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IMPLEMENTAÇÃO DO HERBÁRIO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ 
	Marinaldo Vilar de Souza Júnior� - Unifesspa 	
Alzerina Benmuyal� - Unifesspa
Gabriel Rocha Felício� - Unifesspa 
Jhessica da Silva Pinheiro4 - Unifesspa 
Raquel Ribeiro da Silva5 - Unifesspa
Ciências Biológicas/Ecologia
1. INTRODUÇÃO 
O bioma Amazônia estende-se do oceano Atlântico às encostas orientais da Cordilheira dos Andes, até aproximadamente 600 m de altitude, contendo parte de nove países da América do Sul, sendo 69% dessa área pertencente ao Brasil. Esse bioma abrange os estados do Pará, Amazonas, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima, totalizando 4.871.000 km2 e uma população em torno de vinte milhões de habitantes, 60% dela vivendo em áreas urbanas (INPE, 2004).
A biodiversidade do planeta é imensa, essa biodiversidade representa apenas uma pequena fração do número total de espécies estimadas pelos pesquisadores. Dessa forma, há muito que se fazer para conhecer e catalogar essas novas espécies que podem apresentar grande relevância biológica.
O conceito de herbário tem sofrido várias transformações desde sua origem, especialmente no último meio século. Originalmente o termo era empregado para designar um guia dos hervanários na Idade Média, posteriormente passou a referir-se a uma coleção de plantas secas. O herbário, no caso de coleções da Botânica, é um banco de dados de plantas, funcionando como uma importante ferramenta de estudos, permitindo conhecer a biodiversidade existente de plantas em diferentes localidades. Sua existência é de suma importância e fundamental para a sociedade, pois são as diversas pesquisas realizadas nesses locais que possibilitam que as pessoas fiquem cientes sobre as questões que norteiam o universo das plantas, principalmente àquelas voltadas para a conservação da biodiversidade.
Pesquisas sobre a diversidade florística formam um inventário sistemático do patrimônio vegetal. Essas pesquisas são essenciais para identificar fragmentos de vegetação nativa com maior potencial para preservação e para subsidiar estudos com o objetivo de recuperação de áreas degradadas (Orlocci et al., 2002). É especialmente importante levar em consideração que uma das informações mais relevantes para estudos do mundo natural foi à descoberta de que inúmeras espécies estão desaparecendo, e que a espécie humana é a principal responsável por este fato. 
A implantação de um herbário nas universidades ou em centros de pesquisa é fundamental para a conservação da diversidade vegetal. Um herbário é uma coleção científica composta por amostras de plantas procedentes de diversos ecossistemas (Brooks and McLennan, 2002). Ele fornece um registro e uma referência sobre a flora de uma determinada região. Em geral, as plantas são coletadas quando apresentam partes férteis como flores e/ou frutos, que são indispensáveis para sua correta identificação. Essa coleção é utilizada como base para estudos taxonômicos e de áreas relacionadas (fitogeografia, ecologia, morfologia vegetal, etc.). 
A importância do herbário hoje, especialmente na região tropical, reside no fato de que onde está concentrada a maior diversidade do planeta, ocorre também maior taxa de destruição da vegetação. Estima-se que atualmente, haja cerca de 50 mil espécies vegetais na Amazônia, e projeções apontam que em 2050, aproximadamente 7% das espécies vegetais estarão extintas, o que corresponde a um número impressionante de 3.500 espécies perdidas em 35 anos (Feeley and Silman, 2009). Nesse sentido as coleções botânicas colaboram com informações sobre a diversidade vegetal, fornecendo subsídios para o estabelecimento de políticas adequadas, que visem o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental (MAGALHÃES et al . 2001 apud GUGLIERI et al . 2009). 
Qualquer pesquisa séria envolvendo seres vivos necessita da correta identificação científica do material de estudo, além da adequada documentação com espécimes-testemunha (“vouchers”), que devem estar depositados em museus passíveis de consulta, que são os herbários, no caso da botânica (PIRANI, 2005).
