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Preocupação com muro de arrimo

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Tecnologia
A ocasião faz a solução
Edição 37 - Novembro/1998
Contenções
Optar pela técnica mais acertada é o principal desafio quando se trata de estabilizar um talude
Nestes tempos em que enxugar gastos pode significar uma margem de lucro mais elevada, se alguém sacar um projeto de cortina atirantada da gaveta sem investigar as condições do talude em questão, é bom desconfiar. Vai funcionar (e muito bem), mas o contratante da obra ou mesmo a construtora pode estar jogando dinheiro fora. Nem sempre essa é a solução mais indicada. Não que as cortinas atirantadas sejam necessariamente mais caras. Em obras de geotecnia, o barato pode ser caro e o caro, acredite, pode ser o mais barato. Foi o que aconteceu, por exemplo, em um caso ocorrido na Serra do Mar, no Estado de São Paulo.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) foi contratado para realizar um estudo de alternativas para a contenção de uma encosta na serra. Tratava-se de um caso peculiar, pois havia a interferência até de uma torre de transmissão de energia. A dificuldade de acesso descartou de imediato várias alternativas que presumiam grande movimentação de materiais. Sobraram, por fim, duas opções que movimentariam um volume menor de terra: "soil nailing" (solo grampeado) e cortina atirantada (veja quadro com soluções para contenção). Na teoria, o solo grampeado seria mais econômico. Entretanto, a grande quantidade de perfurações necessárias em rocha, devido à heterogeneidade do maciço no local e a presença de blocos rochosos, elevaria os custos em demasia. O "caro" era o mais barato: optou-se pela cortina atirantada.
O caso serve apenas para mostrar que em obras geotécnicas não existe verdade absoluta. Por isso, alguns passos devem ser observados. Em primeiro lugar, é preciso averiguar a real necessidade da obra. Se houver espaço suficiente (algo comum em obras rodoviárias, por exemplo), se o solo apresentar resistência adequada e as condições do entorno e do nível d'água ajudarem, ela pode até ser dispensada. A solução indicada, nesse caso, pode ser a alteração da geometria do talude, também chamada de "retaludamento". A cria-ção de bermas, o abrandamento do ângulo de inclinação e o reforço do pé do talude são bons exemplos desse tipo de intervenção.
Investigação
Para checar a necessidade da obra, devem ser feitas análises geológicas, para conhecer as particularidades de cada terreno, e geotécnicas, para averiguar as condições do solo e para pesquisar indícios de desestabilização, como trincas, fluxo de água e inclinação de edificações vizinhas. A sondagem com extração de amostras do solo para análise em laboratório também é um procedimento recomendável, principalmente quando se trata de obras de grande porte. A verificação do entorno (o que está ou pode ser construído na parte de cima do talude) e das condições do nível d'água também são aspectos importantes.
Confirmada a necessidade da obra, a próxima fase passa pela escolha da solução mais adequada. Trata-se, sem dúvida, do passo mais importante no processo. O pesquisador do Agrupamento de Estudos Geotécnicos da Divisão de Engenharia Civil do IPT, Geraldo Gama Jr., garante que as horas gastas na fase de investigação são compensadas pela certeza da opção correta. "Existem muitas variantes que precisam ser checadas, como o espaço existente para a obra, tipo de solo e de rochas encontradas, condições hidrológicas, nível do lençol freático e disponibilidade de materiais e mão-de-obra na região", afirma. O importante, em qualquer circunstância, é analisar a questão sob o ponto de vista da engenharia, ou seja, calcada no tripé qualidade técnica, custo e prazo de execução.
Nem sempre, porém, existe apenas uma solução indicada. Além disso, nem sempre uma solução, sozinha, é capaz de dar conta do recado. Foi o que aconteceu na estabilização de um talude de silte argiloso com mais de 100 m de extensão e desnível de 20 m localizado em Santo André, Grande São Paulo, na avenida Capitão Mário Toledo de Camargo. Já era visível uma ruptura (veja foto) e a presença 
de um degrau ao longo de toda a extensão do talude. No alto, havia uma rua pavimentada e um conjunto residencial. No pé do talude, um muro de pedra argamassada exibia grandes deslocamentos e trincas. Também era possível notar o empolamento e o deslocamento no passeio público e no pavimento da avenida. Para piorar a situação, havia afloramentos de água nas duas extremidades do talude.
