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Aula 2 Formacao da opiniao

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INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
Algumas conceituações� para ajudar-nos a compreender a disciplina:
AGREGADOS SOCIAIS: aglomerações de pessoas marcadas por CONTATOS SOCIAIS secundários e efêmeros.
CONTATO SOCIAL PRIMÁRIO: marcado por afetividade e emoções → Relações definidas pelo status de cada membro. Já as decisões são tomadas de acordo com a opinião preponderante no grupo, geralmente de um “líder” → Aqui os problemas são CONCRETOS. Exemplos: família, amigos e a vizinhança.
CONTATO SOCIAL SECUNDÁRIO: compõem a sociedade complexa → Marcada pelas atividades diversificadas e sua multiplicidade de tarefas. São impessoais e objetivo. Estão ligados a uma “razão de acontecer”. Há objetivos específicos para acontecerem – possuem começo e fim → Quanto maior e complexa for à sociedade maior será a necessidade de contatos secundários, impessoais. → Aqui os problemas são abstratos. Aqui o debate entre os cidadãos faz-se em termos IDEOLÓGICOS e não concretos → Pertencendo às decisões à opinião majoritária. Exemplo: interação com o cobrador do ônibus.
Os contatos sociais propiciarão o processo de SOCIALIZAÇÃO, entendido como: processo de integração do indivíduo aos costumes, crenças, regras estabelecidas para o convívio considerado melhor para a sociedade → Acontece para fazer parte do grupo.
Já, a SOCIABILIDADE é a capacidade de interagir. Quando falamos de vida em sociedade ela acontece porque somos capazes de viver com outras pessoas → É decorrente a capacidade de viver com outras pessoas que permitirá o processo de socialização.
Os conceitos anteriormente elencados propiciarão compreender o que é MULTIDÃO, PÚBLICO e MASSA.
MULTIDÃO: aglomeração marcada pela OCASIONALIDADE, sem objetivo previamente definido; reúne-se por causa de um acontecimento que chamou atenção. Exemplos: uma banda tocando na calçada movimentada. Um prédio pegando fogo. Um acidente de carro na rodovia.
PÚBLICO: aglomeração marcada pela INTENCIONALIDADE na aproximação → Existe um contato ali que os indivíduos elegeram naquela situação para estarem juntos. Exemplo: palestra.
MASSA: aglomeração marcada pela HOMOGENEIDADE DE COMPORTAMENTO e pela PASSIVIDADE; marcada também pela HETEROGENEIDADE DE CLASSES SOCIAIS. Exemplo é a comunicação midiática.
Por COMUNICAÇÃO, entendemos como a: capacidade ou processo de troca de pensamentos, sentimentos, ideias ou informações através da fala, gestos, imagens, seja de forma direta ou através de meios técnicos → COMUNICAÇÃO = COMUM + AÇÃO, ou seja, uma ação comum.
Bibliografia base:
AUGRAS, Monique. Opinião pública: teoria e pesquisa. 3. ed. Editora Vozes: Petrópolis-RJ, 1978.
Definição de OPINIÃO PÚBLICA: opinião sobre assuntos que dizem respeito à nação, expressa livre e publicamente por homens fora do governo, que reclamam o direito de que suas opiniões possam influenciar ou determinar as ações, o pessoal, a estrutura do governo.
O estudo da Opinião Pública, como fenômeno, implica o levantamento dos fatores psicológicos (opinião latente ao nível individual), sociológicos (opinião estática em nível social) e histórico (conscientização levada à opinião dinâmica).
É necessário investigar quais são os fatores que basicamente influenciam na Formação da Opinião. Sendo eles:
FATORES PSICOLÓGICOS: nível interpessoal → Formação de atitudes e opiniões; motivações e mecanismos de defesa.
FATORES SOCIOLÓGICOS: nível social → Terreno em que se constroem as atitudes do grupo.
