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Manual Basico de APH

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Protocolo de Atendimento Pré-
Hospitalar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÓPIA CONTROLADA 
Proibida a Reprodução Parcial ou Total 
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
Revisão-04 
Pág. 2 de 137 
CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
 
 
 
 
 
CONTROLE DE REVISÕES 
 
REV DATA DESCRIÇÃO DAS ALTERAÇÕES 
00 2001 Emissão Inicial 
01 2003 Revisão Geral 
02 2004 Revisão Geral 
03 2006 Revisão Geral, Adequação ao Protocolo da AHA 
04 2008 
Revisão Geral, Adequação ao Protocolo PHTLS e Adequação à metodologia aplicada 
na AutoBAn 
05 2012 Revisão Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ricardo Gesualdo 
Cesar Augusto Roldan dos Santos 
 
Elaboração 
 Milton Pedro Lopez 
 
Verificação 
José Antonio Coelho Junior 
 
Aprovação 
CÓPIA CONTROLADA 
Proibida a Reprodução Parcial ou Total 
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
Revisão-04 
Pág. 3 de 137 
CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interação com o Cliente 
Resgate 
5ª edição - 2012
CÓPIA CONTROLADA 
Proibida a Reprodução Parcial ou Total 
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
Revisão-04 
Pág. 4 de 137 
CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
 
 
 
Sumário 
 
Radiocomunicação...................................................................................................................... 5 
Relacionamento com a Imprensa ................................................................................................ 6 
Atendimento Pré-hospitalar .............................................................................................. 7 
Cinemática do Trauma ................................................................................................................ 7 
Análise Primária .......................................................................................................................... 8 
Análise Secundária ................................................................................................................... 11 
A. Manejo da Via Aérea ....................................................................................................... 13 
Obstrução de vias aéreas ......................................................................................................... 14 
B. Manejo da Ventilação ..................................................................................................... 16 
C. Manejo da Circulação, da Hemorragia e do Estado de Choque .................................. 17 
Traumatologia .................................................................................................................. 19 
Conceitos Básicos..................................................................................................................... 19 
Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) ...................................................................................... 30 
Trauma Raquimedular .............................................................................................................. 33 
Trauma Torácico ....................................................................................................................... 34 
Trauma Abdominal .................................................................................................................... 35 
Trauma em Gestantes .............................................................................................................. 36 
Traumatismo músculo esquelético ............................................................................................ 38 
Trauma Pediátrico ..................................................................................................................... 42 
Politraumatizado ....................................................................................................................... 44 
Afogamento ...................................................................................................................... 44 
Desmaios ou Síncopes ............................................................................................................. 46 
Convulsão ................................................................................................................................. 47 
Infarto Agudo do Miocárdio ....................................................................................................... 47 
Angina Pectoris ......................................................................................................................... 48 
Acidente Vascular Cerebral (AVC) ............................................................................................ 48 
Emergências Psiquiátricas ........................................................................................................ 49 
Emergências Respiratórias ....................................................................................................... 49 
Salvamento ....................................................................................................................... 51 
Avaliação da Cena .................................................................................................................... 51 
Desencarceramento e Extricação ............................................................................................. 53 
Veículos equipados com “air bag” ................................................................................ 68 
Veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular) .......................................................... 73 
Combate a incêndio ......................................................................................................... 77 
Extinção de Princípios de Incêndios .......................................................................................... 80 
Extintores .................................................................................................................................. 81 
Cabos e Nós ..................................................................................................................... 84 
Técnicas de Resgate em Ribanceira e Rapel ................................................................ 87 
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos .......................................................... 109 
Atuação com Apoio de Aeronaves ............................................................................... 125 
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 131 
CÓPIA CONTROLADA 
Proibida a Reprodução Parcial ou Total 
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
Revisão-04 
Pág. 5 de 137 
CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
Radiocomunicação 
Orientações Gerais 
• Comunicação deve ser rápida, clara e sucinta; 
• Prioridade deve ser respeitada; 
• Acionar o rádio somente após o término da transmissão anterior (exceto 
prioridades); 
• Comunicação é gravada; 
• Horário de chegada e deslocamento devem ser fidedignos; 
• Informação inicial obrigatória (ao chegar ao local): 
• Quantidade de veículos; 
• Interferências nas faixas de rolamento; 
• Provável quantidade de vítimas; 
• Provável gravidade das vítimas. 
• Informação secundária(Informação da vítima): 
– Informar todos os dados da vitima: 
• Nome, se possível; 
• Sexo; 
• Idade; 
• Sinais vitais (pulso, FR, PA, GCS, outros); 
• Código da vítima. 
 
 
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
Revisão-04 
Pág. 6 de 137 
CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
Relacionamento com a Imprensa 
 
Nos atendimentos em que existe a presença de veículos de imprensa (rádio, TV, jornais, 
etc.), a equipe de resgate deverá adotar a seguinte conduta: 
 
 Tratar a equipe de reportagem de forma cordial e respeitosa; 
 
 Não fornecer qualquer declaração; 
 
 Solicitar ao repórter para que entre em contato com a comunicação da AutoBAn 
(0800 055 55 50); 
 
 Não realizar comentários na presença dos repórteres; 
 
 Não permitir exposição da vítima e imagem no interior da VTR, se houver 
insistência da equipe de reportagem dizer a seguinte frase: “O Sr. está 
atrapalhando o atendimento e não queremos prejudicar a vitima, por favor entre em 
contato com a assessoria de comunicação da AutoBAn, pois eles irão fornecer 
todas as informações de que o Sr. necessite”. Se a equipe de reportagem insistir, 
sempre repetir a frase anterior; 
 
 Nunca colocar a mão na câmera; 
 
 Toda presença de imprensa deve ser imediatamente comunicada ao CCO, 
informando: 
 
 Qual o veículo (SBT, Globo, Cultura, Jornal de Jundiaí, Rádio Bandeirantes, 
etc.); 
 
 Nome do repórter (se possível). 
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
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PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
Atendimento Pré-hospitalar 
 
Cinemática do Trauma 
 
É o processo de inspecionar a cena para estudar as forças e movimentos envolvidos no 
trauma que podem causar as lesões da vítima. 
 
Leis da Energia e do Movimento 
 
Lei da Inércia (1a lei de Newton) - Todo corpo tende a permanecer parado ou em 
movimento até que uma força externa aja sobre ele. Quando estamos dentro de um 
veículo, nos incluímos nesta lei. Assim, quando o veículo para por colisão com outro 
objeto (em movimento ou fixo), o nosso corpo não para e colide com os objetos que 
encontramos (quando não utilizamos o cinto de segurança) pela frente, o volante, o painel 
e o vidro frontal. 
 
Lei da energia cinética (energia do movimento) – Na natureza nada se cria, nada se 
perde, tudo se transforma. Assim também ocorre com a energia empregada em um 
acidente. Essa energia está relacionada ao peso do corpo (massa é o termo mais correto) 
e à velocidade na qual a pessoa viaja. É descrita pela seguinte fórmula: 
 
Energia cinética = massa corpórea x Velocidade2 
 2 
 
A energia cinética produzida em uma colisão é absorvida pelo veículo e pelos ocupantes 
deste veículo e, como não se perde, se transforma em lesões. 
Portanto, é preferível encontrarmos veículos envolvidos em acidentes bastante 
danificados, pois é sinal de que parte da energia cinética foi dissipada nesse material, e 
não nas vítimas. 
Usando esses princípios básicos, podemos prever o que ocorre em determinados tipos de 
trauma: 
 
Colisão frontal 
 
Trajetória para frente e para cima: Trauma de face e crânio, trauma raquimedular, 
trauma de tórax, abdome e membros (superiores e inferiores). 
 
Trajetória para frente e para baixo: Trauma de face e crânio, trauma raquimedular, 
trauma de tórax, abdome e membros (superiores e inferiores), fratura de tornozelo, joelho, 
fêmur e, consequentemente, a pelve. 
 
 
Colisão traseira: Lesão cervical causada pela hiperextensão do pescoço, que pode até 
levar a parada cardiorrespiratória por lesões cervicais. 
 
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
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CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
Colisão lateral 
 
Membros Superiores, fraturas de clavícula e costelas; 
Ruptura de Aorta; 
Pneumo e Hemotórax; 
Tórax Instável; 
Traumas Abdominais; 
Trauma de Pelve; 
Trauma Cranioencefálico; 
Lesão cervical pode ocorrer por rotação ou flexão lateral da coluna (TRM). 
 
Queda da própria altura - 3x a altura (fatal); 
Pesquisar por fraturas de calcâneo, L4 e L5. 
 
Atropelamentos - Há três mecanismos de trauma 
 1 - Carro x Vítima (impacto nas pernas e nos quadris) 
 2 - Vítima x Carro (o tronco da vítima rola sobre o capô do carro) 
 3 - Vítima x Chão (a vítima cai do carro e atinge o solo) 
 
 
Explosão - Há cinco mecanismos de trauma 
 1º estágio. Onda de pressão atinge a vítima. 
 2º estágio. Fragmentos lançados podem causar lesões. 
 3º estágio. A vítima se torna um projétil e é lançada ao chão contra outros objetos. 
 4º estágio. Onda de calor resultando em queimaduras. 
 5º estágio. Bomba “suja”, artefato explosivo com contaminação química, biológica 
ou radioativa. 
 