A obra, que ficou a cargo da construtora dos Arroios, teria que permitir a construção em sentido descendente para facilitar o trabalho de escavação e a remoção do solo excedente. Também deveria ser leve e resistente no alto do talude, para não sobrecarregá-lo e conter a rua. Além disso, devido ao afloramento d'água, precisavam ser executados sistemas de drenagem profunda e superficial. A solução, desenvolvida pelo escritório Silva Leme, consistiu na implantação de três estruturas de contenção. O resultado, apesar do desgaste provocado pelo tempo, pode ser visto há quatro anos na avenida Capitão Mário Toledo de Camargo.
A cortina na crista do talude tem 5 m de altura e é formada pela associação de microestacas verticais justapostas, tirantes protendidos com 30 t de capacidade, vigas longitudinais de concreto armado, alvenaria de blocos estruturais e barbacãs (tubos que atravessam os muros de arrimo para permitir o escoamento da água infiltrada no maciço). A cortina intermediária tem 2 m de altura e é composta de microestacas justapostas similares às existentes na cortina superior, tirantes protendidos com 20 t de capacidade, alvenaria de blocos estruturais de concreto, drenos suborizontais profundos e canaletas tipo meia-cana de concreto, para coleta de águas pluviais. O muro no pé do talude tirou proveito do muro de pedra argamassada preexistente, com 4 m, que foi parcialmente demolido. Os trechos mais desgastados foram reconstruídos com concreto e o novo muro recebeu camada de emboço no topo e na face exposta.
Drenagem e manutenção
A preocupação com o sistema de drenagem na obra de Santo André-SP não foi à toa. Boa parte dos problema verificados em obras de contenção está relacionada com deficiências na drenagem. Tidas geralmente como intervenções auxiliares, as obras de drenagem são tão importantes quanto a estrutura em si. "Se a drenagem falhar ou não existir e, por acaso, o nível d'água subir, isso pode ocasionar até o colapso da estrutura de contenção", afirma Maurício Abramento, pesquisador do Agrupamento de Estudos Geotécnicos da Divisão de Engenharia Civil do IPT. Mesmo em sistemas autodrenantes, como os muros de pedra seca, crib-wall e gabiões, é aconselhável a execução de canaletas no topo e na base do talude para captar águas superficiais e evitar problemas com a estabilidade do muro.
Outro problema comum relacionado com as obras de contenção consiste na falta de manutenção. É preciso checar, por exemplo, se as canaletas do sistema de drenagem estão trincadas, se a água está correndo por ali, se há muita sujeira e se os barbacãs estão em bom estado e desobstruídos. Em obras de concreto, verificar se existem armaduras expostas em processo de corrosão é uma medida importante. Em obras de gabiões, um dos conselhos dos especialistas é averiguar se a malha não está danificada ou se alguém metido a Obelix (personagem inseparável de Asterix que carrega menires nas histórias em quadrinhos dos cartunistas Uderzo e Goscinny) está retirando as pedras. Cuidar da proteção natural ou artificial é outro item importante de manutenção. A vegetação, por exemplo, protege a superfície do terreno contra a erosão e dificulta a penetração de águas pluviais no solo. Por isso, deve ser bem cuidada.
Soluções
Empresas oferecendo soluções não faltam no mercado. A Maccaferri do Brasil, por exemplo, oferece muros de contenção em gabiões, estruturas em solo reforçado com tecnologia Terramesh, estruturas em solo reforçado com a utilização de geogrelhas de alta resistência Terram e o uso misto do Terramesh e do solo
reforçado com geogrelhas. Executado com a 
parte frontal em gabiões, ancorado por painéis de malha hexagonal a dupla torção, galvanizados e revestidos com PVC, o sistema Terramesh tem encontrado boa aceitação em aterros viários e platôs indus-triais. Baseado no princípio do solo reforçado - em geral, os solos são resistentes à compressão e pouco resistentes à tração -, esse sistema de contenção resiste aos empuxos gerados pelo maciço pela ação do travamento e atrito das partículas do solo com a malha hexagonal.