FATORES CIRCUNSTANCIAIS: nível histórico → Acontecimentos que desencadeiam a conscientização da OPINIÃO PÚBLICA.
AUGRAS aborda a necessidade de se estudar as modalidades – técnicas – de aparecimento da opinião dinâmica → Pois só assim, conseguiremos compreender a Opinião Pública → Essas técnicas podem ser agrupadas em dois tipos principais:
EXPERIMENTAÇÃO: localizado no nível interpessoal, em pequenos grupos, por conta da relativa facilidade de manipulação.
OBSERVAÇÃO: inclui desde a análise histórica e sociológica até a pesquisa, utilizando-se de questionários, entrevistas entre outras técnicas → Localizando uma OPINIÃO LATENTE.
Nesse sentido, Augras ressalta existir diferença entre EXPERIMENTAÇÃO e EXPERIÊNCIA. Sendo:
EXPERIÊNCIA: tudo aquilo que se relaciona com a manipulação da opinião, no terreno, numa conjuntura política e social definida.
EXPERIMENTAÇÃO: são as investigações realizadas com intuito exclusivamente científico, de conhecimento dos mecanismos de aparecimento e desenvolvimento de correntes de opinião, utilizando técnicas precisas e apresentando resultados facilmente reproduzíveis numa situação análoga.
Quanto às Opiniões, elas podem ser:
OPINIÃO LATENTE: um sentimento geral; uma disposição latente em relação a determinado assunto.
OPINIÃO DINÂMICA: corresponde ao aparecimento, progressivo ou repentino, de uma tomada de posição perante o problema → Nesse nível que encontramos a CONSCIENTIZAÇÃO.
Assim um acontecimento pode cristalizar uma Opinião Latente, provocando o aparecimento de uma corrente de opinião, tornando-se uma Opinião Dinâmica → Mais tarde essa corrente pode perder força/importância, mas as vivências provocadas pela experiência cristalizadora vão permanecer, agregando-se às opiniões latentes e assim voltar para o ciclo → Compreender essas continuidades e movimentações possibilita prever comportamentos futuros. 
1 FATORES PSICOLÓGICOS
Torna-se oportuna, antes de prosseguir, diferenciar OPINIÃO e ATITUDE.
	OPINIÃO
	ATITUDE
	Sistema de crenças e ideologias do indivíduo.
	Haveria um aspecto mais concreto.
	
	Na formação das atitudes encontramos aspectos perceptivos, afetivos e sociais.
	
	Seria uma disposição mental e nervosa, organizada pela experiência, que exerce influência direta ou dinâmica, sobre as respostas individuais a todos os objetos e situações com as quais se relaciona. 
	
	Tem como característica a tendência para agir.
	
	Ligada diretamente à opinião estática, fornecendo-lhe o sistema de referência.
	Seria um dos modos de expressão desta disposição, surgindo a propósito de um acontecimento determinado.
	Uma disposição constante para agir em certo sentido.
A opinião, sendo essencialmente EXPRESSÃO → É de NATUREZA COMUNICATIVA e INTERPESSOAL → Servindo de mediadores entre o mundo exterior e a pessoa → Sob três aspectos, sendo eles: ADAPTAÇÃO À REALIDADE, AO GRUPO e EXTERIORIZAÇÃO.
EXTERORIZAÇÃO: permite ao indivíduo descarregar as tensões, expressando suas necessidades.
ADAPTAÇÃO À REALIDADE: faz-se através da avaliação crítica dos acontecimentos, propiciando o constante reajuste das relações entre o indivíduo e o meio.
A FUNÇÃO PRINCIPAL DA OPINIÃO É DE ADAPTAR O INDIVÍDUO AO GRUPO → É a opinião que faz aceitar a pessoa pelo grupo → Opiniões consideradas como inaceitáveis pelo grupo são apresentadas com cautela → Inversamente, se o indivíduo tiver a necessidade de agressão, expressará sem restrições.
