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Psicologia da Educação: Aspectos Históricos e Críticas

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Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
11
1. INTRODUÇÃO
A importância da Psicologia no processo educacional é tão 
evidente quanto polêmica. Não é sem razão que, em dado momento 
histórico, apenas esta ou aquela abordagem, de acordo com o prestígio 
alcançado, constitui preferência – às vezes verdadeiro modismo – entre 
os educadores e/ou órgãos oficiais que patrocinam o modelo de educa-
ção a ser adotado. O fato é que a formulação de cada abordagem, quer 
pela concepção de homem que contém, quer pelos pressupostos teóri-
cos adotados ou pelos seus desdobramentos práticos, necessariamente implica uma estrutura 
de política educacional, um conjunto de objetivos específicos na formação acadêmica e um 
projeto sociocultural típico. As abordagens psicológicas, nessa perspectiva, são muitas, mas 
nem todas com repercussão significativa no contexto educacional. Nestas aulas apresenta-
mos caminhos diferentes e igualmente importantes a serem conhecidos pelos educadores. 
Propostas de estudiosos são examinadas de modo abreviado e em linguagem acessível, toda-
via evitando-se qualquer superficialidade desnecessária. 
Aula 01
ASPECTOS HISTÓRICOS DA 
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E 
APRENDIZAGEM
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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Para que possamos compreender um determinado conhecimento, é necessário bus-
carmos historicamente seu surgimento. Assim, na tentativa de melhor contextualizar a rela-
ção da Psicologia com a Educação, apresentaremos a seguir um panorama histórico contendo 
os principais aspectos da Psicologia da Educação e Aprendizagem.
Contudo, quando falamos numa Psicologia da Educação e Aprendizagem, nos refe-
rimos a princípio a uma área da Psicologia como ciência, como construção de conhecimentos 
que servirão para a compreensão e intervenção numa realidade concreta.
Desta maneira, este tópico possibilitará um conjunto de reflexões acerca da Psicolo-
gia e posterior relação com a Psicologia e Educação.
Assim, convido você, acadêmico, para junto comigo, trilhar o caminho histórico per-
corrido pela Psicologia, ressaltando que muitas das suas contribuições à Educação são consi-
deradas negativas e serviram apenas para a adaptação e rotulação do aluno ou do professor.
2. DISCUTINDO A PSICOLOGIA
“É indispensável integrar a vivência interior na unidade da vi-
vência exterior objetiva”. (BAKHTIN)
A Psicologia, como área do conhecimento científico nasceu, im-
pregnada por uma concepção de homem a-histórico, formulou um arca-
bouço teórico que, quando aplicado nos diversos contextos, objetivava a 
adaptação do homem à realidade pré-existente.
Assim, a Psicologia, nos seus diversos campos de saberes e fazeres, ou seja, nas di-
versas áreas de atuação, formulou teorias e práticas totalmente descontextualizadas.
Especificamente, na área Educacional, a Psicologia, na tentativa de explicar o Pro-
cesso de ensino e aprendizagem, promoveu inúmeras teorias, que não conseguiram compre-
ender a prática pedagógica em sua totalidade. Tais teorias buscavam encontrar os respon-
sáveis pelo fracasso escolar, oscilando entre o Psicologismo e o Sociologismo. A seguir, 
veremos melhor essas duas concepções psicológicas impregnadas nos discursos e práticas da 
Psicologia da Educação.
No entanto, ressaltamos que a Psicologia tem muito a contribuir na melhoria da prá-
tica pedagógica, buscando respostas para o fracasso escolar, para a efetivação da qualidade 
da educação formal, para a preparação psicológica dos docentes, enfim, a Psicologia, como 
ciência do comportamento, da subjetividade humana, pode e deve contribuir com a Educação.
Cuidado para não confundir as contribuições negativas geradas da Psicologia em 
relação à Educação, com as possibilidades da Psicologia em gerar contribuições positivas, ou 
seja, embora ela tenha contribuído de forma negativa, isso não significa que ela não possa ou 
não tenha trazido avanços para a educação. Ok?