Soluções de gabiões são bastante tradicionais e comercializadas por diversas empresas, como a Gabra e a Progab, por exemplo, que oferecem aplicações para obras de contenção, defesas fluviais e de praia, controle de erosão, proteção de bueiros e canalizações. "São estruturas econômicas, pois não exigem mão-de-obra especializada nem equipamentos especiais", garante Sidney Correa de Oliveira, diretor da Gabra. Segundo Gama, do IPT, "as boas empresas de gabião são as que melhor arrumam as pedras, proporcionando o melhor arranjo possível com os menores vazios entre as pedras."
A Stup, empresa do grupo francês Freyssinet, oferece um sistema de solo reforçado denominado Freyssinol. Consiste de painéis intertravados de concreto em forma de "T", de 2 m x 1,60 m, com 0,14 m de espessura e 1,1 t de peso, nos quais são fixadas fitas formadas por feixes de fibra de poliéster protegidas por uma camada de polietileno. Fornecidas em rolos de 100 m, as fitas são posicionadas em ziguezague após o lançamento e compactação de cada camada de aterro. O aterro requer, entretanto, granulometria especial, pois o sistema exige atrito elevado - o solo não pode ser muito argiloso. A principal vantagem do sistema, segundo a Stup, é a eliminação do risco de corrosão das armaduras (fitas).
Esse também é um dos atributos do Mesa System, sistema para muros de contenção comercializado pela MPZ Aplicações Tecnológicas em parceria com a fábrica de blocos de concreto Blokret. Tal tecnologia emprega camadas sucessivas de geogrelhas de polietileno fabricadas pela empresa norte-americana Tensar Earth Tecnologies unidas por conectores a um muro de blocos de concreto intertravados. O sistema permite curvas côncavas e convexas, ângulos retos, superfícies verticais ou inclinadas
A carioca Terrae, empresa de consultoria, projetos e gerenciamento de obras geotécnicas, está oferecendo um sistema similar: muro de contenção em solo reforçado com face em blocos pré-moldados intertravados. Os blocos possuem um espaço frontal livre para o plantio de vegetação ornamental e se encaixam no aterro fixados a mantas geotêxteis. A técnica proposta pela Terrae recebeu o Prêmio Inovação 97 do Projeto Alfa-RJ, conferido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e pelo Sebrae-RJ (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Um dos maiores fornecedores de mantas geotêxteis no Brasil é a Bidim, que foi adquirida no final do ano passado pela multinacional inglesa BBA Nonwovens. Além do já tradicional geotêxtil não-tecido, agulhado, feito a partir de filamentos contínuos de poliéster, a empresa oferece também o Geoweb e a Fortrac. Também conhecido como Sistema de Confinamento Celular, o Geoweb consiste em seções formadas por células vazadas (tiras texturizadas de polietileno de alta densidade), que são preenchidas com solo ou agregados. Sobrepostos e grampeados entre si, esses painéis formam o muro de arrimo. O sistema permite a utilização de faces não-estruturais ou de cobertura vegetal. Uma das vantagens, segundo a Bidim, é a capacidade de absorver deslocamentos ou recalques do subsolo sem perder a integridade estrutural.
Já a Fortrac é uma geogrelha de poliéster revestida de PVC para reforço de solos em diversas aplicações, como muros de contenção, aterros sobre solos moles e taludes reforçados. De acordo com a Bidim, dois mecanismos de interação com o solo garantem a resistência ao arrancamento da Fortrac: atrito e intertravamento. 
Além disso, os multifilamentos de poliéster conferem à geogrelha uma elevada resistência à tração, propriedade essencial para um elemento de reforço de solo. A Bidim importa o produto da alemã Huesker, uma das líderes mundiais na fabricação e comercialização de produtos geossintéticos de alta resistência. A empresa montou, inclusive, uma subsidiária no Brasil, para prestar suporte técnico aos usuários, e está oferecendo um software para cálculo e dimensionamento de muros de contenção que aplicam as geogrelhas. Os interessados podem acessar o site www.husker.com ou enviar um e-mail para o endereço husker@iconet.com.br.
Leia mais: LEME, RENATO A . SILVA, Métodos Atuais de Estabilização de Taludes, São Paulo, 1987. Taludes de Rodovias - Orientação para diagnóstico e soluções de seus problemas, São Paulo, IPT/DER-SP, 1991. Fundações: Teoria e Prática, São Paulo, 1998, Pini.