Prosseguindo, torna-se necessário examinar os fundamentos dos sistemas de crença e dessas atitudes sociais que se chamam ESTEREÓTIPOS → Atrelado a isso, autores como Gabriel de TARDE, Gustave LE BON e até o próprio Sigmund FREUD, destacaram a importância dos fatores AFETIVOS e das RAÍZES INCONSCIENTES no COMPORTAMENTE COLETIVO. Destacamos:
Atrás das causas explícitas de nossos atos, existem causas secretas desconhecidas. Afinal, na multidão, apagam-se as diferenças individuais, aparecendo a base inconsciente comum a todos.
O próprio comportamento da massa fornece ao indivíduo justificativas para realizar os desejos inconscientes, eximindo-se de culpabilidade. 
ENTENDER ESSAS ESTRUTURAÇÕES NAS RELAÇÕES SOCIAIS PERPASSA COMPREENDER O MECANISMO FUNDAMENTAL DA IDENTIFICAÇÃO.
Nesse sentido, ao tentarmos compreender a constituição dos FATORES PSICOLÓGICOS, ligados diretamente ao interpessoal, valemo-nos das contribuições de Freud, lembrando principalmente da relação DIALÉTICA entre o EGO e o OUTRO, por meio da:
INTROJEÇÃO: assimilação das características dooutro.
PROJEÇÃO: atribuição ao outro suas próprias características.
RESULTANDO AO INDIVÍDUO RECONHECER OUTRO SER HUMANO AO MESMO TEMPO SEMELHANTE E DIFERENTE.
Abordando ainda alguns níveis de IDENTIFICAÇÃO, quanto ao plano da conduta, pode ser elencados vários níveis de identificação, como:
SIMPLES SIMPATIA – IDENTIFICAÇÃO MOTORA: consiste na imitação dos movimentos, posturas e atitudes físicas.
IDENTIFICAÇÃO DRAMÁTICA: aquela que supõe a interrelação recíproca, o jogo de várias personagens.
E o caso extremo, a REJEIÇÃO: quando a identificação não é positiva e é acompanhada de sentimentos de hostilidade.
Ressaltando: IDENTIFICAÇÃO, PROJEÇÃO e REJEIÇÃO são mecanismos básicos para interpretação do RELACIONAMENTO SOCIAL. Permitindo a elaboração de hipóteses explicativas para fenômenos, como:
LIDERANÇA: identificação dos membros do grupo com uma pessoa.
CRENÇA: projeção dos desejos num mito
COMPORTAMENTO AGRESSIVO: rejeição de um grupo ou de membros deste grupo.
Sobre as representações coletivas...
Tudo isso, como forma para compreender o papel das REPRESENTAÇÕES COLETIVAS no processo de constituição da opinião. Por REPRESENTAÇÕES COLETIVAS, entendemos – de forma sucinta –: elementos subjetivos que compõem a visão do mundo de um grupo (incluindo a imagem que o grupo tem de si) (DURKHEIM). DITO DE OUTRA FORMA, consistem em conjunto estruturado de ideias, atitudes ou crenças que exprime os valores do grupo. Dessa forma, tudo aquilo que diz respeito a sistemas simbólicos, sejam intelectuais (científicos) ou mágicos (crenças), pode ser enquadrado como representações coletivas.
As representações coletivas fornecem um sistema de referências através do qual vão ser avaliadas – e julgadas – as ações dos indivíduos.
Sobre os estereótipos...
Ao estudarmos, por exemplo, uma nação – um povo, podemos localizar algumas representações coletivas e apreendermos a passagem da imagem subjetiva do grupo para o nível da atitude. Essa “apreensão” possibilita, como sugere Augras, assimilar as bases psicológicas da opinião pública. Podendo destacar uma variedade específica de atitude coletiva denominada de ESTEREÓTIPOS.
Adendo: o termo foi inicialmente cunhado em 1922, por Walter Lippmann – jornalista estadunidense –, em seu livro Public Opinion.