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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2.1 Psicologismo e Sociologismo
De modo geral, a Psicologia, em sua relação 
com a Educação, tem recebido várias críticas por par-
te de educadores, estudiosos da educação e mesmo 
psicólogos. Vejamos onde se baseiam essas críticas.
Por um lado, a Psicologia buscou compreen-
der e explicar os fenômenos educacionais, reduzindo-
-os apenas às questões psicológicas, isto é, qualquer 
situação pedagógica era justificada e compreendida 
no viés do psicologismo, depositando no sujeito (aluno ou professor) o único responsável.
Buscando superar o psicologismo na educação, a psicologia cai no que chamamos 
de sociologismo, ou seja, o social era considerado o responsável por todos os entraves no 
processo pedagógico.
Conforme descreve Freitas (1996), tanto a psicologização da educação como o so-
ciologismo da educação impedem e dificultam uma compreensão mais ampla do processo 
como única fonte de todas as determinações. Ambas as posições centram-se apenas em um 
dos aspectos da realidade.
Podemos concluir, então, que ambas posições concebe o homem como um ser está-
tico, a-histórico. Não conseguem trabalhar com a concepção de sujeito histórico e social, isto 
é, um super que se transforma a realidade.
Para a Psicologia contribuir efetivamente com a educação, ela precisa trabalhar com 
uma concepção de sujeito histórico-social. Nós já estudamos a importância da subjetividade 
e como ela se constrói. Assim, pensar o processo educacional exige que pensemos um sujeito 
que aprende e se transforma, que não está pronto e acabado.
Os estudos de Patto (1987), Libâneo (1985), Goulart (1987), descrevem alguma crí-
ticas à Psicologia da Educação, no que se refere a sua concepção de sujeito abstrato, dissocia-
do das influências sociais, políticas e econômicas. Afirmam, de modo geral, que a Psicologia 
não pode apenas considerar o que ocorre internamente nos sujeitos, precisa sim admitir que 
os processos internos e externos têm uma relação com o mundo no qual o sujeito vive, bem 
como com a história da humanidade.
Desse modo, começamos a vislumbrar a necessidade de construção de novos cami-
nhos para a Psicologia Educacional.
Um bom livro para você aprofundar seus estudos frente a essa questão é o de Maria 
Helena de Souza Patto. Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à Psicologia Escolar. 
São Paulo. Queiroz Editor, 1987. A autora é um ícone da Psicologia Escolar no Brasil. Boa 
Leitura!
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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3. PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
“Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é 
uma ordem... A vida apenas, sem mistificação” (Carlos Drummond de Andrade)
Até o presente momento estudamos questões de cunho teórico da Psicologia da Edu-
cação. Vejamos agora como efetivamente foi esta relação Psicologia e Educação enquanto 
campo prático.
Os conhecimentos fornecidos pela psicologia educacional referiam-se a teorias de 
desenvolvimento, personalidade, dificuldade de aprendizagem, ajustamento e adaptação da 
criança à escola, sem chegar a questões pedagógicas e sociais envolvidas no processo de 
educação.
Qualquer dificuldade do processo de educação era atribuída exclusivamente a pro-
blemas relacionados às crianças ou aos adolescentes.
Quando a criança ou adolescente não aprendia, o problema era tratado como sendo 
exclusivamente dele e não se considerava outros fatores.
Tratava de crianças e adolescentes com problemas. Estes problemas estavam rela-
cionados à saúde e doença, então se trabalhava para desenvolver alunos ajustados em sala de 
aula, sem considerar os antecedentes sociais dessa criança e desse adolescente, sem questio-
nar se o problema eram só delas, ou se a metodologia utilizada pelo professor era realmente 
eficaz, sem considerar o vínculo entre professor-aluno.Ou ainda, se os programas ou con-
teúdos estavam de acordo com a realidade do aluno e com a visão de homem e de mundo 
pertencente ao contexto.
O modelo de intervenção adotado pela psicologia era unicamente clínico, sendo que 
o saber psicológico defrontava-se com os objetivos da escola, mesmo sabendo que as finali-
dades da escola são, acima de tudo, sociais.