DÚVIDAS COMUNS
O engenheiro Renato Silva Leme, diretor da Silva Leme Engenharia e Consultoria Geotécnica, é autor de várias livros sobre geotecnia. "Dicionário de Engenharia Geo-técnica Inglês-Português", "Métodos A-tuais de Estabilização de Taludes" e "Estabilização de Taludes e Estruturas de Arrimo" estão entre as suas publicações. Leme também trabalhou em obras importantes, como as do metrô do Rio de Janeiro e de São Paulo, as rodovias Rio-Santos e dos Imigrantes, a ferrovia Curitiba-Paranaguá e o Condomínio Varandas Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. O engenheiro respondeu a Téchne algumas das dúvidas mais comuns sobre contenção de taludes.
Quais são as principais causas de escorregamentos em taludes?
Quando há diferença de cota entre dois pontos do terreno, há sempre a tendência de movimento relativo de solos ou rochas do nível mais alto para o mais baixo. As principais causas dos escorregamentos são a ação da água, vibrações causadas por explosões e tráfego pesado e a própria força gravitacional.
Quais são os principais métodos para a estabilização de taludes?
Podem ser classificados em três categorias. Os métodos geométricos consistem na alteração da geometria do talude. A criação de bermas, o abrandamento do ângulo de inclinação e o reforço do pé do talude são os melhores exemplos. Os métodos hidrológicos referem-se às intervenções que envolvem a água existente no maciço ou que escoa pela superfície. Os exemplos mais comuns são o rebaixamento do lençol freático, o plantio de vegetação e a execução de drenagem profunda e sistemas de drenagem de águas pluviais. Os métodos mecânicos ou químicos envolvem o aumento da resistência média ao cisalhamento do terreno. Estruturas de contenção, injeções no terreno e reforço do solo com elementos resistentes à tração são os exemplos mais comuns.
Quais são as principais causas de problemas em obras de muro de arrimo?
Estudos realizados na Europa que analisaram centenas de obras malsucedidas revelaram que cerca de 60% dos acidentes ocorrem por deficiências no sistema de drenagem ou nas fundações dos muros. Como disse Terzaghi, criador da Mecânica dos Solos, "o planejamento da drenagem e a avaliação cuidadosa das fundações são mais importantes que a determinação correta do empuxo de terra."
Quais foram os avanços mais recentes na área de contenção de taludes?
O surgimento de equipamentos de perfuração e escavação mais potentes e versáteis, que permitem executar obras de grande porte em tempo reduzido. Passaram a ser utilizados também, com freqüência, cortinas de concreto contidas por tirantes protendidos, paredes-diafragma, cortinas de estacas justapostas e técnicas de solo reforçado, entre as quais destacaria o solo grampeado (soil nailing), a Terra Armada e os aterros reforçados por geossintéticos.
Conheça as principais opções para a contenção de taludes. A solução mais adequada depende do estudo detalhado de cada caso, das condições específicas da obra e da região
Muro de pedra seca - A resistência desse sistema resulta do embricamento de pedras arrumadas manual--men-te. Neces
sita
de blocos de dimensões regulares para garantir a estabilidade, reduzindo o atrito entre as pedras.
Aplicação: contenção de taludes de pequena altura, até cerca de 1,5 m
Vantagens: facilidade de construção, baixo custo e capacidade autodrenante
Cuidados: a base do muro deve ter espessura mínima de 0,5 m e estar apoiada em plano horizontal inferior ao do terreno a ser protegido
Muro de pedra argamassada - Semelhante ao muro de pedra seca, difere em relação aos vazios, que são preenchidos com argamassa de cimento e areia.
Aplicação: contenção de taludes de até 3 m
Vantagens: facilidade de construção e baixo custo
Cuidados: os mesmos do muro de pedra seca com a implantação de drenagem por barbacãs
Muro de arrimo celular de peças pré-moldadas de concreto (crib-wall) - Sistema de peças de concreto encaixadas entre si formando "gaio-l-as" ou "fogueiras" preenchidas com terra ou blocos de rocha, seixos de maiores dimensões ou entulho. Surgiu como opção aos muros de pedra e é usado no Brasil desde os anos 30. Vem sendo cada vez menos empregado.
Aplicação: obras rodoviárias em áreas íngremes e locais pouco estáveis
Vantagens: facilidade de construção, baixo custo, capacidade de adaptação ao terreno e aceitação de pequenos recalques
Cuidados: exige bom terreno de fundação, drenagem e compactação cuidadosa do solo dentro da fogueira
Muro de concreto ciclópico - Estrutura composta de concreto e agregados de grandes dimensões. A execução é simples: preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas.