Stricto sensu ESTEREÓTIPO é um molde de metal a partir do qual se pode reproduzir inúmeros exemplares. 
No campo da Psicologia Social é entendido como conceito classificatório, ao qual está sempre ligada uma intensa tonalidade afetiva de agrado ou desagrado. Via de regra, costumam ser reduzidos a uma palavra: NEGRO, JUDEU, CAPITALISTA, COMUNISTA entre outros.
Os MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA, por exemplo, costumam ser ótimos veículos e reforçadores de estereótipos.
Algumas características do Estereótipo:
ESQUEMATIZAÇÃO: as qualidades do objeto são reduzidas a uma só. A SIMPLIFICAÇÃO permite a retenção pela MEMÓRIA → Englobando assim, muitos indivíduos diferentes num conceito só → “A qualidade” que se mantém obedece a uma semântica afetiva, para isso, é preciso retomar os mecanismos de projeção, identificação e rejeição.
PERSISTENTE: do ponto de vista histórico, não é raro que permaneça durante várias gerações. Às vezes tão latente e cristalizado em determinadas sociedades que simples enfrentamentos sociais não são suficientes para reativá-los.
APRESENTAÇÃO AO GRUPO DE UMA IMAGEM IDEALIZADA DELE PRÓPRIO. Decorrente da característica anterior, essas idealizações seguem mecanismos afetivos. Ocorrendo da seguinte maneira: quanto maior for o estado de penetração do grupo, mais forte será a cristalização de uma imagem positiva e vice-versa.
O ESTEREÓTIPO SITUA-SE, PORTANTO, NO PLANO DA FANTASIA. Mas ao tratá-la como ATITUDE SOCIAL, é uma FANTASIA que pode levar à AÇÃO.
IMPORTANTE: Os preconceitos raciais e nacionais, que se nutrem de estereótipo, chegam às vezes a expressar-se através de ações violentas. 
Por fim, reforçamos que os FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DAS OPINIÕES (de onde nascerá a Opinião) estão fortemente alicerçados em fatores afetivos e não racionais. Segundo LASSWELL (apud Augras) “os preconceitos políticos, as preferências eleitorais, as necessidades que lhes estão ligadas, são frequentemente formuladas de forma sumamente racional, mas cresceram de maneira sumamente irracional”.
2 FATORES SOCIOLÓGICOS
Por ser a opinião de natureza social, não podemos estudá-la fora desse contexto → Por mais que interessa a gênese das opiniões e atitudes individuais, não podemos desvencilhar o lado fundamental que é a interação entre as pessoas → É necessário examinar os fatores objetivos, ligados ao terreno, no seu sentido mais amplo, a conjuntura social e econômica, a estruturação dos grupos e as redes de comunicação.
Sobre os Fatores Econômicos...
Em que medida as opiniões estão determinadas pelo nível econômico do grupo? Retomando muito brevemente Marx, depois que o autor discorreu sobre a questão da LUTA DE CLASSES como motor do dinamismo social, há uma tendência a considerar que qualquer fenômeno implicando uma consciência social deva ter determinações econômicas.
Nesse sentido, as classes com mais baixo status econômico seriam as classes mais desejosas de mudanças. CONTUDO, pesquisas feitas nos Estados Unidos mostraram que não foi bem isso que concluíram. Existe realmente uma preocupação, nas classes baixas, com assuntos ligados a reivindicação do bem-estar social. NO ENTANTO, ao que diz respeito a problemas não imediatos, ou teóricos, notaram um considerável conservadorismo/tradicionalismo.
KORNHAUSER (apud Augras) enfatiza que as classes trabalhadoras são mais nacionalistas; mais nacionalistas à manutenção do status quo. Arriscando uma interpretação em termos psicológicos: colocadas numa situação de relativa frustração, de insegurança, as classes mais baixas tendem a defender pelo reforço das atitudes, encontrando na estereotipia “um alicerce de segurança”. Isso podendo ser decorrente da restrita escolaridade, faz com que tenham dificuldades em obter informações variadas de maior alcance. DAÍ O SEU IMEDIATISMO E O DESINTERESSE POR ASSUNTOS GERAIS.