Análise Primária 
 
 
OBJETIVO: Criar uma sistemática de atendimento que seja eficiente e que minimize 
as lesões e risco de vida das vítimas. 
 
A análise primária das vítimas consiste em determinar as lesões que causam maior risco 
de vida, priorizando o atendimento a essas lesões. Trata-se de uma análise simultânea e 
global capaz de identificar lesões óbvias e significantes de respiração, circulação e 
neurológicas graves. 
 
Assim, dividimos o atendimento em cinco fases e em uma ordem de prioridade: 
 
A: Vias aéreas, Estabilização da Coluna Cervical e Oxigenioterapia. 
B: Respiração, Ventilação, Oximetria. 
C: Circulação e Controle de Sangramento Abundante. 
D: Avaliação Neurológica (Escala de Coma de Glasgow e Avaliação das Pupilas). 
E: Exposição e Controle da Hipotermia. 
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Interação com o Cliente – Resgate 
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PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
A: As vias aéreas superiores compreendem a porção que possibilita a passagem do ar 
aos pulmões. Uma vez que estas exercem grande importância para nossa respiração, 
devemos mantê-las sempre pérvias, ou seja, livres para que o ar consiga seguir seu 
curso normalmente. 
Uma obstrução de via aérea causa falta de oxigênio nas células (hipóxia) e, se não 
tratada, parada cardiorrespiratória. 
Para mantermos as vias aéreas pérvias, precisamos simultaneamente manter a coluna 
alinhada, principalmente a porção cervical, para isso é necessária a conduta de liberação 
de vias aéreas e imobilização cervical. 
Uma lesão de coluna cervical também caracteriza um forte risco à vida em vítimas com 
importante história de trauma, podendo em poucos minutos causar uma parada 
cardiorrespiratória ou lesão permanente em motricidade. Portanto, é muito importante 
proteger a coluna enquanto realizamos o atendimento. 
 
B: Uma via aérea superior pérvia não garante totalmente uma boa troca de ar nos 
pulmões, o ar pode ter passagem livre, mas, quando chega aos pulmões, encontra um 
problema que impossibilita uma troca eficaz (ex: pneumotórax). 
Uma correta avaliação do sistema ventilatório depende principalmente de um bom exame 
físico, que compreende avaliar a simetria e expansibilidade torácica, palpar o tórax, 
auscultar ambos os pulmões, identificando murmúrio vesicular sem ruídos adventícios. 
A frequência respiratória normal em um adulto varia de 12 a 20 movimentos ventilatórios 
por minuto, acima de 30 movimentos por minuto caracteriza uma ventilação 
extremamente rápida e superficial (taquipneia), podendo indicar hipóxia. 
O acúmulo de CO2 no sangue e o baixo nível de O2 pioram a o estado clínico da vítima, o 
resgatista deverá estar atento para este fato, poisresultará em má perfusão tecidual, 
produzindo metabolismo anaeróbico e, consequentemente, acidose sanguínea. 
 
C: O sistema circulatório é importante para a perfusão dos tecidos e sobrevivência celular. 
Quando uma lesão compromete o sistema circulatório, compromete também a chegada 
de oxigênio às células; uma vez sem oxigênio, a célula deteriora e morre. 
O aparelho cardiovascular é avaliado através do pulso e frequência cardíaca, tempo de 
perfusão (enchimento) capilar, cor e temperatura da pele. 
 
PULSO: Avaliar o pulso quanto à: presença, qualidade (cheio/fino), regularidade e 
frequência (taquicardia, bradicardia ou arritmia). 
 
PELE: Tempo de perfusão capilar. Pressiona-se a porção distal do dedo mínimo ou 
polegar, avaliando a perfusão periférica dos tecidos; se o tempo de perfusão for maior que 
2 segundos, significa que os tecidos não estão sendo perfundidos adequadamente. 
Palidez cutânea, sudorese, pele fria, pulso rápido e respiração rápida são sinais clínicos 
precoces de choque. 
Na fase C concomitantemente avaliam-se os sangramentos externos e os sinais de 
choque. 
 
D: Avaliação Neurológica. O próximo passo, após avaliar e solucionar os problemas 
encontrados nas funções respiratória e circulatória, é avaliar o dano cerebral causado. 
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Interação com o Cliente – Resgate 
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PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
O nível de consciência pode ser avaliado por estímulos no paciente: motor, verbal e 
doloroso. Através da Escala de Coma de Glasgow (GCS) e Avaliação das Pupilas 
(simetria e fotorreação): 
 
Escala de Coma de Glasgow (GCS) 
 
Abertura Ocular Espontânea 4 
 Estímulo auditivo 3 
 Estímulo doloroso 2
 Ausente 1 
 
Resposta Verbal Orientado 5 
 Confuso 4 
 Palavras desconexas 3 
 Sons e gemidos 2 
 Ausente 1 
 
Melhor Resposta Motora Atende a solicitações 6 
 Localiza dor 5 
 Retira aos estímulos 4 
 Flexão anormal (decorticação) 3 
 Extensão anormal (descerebração) 2 
 Ausente 1 
 
Alguns fatores devem ser levados em consideração para avaliarmos o estado neurológico 
de uma vítima: 
 Diminuição da oxigenação cerebral por hipóxia ou hipoperfusão; 
 Lesão de Sistema Nervoso Central; 
 Doenças (distúrbios comportamentais, diabetes, deficientes mentais); 
 Uso de drogas ou excesso de álcool. 
 
De qualquer forma, toda confusão mental ou rebaixamento do nível de consciência 
no trauma devem ser tratados como hipóxia, até que se prove o contrário. 
 
E: É impossível avaliar correta e detalhadamente a vítima de trauma se estiver vestida. 
Um importante passo no atendimento é despir cuidadosamente a vítima e avaliá-la quanto 
a contusões e lesões que ficaram ocultas, atentando-se objetivar prevenir a integridade 
pessoal da mesma. 
Quando estiver consciente, devemos questionar os locais em que sente dor e avaliar a 
real necessidade de exposição; se necessário, fazê-la preferencialmente dentro de viatura 
de resgate. 
Em vítimas inconscientes, despi-la cuidadosamente, avaliar possíveis lesões e prevenir 
hipotermia com auxílio de bolsas térmicas, cobertores e/ou mantas aluminizadas. 
 
 
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Proibida a Reprodução Parcial ou Total 
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
Revisão-04 
Pág. 11 de 137 
CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
Análise Secundária 
 
 
Parte A – Análise secundária subjetiva 
- Relacionar o local da ocorrência com as lesões da vítima. 
- Questionar a vítima e/ou testemunhas – AMPLA. 
 
Parte B – Análise secundária objetiva 
- Verificar sinais vitais: frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial, 
perfusão capilar, coloração, temperatura e umidade da pele, tamanho e reatividade das 
pupilas. 
- Realizar o exame da cabeça aos pés. 
 
Parte A 
 
Elementos do AMPLA 
O resgatista deve obter as seguintes informações: 
- Queixa principal. 
- Idade e sexo. 
A – Alergias. 
M – Medicamentos. 
P – Passado médico ou cirúrgico (prenhez). 
L – Líquidos e refeições (horário da última refeição e intervalo até o trauma). 
A – Ambiente do trauma (o quê aconteceu?). 
 
 
Parte B 
 
Métodos de avaliação e aferição dos dados vitais 
 
Avaliação da Respiração: 
- Observar a expansão do tórax da vítima. 
- Contar os movimentos respiratórios em um minuto. 
- Observar a profundidade dos movimentos respiratórios, classificando em: normal, 
superficial e profundo. 
- Observar o tipo de respiração, quanto à: regularidade, simetria e ruídos emitidos. 
- Considerando o resultado da observação acima, classificar o tipo de respiração em: 
normal e alterada. 
- Considerar frequência respiratória alterada se esta for menor do que 10 m.r.m. ou maior 
que 30 m.r.m. 
 
 
Aferição do Pulso: 
- Empregar os dedos indicador e médio. 
- Posicionar as polpas dos dedos no sulco existente no punho, entre o osso rádio e os 
tendões. 
CÓPIA CONTROLADA 
Proibida a Reprodução Parcial ou Total 
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
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CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
- Exercer pressão suficiente para sentir o pulsar da artéria. 
- Contar os batimentos durante 30 segundos e multiplicar o resultado por 2, obtendo 
frequência de batimentos por minuto (b.p.m.). 
- Observar a regularidade do intervalo entre os batimentos, classificando em: regular e 
irregular. 
- Observar a intensidade do pulsar da artéria, classificando em: fino ou cheio. 
 