A experiência de coleta, prensagem, desidratação e montagem de exsicatas podem servir, também, como um elemento de agregação de habilidades e competências não somente aos estudantes das áreas ambientais e biológicas, mas a qualquer pessoa interessada em aprender a construir uma coleção biológica (DRIVER, 1988).
A criação de propostas que integrem o conhecimento biológico com atividades capazes de valorizar esse saber proporciona uma nova perspectiva para o ensino de Botânica, introduzindo uma dinâmica diferenciada de aulas teóricas.
O presente trabalho tem como objetivo implantar a coleção botânica na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, organizar o acervo de plantas já existentes, depositar informações a respeito da biodiversidade da flora Amazônica na cidade de Marabá e disponibilizá-las de forma a contribuir com o ensino de Botânica nas redes de ensino público da cidade de Marabá. 
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Todo o processo descrito abaixo foi realizado com espécimes que já estavam depositados no acervo do Herbário e com, exemplares adicionais provenientes de coletas realizadas na Fundação Parque Zoobotânico, do município de Marabá.
Montagem das exsicata
 Durante a análise inicial dos exemplares presentes no Herbário pode-se observar que grande parte dos materiais depositados no acervo permanecia dentro dos jornais utilizados no processo de prensagem e desidratação. No entanto, seguindo os padrões nacionais e internacionais, o material botânico deve ser fixado em papel cartolina ou papel Kraft, no tamanho de 42 x 29 cm, que será conservado no herbário, como unicata, portadora de uma etiqueta com todos os dados da ficha de coleta. Todo o material botânico foi montado no papel e fixado utilizando fita gomada, sempre evidenciando as características morfológicas, a fim de facilitar a identificação taxonômica. Todas as partes do vegetal que se encontravam solta dentro do jornal, como fragmentos de folhas, flores e frutos que se soltaram do ramo principal, foram acondicionados dentro de envelopes feitos à mão e colados no papel junto ao ramo. Em seguida, a exsicata recebeu uma etiqueta padronizada, contendo todas as informações básicas, como nome científico, data e local de coleta e nome do(s) coletor(es) e do especialista que realizou a identificação.
A partir do presente projeto também foi possível fornecer Treinamento aos alunos envolvidos no projeto e interessados em taxonomia vegetal, do curso de Ciências Biológicas e Ciências Naturais. O treinamento foi realizado na Casa da Cultura, sob a orientação da coordenadora do setor de Botânica: Adriele Sales, e envolveu as etapas de visita à coleção botânica local, secagem do material botânico, montagem das exsicatas, preparação do material e organização de acervos vegetais. O curso teve a duração de 8h, divididas em dois dias.
Informatização do acervo
A informatização dos dados presentes no acervo do herbário foi realizada utilizando-se o software Microsoft Office Excel, versão 2010. As informações que foram inseridas na planilha eletrônica que compõe o do banco de dados foram: família, gênero, coletor, número do coletor, data da coleta, local da coleta (estado, município e especificações). Algumas informações ecológicas do local de coleta, identificador, data da identificação também foram registradas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Herbário da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), após ter sido organizado e suas exsicatas contabilizadas possui conta com 584 espécimes vegetais, pertencentes a 97 famílias. Todo esse material está identificado, montado, acondicionado em sacos plásticos e organizado na coleção botânica da Unifesspa. Cerca de 100 exemplares ainda permanecem indeterminados, aguardando a classificação de especialistas ou término de projetos em andamento.
Atualmente, a maior parte das espécies no herbáriopertence a mesma localidade, uma área de 500 m2 localizada no Projeto de Assentamento Palmares II, município de Parauapebas, Pará. No entanto, existem materiais provenientes do Parque Zoobotânico de Marabá, sendo já 13 espécies identificadas e em processo de preparação e montagem.
Todo o material coletado na Fundação Parque Zoobotânico de Marabá durante este projeto foi identificado por especialistas da Casa da Cultura de Marabá, especialmente pelo pesquisador Noé Von Atzinger. Posteriormente, o material sofreu todo o processo de secagem, herborização e preparação para incorporação no acervo da Unifesspa.