Ainda segundo o autor, pode-se verificar que, ao falar de nível econômico, aludimos antes ao status social que lhe é ligado e ao nível de informação que de ambos depende → É difícil isolar o fator econômico dos demais → Para complexificar um pouco mais o debate, muitos indivíduos não fazem parte de uma classe apenas → Abordando propriamente no plano das pesquisas opinião, Kornhauser, ressalta que, o determinismo econômico das opiniões sociais, simples, automático, é uma pura ficção.
QUAL A DISCREPÂNCIA QUE EXISTE DESSAS ASSERÇÕES QUANTO À REALIDADE SOCIOCULTURAL BRASILEIRA? 
Sobre os Fatores Ecológicos...
Os FATORES ECOLÓGICOS, dentre as variáveis do contexto social, desempenham um papel nada desprezível para a formação das atitudes e sociais → As características GEOGRÁFICAS e CLIMÁTICAS de uma região, determinam as diferentes formas de HABITAT e os DIFERENTES MODOS DE VIDA.
Segundo Augras, devido ao avanço da tecnologia, precisamos avaliar com cautela as regras da antropologia geográfica. Para elucidar, podemos trazer o exemplo do Dubai e Abu Dhabi, que impedem de falar plenamente em determinismos ecológicos. Contudo, muitas áreas no mundo ainda podem se valer desse tipo de explicação.
Vale pontuar também que, determinando as formas de HABITAT e ESTRUTURAÇÃO consequente das relações sociais, as CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS influenciam ainda em grande parte a ECONOMIA DE UMA REGIÃO.
Sobre os Grupos...
Por GRUPO – compreendendo na sua maior extensão –, Augras concebe como, conjuntos estruturados de indivíduos dentro de uma população geral → Permitindo distinguir os grupos naturais dos estritamente sociais.
GRUPOS NATURAIS: são subpopulações definidas por uma característica comum. Tomando como exemplo, temos: SEXO, IDADE, ETNIA.
SEXO: sob o ângulo do estudo da opinião pública, a diferenciação sexual não intervém diretamente→ Sua influência é patente, porém quanto à característica “natural” do sexo acrescentamos a consequência sociológica de status. Exemplo: a INFERIORIDADE SOCIAL do sexo feminino nas SOCIEDADES MODERNAS OCIDENTAIS.
IDADE: a influência dos grupos de idade deve ser encarada sob o ângulo do status e também dos interesses e motivações. Exemplo: as propagandas que enfatizam o poder do jovem/juventude. “Não foi apenas os R$0,20”. 
Vale ressaltar: Toda a literatura que se tem feito em torno do poder do jovem mostram que os interesses, as motivações de um grupo de idade podem ter uma influência determinante sobre as opiniões e atitudes.
ETNIA: quanto aos grupos étnicos, eles podem ser origem GEOGRÁFICA ou COR → A compreensão da etnia é a mesma da Idade, ou seja, e reforçando, o que mais importa é o status → No caso do Brasil, por exemplo, existe uma demarcação muito latente quanto à etnia. As pessoas de cor situam-se geralmente nas classes mais baixas da escala social. Os indivíduos vão clareando à medida que sobem. STATUS E COR SE COMPLETAM.
GRUPOS SOCIAIS: sua estruturação é patente e corresponde a interesses comuns.
Independentemente do grupo, qualquer um pode influenciar um indivíduo de maneira determinante, e isto quanto mais reproduza as características de envolvimento afetivo e emocional que se processam num grupo primário → Para isso, um aspecto importante é o da COMUNICAÇÃO dentro de cada grupo → Abordaremos mais para frente o Líder, mas precisamos pontuar a sua importância nesse quesito, até mesmo, na influência tendenciosa da informação que pode transmitir.
