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DP – Parte Geral -‐ complemento Causas de ex6nção da punibilidade marcelo.monteiro@monteiroegodoy.com.br marcelovaldir@hotmail.com O dever de punir pertence exclusivamente ao Estado. Auto tutela é crime !! Portanto o Estado tem o DEVER LEGAL de punir Mas a própria LEI traz causas em que o Estado perde este DEVER São as causas de EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345, CP -‐ Fazer jus6ça pelas próprias mãos, para sa6sfazer pretensão, embora legí6ma, salvo quando a lei o permite. Hipóteses de extinção do art. 107, CP • 1- Morte do agente; • 2- anistia, graça ou indulto; • 3- abolitio criminis; • 4- prescrição, decadência ou perempção; • 5- renúncia ou perdão; • 6- retratação do agente; • 7- perdão judicial Formas de classificação das hipóteses de extinção da punibilidade - Gerais (comuns): as que se aplicam a todos os delitos (morte, prescrição etc). - Específicas (particulares): as que somente se aplicam a alguns tipos de delitos (retratação do agente, nos crimes contra a honra, perdão judicial etc). Este rol do art. 107 é taxa6vo ?? Não !! O rol é apenas exemplifica6vo !! Existem várias outras causas de ex6nção da punibilidade, mas todas previstas em lei !! -‐ Ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 312, § 3º, CP) -‐ Morte do ofendido (ví6ma), no caso do art. 236, CP -‐ Pagamento do tributo antes do oferecimento da denúncia, nos crimes de sonegação fiscal (art. 34, Lei 9.249/95). -‐ Homologação da composição civil dos danos nas infrações de menor potencial ofensivo de ação privada ou pública condicionada à representação (art. 74, parágrafo único, Lei 9.099/95). -‐ Término do período de prova da suspensão condicional do processo, sem que o agente tenha dado causa à revogação do benedcio (art. 89, Lei 9.099/95) Causas ExNnNvas da Punibilidade x Escusas Absolutórias O Direito de punir surge, mas, posteriormente é fulminado pela causa ex6n6va da punibilidade São excludentes da punibilidade: não surge para o Estado o direito de punir. Ex.: filho que furta o pai para comprar drogas (art. 181, II, CP) ou Favorecimento pessoal pelo CADI (art. 348, CP) 1-‐ Morte do agente Para quê punir o morto ?? Caso Tiradentes !! Funções da pena: Prevenção geral e especial e repressão MarCrio de Tiradentes, óleo sobre tela de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854 — 1916). Nome completo Joaquim José da Silva Xavier Nascimento 12 de novembro de 1746 Fazenda do Pombal, Minas Gerais, Brasil colonial Portugal Morte 21 de abril de 1792 (45 anos) Rio de Janeiro, Brasil colonial Portugal Nacionalidade Português Ocupação Den6sta, militar e a6vista polí6co Ideias notáveis Már6r da Inconfidência Mineira Juízo Final: DEUS JUSTIÇA que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se cons6tuiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Gerais, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberana e Suprema Autoridade da mesma Senhora, que Deus guarde. MANDA que com baraço e pregão seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos e pregados em iguais postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha e Sebollas; que a casa da sua habitação seja arrasada, e salgada e no meio de suas ruínas levantado um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito e que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para a Coroa e Câmara Real. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792, Eu, o desembargador Francisco Luiz Álvares da Rocha, Escrivão da Comissão que o escrevi. Sebão. Xer. de Vaslos. Cout. ArNsta [Expandir] Pedro Américo (1843–1903) Título English: Quartered Tiradentes Português: Tiradentes Esquartejado Data 1893 Técnica Óleo sobre tela Dimensões 270 × 165 cm Localização atual [Expandir] (Inventário) Museu Mariano Procópio Fonte/Fotógrafo Museu Mariano Procópio Previsão consNtucional Art. 5º, XLV, CF/88 -‐ nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; A morte ex6ngue a punibilidade, mas o que é morte ? Lei 9.434/97 (Lei de Transplante de órgãos) Art. 3º. A re6rada post mortem de tecidos, órgãos e partes do corpo humano des6nados a transplante ou tratamento deverá ser precedido de diagnós6code morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não par6cipantes das equipes de remoção e transplante, mediante u6lização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina Como se prova a morte ? Art. 62, CPP. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da cerNdão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará ex6nta a punibilidade. Atenção: A simples declaração de ausência da legislação civil não prova a morte. Art. 22, C.C. