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Aula 5 Formadores de opiniao

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INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
Aula - Formadores de Opinião, grupos de pressão e a mediação social
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, Murillo de. A ação dos grupos de pressão nos processos constitucionais recentes no Brasil. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 6-7, p. 149-165. 1996. Disponível em:<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/rsp/article/view/39346/24162>.
AZAMBUJA, Darcy. Introdução à ciência política. 2. ed. São Paulo: Globo, 2008.
CRUZ, Marcio. A mídia e os formadores de opinião no processo democrático. Ponto e Vìrgula, São Paulo, n. 9, p. 35-51. 2011. Disponível em:<http://revistas.pucsp.br/index.php/pontoevirgula/article/view/13918/10242>.
GOZETTO. Andréa Cristina Oliveira. Movimentos sociais e grupos de pressão: duas formas de ação coletiva. Cenários da Comunicação, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 57-65. 2008. Disponível em:<http://www.revistabrasileiramarketing.org/ojs-2.2.4/index.php/remark/article/view/1253/1123>.
GRUPOS DE PRESSÃO...
Os que nos diferencia das demais épocas é o fato evidente que os nossos (atuais) POVOS, tidos CIVILIZADOS, estão organizados, em associações de toda a espécie → Neste percurso, os INTERESSES, as ASPIRAÇÕES, os IDEAIS COMUNS impelem os homens a formar SOCIEDADES, SINDICATOS, FUNDAÇÕES, para realizar seus OBJETIVOS.
Prosseguindo, se essas entidades não englobam toda sociedade, representam, no entanto, a maior parcela, e são, em todo caso, as forças mais visíveis, permanentes e ativas para EXPRIMIR INTERESSES, SENTIMENTOS, e a SITUAÇÃO COLETIVA.
Um grupo de interesse só se torna grupo de pressão ao empreender ação para influenciar as decisões dos poderes públicos → Dessa forma, estudar os grupos de pressão é analisar os grupos de interesse em sua dinâmica externa e, especialmente, em sua atividade política.
A pressão é a atividade de um conjunto de indivíduos que, unidos por motivações comuns, buscam, por meio de sanções ou da ameaça de usá-las, influenciar sobre decisões que são tomadas pelo poder político, tanto para mudar a distribuição prevalecente de bens, serviços e oportunidades quanto conservá-las ante as ameaças de intervenção de outros grupos ou do próprio poder político.
Os grupos de pressão se esforçam para enfrentar um problema imediato e pontual e, depois, se transformam para prestar serviços necessários aos seus membros. Diferentemente dos partidos, não se colocam, já no momento da sua constituição, como representantes de muitos interesses nem passam a defender causas diferentes daquelas pelas quais foram criados para resguardar.
De maneira geral, os grupos de pressão atuam numa faixa própria de interesses dos seus membros em um ambiente supra-ideológico e suprapartidário → No entanto, no Brasil, ocorrem claras vinculações entre grupos de pressão e partidos políticos como o vínculo inegável entre a CUT e o PT.
→ GRUPOS DE PRESSÃO é qualquer grupo social, permanente ou transitório, que, para satisfazer seus interesses próprios, procura obter determinadas medidas dos poderes do Estado e influenciar a OPINIÃO PÚBLICA (AZAMBUJA, 1969, p. 315).
Grupo PERMANENTE = associações como as das Indústrias, Comércio, Agricultura, Trabalho, Profissionais, Cívicas, Sociais, Religiosas, Recreativas, Educativas, Culturais entre outras.
Algumas vezes, vários indivíduos se agrupam transitoriamente para pleitear benefícios do Estado (ideia de Grupo TRANSITÓRIO).
Já para Aragão (1996, p. 150), basicamente existem cinco tipos básicos de grupos de pressão, a saber:
GRUPOS EMPRESARIAIS = composto por entidades e empresas;
GRUPOS DE TRABALHADORES = composto pelos vários níveis de sindicatos de trabalhadores e eventualmente, grupo de trabalhadores de uma mesma empresa;
GRUPOS DE PROFISSIONAIS = tais como engenheiros advogados, médicos, dentistas, geólogos, contabilistas, jornalistas, entre outros;
GRUPOS DE NATUREZA DIVERSA = tais como grupos ambientalistas e religiosos, entre outros, e;
PODERES PÚBLICOS.