 
Aferição da Pressão Arterial (Método Auscultatório / Método Palpatório) 
 
1- Aferição da Pressão Arterial nos Membros Superiores 
 
 
2- Aferição da Pressão Arterial nos Membros Inferiores 
 
Avaliação das Pupilas 
- Abaixar as pálpebras da vítima por cinco segundos, abrindo rapidamente e observando 
a reação pupilar. 
- Em locais com pouca luminosidade, empregar a lanterna de pupilas. 
- Observar a contração das pupilas, classificando em: reativa e não reativa. 
- Observar a simetria entre as duas pupilas, classificando em: simétricas (isocóricas) e 
assimétricas (anisocóricas). 
- Observar o tamanho das pupilas, classificando em: midríase (pupila dilatada) e miose 
(pupila contraída). 
Observação: 3% da população apresentam anisocorias desde o nascimento, não 
havendo nenhuma relação com o trauma ou qualquer patologia. 4% da população 
apresentam discorias desde o nascimento, não havendo nenhuma relação com trauma 
ou quaisquer patologias. 
 
Avaliação da Perfusão Capilar Periférica 
- Checar a perfusão pressionando a polpa digital de um dos dedos da mão ou do pé. 
Soltar e observar o retorno à coloração rósea, classificando: 
- normal (retorno em até 2 segundos); 
- lenta (retorno acima de 2 segundos); 
- nula (não retorna à coloração rósea). 
 
Exame Cefalopodálico 
O exame da cabeça aos pés deve ser direcionado de acordo com a queixa principal. Este 
exame deve ser rápido, objetivo e completo: 
 
a) Cabeça: 
- Ferimentos ou deformidades 
- Secreção pela boca, nariz e/ou ouvidos (otoliquorreia ou nasoliquorreia, ou ambos) 
- Hálito (etílico ou cetônico) – lembre-se: o diagnostico é ato médico 
- Dor 
- Dentes quebrados, próteses dentárias 
CÓPIA CONTROLADA 
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Pág. 13 de 137 
CÓPIA CONTROLADA 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 
b) Pescoço: 
- Ferimentos ou deformidades 
- Ingurgitamento de veias 
- Desvio de traqueia 
- Resistência ou dor ao movimento 
- Crepitação 
- Dor 
 
c) Tórax e dorso: 
- Ferimentos e deformidades 
- Respiração difícil- Alteração na expansibilidade 
- Crepitação 
- Dor 
 
d) Abdômen: 
- Ferimentos e deformidades 
- Tumorações (principalmente pulsáteis) 
- Defesa ou rigidez 
- Dor à palpação 
 
 
e) Pelve e nádegas: 
- Ferimentos ou deformidades 
- Dor à palpação 
- Instabilidade e crepitação 
 
f) Extremidades (membros superiores e inferiores): 
- Ferimentos ou deformidades 
- Pulso distal (membros superiores - artéria radial; membros inferiores - pulso pedioso) 
- Resposta neurológica (sensibilidade, motricidade, força muscular) 
- Perfusão capilar 
- Dor 
 
 
A. Manejo da Via Aérea 
 
A obstrução da via aérea é a mais comum complicação de causa reversível no trauma. 
Todos os doentes de trauma como os de emergências clínicas devem ter a 
permeabilidade da via aérea assegurada. 
Consideramos via aérea o espaço compreendido entre o nariz e os bronquíolos, isto é, 
todo trajeto que o ar percorre até a chegada aos alvéolos. Neste trajeto não ocorre a 
passagem de oxigênio para a corrente sanguínea. 
Todo paciente que apresenta ausência de respiração ou ruídos respiratórios (roncos, 
gargarejo, assovio, etc.) deve ser considerado portador de obstrução de via aérea. 
CÓPIA CONTROLADA 
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 
Interação com o Cliente – Resgate 
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Obstrução de vias aéreas 
 
A causa mais comum de obstrução de via aérea em vítimas inconscientes é a queda da 
base da língua. Para desobstrução da via aérea, utilizamos as seguintes técnicas (em 
ordem de prioridade): 
 
a. Manobras Manuais (Elevação do Mento e Tração da Mandíbula) 
 
 Manobra de Tração da Mandíbula (“Jaw thrust”) 
 
- Posicionar-se atrás da cabeça da vítima, agachado e próximo. 
- Colocar as mãos espalmadas lateralmente a sua cabeça, com os 
dedos voltados para frente. 
- Posicionar os dois dedos indicadores em ambos os lados, no ângulo 
da mandíbula. 
- Posicionar os dois dedos polegares sobre o queixo da vítima. 
- Simultaneamente, fixar a cabeça com as mãos, elevar a mandíbula 
com os indicadores e abrir a boca com os polegares. 
- Esta manobra aplica-se a todas as vítimas inconscientes de trauma, pois proporciona ao 
mesmo tempo liberação das vias aéreas, alinhamento da coluna cervical e imobilização. 
 
Manobra de Elevação do Mento (“Chin lift”) 
- Segurar o queixo com o polegar e o indicador de uma 
das mãos e tracioná-lo para cima. 
- Não se deve estender o pescoço da vítima, portanto 
mantenha a cabeça firme com a outra mão. 
Esta manobra aplica-se a todas as vítimas inconscientes 
para obter liberação das vias aéreas, porém não imobiliza 
e protege a coluna cervical de possíveis lesões. Coloque 
um colar cervical na vítima assim que possível, de 
tamanho adequado. 
 
b. Dispositivos Provisórios (Cânula Orofaríngea ou Cânula de Guedel) 
Após a liberação da via aérea com auxílio das manobras manuais, nas vítimas com 
reflexo do vômito ausente deve-se aplicar a cânula orofaríngea adequada ao tamanho da 
vítima. 
 Para medir a cânula, devemos posicioná-la na lateral da cabeça da vítima, sendo 
que a cânula de tamanho adequado deverá se posicionar da rima labial ao arco da 
mandíbula. A introdução da cânula orofaríngea em adultos deverá ser feita na posição 
invertida, isto é, virada para cima e, após a introdução parcial, deve ser rodada até a 
posição normal e introduzida até o término. Nas crianças, a introdução da cânula 
orofaríngea deve ser feita diretamente, isto é, sem o giro e com auxílio de um abaixador 
de língua. 
c. Dispositivos Definitivos (Intubação Orotraqueal, Intubação Nasotraqueal, etc.) 
A utilização de dispositivos para obtenção de via aérea definitiva é restrita ao Suporte 
Avançado. 
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Obstrução de Via Aérea por Secreção (sangue, vômito, etc.) 
Os pacientes portadores de secreção na via aérea deverão ter a mesma aspirada, para 
isto deve ser utilizada sonda de aspiração grossa e aspirador manual ou sistema de 
vácuo. As manobras de aspiração devem ser rápidas e intermitentes. Lembre-se de que, 
ao aspirar o paciente, você está momentaneamente piorando a hipóxia da vítima. 
 
 
Obstrução de Via Aérea por Corpo Estranho 
Adulto consciente engasgado: 
Pergunte: Você pode falar? 
Se não puder, inicie imediatamente compressões abdominais (vide figuras), para que, 
aumentando a pressão intra-abdominal, seja transferida para a cavidade intratorácica e o 
“corpo estranho” seja expelido. 
Essa técnica é denominada de Manobra de Heimlich. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adulto inconsciente engasgado 
 
Verifique a inconsciência. Contate o CCO e acione o Suporte Avançado. 
Deite a vítima em decúbito dorsal horizontal. 
Libere as vias aéreas (se o corpo estranho for visível, retire-o). 
Verifique a atividade respiratória; se não houver, tente efetuar ventilação boca-máscara 
ou bolsa-máscara (AMBU); (2 ventilações de resgate) confirme elevação do tórax. 
Observe se a vítima respira; caso ainda não respire, inicie compressões no tórax, na 
frequência de 30 compressões para 2 ventilações, em uma frequência de 100 
compressões por minuto. 
Observe se o objeto é visível antes da ventilação. 
 
Bebê consciente engasgado 
Constate a obstrução através de sinais clínicos (dificuldade respiratória, cianose, etc.), 
contate o CCO e solicite o Suporte Avançado no local. 
Posicione o bebê de bruços em seu braço. 
Efetue 5 golpes entre as escápulas. 
Vire o bebê de costas em seu braço. 
Efetue 5 compressões no esterno. 
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Repita a sequência até obter sucesso na manobra ou perder a consciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bebê inconsciente engasgado 
Verifique inconsciência (se estiver inconsciente), informe o CCO e solicite o Suporte 
Avançado no local. 
Deite o bebê de costas em uma superfície plana. 
Abra a cavidade oral e tente visualizar o corpo estranho. 
Se conseguir, tente removê-lo com os dedos (sem varredura digital). 
Verifique a respiração; se ausente, aplique 2 ventilações. 
Inicie compressões no tórax na frequência de 30 compressões para 2 ventilações, em 
uma frequência de 100 compressões por minuto. 
Durante o ciclo de RCP, abra a via aérea e observe se o objeto é visível antes de cada 
ventilação. 
 
 
B. Manejo da Ventilação 
 
Após garantir a permeabilidade da via aérea, devemos avaliar a ventilação da vítima. Esta 
deverá ser feita através da inspeção e palpação do tórax: 
 Inspeção do Tórax: Observar frequência (alta, normal ou baixa) e simetria dos 
movimentos respiratórios, ferimentos e/ou deformidades no tórax e utilização de 
musculatura acessória. 
 Palpação do Tórax: Verificar deformidades, presença de enfisema subcutâneo 
(ar solto debaixo da pele) ou dor. 
 