O projeto previa inicialmente um minicurso que seria oferecido aos professores da rede pública de ensino que estivessem interessados em conhecer as técnicas de coleta e preparação de material vegetal. No entanto, a prefeitura da cidade não liberou os professores para realizarem as atividades, interrompendo a parte extensionista do projeto. Entretanto, alunos dos cursos de Agronomia, Ciências Naturais e Biologia foram convidados a participar de oficinas na Casa da Cultura, podendo disseminar o conhecimento nas escolas públicas em que fazem seus estágios de docência.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o término do projeto, constatou-se que o Herbário da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) está implementado, operante e apto a receber novas exsicatas em seu acervo, podendo servir à comunidade científica como fonte de pesquisas aplicadas, assim como acervo botânico detentor de parte da flora amazônica existente no município de Marabá – PA. É importante salientar que a região Sul e Sudeste do Pará possui apenas um acervo vegetal na sua área de influência, sendo o herbário da Unifesspa, uma fonte complementar de pesquisa e consulta da flora dessa região.
 
5. REFERÊNCIAS
BROOKS, D.R.; MCLENNAN, D.A. Biodiversity: Exploring the future. In: BROOKS, D.R.; MCLENNAN, D.A. The Nature of Diversity. An evolucionary voyage of discovery. Chicago: The University of Chicago Press. p. 525-559, 2002. 
DRIVER, R. Un enfoque constructivista para el desarrollo del currículo en ciencias. Enseñanza de las Ciencias, v. 6, n. 2, p. 109-120, 1988.
FEELEY, K. J. and SILMAN, M.R. 2009. Extinction risk of Amazonian plant species. PNAS, 106 (30): 12382-12387.
GUGLIERI, A.; CAPORAL, F. J. M.; SCIAMARELLI, A. Modelos de distribuição geográfica de cinco gramíneas invasoras em Mato Grosso do Sul, Brasil. Anais 2º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Corumbá, 7-11 novembro 2009, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p.834-843.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (Inpe). Monitoramento da Floresta, São José dos Campos 2004. 
MAGALHÃES, C.; SANTOS, J. L. C.; SALEM, J. I. Automação de coleções biológicas e informações sobre a biodiversidade da Amazônia. Revista Parcerias Estratégicas, v. 12, p. 294-312, 2001.
PIRANI, J. R. Sistemática: tendências e desenvolvimento incluindo impedimentos para o avanço do conhecimento na área, 2005. Disponível em <www.cria.org.br/cgee/col>. Acessado em 18 jul. 2011.
ORLOCI, L.; ANAND, M.; PILLAR, V.D. Biodiversity analyses: issues, concepts, techniques. Commuity Ecology, 2002, 3:217-236. 
SOUZA, P.R. de & SILVA, J.A.S. (2000). Dominó Vertebrados do Pantanal. In. VII Encontro “Perspectivas do Ensino de Biologia”, São Paulo. Consideração extraída do documento: MARANDINO, M.et al. Coletânea do 7º Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia. São Paulo: FEUSP, 2000, p.673.
�Graduando do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais (FAQUIM/ICE/Unifesspa). Bolsista do Programa de Extensão Implementação do Herbário na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. E-mail: juniorvilar09@gmail.com.
�Graduanda do Curso de Bacharel em Ciências Biológicas (FACISB/IESB/Unifesspa). Voluntária do Programa de Extensão Implementação do Herbário na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. E-mail: alzerinabenmuyal@hotmail.com.
�Graduando do Curso de Bacharel em Ciências Biológicas (FACISB/IESB/Unifesspa). Bolsista do Programa de Iniciação Científica. E-mail: gabrielfelicio95@hotmail.com.
4Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais (FAQUIM/ICE/Unifesspa). Bolsista do Programa de Monitoria. E-mail: jessik_pinheiro@hotmail.com. 
5Doutora em Ecologia – Universidade de Brasília . Professora Titular Adjunta da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (FACISB/IESB/Unifesspa). Diretora Adjunta do Instituto de Estudos em Saúde e Biológicas - IESB. Coordenadora do Programa de Extensão Implementação do Herbário na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. E-mail: raquelribeiro@unifesspa.edu.br.

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