Para focar os problemas de escolarização, nos próprios alunos, a psicologia utilizou 
todo um processo de avaliação, orientação, ajustamento e encaminhamento. Desempenhando 
uma função fundamentalmente estigmatizante e discriminatória. 
Utilizou instrumentos como:
a) Testes de medida de inteligência, que serviram apenas para rotular. Lembrem 
das salas de aula classificadas como turma A, turma B, turma C, turma D. Que forma criadas 
para separar os alunos mais inteligentes dos menos inteligentes, e assim sucessivamente.
b) Lembrem dos inúmeros alunos que foram encaminhados para tratamento psi-
cológico, ou mesmo afastados da escola, apenas porque apresentavam algum tipo de dificul-
dade de adaptação, muitas vezes em função da própria cultura da qual faziam parte. Contudo, 
foram rotulados de “alunos problemas” e inviabilizando todo o processo de ensino formal.
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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c) Outro fato significante a destacar refere-se ao conceito de aprendizagem. Mui-
tas vezes os alunos eram obrigados a escrever 30, 40 vezes a mesma frase para aprender 
um determinado comportamento. “Não vou mais brigar”, “vou obedecer à professora”, “vou 
fazer a tarefa todos os dias”. São apenas algumas das inúmeras frases escritas por alunos, na 
tentativa inútil de modificar um comportamento. O que se conseguiria era apenas aumentar o 
sentimento negativo frente ao processo educacional.
Quando a psicologia tentou romper com esta concepção de restringir os problemas 
nos alunos, ela acaba por negar o sujeito e atribuir ao social a responsabilidade.
Exemplo 01: Numa escola “X” a professora fala que o aluno “Y” não tem jeito, pois 
na sua família ninguém estudou. Seus irmãos nunca aprenderam nada.
Exemplo 02: Em outra escola “X” a orientação que a professora teve teoricamente 
foi que crianças pobres têm dificuldade para ler e escrever, devido ao seu contexto.
Exemplo 03: Em uma escola “X” os alunos são tratados como “filho de peixe, peixi-
nho é”. “Pau que nasce torto, morre torto”, “A fruta nunca cai longe do pé”.
Exemplo 04: Em uma escola “X” os discursos são: “trabalhar na periferia não é fácil, 
essa pobreza não aprende”.
Enfim, o discurso e a prática pedagógica buscaram na psicologia a explicação para 
suas inquietudes, e encontraram teorias que serviram para restringir o processo educacional, 
em um viés.
Assim, por detrás de muitas práticas pedagógicas, existe um arcabouço teórico que 
sustenta essas práticas pedagógicas.
A psicologia, na tentativa de superar esta dicotomia, começa a adotar uma perspec-
tiva de que o homem não é um ser natural, mas, se constrói na e pela cultura. E é somente 
nesta perspectiva que é possível visualizar a reação entre a psicologia e a educação, de forma 
a propiciar a construção de um saber que vá ao encontro das necessidades e interesses do 
processo educacional.
Perceba nos exemplos a seguir:
Psicologia - Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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Aqui encontra-se o grande desafio da Psicologia da Educação: propiciar conheci-
mentos teóricos e práticos que visem a totalidade do processo educacional.
Atualmente, muitos trabalhos têm sido desenvolvidos nesta direção, sendo que sua 
base encontra-se na própria formação de docentes, no qual os mesmos terão acesso a pressu-
postos teóricos, com objetivo de superação das contribuições ora negativas fornecidas pela 
Psicologia.
De acordo com Davis (1994), os professores, ao conhecerem os seus alunos, a ma-
neira como eles se desenvolvem no seu ambiente concreto, ao entenderem os instrumentos 
que propiciam e facilitam a apropriação de conhecimentos, bem como tendo consciência crí-
tica da ação docente, poderão avaliar melhor os conteúdos escolares e os métodos de ensino, 
gerando assim uma aprendizagem escolar que resulte em um desenvolvimento efetivo.

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