Ventilação Assistida: Todo paciente adulto com frequência respiratória superior a 30 ipm 
ou inferior a 10 ipm deve ter a ventilação assistida, com intermédio de Máscara e Ambu 
com reservatório de oxigênio. 
 
Devemos ofertar oxigênio para todo paciente com Sat O2 inferior a 95%. 
 
 
 
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C. Manejo da Circulação, da Hemorragia e do Estado de Choque 
 
Após garantir a permeabilidade da via aérea e a ventilação adequadada vítima, todas as 
hemorragias abundantes aparentes (externas) devem ser estancadas, para isto deverão 
ser utilizadas as seguintes técnicas (na sequência abaixo): 
1. Compressão Direta: Em hemorragias externas, comprima firmemente o local, com 
gaze ou compressa tipo ZOOBEC, se necessário complementando com novas 
compressas, nunca retirando os mesmos para checar se o sangramento parou. 
2. Torniquete: Considerar o uso de torniquete para as grandes hemorragias que não 
são controladas, mesmo após a manobra anterior. Para aplicar o torniquete, pode 
ser utilizado o aparelho de pressão (esfignomanômetro) e obrigatoriamente deve se 
anotar a hora em que o mesmo foi introduzido. 
3. Curativos Hemostáticos: São curativos que provocam a coagulação do sangue, 
interrompendo a hemorragia, somente podem ser utilizados na presença do médico. 
Após estancar as hemorragias externas abundantes, inicia-se a avaliação da 
circulação pelos critérios abaixo: 
 Pele: Avaliar a cor (pálida, corada, cianótica, etc.) e a umidade (seca ou 
úmida); 
 Mucosa: Avaliar a cor (pálida ou corada); 
 Tempo de Enchimento Capilar (através da compressão do leito ungueal): 
maior que 2 segundos; menor que 2 segundos ou ausente; 
 Pulso: Frequência (rápido, normal ou lento), amplitude (cheio ou filiforme) e 
ritmo (rítmico ou arrítmico). 
Obs. 1: Todo paciente portador de TAQUICARDIA (pulso rápido), PALIDEZ CUTÂNEA 
e MUCOSA e TAQUIPNEIA (frequência respiratória aumentada) deve ser considerado 
como portador de CHOQUE! 
Obs. 2: Nas hemorragias internas, o tratamento definitivo é o cirúrgico. 
Obs. 3: A reposição volêmica somente é realizada na presença do Suporte Avançado. 
 
Estado de Choque 
O choque hipovolêmico é classificado de acordo com a tabela abaixo: 
 
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Tabela de perda estimada de sangue em um indivíduo de 70 kg 
 Classe I Classe II Classe III Classe IV 
Perda sanguínea 
(ml) 
Até 750 750 - 1500 1500 - 2000 > 2000 
Perda sanguínea 
(% vol. sanguíneo) 
Até 15% 15% - 30% 30 - 40% > 40% 
Frequência de 
pulso 
< 100 > 100 > 120 > 140 
Pressão arterial Normal Normal Diminuída Diminuída 
Frequência 
respiratória 
14 - 20 20 - 30 30 - 40 > 40 
Estado mental/ 
SNC 
Levemente 
ansioso 
Moderadamente 
ansioso 
Ansioso, 
confuso 
Confuso, 
letárgico 
Estado de Choque Compensado Compensado Descompensado Descompensado 
 
 
 
 
 
 
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Traumatologia 
 
 
Conceitos Básicos 
 
 
1- Traumatologia 
É o estudo das consequências das ações dos agentes traumáticos nas vítimas. 
Agente traumático é tudo que pode causar uma lesão na vítima. 
 
Classificação 
 
De acordo com o tipo de agente traumático: 
 Mecânicos, físicos, químicos e psicológicos (que levam às causas anteriores). 
 
De acordo com o tipo de lesão que o agente traumático causa na vítima: 
 Então temos: 
 
 Contusão é uma agressão orgânica causada por um agente externo em que não 
ocorre perda da integridade da pele. 
 Lembre-se: Toda vez que temos uma contusão, podemos ter lesão interna do 
corpo. 
 
 Ferimento, ferida traumática ou trauma aberto é toda agressão causada por um 
agente externo ou traumático em que existe perda da integridade da pele. 
 Lembre-se: O importante em ferimentos é saber se o agente traumático penetrou 
ou não em uma cavidade natural do indivíduo. 
 Assim teremos: ferimentos externos (ou superficiais) e penetrantes (ou profundos), 
e em caso mais graves as lacerações ou avulsões. 
 
 Fratura é a perda total ou parcial de continuidade de um osso. 
 Lembre-se: Ao socorrermos alguém, devemos sempre nos preocupar com o 
indivíduo como um todo e não somente com o osso fraturado. Às vezes a fratura é menos 
importante do que o local que os fragmentos ósseos possam ter atingido. Por exemplo: 
uma fratura de crânio, de coluna vertebral, de arcos costais, podem levar a lesões de 
órgãos internos importantes como o cérebro, a medula nervosa e o pulmão ou coração. 
 
 Entorse e luxação são patologias que atingem a articulação. Na entorse existe 
perda da relação dos ossos da articulação com a volta espontânea dos mesmos para o 
lugar, enquanto na luxação os ossos permanecem fora do lugar. 
 Lembre-se: Os locais mais comuns de entorse e luxação são o ombro, o quadril e o 
tornozelo. 
 
 Distensões musculares, lesões ligamentares e tendinosas são aquelas que 
atingem o sistema muscular e seus elementos decorrentes de esforço exagerado ou uso 
inadequado, ou então se apresentam junto com outros traumas nos politraumatismos. 
Atelie Bia Carvalho
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Atelie Bia Carvalho
Realce
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 Lesões vasculares são aquelas que atingem as veias e artérias, podendo causar 
hemorragias internas e externas. 
 Lembre-se: Normalmente na hemorragia arterial o sangue sai vermelho vivo e em 
jatos intermitentes, e na venosa sai vermelho escuro e continuamente. Posteriormente 
veremos como tratar as hemorragias. 
 
 Queimaduras são lesões causadas no corpo por calor, frio, produtos químicos ou 
radiação, inclusive o sol. 
 Lembre-se: A gravidade de uma queimadura depende da profundidade na pele e 
principalmente do tamanho da área atingida. 
 
 Eletrocussão ou choque elétrico são acidentes causados por eletricidade, 
podendo levar apenas a lesão de pele ou até a parada cardiorrespiratória. 
 
 
2 - Volemia 
 
 É o volume sanguíneo total circulante. Embora existam variações individuais, a 
volemia de um adulto normal corresponde a aproximadamente 7% de seu peso corpóreo. 
Exemplo: um indivíduo de 70 kg deve ter aproximadamente 5 litros de sangue circulante. 
Em crianças, a volemia é considerada de 8 a 9% do peso corpóreo (80 a 90 ml/kg). 
 
 
3 - Hemorragia 
 
É a perda aguda do volume sanguíneo. 
 
Classificação: 
 
a) Segundo a localização: 
 
Hemorragia Interna: é a perda aguda de sangue para o meio interno ou cavidade 
(cavidades do tórax, abdome e pelve, além de fraturas de fêmur e bacia), o que 
impossibilita a visualização direta, sendo detectada pelos sinais de choque. 
 
Hemorragia Externa: é quando o sangue sai dos vasos para o exterior, sendo 
visível na análise primária. 
 
4 - Choque 
 
É uma síndrome clínica cujos sinais e sintomas são consequência de uma 
inadequada perfusão orgânica e má oxigenação tecidual, decorrente de qualquer 
disfunção no sistema cardiovascular. 
 
 
 
Atelie Bia Carvalho
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Atelie Bia Carvalho
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Classificação 
 
Hipovolêmico, restritivo (pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco), 
cardiogênico, neurogênico, séptico e anafilático. 
 
O choque hipovolêmico ocorre devido à perda de sangue ou outros líquidos 
corpóreos. 
O choque cardiogênico ocorre devido a patologias cardíacas.O choque neurogênico ocorre quando existe uma lesão completa da medula 
vertebral. 
O choque séptico ocorre em infecções graves e tardiamente. 
O choque anafilático necessita de um agente agressor que causa uma reação 
alérgica que culmina com a diminuição da pressão arterial. 
 
Observações: 
 
 Toda vítima de trauma com taquicardia (frequência cardíaca elevada), taquipneia 
(frequência respiratória elevada), pele fria, úmida e pálida está em choque, até que 
se prove o contrário. 
 Todo traumatizado em choque está com choque hipovolêmico por sangramento, 
até que se prove o contrário. 
 Toda vítima de trauma em choque necessita de oxigênio. 
 O aumento da frequência cardíaca e do pulso é o sinal mais precoce de 
hipovolemia, sendo a queda da pressão arterial sinal tardio. 
 
 
5 - Queimaduras 
 
Introdução 
Grande parte das queimaduras é de pequena gravidade, ocorrendo em residências e 
decorrentes de acidentes domésticos. Somente de 3% a 5% dos casos são graves. 
A pele é o maior órgão do corpo humano e tem várias funções. É a barreira contra perdas 
de água e calor do corpo. Tem também papel importante na proteção contra infecções. 
As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou radioativa. 
 
