Gaspar Dutra, dado que não se confirmou a nível nacional nas eleições ocorridas em 02 de dezembro de 1945.
→ À medida que o perfil econômico e social do povo brasileiro se alterava (meados do século XX), bem como o país se transformava economicamente e culturalmente, as emissoras de rádios, jornais e os anunciantes passaram a tentar construir uma imagem do perfil do consumidor brasileiro e a contratar diversas pesquisas de opinião pública para aferir os desejos, gostos e os principais produtos consumidos pelos brasileiros.
→ O campo de estudos da Comunicação, das Relações Públicas, assim como da opinião pública e das pesquisas de opinião, é amplo. → Isto posto, nos interesse abordar sobre as pesquisas de opinião e sua relevância para as organizações no cenário atual.
Valorização do público Opinião Pública e das Pesquisas de Opinião...
→ Os públicos representam o objetivo maior da atividade de Relações Públicas, portanto, é necessário defini-los com clareza para podermos direcionar adequadamente a mensagem para quem queremos atingir e sensibilizar em campanhas, anúncios, notícias, pesquisas etc.
Por público entendemos um agregado ou conjunto instável de pessoas pertencentes a grupos sociais diversos, que sentem de modo semelhante a respeito de problemas, gestos ou movimentos de opinião.
→ Manter um bom relacionamento com o público-alvo (aqui Opinião Pública) é importante para se obter a credibilidade organizacional, contribui para o clima nos negócios e para o bom conceito da organização no mercado, ganhando também a aprovação da opinião pública para legitimar suas atividades. → Com o avanço da tecnologia e das comunicações, nada pode ser feito sem a concordância da opinião pública. Desagradá-la pode trazer graves consequências, não só para os governantes como para os negócios e até para as pessoas.
→ Para ter conhecimento do que pensa a opinião pública a respeito de algum tema, é fundamental que antes se lance mão de alguns instrumentos, como a pesquisa.
Adendo: É prioritária uma melhor adaptação às novas exigências do mercado, pois as organizações necessitam de profissionais qualificados para trabalharem com as pesquisas de opinião e a opinião pública. Afinal, as pesquisas de opinião adotadas por uma organização são formas de antecipar cenários, prever uma crise, alinhar seus princípios norteadores e utilizar informações pertinentes da organização para o seu próprio benefício.
Não existe Opinião Pública...
→ Pierre Bourdieu: gostaria de deixar claro que o meu objetivo não é denunciar de uma forma mecânica e fácil as pesquisas de opinião, mas, sim proceder a uma análise rigorosa de seu funcionamento e suas funções.
→ O que supõe o questionamento de seus três postulados implícitos:
Qualquer pesquisa de opinião supõe que todo mundo pode ter uma opinião; ou, colocando de outra maneira, que a produção de uma opinião está ao alcance de todos.
Segundo postulado: supõe-se que todas as opiniões têm valor. Acho que é possível demonstrar que não é nada disso e que o fato de se acumular opiniões que absolutamente não possuem a mesma força real, faz com que se produza artefatos sem sentido.
Terceiro postulado implícito: pelo simples fato de se colocar a mesma questão a todo mundo, está implícita, a hipótese de que há um consenso sobre os problemas, ou seja, que há um acordo sobre as questões que merecem ser colocadas.
→ As problemáticas que são propostas pelas pesquisas de opinião se subordinam a interesses políticos, e isto dirige de maneira muito acentuada o significado das respostas e, ao mesmo tempo, o significado dado à publicação dos resultados. → Em seu estado atual, a pesquisa de opinião é um instrumento de ação política; sua função mais importante consiste talvez em impor a ilusão de que existe uma opinião pública que é a soma puramente aditiva de opiniões individuais.
→ A "opinião pública" que se manifesta nas primeiras páginas dos jornais sob a forma de percentagens (60% dos franceses são favoráveis à...), esta opinião pública é um artefato puro e simples cuja função é dissimular que o estado da opinião em um dado momento do tempo é um sistema de forças, de tensões e que não há nada mais inadequado para representar o estado da opinião do que uma percentagem.
→ Todo exercício da força se acompanha de um discurso visando a legitimar a força de quem o exerce; podemos mesmo dizer que é próprio de toda relação de força só ter toda sua força na medida em que se dissimula como tal. Em suma, falando simplesmente, o homem político é aquele que diz: "Deus está conosco". O equivalente atual de "Deus está conosco" é "a opinião pública está conosco". Tal é o efeito fundamental da pesquisa de opinião: constituir a ideia de que existe uma opinião pública unânime, portanto legitimar uma política e reforçar as relações de força que a fundamentam ou a tornam possível.
→ Prosseguindo e trazendo uma EXEMPLIFICAÇÃO: Finalmente uma eleição é a agregação de espaços inteiramente diferentes; soma-se pessoas que tiram as medidas por centímetros com pessoas que o fazem por quilômetros, ou seja, pessoas que graduam de 0 a 20 e pessoas que graduam de 9 a 11. → Tais são as condições específicas da produção de opiniões, que a pesquisa de opinião supõe estarem universal e uniformemente preenchidas com o seu primeiro postulado segundoo qual todo mundo pode produzir uma opinião.
→ De fato, o que me parece importante é que a pesquisa de opinião trata a opinião pública como uma simples soma de opiniões individuais, recolhidas numa situação que no fundo é a da cabine indevassável, onde o indivíduo vai exprimir furtivamente, no isolamento, uma opinião isolada. Nas situações reais, as opiniões são forças e as relações entre opiniões são conflitos de força entre os grupos.
→ VALE A PROBLEMATIZAÇÃO: Se um Ministro da Educação agisse em função de uma pesquisa de opinião (ou pelo menos a partir de uma leitura superficial da pesquisa), ele não faria o que ele faz quando age realmente como um homem político, isto é, a partir dos telefonemas que recebe, da visita de tal responsável sindical, de tal decano, etc.
→ POR FIM... Pierre Bourdieu: o que eu quis dizer foi que a opinião pública não existe, pelo menos na forma que lhe atribuem os que têm interesse em afirmar sua existência. Disse que por um lado haviam opiniões constituídas, mobilizadas, grupos de pressão mobilizados em torno de um sistema de interesses explicitamente formulados; e por outro lado, disposições que, por definição, não constituem opinião, se por esta palavra compreendemos, como fiz ao longo desta análise, alguma coisa que pode ser formulada num discurso com uma certa pretensão à coerência. → Esta definição da opinião não é a minha opinião sobre a opinião. É simplesmente uma explicitação da definição revelada através das próprias pesquisas de opinião, ao pedirem às pessoas para tomarem posição sobre opiniões formuladas, e ao produzirem, através de simples agregação estatística as opiniões assim produzidas, este artefato que é a opinião pública. O que digo é apenas que a opinião pública na acepção que é implicitamente admitida pelos que fazem pesquisas de opinião ou utilizam seus resultados, esta opinião não existe. ISSO CONTINUA EM OUTROS DEBATES E REFLEXÕES!

Outros materiais