Até agora enfatizamos a relação indivíduo e grupo, no que tange sua inserção e articulação em apenas um grupo, contudo é sabido que os indivíduos transitam entre vários grupos → Dessa forma, a COMUNICAÇÃO entre dois grupos de que faz parte pode muito bem processar-se através dele → Tornando-se assim, um potente CANAL DE TRANSMISSÃO de INFORMAÇÃO.
REFLEXÃO: MUITAS NEUROSES DE NOSSO TEMPO PROVÊM PRECISAMENTE DA DIFICULDADE QUE TEM O INDIVÍDUO EM ASSUMIR PAPÉIS EXTREMAMENTE VARIADOS, ÀS VEZES ANTAGÔNICOS → Por conta da presente assertiva, no plano da opinião, PRESSÕES CONTRADITÓRIAS (de grupos) podem levar a reações de fuga da situação conflitiva, ou até mesmo a neutralidade.
3 FATORES HISTÓRICOS
As duas variáveis anteriormente elencadas podem ser consideradas básicas para a formação das atitudes e opiniões → Mesmo que sejam FORTALECIDAS, no decorrer do TEMPO, por um SÉRIE DE ACONTECIMENTOS, na sua ESSÊNCIA NÃO DEPENDEM DELES.
Quanto aos FATORES HISTÓRICOS, Augras enfatiza que eles servem para EXAMINAR os fatores DESENCADEANTES de uma CORRENTE DE OPINIÃO → Diferentemente dos fatores precedentes que são extremamente MÓVEIS e podem definir-se em torno de um só tema: o ASSUNTO.
YOUNG (apud Augras) descreve as diversas funções do acontecimento em relação à opinião:
INFLUÊNCIA OBJETIVA SOBRE AS INSTITUIÇÕES: influenciando também o status dos indivíduos e, em consequência, suas opiniões e atitudes. Exemplo são as guerras → Esse tipo de acontecimento pode provocar uma mudança nos padrões éticos e sistema de valores de uma nação, logo afetando os indivíduos.
PODE LEVAR O INDIVÍDUO A ACEITAR NOVA MANEIRA DE RESOLVER OS PROBLEMAS: nesse caso, segundo Augras, a opinião latente evolui até a tomada de consciência de que, por exemplo, somente a guerra permitiria resolver o problema → O acontecimento proporciona aos indivíduos uma base para racionalizar e justificar suas opiniões e atitudes latentes. O acontecimento influencia a opinião porque funciona como informação → Essa definição permite integrar qualquer tipo de influência de qualquer acontecimento.
No caso da opinião pública, as motivações que determinam o interesse pelo assunto, o cuidado para a racionalização de mecanismos inconscientes, ENVOLVEM DE IMEDIATO O ACONTECIMENTO NUM ENVOLTO DE SUBJETIVIDADE.
Ao falar da INFORMAÇÃO, vamos descrever uma série de deformações, que acompanham a percepção de um fato pela opinião. Algumas regras de distorção:
Se há interesses materiais em jogo, a distorção faz-se no sentido que os favorece.
Se há paixões em jogo, o desvio vai no sentido de justificar ou reforça-las.
Se fatos interessam à causa coletiva, reforçam a coesão do grupo.
Resumindo: AS DISTORÇÕES SINCERAS SÃO AS MESMAS QUE AS DESEJADAS.
Outro aspecto – e paradoxal – que precisa ser abordado é a NÃO-PERCEPÇÃO da informação → É UM CASO LIMITE DE DISTORÇÃO. Surge, quando a opinião simplesmente se recusa a tomar conhecimento de determinado acontecimento.→ Essa recusa ao conhecimento da não-percepção além de muitas vezes ser covardia/desinteresse/apatia, mas também uma mecanismo de defesa, afinal a tomada de consciência leva a uma tomada de posição.
�Falta inserir: MANIPULAÇÃO, IDEOLOGIA e CONTROLE SOCIAL.

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