Queimaduras Térmicas 
São causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos e gases aquecidos e 
calor de chamas. 
 
Queimaduras Elétricas 
São produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou baixa voltagem. A lesão é 
causada pela produção de calor que ocorre à medida que a corrente elétrica atravessa o 
tecido. 
 
Queimaduras Químicas 
Resultam através do contato de substâncias corrosivas, líquidas ou sólidas, com a pele. 
Atelie Bia Carvalho
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Atelie Bia Carvalho
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Atelie Bia Carvalho
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Queimaduras por Radiação 
Resultam da exposição à luz solar ou a fontes nucleares ou radioativas. 
 
Conduta em queimaduras: 
 
- Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. 
- Mantenha as vias aéreas pérvias e estabilize a coluna cervical da vítima. 
- Verifique os movimentos respiratórios e se necessário inicie manobras de 
respiração artificial. 
- Verifique os prováveis sangramentos e/ou parada cardíaca e se necessário 
controle a hemorragia e inicie massagem cardíaca. 
- Verifique o estado neurológico e a exposição. 
- Toda roupa não aderida deve ser removida para interromper o processo de 
queimadura. 
- Faça monitorização dos sinais vitais constantemente. 
- Providencie assim que possível transporte para tratamento definitivo em hospital de 
referência. 
 
Determinar a severidade da lesão: profundidade da queimadura, percentual de superfície 
corporal queimada (SCQ), localização da queimadura, associação com outras lesões, 
comprometimento de vias aéreas e estado prévio da vítima. 
 
A profundidade da queimadura é importante para avaliar sua gravidade, para planejar o 
tratamento da ferida e para prever os resultados funcionais e cosméticos finais. 
 
Classificação das queimaduras quanto à profundidade 
Depende das camadas da pele afetadas. As queimaduras são classificadas em primeiro, 
segundo e terceiro grau. 
 Queimaduras de primeiro grau (ex., queimaduras solares) são caracterizadas por 
eritema, dor e ausência de bolhas. Não determinam risco de vida. 
 Queimaduras de segundo grau ou queimaduras de espessura parcial são 
caracterizadas pela aparência vermelha ou mosqueada e pela presença de edema 
e bolhas. A superfície pode apresentar-se com aparência “lacrimejante” ou úmida, 
causando dor intensa. 
 Queimaduras de terceiro grau ou de espessura total costumam ser escuras e 
ter aparência de couro. A pele pode apresentar-se translúcida, mosqueada ou 
esbranquiçada, com aspecto de cera. A superfície é indolor e seca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Classificação das Queimaduras quanto à Profundidade 
Profundidade Aparência Textura da 
Pele 
Enchimento 
Capilar 
Dor Cura 
Epiderme 
Superficial 
Eritema Normal Sim Sim Sim 
Derme Superficial Eritema com bolhas Edema Sim Sim Mínima 
Derme Profunda Rósea ou Branca Espessa Variável Não Densa 
Toda a Derme Branca/negra/marrom Espessa Não Não Não 
 
 
 
 
 
 
 
 1º grau 2º grau 3º grau 
 
 
Extensão da Lesão 
 
É estimada pelo resgatista como porcentagem de superfície corporal queimada. Os dois 
métodos mais utilizados são a regra dos nove e da palma. 
 
a. Regra da Palma 
A palma da mão da vítima, não incluindo os dedos, representa aproximadamente 1% da 
superfície corporal (SC). Assim, o resgatista pode estimar a extensão de uma queimadura 
calculando o número de palmas. 
 
b. Regra dos Nove 
É uma regra prática e útil para determinar a extensão da queimadura. O corpo de um 
adulto é dividido em regiões anatômicas que representam 9%, ou múltiplos de 9%, da 
superfície corpórea total. Assim sendo, a cabeça representa 9%, membros superiores 9% 
cada um deles, membros inferiores 18% cada um deles e tronco 36% em sua face 
anterior e posterior. 
A área de superfície corpórea da criança é consideravelmente diferente daquela do 
adulto. 
 
 
 
6 - Choque Elétrico 
 
As queimaduras elétricas frequentemente são mais graves do que parecem à inspeção 
externa. O corpo humano serve como um condutor da energia elétrica e o calor gerado 
resulta em lesão térmica dos tecidos. 
 
 
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O choque elétrico pode provocar: 
- Parada cardiorrespiratória 
- Queimaduras, indicando ponto de entrada e saída da corrente elétrica 
- Traumas associados 
 
 
Sinais e Sintomas: 
- Distúrbios da visão 
- Zumbidos 
- Parada respiratória 
- Lesão muscular que causa mioglobinúria (lesão muscular), levando a 
insuficiência renal 
- Lesões nos ossos e nas articulações decorrentes da violenta contração 
muscular 
- Arritmia cardíaca 
- Convulsões 
 
 
Conduta no Choque Elétrico 
 
- Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. 
- Afaste a vítima da fonte de eletricidade, 
utilizando equipamentos (EPI) que não sejam 
condutores de corrente elétricas. 
- Mantenha as vias aéreas pérvias e estabilize a 
coluna cervical da vítima. 
- Verifique os movimentos respiratórios e se 
necessário inicie manobras de respiração 
artificial. 
- Verifique os prováveis sangramentos e/ou 
parada cardíaca e se necessário controle a hemorragia e inicie massagem 
cardíaca. 
- Verifique o estado neurológico e a exposição. 
- Faça monitorização dos sinais vitais constantemente. 
- Providencie assim que possível transporte para tratamento definitivo em 
hospital de referência. 
 
Observações 
 
 “Não se exponha ao perigo.” 
 Tente primeiro desligar a fonte de energia. 
 Na dúvida, aguarde uma equipe técnica, para evitar acidentes com eletricidade. 
 Se não for possível e for seguro, use um cabo seco de madeira para separar a 
vítima do fio energizado. 
 Se a vítima estiver no interior de um veículo, peça para a mesma ficar no seu 
interior, até que a companhia de eletricidadepossa desenergizar os fios do local. 
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 Se houver risco iminente de incêndio ou explosões, oriente a vítima a pular do 
veículo para a terra sem fechar o circuito com o solo. 
 Sempre considerar a vítima de choque elétrico como grave, mesmo que não haja 
sinais externos que indiquem isto. 
 
 
7 - Ferimentos 
 
São classificados de acordo com a sua extensão, tipo e complicações. 
 
Classificação dos Ferimentos 
 
Ferimento Incisivo: Bordas regulares e o comprimento prevalecem sobre a 
profundidade. 
Exemplo: navalhas, bisturis, lâminas de metal e vidro. 
 
 
Ferimento Cortocontuso: Varia com o agente causador, podendo apresentar bordas 
irregulares, edema e hematoma. 
 
Ferimentos Perfurantes: São superficiais ou profundos, transfixantes ou não, sua 
gravidade varia de acordo com a profundidade e o órgão atingido. 
 
Ferimentos Perfurocontusos: Causados geralmente por projéteis de armas de fogo, 
existindo área de contusão com orifício de entrada e de saída, sendo este último maior 
que o primeiro, contendo fragmentos orgânicos e do projétil. 
 
Avaliação dos Ferimentos: 
O resgatista deve ser capaz de avaliar o tipo de ferimento e classificá-lo. 
Limpar cuidadosamente o ferimento com solução fisiológica 0,9%. 
Realizar curativo. 
Caso haja hemorragia, usar método de hemostasia mais adequado para o ferimento. 
 
Observação 
 Ferimentos causados por objetos transfixantes que ficaram empalados, realizar 
curativos objetivando mantê-lo fixo. 
 
Ferimentos em Tecidos Moles 
 
Procedimentos 
 
1- Verificar o mecanismo de lesão. 
2- Identificar lesões que ameaçam a vida. 
3- Verificar a localização do ferimento, sugerindo lesões internas de órgãos, com ou sem 
hemorragia. 
4- Expor o ferimento sem piorá-lo. 
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5- Identificar se houve ruptura da integridade da pele. 
6- Avaliar a função neurovascular distal ao ferimento (pulso, motricidade e sensibilidade 
distal ao ferimento). 
7- Identificar se o ferimento é penetrante, não remover objeto empalado; somente retirar 
corpos estranhos soltos e que não ofereçam maiores riscos na remoção. 
8- Se houver resíduos, lavar ferimento com solução fisiológica a 0,9%. 
9- Cobrir o ferimento com gaze, fixando-a com fitas adesivas, ataduras ou bandagens. 
10- Em hemorragias, realizar curativos compressivos e proceder às condutas específicas. 
 
Os ferimentos deverão ser tratados durante a análise secundária, exceto aqueles 
acompanhados por grandes hemorragias. 
 
