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Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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Se não é o ambiente o único responsável, se o sujeito como corpo, mente e consciência 
também tem parte ativa no processo do desenvolvimento, então é na interação do sujeito com 
o ambiente que o desenvolvimento se dá. Este é o entendimento da corrente interacionista 
que surge no início deste século tendo como principais nomes Jean Piaget e Lev Vygotsky.
 
Existem duas formas básicas, admitidas pela ciência, de aquisição de 
conhecimentos: a aprendizagem por descoberta a partir da ação, levando a um saber 
fazer, e a aprendizagem por instrução, que consiste em comunicar um conhecimento, 
ou em forma verbal, ou formulando-o num texto, conduzindo o estudante a um saber.
O ensino tradicional combina essas duas formas de aquisição definindo seqüências 
de aprendizagem que consistem na exposição dos conhecimentos e na fixação desses 
conhecimentos através de exercícios ou de problemas. O ensino tradicional parte de um 
saber em direção a um saber fazer. Pode-se saber uma regra e saber fazer a execução desta 
regra e, mesmo assim, não saber o porque da mesma e o porque, o fato de sua execução, nos 
conduz a determinados resultados.
É necessário, portanto, distinguirmos a aprendizagem de regras, o processo de 
instrução, que consiste em mediar a transmissão de um conhecimento acumulado por uma 
cultura, e o aprender a aprender, em que o sujeito se constitui enquanto indivíduo, deixando 
de ser sujeito, ou seja, imagem do outro, construindo seus próprios significados.
Aula 05
Psicologia da Educação I - Sandra Armoa - UNIGRAN
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Os exercícios que nos condicionam a memorizar determinadas regras, não podem 
ser considerados, de fato, como aprendizagem por descoberta. Se o estudante ousa descobrir 
uma resposta diferente daquela estabelecida pela cultura em que vive, é punido. 
O que caracteriza a aprendizagem, para Piaget, é o movimento de um saber fazer 
a um saber, o que não ocorre naturalmente, mas por uma abstração reflexiva, processo pelo 
qual o indivíduo pensa o processo que executa e constrói algum tipo de teoria que justifique 
os resultados obtidos.
O aprender a aprender ocorre quando se automatiza esse processo de abstração 
reflexiva, que nos leva a pensar o nosso próprio pensamento, ou, nas palavras de Maturana 
e Varela, quando observamos, de forma sistemática, nossos próprios estados internos..
As atividades mentais que interferem nessas aprendizagens são, por um lado, 
as atividades de compreensão, principalmente sob a forma de construção de estruturas 
conceituais, e por outro lado, as atividades de memorização e inferência.
Ainda que a aquisição de conhecimentos seja uma função de grande importância 
para o homem, não existe atividade mental que lhe seja específica. A aquisição resulta de 
se colocar em prática as diversas atividades cognitivas, das quais, algumas, somente, são 
mentais. É o subproduto das atividades de compreensão, dos processos de memorização 
seletiva concernentes aos resultados da ação, das inferências feitas à partir dos elementos 
memorizados para formar e verificar hipóteses, generalizar resultados, ou reconhecer, após 
ter resolvido um problema, que este faz parte de uma classe de problema para os quais já 
existe um procedimento.
Esta idéia pode parecer paradoxal na medida em que a aprendizagem é confundida, 
em situação escolar, com uma memorização de texto. Veremos que, de fato, a aquisição 
de conhecimentos pode ser analisada à partir somente das atividades de compreensão, 
memorização e inferência.
O ponto de vista cognitivista sobre a aprendizagem insiste na importância dos 
conhecimentos anteriores. Um conhecimento não se constrói a partir do nada, esta construção 
supõe um conhecimento existente.