Aplicação: contenção de taludes superiores a 3 m
Vantagens: facilidade de construção e baixo custo em alturas reduzidas
Cuidados: execução de sistema de drenagem com barbacãs e dreno de areia
Muro de arrimo de gabiões - Formado por redes de aço zincado de malha hexagonal, são preenchidos por pedra de mão ou rachão. Os tipos mais comuns são os gabiões-caixa, gabiões-manta e gabiões-saco.
Aplicação: muros de contenção, proteção de margens de cursos d'água, controle de erosão e obras de emergência
Vantagens: rapidez de construção, elevada permeabilidade, grande flexibilidade e aceitação de deslocamentos e deformações
Cuidados: regularização e nivelamento do terreno de fundação, boa arrumação das pedras e colocação de elemento de transição entre os gabiões e o material a ser contido. Em áreas urbanas, sujeitas a vandalismo, deve-se proteger com a face externa com argamassa
Muro de arrimo de solo-cimento ensacado - Parte do princípio de que a mistura do cimento e do solo cria um material de melhores características, com maior resistência ao cisalhamento. O solo-cimento costuma ser acondicionado em sacos de aniagem ou geossintéticos para facilitar a construção do muro.
Aplicação: muros de contenção, proteção superficial de taludes e de margens de cursos d'água, principalmente em obras emergenciais localizadas em áreas urbanas 
Vantagens: facilidade e rapidez de execução, grande flexibilidade e baixo custo
Cuidados: seleção criteriosa do solo a ser utilizado na mistura
Muro de arrimo de "Bolsacreto" - Composto de fôrmas têxteis flexíveis que são preenchidas por bombea-mento com concreto fino, argamassa de cimento e areia e solo cimento injetável. O sistema pode ser empregado dentro ou fora d'água. As fôrmas preenchidas transformam-se em grandes blocos.
Aplicação: contenção de taludes, proteção de margens e controle de erosão
Vantagens: rapidez de execução e versatilidade
Cuidados: uso de equipamento adequado para o preenchimento das fôrmas
Muro de arrimo "Rimobloco" - Sistema que utiliza peças pré-moldadas de concreto não-armado em forma de duplo "T" e chumbadores com cerca de 3 m de comprimento. Trata-se de um muro articulado, formado por peças padronizadas e contido por chumbadores. A idéia é armar uma faixa de terra adjacente à face posterior do muro, fazendo com que o maciço funcione como um muro de gravidade.
Aplicação: contenções em corte e aterro
Vanta
gens: flexibilidade e custo reduzido
Cuidados: execução de sistema de drenagem na face interna do muro
Muro em "L" de concreto - Construído em concreto armado, torna possível a execução de seções transversais esbeltas. É comum construir a base do lado do maciço, de forma que o próprio peso da terra possa contrabalançar a ação do empuxo. Para alturas maiores, torna-se antieconômica a estrutura formada apenas por duas lajes (veja ilustração). É recomendável, então, a utilização de contrafortes de tração, no caso de laje de fundo interna (sob aterro ou reaterro), ou de compressão, no caso de laje externa.
Aplicação: em geral, os muros de concreto armado estão associados à execução de aterros ou reaterros
Vantagens: permite uma ocupação mais completa das áreas a montante e a jusante
Cuidados: o terreno de fundação deve ter boa capacidade de suporte e é indispensável a execução de sistema de drenagem interno
Cortina cravada - Estrutura constituída por estacas ou perfis cravados no terreno, trabalhando à flexão e resistindo pelo apoio da parte enterrada do perfil. Podem ser obras contínuas (estacas-prancha ou estacas justapostas) ou descontínuas. Nesse último caso, as estacas ou perfis metálicos são cravados a uma certa distância um do outro. O trecho entre eles é preenchido por pranchões de madeira ou placas de concreto armado.