Um grupo de pressão é um grupo de interesse que exerce pressão, e é dessa maneira que o definimos. → Sendo assim, QUALQUER grupo social pode ser um grupo de pressão, quando e enquanto procure obter dos poderes públicos leis, decretos, decisões que atendam seus próprios interesses.
Os interesses dos grupos de pressão...
→ Um ponto delicado e que suscita controvérsias e perplexidades. Vejamos:
Muitos autores entendem que, para ser considerado GRUPO DE PRESSÃO, é preciso que ele DIFUNDA seus INTERESSES PARTICULARES; se o que advoga é de INTERESSE PÚBLICO, não é grupo de pressão.
Concatenando, emerge uma questão, a da NATUREZA MORAL e JURÍDICA dos interesses → Nesse sentido, Azambuja apresenta que, se são ilícitos, a pressão é criminosa, podendo configurar-se em vários delitos. Contudo...
→ É justo, e até necessário que o indivíduo defenda seus próprios interesses, e é natural que os têm interesses comuns se associem para obter dos poderes públicos a satisfação deles. Com uma condição: QUE SEJAM LÍCITOS OS INTERESSES E LÍCITOS TAMBÉM OS MEIOS EMPREGADOS. Ainda mais: É PRECISO QUE OS INTERESSES PLEITEADOS SE CONCILIEM COM O BEM PÚBLICO.
Ao enfatizarmos para o debate em torno do BEM PÚBLICO, Azambuja nos ilumina apresentando que: ESTE NÃO É FORMADO PELA SOMA DOS INTERESSES PARTICULARES, E ALGUNS DESTES MUITA VEZ TÊM DE SER DESATENDIDOS PARA ASSEGURAR O BEM COMUM DA SOCIEDADE. → Tensionar a presente asserção com os discentes!
Processos e táticas...
Já vimos que os grupos de pressão procuram obter determinadas medidas dos poderes do Estado → Para isso, os processos e táticas usadas poderiam ser compreendidas em duas categorias: a PERSUASÃO e a AMEAÇA.
PERSUAÇÃO = é a tática mais usual e se reveste das mais variadas formas. Memoriais, ofícios, artigos de jornal, entrevistas, radiodifusão, televisão, conferências, comícios e até livros bombardeiam os poderes públicos para deles conseguir uma decisão favorável.
AMEAÇA = o tipo mais ostensivo de ameaça é a GREVE, e o mais sério a GREVE GERAL → Outras formas de ameaça podem ser usadas pela ambição, pela cólera e o desespero, desde o “não votaremos no senhor”, até o lançamento de bombas e a sabotagem.
MUITO IMPORTANTE: Quanto à AÇÃO junto à OPINIÃO PÚBLICA, em resumo o que se pode dizer é que ela é feita pela PROPAGANDA em todas as suas modalidades → Mediante a isso, cabe pontuar que, em geral, os grupos de pressão NÃO procuram CONQUISTAR a opinião pública, pois seria improvável que ela se comovesse com os interesses dos metalúrgicos ou dos arrozeiros, por exemplo, mas a PROPAGANDA visa apenas que ela – opinião pública – não seja “CONTRA”.
FORMADORES DE OPINIÃO...
A opinião pública não surge como um com fenômeno intrínseco nas relações sociais, ao contrário, é um fenômeno particularmente reconhecido na MODERNIDADE e tem relação com o surgimento das GRANDES CIDADES e dos ESTADOS NACIONAIS, rompendo com a ideia de comunidade. (RELEMBRAR DA AULA PRECEDENTE COM AS DEMARCAÇÕES HISTÓRICAS DE HABERMAS ACERCA DO CONCEITO/TERMO OPINIÃO PÚBLICA) → O processo modernizador rompe com a IDEIA DE COMUNIDADE, quando a TRADIÇÃO constituía os laços sociais e junto a outros fatores contribuía na CONSTRUÇÃO DE CONSENSOS COLETIVOS. Afinal:
A comunicação no espaço da comunidade não é mediada, se faz diretamente nas relações pessoais ou em pequenos grupos diretamente pelo sujeito ao seu “público” que não passa de um pequeno grupo de pessoas (CRUZ, 2011, p. 36).