A Aprendizagem pela Descoberta
A aprendizagem pela descoberta é uma variação da aprendizagem pela ação. Outras 
formas de aprendizagem por ação são as aprendizagens instrumentais e as aprendizagens 
discriminativas (ver George, 1983). A aprendizagem por descoberta concerne às aquisições 
que são feitas no decurso da realização de tarefas que não são somente tarefas de execução 
mas que comportam uma parte de resolução do problema. Estas aquisições são de três tipos:
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•	 a categorização do problema;
•	 a construção de conhecimentos específicos à situação;
•	 a construção de conhecimentos gerais.
A Identificação da Categoria do Problema
Um primeiro tipo de descoberta, que é extremamente importante, mas que pouco 
chamou atenção até agora, consiste em observar que uma determinada situação de 
problema é um caso particular de uma categoria mais geral para a qual se conhece 
um procedimento de solução e as propriedades relacionais que permitem justificar este 
procedimento.
O que permite, em nossa opinião, reconhecer que um problema pertence a uma classe 
conhecida é o fato de se reconhecer que o processo de solução é o mesmo. É uma inferência 
que, a partir do reconhecimento de que o processo de solução utilizado para resolver o 
problema, é o mesmo que para uma classe conhecida de problema, gera a hipótese de que 
esse problema tenha a mesma estrutura de relação que esta classe de problema e portanto, 
pertence a essa classe.
Estas observações levam a pensar que, se estas condições são favoráveis, é porque 
elas focalizam a atenção da pessoa sobre o processo de solução e que, é porque a pessoa 
reconhece uma semelhança entre os processos, que é levada a pesquisar quais são as 
propriedades do problema que geram esta semelhança.
O Construtivismo: As Teorias da Aprendizagem por Construção ou Descoberta
Se para o racionalismo nosso conhecimento é só o reflexo de estruturas inatas, e 
aprender é atualizar o que desde sempre, sem sabê-lo, sabemos; para o empirismo nosso 
conhecimento é só o reflexo da estrutura do ambiente, e aprender é atualizar o que desde 
sempre, sem sabê-lo, sabemos; para empirismo nosso conhecimento é só reflexo da estrutura 
do ambiente, e aprender é reproduzir a informação que recebemos. Em troca, para o 
construtivismo o conhecimento é sempre uma interação entre a nova informação que nos é 
apresentada e que já sabíamos, e aprender é construir modelos para interpretar a informação 
que recebemos. Costumam se procurar as origens filosóficas do construtivismo na teoria do 
conhecimento elaborada por Kant no século XVIII, e mais especialmente em seus conceitos 
a priori, que constituíram categorias (tempo, espaço, causalidade, etc.) que impomos à 
realidade em vez de extraí-las dela. A Figura 2.4 apresenta algumas das teorias psicológicas 
vinculadas `a tradição construtivista. No entanto, nesse caso o parentesco é mais debatidos 
que nas tradições anteriores (Sebastián, 1994; Toulmin, 1972). O próprio Piaget (1979) se 
considera a si mesmo um neokantiano, mas “dinâmico”, matizando a idéia kantiana de que 
essas categorias a priori sejam prévias a qualquer ato de conhecimento. Em sua imensa obra, 
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Piaget (1970; ou as excelentes sínteses de Delval, 1994a; Garcia Madruga, 1991; ou Martí, 
1991) tentou demonstrar, com bastante sucesso certamente, que também essas categorias são 
construídas.
Se é uma herança da teoria do conhecimento de Kant a tentativa de situar a 
aprendizagem numa posição intermediária às duas tradições anteriores, tal como de modo 
explícito propõe Piaget (1970), precursor e anda hoje máximo expoente desse enfoque 
em psicologia (seguindo Tolchinsky, 1994, poderíamos dizer que Piaget é o Picasso do 
construtivismo psicológico). A partir dessas perspectiva teórica, a estrutura psicológica não 
estaria já determinada como uma herança racional do ser humano e, portanto, a aprendizagem 
não seria só um sistema de “fixação de crenças”, na expressão de Fodor (1979). Ao contrário, 
assume-seo papel essencial da aprendizagem, como produto da experiência, na natureza 
humana. Nesse ponto o construtivismo se aproxima das posições empiristas, já que se aprende 
com a experiência, mas se distancia radicalmente delas ao defender que essa aprendizagem é 
sempre uma construção e não uma mera réplica da realidade. 