 
 
Técnica de imobilização de ferimento com objeto empalado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ferimentos na Cabeça e na Face 
 
Procedimentos 
 
1- Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical alinhada numa 
posição neutra. 
2- Aplicar curativo sem exercer forte pressão. 
3- Utilizar para o curativo a bandagem triangular ou atadura de crepe. 
4- Não retirar objetos empalados ou transfixantes. 
5- Estabilizar o objeto com auxílio de gaze, atadura e bandagem. 
6- Nos ferimentos com fratura de mandíbula, utilizar a cânula orofaríngea ou de Guedel 
nas vítimas inconscientes, para manter a via aérea pérvia. 
7- Estar atento aos sinais e sintomas de traumatismo craniano. 
Observações 
 Ferimentos de face associados à fratura são graves e frequentemente necessitam 
de manobras mais avançadas para a manutenção das vias aéreas (cricostomia). 
Identificando tal fato, contate o CCO e solicite a presença do Suporte Avançado 
local. 
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 Mantenha a coluna cervical imóvel durante os procedimentos, pois é frequente a 
possibilidade de existirem lesões de coluna cervical nas vítimas com ferimento de 
cabeça e face. Crianças com ferimentos extensos de couro cabeludo 
frequentemente apresentam queda de PA por perda sanguínea, haja vista a rica 
irrigação sanguínea do couro cabeludo. 
 
 
Ferimentos nos Olhos 
 
Procedimentos 
1- Não retirar nenhum corpo estranho do olho. 
2- Aplicar atadura oclusiva em ambos os olhos, para limitar os movimentos. 
3- Não fazer pressão sobre o globo ocular. 
4- Não tentar recolocar o globo ocular protuso no lugar. 
5- Em queimaduras químicas, seja por substância básica ou ácida, irrigar com soro 
fisiológico a 0.9% durante 10 minutos. Fazer a irrigação do centro para o canto externo 
do olho. 
6- Fazer a irrigação continuamente durante o transporte ao hospital-referência. 
 
Observações 
 Retirar lentes de contato. 
 Em queimaduras químicas, identificar nome do produto e se possível levar o 
recipiente para o hospital. 
 
Ferimentos no Nariz 
 
Ferimentos Traumáticos 
1- Manter as vias aéreas pérvias. 
2- Observar se há saída de sangue (rinorragia). 
3- Em sangramentos, pinçar, com o dedo indicador e o polegar, as narinas na sua parte 
cartilaginosa durante cinco minutos. 
4- Se persistir o sangramento, exercer novamente a pressão com os dedos. 
5- Transportar a vítima em prancha, com o decúbito elevado para evitar broncoaspiração 
de sangue. 
 
Hemorragia Espontânea 
1- Manter as vias aéreas pérvias. 
2- Manter a vítima calma e sentada, fora da exposição solar. 
3- Orientá-la para que respire pela boca, não forçando a passagem de ar pelas narinas e 
também para não deglutir sangue. 
4- Pinçar, com os dedos indicadores e o polegar, as narinas na sua parte cartilaginosa 
durante cinco minutos. 
5- Se persistir o sangramento, exercer novamente a pressão com os dedos e transportar 
a vítima semissentada. 
Observação 
 Nos casos de trauma, não obstruir a saída de sangue pelo nariz. 
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Ferimentos no Pescoço 
 
Procedimentos 
 
1- Verificar o mecanismo de lesão. 
2- Identificar lesões que ameaçam a vida. 
3- Verificar constantemente a permeabilidade de vias aéreas. 
4- Nos ferimentos que comprometam as vias aéreas, ministrar oxigênio por máscara, 
transportar em decúbito elevado. 
5- Não remover objeto transfixado, imobilizá-lo para evitar movimentação. 
6- Estar atento aos sinais de lesão de laringe e traqueia por traumatismo fechado 
(enfisema subcutâneo ou rouquidão, ou dor, ou estridor laríngeo). 
7- Em vítimas de trauma, manter a coluna alinhada numa posição neutra, mesmo não 
sendo possível utilizar o colar cervical. 
 
Ferimentos que Comprometam Vasos Sanguíneos 
 
a) Ferimentos com hemorragia de origem arterial 
- São identificados por serem de cor vermelho-vivo e “em jato”. 
- Fazer compressão manual direta sobre a artéria com uma gaze ou compressa limpa e 
mantê-la até chegar ao hospital-referência. 
- Solicitar a presença do Suporte Avançado. 
 
b) Ferimentos com hemorragia de origem venosa 
- São identificados por serem de cor vermelho-escuro. 
- Fazer compressão manual do ferimento com curativo de gaze oclusiva. 
 
Observações 
 Grandes ferimentos arteriais ou venosos (artéria carótida, veia jugular) são 
preocupantes, pois, se não comprimidos e cessados pelo resgatista, levarão 
rapidamente à deterioração dos sinais vitais e a queda da pressão arterial, 
culminando não raramente com CHOQUE. 
 Ferimentos em regiãocervical frequentemente levam ao comprometimento de via 
aérea. 
 
Amputação e/ou Avulsão 
 
Procedimentos 
1- Conter hemorragia empregando técnicas específicas. 
2- Prevenir o choque hemodinâmico. 
3- Localizar o segmento amputado desde que não retarde remoção da vítima. 
4- Conduzir o segmento amputado juntamente com a vítima. 
5- Envolvê-lo com plástico protetor esterilizado. 
6- Colocá-lo em um recipiente com gelo, se possível. 
 
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Considerar a possibilidade da ocorrência de choque hemodinâmico nas grandes 
amputações e/ou avulsões. 
Não colocar o segmento amputado em contato direto com gelo, água ou outra substância. 
Caso haja grande perda de sangue ou sinal de choque hemodinâmico, priorizar o 
atendimento e remoção da vítima ao hospital de referência, evitando perder tempo na 
procura de segmento e/ou membro amputado. 
 
Ferimentos Penetrantes no Tórax 
 
1. Reconhecimento 
 
- dor no local 
- respiração dificultosa 
- presença de ferimento no tórax 
- saída de ar através do tórax (ferida soprante) 
- saída de sangue borbulhando pelo ferimento 
- tosse com secreção sanguinolenta 
- desvio de traqueia 
- enfisema subcutâneo (presença de ar no subcutâneo) 
 
Procedimentos Gerais 
 
1. Controlar hemorragia. 
2. Pedir para a vítima expulsar todo o ar dos pulmões (expiração forçada). 
3. Aplicar no ferimento um curativo oclusivo de formato quadrado (utilizar o plástico 
protetor de evisceração), vedando suas bordas em 3 pontas com esparadrapo. 
4. Monitorar constantemente pressão arterial, frequências respiratória e cardíaca, 
coloração de mucosas. 
5. Manter a vítima com máscara de oxigênio (12 a 15 litros/min). 
6. Estar atento aos sinais e sintomas de choque (taquicardia, taquipneia e palidez 
cutânea e mucosa). 
 
Evisceração 
1 - Cobrir vísceras expostas com plástico esterilizado (utilizar protetor de evisceração) ou 
com compressas de gaze algodoadas estéreis (“Zoobec”), umedecidas em soro 
fisiológico. 
2 - Proteger o local com curativo oclusivo. 
3 - Estar atento aos sinais e sintomas de choque hemodinâmico. 
4 - Estar preparado para a ocorrência de vômitos. 
5 - Nunca tentar recolocar as vísceras no interior do abdômen. 
 
Observações 
 Não introduzir compressas de gaze nas vísceras. 
 Abrir o frasco de soro fisiológico para umedecer a compressa apenas no momento 
da utilização. 
 
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8 - Curativos 
 
A pele é um órgão que tem como função proteger as estruturas internas do nosso corpo, 
manter a temperatura corpórea e proteção contra infecções. 
Quando a pele é rompida, se faz necessário criar uma camada artificial e temporária até 
que as células se encarreguem de recompor os tecidos lesados. 
Um bom curativo é aquele que: 
- Mantém a umidade da pele, portanto é necessário sempre regar a ferida com soro 
fisiológico. 
- Mantém a temperatura corpórea, por isso sempre que possível devemos usar solução 
morna. 
- Protege a ferida contra infecções, permitindo que os poros respirem. Por isso não 
devemos pressionar muito ao ocluir um ferimento. 
 
A solução escolhida deve limpar e não agredir o tecido. 
A solução mais utilizada é a água corrente, sabonete neutro para limpeza e soro 
fisiológico após a primeira limpeza e nas trocas do curativo. 
Existem vários tipos de curativos: ácidos graxos essenciais, curativos hidrocoloides, 
papaína, curativo com açúcar etc. No trauma, basicamente utilizaremos quatro tipos 
principais: 
 
Curativo oclusivo: ocluir o ferimento para proteger do meio externo, devemos sempre 
umedecer a primeira gaze ao entrar em contato com a ferida. 
 
Curativo compressivo: comprimir temporariamente uma lesão com a finalidade de conter 
um sangramento. 
 
Curativo de três pontas: utilizado em ferimentos soprantes no tórax, utiliza um plástico 
estéril com três lados do quadrado do plástico presos para um lado solto; o ar deverá sair 
durante a expiração e não entrar durante a inspiração, realizando um mecanismo de 
válvula e impedindo que a pressão dentro do tórax se torne positiva. 
 
Curativos em objetos empalados: o objetivo é manter o objeto imóvel, impedindo que este 
cause maiores lesões. Utilize compressa ou gaze, esparadrapo e, se necessário, ataduras 
para imobilizar o objeto. 
 