Com a complexidade da sociedade (modernas) para a formação de uma OPINIÃO PÚBLICA, faz-se necessário:
Considerar também o papel do SUJEITO pessoal ou coletivo que DESEJA SE COMUNICAR na intenção de DISSEMINAR no “espaço público” (ESFERA PÚBLICO) aquilo pelo qual quer que socialmente seja conhecido e compreendido pelo “público”;
Que haja MEIOS pelos quais esta COMUNICAÇÃO se estenda o mais rápido e na maior abrangência possível a uma MASSA de pessoas que conjuntamente formam o PÚBLICO-ALVO desta comunicação.
Para isso, devemos ressaltar opotencial que a MÍDIA tem de CONSTRUIR SOCIALMETNE uma AGENDA PÚBLICA (agenda-setting) de ASSUNTOS, TEMAS, PERSONALIDADES e FATOS SOCIAIS além da abordagem (enquadramentos) sobre cada um destes assuntos → Vale ressaltar que a ideia de mídia abordada por Cruz (2011) que se realizam por meio do trabalho humano apresentam mais do que decisões políticas, sociais e econômicas de quem possui os meios para comunicar → Ela – a mídia – promove a construção de consensos, amplos ou segmentados.
É nesse contexto que torna-se necessário observador o papel dos FORMADORES DE OPINIÃO → Compreendidos, como:
Pessoas que, por meio da mídia, comunicam juízos sobre temas, fatos, personalidades ou valores a ampla parcela da população ou a um grupo específico (CRUZ, 2011, p. 37).
Mediante a asserção precedente, apresenta-se a distinção de duas categorias de formadores de opinião, sendo eles:
FORMADORES DE OPINIÃO “VERTICAIS” = como sendo pessoas que têm grande poder de verbalização e oportunidade de dizer o que pensam para um grupo expressivo de pessoas → São eles: intelectuais, jornalistas, professores, líderes de classes, empresários, lideranças comunitárias entre outros → Portanto, pessoas que têm acesso aos meios de comunicação para usar a PALAVRA no sentido de comunicar a quem lhes der crédito e credibilidade.
Esses formadores teriam a capacidade de “incutir na massa” IDEIAS, VALORES e INFORMAÇÕES que o conjunto da POPULAÇÃO absorveria sem MAIORES CRÍTICAS ou DECODIFICAÇÕES → A partir da asserção, e valendo-nos dos estudos de Lazarsfeld sobre a “teoria dos efeitos limitados”, esses receptores são “passivos” diante das informações e das ideias que esses formadores lhes oferecem todos os dias sobre várias formas e enquadramentos.
FORMADORES DE OPINIÃO “HORIZONTAIS” = eles apresentam características menos formais do que o tipo anterior, podendo ou não ser professores, médicos, sacerdotes, empresários ou líderes comunitários → No entanto, tem como características principal um TRAÇO DE PERSONALIDADE, algo que lhes confere essa distinção como FORMULADORES DE OPINIÃO ASSIMILADA e PRODUZIDA por outras pessoas.
Sobre esse tipo de formador é oportuno salientar que eles ganham importância que por terem traços de PERSONALIDADE DE LIDERANÇA e um NÍVEL DE INFORMAÇÃO ACIMA DA MÉDIA PARA O MEIO EM QUE VIVEM, têm oportunidade de dizer o que pensam e, mais do que isso, são procurados para orientar pessoas de suas relações → Pensando a partir das contribuições de Max Weber, esse tipo de formador estaria mais próximo da “AUTORIDADE CARISMÁTICA�”. 
� O carisma é mais uma característica interna que externa da pessoa, que realiza a relação com seu segmento social sendo chamada a interferir ou interferindo nos processos dos quais está envolvido (WEBER, 1982 apud CRUZ, 2011).

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