KANT:
Esquemas e Categorias
PIAGET:
O desenvolvimento 
cognitivo como construção 
individual do conhecimento
VYGOTSKY:
A construção social 
do conhecimento
PSICOLOGIA DA
INSTRUÇÃO ATUAL:
A construção de domínios 
específicos de conhecimento
A Aprendizagem pelo Texto
A aquisição de conhecimento pelo texto é uma modificação do conteúdo da 
memória de longo termo. Ela se traduz por uma modificação de estruturas de conhecimentos: 
redes semânticas e esquemas. Os problemas que se apresentam dizem respeito a natureza das 
modificações introduzidas, o acesso às estruturas que serão implicadas nessas modificações 
e as condições que delas dependem.
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 As Teorias da Aprendizagem por Associação ou Texto
As leis ou princípios da aprendizagem associativa foram se reformulando e se 
precisando mais com o tempo, em parte pelos filósofos empiristas britânicos, como Locke 
ou Hume (séculos XVII-XVIII) e principalmente, no século XX, pelas teorias psicológicas 
da aprendizagem, em especial o comportamentalismo, mas a concepção da aprendizagem, 
em especial o comportamentalismo, mas a concepção da aprendizagem como um processo 
associativo perdurou até nossos dias. Realmente, essa concepção da aprendizagem, retomada, 
como dizemos, pela psicologia científica, se baseia na chamada “teoria da cópia” (Leahy e 
Harris, 1985), segundo a qual o conhecimento aprendido não é senão uma cópia da estrutura 
real do mundo, a marca que as sensações deixam nessa tabuinha de cera inicialmente 
imaculada. Em termos mais recentes, diríamos que é uma aprendizagem baseada na extração 
de regularidades no meio ambiente, aprendendo que coisas tendem a acontecer juntas e que 
conseqüências costumam seguir as nossas condutas. Realmente, a teoria da aprendizagem 
que predominou em psicologia durante muitas décadas, o comportamentalismo, pode 
ser entendida como um associacionismo comportamental, no qual o que se associam são 
estímulos e respostas, sendo os mecanismos associativos, segundo os autores, a contigüidade, 
a repetição, a contingência, etc. Embora o comportamentalismo esteja muito longe de ser 
uma teoria unitária e se encontre agora em franca recessão, não só no estudo da aprendizagem 
humana como também na aprendizagem animal (Aguado, 1990; Tarpy, 1985), âmbitos em 
que perdeu o lugar em boa parte para a psicologia cognitiva, continua sendo um modelo 
muito relevante para a compreensão da aprendizagem humana. Não em vão, foi a tentativa 
mais sistemática e pertinaz de elaborar uma teoria psicológica da aprendizagem. Realmente, 
a rejeição do comportamentalismo entre os pesquisadores se deve mais ao adjetivo 
“comportamental” do que ao substantivo “associacionismo”, já que os modelos imperantes 
em psicologia cognitiva continuam sendo, em boa parte, modelos associativos, se levamos em 
conta que o processamento de informação como enfoque psicológico é também um modelo 
associacionista da aprendizagem (Pozo, 1989).
Teorias da aprendizagem por texto ou por associação.
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ARISTÓTELES
EMPIRISMO BRITÂNICO:
Hume, Locke, etc.
THORNDIKE,
PAVLOV, etc.
COMPORTAMENTALISMO:
Associacionismo
comportamental
PROCESSAMENTO
DE INFORMAÇÃO:
Associacionismo cognitivo
CONEXIONISMO
Processamento
Distribuído
Em paralelo
LEIS DA 
ASSOCIAÇÃO
Contiguidade 
Semelhança
Ocorrência frequente

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