Em queimados, utilize gaze umidificada, se houver roupas grudadas nas feridas não 
retire. Você deve umedecê-las com solução fisiológica para que soltem sozinhas, ou 
aguardar que sejam retiradas no hospital. 
 
Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) 
 
São classificados como TCE todos os traumatismos que atingem o crânio e o seu 
conteúdo (encéfalo, cerebelo, meninges, líquor e vasos sanguíneos). 
 
Podem ser divididos conforme a tabela abaixo: 
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Mecanismo 
 
Fechado 
Alta velocidade (colisão de veículos) 
Baixa velocidade (quedas e agressões) 
 
Penetrante 
Ferimentos por projétil de arma de fogo 
Outras lesões penetrantes 
 
 
Gravidade 
Leve Glasgow = 14 - 15 
Moderada Glasgow = 09 - 13 
Grave Glasgow = 03 - 08 
 
 
 
 
 
 
Morfologia 
Fraturas de crânio De calota Linear vs. estrelada 
Com ou sem afundamento 
Exposta ou fechada 
Basilares Com ou sem perda de líquor 
Com ou sem paralisia 
Lesões 
intracranianas 
Focais Epidural 
Subdural 
Intracerebral 
Difusas Concussão leve 
Concussão clássica 
Lesão axional difusa 
 
Adaptado de Valadka, A. B.; Narayan, R. K.: Emergency room management of the head 
injured patient. McGraw-Hill, 1996, pag. 120. 
 
 
Noções de Fisiologia 
 
As estruturas existentes dentro do crânio exercem uma pressão interna, denominada 
Pressão Intracraniana (PIC). 
A Pressão Intracraniana normal em repouso é de 10 mmHg. Quanto maior a PIC após um 
trauma, pior será a evolução da vítima. 
 
Doutrina de Monro-Kellie 
 
Refere-se à dinâmica da pressão intracraniana. Uma PIC normal não exclui 
necessariamente uma lesão de massa. Quando uma massa está em expansão, por 
mecanismo reflexo saem da caixa craniana sangue venoso e líquor para manter a PIC 
constante. Entretanto, quando esses mecanismos de compensação são esgotados, 
ocorre um aumento exponencial da PIC, mesmo para um pequeno aumento no volume do 
hematoma. 
Observação: Não é necessária a presença de um ferimento externo para que a vítima 
apresente traumatismo craniano, às vezes somente o mecanismo de aceleração e 
desaceleração bruscas é suficiente para causar sérios danos ao cérebro. 
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Sempre considerar que a vítima seja portadora de trauma grave, pois há relatos não raros 
de traumas cranianos em pacientes conscientes que recebem alta hospitalar e falecem 
horas mais tarde (Hematomas extradurais). 
Avaliação Pré-hospitalar 
 
Fraturas de Crânio 
Podem ser identificadas na calota ou na base do crânio, podendo ser lineares ou 
estreladas, abertas ou fechadas. 
Para identificar uma fratura de base de crânio, se faz necessário o uso de tomografia 
computadorizada. A presença de sinais clínicos de fratura de basede crânio aumenta a 
suspeita e ajuda a sua identificação. 
- Equimose Periorbital (olhos de guaxinim) 
- Equimose Retroauricular (sinal de Battle) 
- Fístula Liquórica (perda de líquor pelo nariz ou ouvido) 
- Paralisia do VII par craniano (paralisia facial) 
A importância da fratura de crânio não deve e não pode ser subestimada, pois, para que 
ela ocorra, é necessária a aplicação de força considerável. 
 
Fratura de Lefort 
Caracterizada por trauma frontal, é uma fratura que atinge os ossos frontal e nasal, 
normalmente encontrada em mecanismos de colisão frontal (trajetória superior). 
Devemos atentar sempre a respeito do mecanismo de trauma e da cinemática do trauma. 
Identificando o sinal “olho-de-boi” no para-brisa de um veículo envolvido, sugerem-se 
graves lesões cranianas e devemos pesquisar tal clínica. 
 
Traumatismo crânio encefálico (TCE) 
- Verificar o mecanismo de lesão. 
- Perguntar à vítima consciente se está com cefaleia (dor de cabeça), tontura e/ou 
náusea. 
- Palpar toda calota craniana à procura de deformidades ou grandes ferimentos. 
- Verificar presença de hematoma nas pálpebras e atrás das orelhas. 
- Verificar se houve perda de consciência e amnésia, anotar duração do episódio. 
- Verificar tamanho e reatividade à luz das pupilas. 
- Observar desigualdade de tamanho e/ou formato das pupilas (anisocoria e/ou 
discorias). 
- Verificar deficiência de sensibilidade e/ou movimentos em algum segmento do corpo. 
- Verificar alterações do padrão respiratório. 
- Observar presença de vômitos. 
 
 
Conduta no TCE 
Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. 
 
A: Vias aéreas e colar cervical. Verificar permeabilidade das vias aéreas, mantendo a 
coluna cervical alinhada em uma posição neutra, com o colar cervical. Nas vítimas 
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inconscientes, aplicar a cânula orofaríngea (Guedel). Aspirar secreções da cavidade oral 
e ministrar oxigênio 12 a 15 litros/min. 
B: Ventilação. 
C: Circulação. Proteger os ferimentos com gaze, fixando com bandagem triangular ou 
atadura de crepe, sem exercer pressão excessiva. Não obstruir saída de sangue e/ou 
líquor dos ouvidos e nariz. 
D: Avaliação Neurológica. 
Avaliar nível de consciência (escala de coma de Glasgow). 
Palpar à procura de edemas, sangramentos ou crepitações. 
Procurar por sinais de fratura de base de crânio. 
Procurar por otorragia e epistaxe. 
Questionar sobre episódios de vômitos, tontura e desmaios. 
Monitorar a cada 5 minutos os sinais vitais e continuamente o nível de consciência (escala 
de coma de Glasgow). 
E: Prevenir hipotermia com cobertor ou manta aluminizada. 
 
Observações: 
 Considerar toda vítima portadora de traumatismo craniano como portadora de 
trauma de coluna cervical associado. 
 Durante a avaliação, evitar manobras que possam agravar possível lesão cervical. 
 O resgatista deve estar atento para a ocorrência de vômitos da vítima e evitar que 
ocorra broncoaspiração piorando o prognóstico, mudando rapidamente o decúbito 
dorsal para o lateral (protegendo a coluna cervical), e para uma eventual parada 
respiratória ou cardiorrespiratória. 
 
Trauma Raquimedular 
 
Um trauma de coluna vertebral pode levar a sequela irreversível se o trauma atingir a 
medula nervosa, por isso devemos sempre suspeitar de lesão na coluna. 
Lesões acima da clavícula são sugestivas de lesão de coluna cervical. 
Desde que a coluna vertebral esteja devidamente imobilizada e protegida, podem-se 
investigar outros traumas e patologias clínicas sem riscos para a vítima. 
 
Avaliação Pré-hospitalar 
- Verificar o mecanismo de lesão, associando o tipo de acidente com a suspeita de lesão. 
- Observar presença de dor no pescoço ou ao longo da coluna torácica e lombar, bem 
como “formigamentos” (parestesias) em membros ou perda de sensibilidade ou força 
motora. 
- Palpar suavemente a coluna, procurando alguma deformidade, edema e/ou crepitação. 
- Verificar se há perda ou diminuição da sensibilidade e/ou movimentação dos membros, 
avaliando-os simetricamente. 
- Observar presença de priapismo (ereção peniana mantida). 
- Observar perda do controle dos esfíncteres (eliminação involuntária de urina e/ou fezes). 
- Observar o padrão respiratório. Pedir à vítima que faça uma inspiração profunda; caso 
não consiga, sugere-se lesão de coluna. 
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Conduta no Trauma Raquimedular 
Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. 
 
A: Manter a permeabilidade das vias aéreas superiores, mantendo a coluna cervical 
imóvel e alinhada numa posição neutra, aplicar o colar cervical e imobilizadores laterais. 
B: Verificar se há desvio de traqueia ou se os vasos do pescoço estão distendidos. 
Ministrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. 
C: Verificar pulso e perfusão periférica. 
D: Verificar nível de consciência. 
E: Cuidados com hipotermia. 
 
Observações: 
 Monitorar sinais vitais e nível de consciência. 
 Em vítimas que estejam sentadas, aplicar o “KED” antes de movimentá-las. 
 Em vítimas que estejam deitadas, aplicar a prancha longa antes de movimentá-las. 
 Transportar sem movimentação excessiva, mantendo a vítima calma e aquecida. 
 Estar preparado para a ocorrência de vômitos, fixando bem a vítima na prancha 
para o caso de giro lateral, evitando broncoaspiração. 
 Verificar o mecanismo do trauma, lembrando que a lesão óssea isolada pode não 
produzir sintomas neurológicos (lesão neurológica). 
 Vítimas com lesões da medula cervical baixa ou torácica alta podem desenvolver 
quadro de hipotensão sem que ocorra taquicardia reflexa, pois as fibras 
cardioaceleradoras se originam ao nível da segunda vértebra torácica, e também 
hipoventilação por paralisia dos músculos intercostais. 
 Considerar que toda vítima de trauma é portadora de lesão de coluna. 
 A incapacidade de perceber estímulos dolorosos pode mascarar lesões 
potencialmente graves em outras partes do corpo (trauma abdominal). 
 