Aplicação: o sistema costuma ser mais empregado em obras de contenção provisórias 
Vantagens: eficácia e segurança
Cuidados: como funcionam à flexão, tais estruturas costumam ser bastante deformáveis
Cortina de concreto atirantada - Formada por muros delgados de concreto armado com espessuras entre 0,20 m e 0,30 m, contidos por tirantes protendidos. Em geral, são verticais ou subver-ticais com os tirantes distribuídos de maneira uniforme com espaçamentos que variam de acordo com a altura da contenção e os esforços atuantes. O paramento pode ser composto de placas isoladas para cada tirante, de placas englobando dois ou mais tirantes ou de cortina única, incorporando todos os tirantes.
Aplicação: em qualquer situação geométrica, tipo de solo ou condição hidrológica
Vantagens: eficácia, segurança e versatilidade
Cuidados: necessidade da presença de horizontes resistentes e estáveis o suficiente para a ancoragem dos tirantes a profundidades compatíveis
Tela metálica fixada por chumbadores e recoberta por concreto projetado - Conhecido como solo grampeado ou "soil nailing", consiste no reforço do maciço pela introdução de chumbadores (barras de ferro) e posterior reco-brimento do talude com tela metálica fixada por pinçadores e aplicação de concreto projetado com 7 a 10 cm de espessura. Utilizada há muito tempo em terrenos rochosos, o sistema foi aperfeiçoado com a introdução do concreto projetado. 
Aplicação: taludes de corte em solo
Vantagens: não requer escavações, fôrmas, escoramentos ou andaimes
Cuidados: instalação de barbacãs, drenos profundos, canaletas etc. 
Estruturas de contenção com solo reforçado com geossintéticos - Maciço formado por mantas geotêxteis ou geogrelhas intercaladas com camadas de aterro compactado. Funciona como uma estrutura de contenção convencional. Cabe aos elementos geossintéticos, além do confinamento do solo junto à face externa, resistir aos esforços de tração desenvolvidos no maciço.
Aplicação: contenção de taludes
Vantagens: rapidez de execução, simplicidade e baixo custo
Cuidados: devem ser utilizados geossintéticos de propriedades mecânicas conhecidas (resistência à tração, interação com o solo, comportamento em fluência)
Terra armada - Sistema constituído pela associação de solo compactado e armaduras, comple-mentada por um paramento externo composto de placas chamado "pele". Possui três componentes principais: o solo que envolve as armaduras; as armaduras horizontais de aço galvanizado em forma de fitas, que são fixadas às peles por parafusos, e, por fim, a própria pele, que pode ser constituída de escamas metálicas flexí
veis ou placas rígidas de concreto armado.
Aplicação:
aterros até 20 m de altura
Vantagens: rapidez de construção, grande flexibilidade e tolerância a recalques diferenciais
Cuidados: o solo a ser utilizado como material de reaterro sobre as armaduras deve apresentar boas características de atrito interno
Muro de blocos estruturais de concreto apoia-do sobre microestacas e contido por chumba-dores - O método consiste na execução de microestacas verticais e inclinadas unidas a uma viga-baldrame de concreto. Em intervalos de 2 m a 2,5 m são instalados pilaretes de concreto unidos à base. Nos pilaretes são fixados chumbadores suborizontais com cerca de 8 m de comprimento. Os vãos dos quadros são preenchidos com alvenaria de blocos estruturais de concreto com ferros passantes horizontais que unem as vigas horizontais.
Aplicação: obras viárias urbanas para alturas até 4 m em terrenos naturais sem matacões
Vantagens: estrutura leve e apta a receber esforços horizontais. Pode ser construída a meia encosta, próxima à rua
Cuidados: construção de uma camada drenante de brita recoberta com geotêxtil na face interna do muro, além de uma série de barbacãs
Paredes-diafragma - São cortinas de concreto armado moldadas no solo em painéis sucessivos. Costumam ser bastante empregadas também com painéis pré-moldados. Em geral, as paredes-diafragma possuem es-pes-suras entre 0,40 m e 1,20 m e painéis de comprimento mínimo de 2,50 m.
Aplicação: quando da execução de escavações profundas junto a edificações preexistentes
Vantagens: podem ser implantadas em quase qualquer tipo de terreno sem rebaixamento do lençol freático, não provocam vibrações ou desconfinam o terreno adjacente, suportam de forma simultânea pressões laterais e cargas verticais, podem ser incorporadas à estrutura em construção e funcionam como cortina de impermeabilização
Cuidados: checar se há acesso para os equipamentos necessários à execução e se há presença de matacões no terreno, o que pode inviabilizar a utilização

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