Trauma Torácico 
 
Ao mesmo tempo em que os traumas de tórax são responsáveis por cerca de 10% dos 
óbitos dos acidentes, sabemos que muitos deles poderiam ser evitados com 
procedimentos simples. 
 
Avaliação Pré-hospitalar 
- Verificar o mecanismo de lesão. 
- Se a respiração está alterada: difícil, assimétrica ou paradoxal (depressão à inspiração e 
protusão na expiração). 
- A presença de dor local associada ou não à respiração. 
- Se há deformidade na parede torácica, principalmente devido a fraturas de costelas, se 
há crepitação durante a palpação. 
- A presença de hematomas, ferimentos, enfisema subcutâneo cervical e/ou torácico. 
- Observar se há desvio de traqueia ou estase jugular (distensão das veias jugulares). 
- Presença de tosse com sangue, cianose, sinais ou sintomas de choque hemodinâmico. 
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Conduta no Trauma Torácico 
Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE 
 
A: Manter as vias aéreas pérvias e a coluna imobilizada. Em vítimas inconscientes, 
aplicar a cânula orofaríngea (Guedel). 
B: Ministrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. Nos ferimentos penetrantes de tórax, aplicar o 
curativo de três pontas; se for provocado por arma branca e ainda estiver penetrado, NÃO 
REMOVER! Ventilar a vítima com o ressuscitador manual (AMBU)se a frequência 
respiratória for ausente ou menor que oito em adultos e menores que doze em crianças. 
C: Controlar hemorragias e ocluir ferimentos sangrantes. 
D: Verificar nível de consciência. 
E: Cuidados com hipotermia. 
 
Observações: 
 
 Monitorar sinais vitais a cada cinco minutos. 
 Transportar a vítima na posição mais adequada, geralmente em decúbito lateral 
contrário ao lado comprometido; se houver comprometimento dos dois lados, 
elevar a cabeça da vítima, elevando a prancha longa em 30 cm ou 15 graus. 
 Estar atento aos sinais e sintomas de choque hemodinâmico. 
 
Trauma Abdominal 
Podem ocorrer hemorragias internas importantes sem que haja lesões evidentes na 
parede abdominal e, já na análise primária, podem-se encontrar alterações que sugiram 
trauma de víscera maciça. Volumes importantes de sangue podem estar dentro da 
cavidade abdominal, sem que se modifiquem os aspectos externos do abdome. Toda vez 
que se tem trauma de tronco, quer seja por desaceleração brusca, impacto direto ou 
ferimentos penetrantes no abdome, deve-se pensar em lesões vasculares ou viscerais. 
 
Avaliação Pré-hospitalar 
- Verificar o mecanismo de lesão. 
- Vítima queixa-se de dor abdominal. 
- Presença de ferimento penetrante ou não, hematomas ou equimoses em quadrantes 
abdominais. 
- Presença de sinais e sintomas de choque hemodinâmico. 
- Pesquisar dor abdominal à palpação superficial dos quatro quadrantes abdominais. 
- Presença de tensão abdominal e/ou distensão à palpação (defesa e dor). 
- Ocorrência de vômitos. 
 
Conduta no Trauma Abdominal 
Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE 
A: Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical numa posição 
neutra, utilizando o colar cervical e imobilizadores laterais. Na ocorrência de vômitos, 
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aspirar secreções e imobilizar a vítima na prancha longa, de modo que seja possível virá-
la lateralmente, evitando a broncoaspiração. 
B: Ministrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. 
C: Controlar hemorragias importantes. Estabilizar objetos empalados fixando-os com 
gaze, atadura ou bandagem. NÃO RETIRAR O CORPO ESTRANHO. 
D: Verificar nível de consciência. 
E: Cuidados com hipotermia. 
 
Observações: 
 Se não houver vômitos ou sinais de choque hemodinâmico, transportar a vítima em 
decúbito dorsal horizontal, com os membros inferiores elevados em 30 cm ou 15 
graus, apoiados sobre um cobertor (exceto se houver suspeita de fraturas). 
 Monitorar sinais vitais, perfusão capilar a cada 5 minutos durante o transporte. 
 
Fraturas pélvicas e lesões associadas 
O anel pélvico é constituído pelo sacro e pelos ossos inominados (ílio, ísquio e púbis), 
junto com um grande número de estruturas ligamentares. A identificação de fraturas 
pélvicas sugere que a vítima foi sujeita à ação de forças de grande intensidade. 
Associam-se frequentemente a lesões viscerais intra e retroperitoneais e a lesões 
vasculares. A fratura pélvica pode ser responsável por hemorragias ocultas e abundantes, 
vindas dos músculos e veias da região, e que podem levar a choque hipovolêmico. 
A instabilidade mecânica do anel pélvico pode ser testada manualmente, no entanto, o 
teste deve ser realizado apenas uma vez durante o exame físico, podendo ser repetido 
em destamponamento de vasos ocluídos por coágulos e hemorragia fatal. 
Após a análise primária e em se constatando a estabilidade da vítima, podem ser feitas 
manobras simples para estabilizar a fratura e diminuir o diâmetro do arco pélvico que se 
encontra aumentado. Dentre estas técnicas temos o enfaixamento da pelve por uma 
atadura, de modo a causar uma rotação interna dos membros inferiores, colocação do 
KED invertido na pelve ou, em vítimas hemodinamicamente estáveis, a colocação de 
imobilização por cinco talas. 
 
Trauma em Gestantes 
 
A existência de gravidez deve ser considerada no atendimento de qualquer moça ou 
mulher entre 10 e 50 anos. 
 
Alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez 
 
a) Anatômicas 
- Aumento do tamanho do útero: 
- até 3 meses de gestação: o útero permanece na região pélvica 
- aos 5 meses de gestação: o útero está na altura da cicatriz umbilical 
- aos 9 meses de gestação: o útero está na altura do rebordo costal 
- Diminuição da espessura do útero. 
- Formação da placenta, que possui grande quantidade de sangue circulante. 
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- Com todas essas mudanças, o útero torna-se mais suscetível às lesões, incluindo 
penetração de corpos estranhos, ruptura, descolamento prematuro de placenta, 
ruptura da bolsa amniótica em decorrência de um trauma. 
- O baço, o fígado e as alças intestinais têm sua posição anatômica alterada, ficando 
situados mais cranialmente que o habitual. 
 
b) Hemodinâmicas 
- O volume plasmático aumenta progressivamente durante a gestação, no entanto o 
aumento do volume das células vermelhas é proporcionalmente menor, o que resulta 
em diminuição do hematócrito (anemia fisiológica da gravidez). 
- O débito cardíaco aumenta cerca de 1 a 1,5 litros/min. 
- A frequência cardíaca aumenta gradualmente de 10 a 15 b.p.m durante a gravidez. 
- A pressão arterial, tanto a sistólica quanto a diastólica, a partir do segundo trimestre 
diminui cerca de 5 a 15 mmHg. 
 
c) Respiratórias 
- O volume minuto aumenta principalmente como resultado do aumento do volume 
corrente, provavelmente devido ao aumento de progesterona, por esta razão a 
hipocapnia (PCO2 menor ou igual 30 mmHg) é comum no final da gravidez. 
- O consumo de oxigênio aumenta durante toda a gravidez. Razão pela qual a 
manutenção de uma oxigenação adequada é importante na reanimação da gestante 
traumatizada. 
 
Conduta no Trauma em Gestantes 
Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE 
 
A: Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical numa posição 
neutra, utilizando o colar cervical e imobilizadores laterais. Na ocorrência de vômitos, 
aspirar secreções e imobilizar a vítima na prancha longa, de modo que seja possível virá-
la lateralmente, evitando a broncoaspiração. 
B: Administrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. 
C: Prevenir choque hemodinâmico, usando técnicas hemostáticas em ferimentos com 
sangramento externo. 
D: Verificar nível de consciência. 
E: Cuidados com hipotermia. 
 
Observações: 
 Fazer a análise secundária, tratando as lesões encontradas de acordo com os 
respectivos procedimentos operacionais. 
 Observar se há contrações uterinas sugerindo trabalho de parto prematuro. 
 Observar se há sangramento vaginal que podem sugerir: descolamento prematuro 
de placenta ou ruptura uterina, e saída de líquido amniótico que indica 
“amniorrexis” prematura. 
 O resgatista que atende uma mulher grávida vítima de traumatismo deve lembrar 
que está atendendo dois doentes, no entanto as prioridades do atendimento inicial 
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adotadas para uma mulher grávida são as mesmas aplicadas à doente não 
grávida. O melhor tratamento inicial para o feto, além de sua avaliação precoce, é 
a adoção das melhores medidas de reanimação para a mãe. 
 Durante uma hemorragia materna em gestantes saudáveis, pode-se perder de 
1.200 a 1.500 ml de seu volume sanguíneo, antes que ocorram

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