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver no|cia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-‐ lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-‐lhe-‐á curador. Mas morte presumida da legislação civil pode ex6nguir a punibilidade Art. 7º, C.C. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I -‐ se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II -‐ se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. Art. 88, LRP (Lei 6.015/73). Poderão os Juízes togados admi6r jusNficação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando es6ver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-‐se o cadáver para exame. A morte presumida também pode ser reconhecida pela Lei de Registros Públicos (LRP) Com a juntada cer6dão de óbito ou sentença de morte presumida o juiz, a qualquer momento do processo, ex6ngue a punibilidade POR SENTENÇA. E se a cer6dão de óbito for falsa ? A decisão que decreta a ex6nção da punibilidade pela morte do agente, como nas demais hipóteses contempladas no art. 107, transita em julgado. Assim, ainda que se demonstre a falsidade da prova do óbito, não pode ser ela revista, porque não existe em nosso direito revisão pro societate. Somente será possível intentar-‐se uma ação penal pelos crimes de falsidade ou de uso de documento falso. (MIRABETE, Julio Fabbrini; FABBRINI, Renato N. Manual de direito penal, volume 1: parte geral, arts. 1° ao 120 do CP. São Paulo: Atlas, 2008, p. 403). Entendimento doutrinário Se com a u6lização da cer6dão for declarada a ex6nção da punibilidade de determinado fato em virtude do qual o agente estava sendo processado, ou mesmo já tendo sido por ele condenado, deverá ser responsabilizado somente pelo crime de falso, uma vez que nosso ordenamento jurídico não tolera a chamada revisão pro societate. (GRECO, Rogério. Código penal comentado. Niterói: Ímpetus, 2010, p. 216). Entendimento doutrinário Pensamos inexis6r qualquer possibilidade de reabertura do caso. Se o juiz reconheceu ex6nta a punibilidade, pela exibição de cer6dão de óbito falsa, nada mais pode ser feito, a não ser processar quem falsificou e u6lizou o documento. Outra solução estaria impondo a revisão em favor da sociedade, o que é vedado em processo penal. (NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, p. 177). Entendimento doutrinário Se a sentença ex6n6va da punibilidade já 6ver transitado em julgado, mesmo no caso de cer6dão falsa, só será possível processar os autores da falsidade, tendo em vista que não há no Brasil revisão pro societate. (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 603). Entendimento doutrinário EXTINÇÃO. PUNIBILIDADE. CERTIDÃO FALSA. ÓBITO. A Turma, entre outras questões, entendeu que pode ser revogada a decisão que, com base em cer6dão de óbito falsa, julga ex6nta a punibilidade do ora paciente, uma vez que não gera coisa julgada em sen6do estrito. A formalidade não pode ser levada a ponto de tornar imutável uma decisão lastreada em uma falsidade. O agente não pode ser beneficiado por sua própria torpeza. Precedente citado do STF: HC 84.525-‐8-‐MG, DJ 3/12/2004. HC 143.474-‐SP, Rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ-‐SP), julgado em 6/5/2010. Jurisprudência HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE AMPARADA EM CERTIDÃO DE ÓBITO FALSA. DECISÃO QUE RECONHECE A NULIDADE ABSOLUTA DO DECRETO E DETERMINA O PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL. INOCORRÊNCIA DE REVISÃO PRO SOCIETATE E DE OFENSA À COISA JULGADA. PRONÚNCIA. ALEGADA INEXISTÊNCIA DE PROVAS OU INDÍCIOS SUFICIENTESDE AUTORIA EM RELAÇÃO A CORRÉU. INVIABILIDADE DE REEXAME DE FATOS E PROVAS NA VIA ESTREITA DO WRIT CONSTITUCIONAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. ORDEM DENEGADA. 1. A decisão que, com base em cer6dão de óbito falsa, julga ex6nta a punibilidade do réu pode ser revogada, dado que não gera coisa julgada em sen6do estrito. 2. Não é o habeas corpus meio idôneo para o reexame aprofundado dos fatos e da prova, necessário, no caso, para a verificação da existência ou não de provas ou indícios suficientes à pronúncia do paciente por crimes de homicídios que lhe são imputados na denúncia. 3. Habeas corpus denegado. (HC 104998, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 14/12/2010, DJe-‐085 DIVULG 06-‐05-‐2011 PUBLIC 09-‐05-‐2011 EMENT VOL-‐02517-‐01 PP-‐00083) Pacto de San Jose da Costa Rica (Decr. 678/92) ArNgo 8º – Garan6as judiciais 4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submeNdo a novo processo pelos mesmos fatos. Art. 5º, § 2º, CF/88 -‐ Os direitos e garanNas expressos nesta Cons6tuição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República FederaNva do Brasil seja parte. Art. 623, CPP. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Revisão criminal é exclusiva a favor do condenado. Não existe revisão criminal pro societa. Homônimo = erro material = sentença inexistente (RT 691/323) Efeitos da exNnção da punibilidade pela morte: ex6ngue todos os efeitos penais da sentença condenatória, principais e secundários. Pena de multa: é pena criminal, portanto estará ex6nta, não se transmite aos herdeiros. Art. 5º, XLV, CF/88 -‐ nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 2- Anistia, graça ou indulto Anistia: ato legislativo do CN, com sanção do PR Graça: benefício individual, concedido pelo PR (tb. chamado de indulto individual) Indulto: de caráter coletivo, concedido espontaneamente pelo PR AnisNa própria: antes da condenação Ex.: Governo Jucelino Kubistchek, com relação aos revoltosos de Aragarças e Jacareacanga (militares da aeronáuXca que tentaram um golpe de Estado) AnisNa imprópria: depois da condenação Ex.: Lei de anisXa (15/08/79) para os condenados por crime políXco, enquadrados na LSN, no regime militar. ANISTIA: formas de classificação AnisNa restrita (ou parcial): limitada a determinado autores de crimes específicos. Ex.: anisXa que só aXnge réus primários. AnisNa ampla (geral, plena ou irrestrita): concedida a todos os autores do delito, sem limitações de qualquer espécie. Ex.: Lei da anisXa de 1979. AnisNa incondicionada: não há imposição de qualquer requisito para sua concessão AnisNa condicionada: são estabelecidos requisitos para sua concessão. Ex.: obrigação de reparar o dano; deposição de armas. AnisNa comum: concedida em delitos comuns AnisNa especial: concedida para crimes polí6cos Art. 48, CF/88. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: (…) VIII -‐ concessão de anis6a; Competência: AnisNa = Lei Federal Art. 21, CF/88. Compete à União: (…) XVII -‐ conceder anis6a; Procedimento para exNnção da punibilidade pela concessão da anisNa Art. 187, LEP. Concedida a anis6a, o Juiz, de odcio, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administra6va ou do Conselho Penitenciário, declarará ex6nta a punibilidade. Limitação cons6tucional à anis6a Art. 5º, XLIII, CF/88 -‐ a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce|veis de graça ou anis6a a prá6ca da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-‐los, se omi6rem; Tortura: Lei nº 9.455/97 Tráfico de entorpecentes: Lei nº 11.343/06 Terrorismo: Art. 20, Lei 7.170/83 – LSN (majoritário) Crimes Hediondos: Lei 8.072/90 -‐ Anis6a pode ser revogada ? Art. 5º, XL, CF/88 -‐ a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Comissão da verdade instalada no Governo Dilma para apurar os fatos pra6cados na época do regime militar ?? Efeitos da anisNa Não gera reincidência, abolindo todos os efeitos penais. Mas não afeta a responsabilidade civil pelos danos causados. Ex.: ações de indenização contra oEstado movida por familiares das víXmas do regime militar Graça (ou indulto individual) Competência: Presidente da República Pressuposto: Condenação criminal Art. 84, CF/88. Compete priva6vamente ao Presidente da República: (…) XII -‐ conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos ins6tuídos em lei; Art. 64, LEP. Ao Conselho Nacional de PolíNca Criminal e Penitenciária, no exercício de suas a6vidades, em âmbito federal ou estadual, incumbe: I -‐ propor diretrizes da polí6ca criminal quanto à prevenção do delito, administração da Jus6ça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança; II -‐ contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da polí6ca criminal e penitenciária; III -‐ promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do País; Procedimento para concessão da graça (ou indulto individual) – art. 188/192, LEP e art. 734/740, CPP Pe6ção do condenado, MP, conselho penitenciário ou autoridade administra6va Parecer do Conselho Penitenciário Ministério da Jus6ça Presidente da República rejeita concede Decreto Presidencial Juiz da Execução Indulto Tem caráter cole6vo e é concedido espontaneamente pelo Presidente da República Competência: Presidente da República Pressuposto: condenação criminal Art. 84, CF/88. Compete priva6vamente ao Presidente da República: (…) XII -‐ conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos ins6tuídos em lei; INDULTO: Formas de classificação Indulto pleno: ex6ngue totalmente a pena Indulto parcial: impõe a diminuição da pena ou a comutação Procedimento para o Indulto (coleNvo) Art. 193, LEP. Se o sentenciado for beneficiado por indulto cole6vo, o Juiz, de odcio, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por inicia6va do Conselho Penitenciário ou da autoridade administra6va, providenciará de acordo com o disposto no ar6go anterior. Art. 192, LEP. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará ex6nta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação. Questão do indulto para crimes hediondos e assemelhados Art. 5º, XLIII, CF/88 -‐ a lei considerará crimes inafiançáveis e insusceyveis de graça ou anisNa a prá6ca da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-‐los, se omi6rem; Art. 2º, Lei 8.072/90. Os crimes hediondos, a prá6ca da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insusceyveis de: I -‐ anisNa, graça e indulto; Indulto de natal e evasão prisional -‐ Aproximadamente 5% não retornam ao sistema prisional -‐ Apesar das más condições do sistema prisonal 95% retornam !! 3-‐ Aboli6o criminis: Lei posterior que deixa de considerar o fato criminoso. Previsão consNtucional Art. 5º, XL, CF/88 -‐ a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Previsão legal Art. 2º, CP -‐ Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único -‐ A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-‐se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Competência para ex6nção da punibilidade pela aboliXo criminis: -‐ Se o processo esNver em andamento: Juiz de 1ª instância (art. 61, CPP: Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer exXnta a punibilidade, deverá declará-‐ lo de odcio.) -‐ Se o processo esNver em grau de recurso: Tribunal -‐ Se já ocorreu o trânsito em julgado… … Competência pela aboliXo criminis: -‐ Se já ocorreu o trânsito em julgado: juízo da execução (art. 66, II, LEP; art. 13, LICPP, Súm. 611, STF) Art. 66, CPP: Compete ao Juiz da execução: II -‐ declarar ex6nta a punibilidade; Art. 13, LICPP. A aplicação da lei nova a fato julgado por sentença condenatória irrecorrivel, nos casos previstos noo art. 2º e seu parágrafo, do Código Penal, far-‐se-‐á mediante despacho do juiz, de odcio, ou a requerimento do condenado ou do Ministério Público. Súmula 611, STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. Efeitos da aboli6o criminis 1-‐ a persecução criminal ainda não se iniciou O Processo não pode ser iniciado 2-‐ O processo está em andamento Deve ser “trancado” mediante declaração da ex6nção da punibilidade 3-‐ Já existe sentença condenatóriacom trânsito em julgado A pena não poderá ser executada, ante a ex6nção da punibilidade 4-‐ O condenado está cumprindo a pena Decretada a ex6nção da punibilidade, deve ser solto Os efeitos penais são afastados com o reconhecimento da aboliXo criminis: -‐ Reincidência (art. 61, I, CP); -‐ Impedimento à Suspensão condicional da pena (sursis) – art. 77, I, CP; -‐ revogação do sursis ( art. 81, I, CP); -‐ Revogação do livramento condicional (art. 86, I e II); -‐ Suspensão da prescrição da pretensão executória (art. 116, par. ún.); -‐ Reabilitação revogada (art. 95); -‐ Influência sobre a exceção da verdade no crime de calúnia (art. 138, § 3º) E os efeitos extra-‐penais ?? Art. 2º, CP -‐ Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Portanto, a obrigação de ressarcir os prejuízos causados pelo dano permanecem intáctos Se a lei nova, trazendo a aboli6o criminis ainda não entrou em vigor, já pode ser uNlizada pelo juiz para exNnguir a punibilidade ? -‐ Sim, pela falta de interesse social; -‐ Não, pois ainda não possui eficácia e ainda não subs6tuiu a lei an6ga e, eventualmente, pode ser revogada antes de entrar em vigor !! NP em branco e aboli6o criminis Caso do cloreto de e6la (lança-‐perfume) e a lei de drogas. 4-‐ Prescrição, decadência e perempção Prescrição: perda pelo Estado do direito de punir ou de executar a pena pelo decurso do prazo. Decadência: Perda do direito de ação ou de representação, pelo decurso do prazo estabelecido em lei. Perempção: desídia ou morte do querelante, nos casos previstos em lei. 4.1-‐ Decadência Perda do direito de ação ou de representação, pelo decurso do prazo estabelecido em lei. Prazo decadencial: 6 meses (regra) Decadência do direito de queixa ou de representação Art. 103, CP -‐ Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. Art. 38, CPP. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Prazo decadencial – regra (art. 103, CP e 38, CPP) Ação Penal Pública Privada incondicionada condicionada Propriamente dita ou exclusiva personalíssima Subsidiária da pública Representação da vítima Requisição Min. Justiça denúncia queixa Representação da víNma Art. 100, CP -‐ A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara priva6va do ofendido. § 1º -‐ A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Jus6ça. Exemplos de necessidade de representação da víNma Ameaça Art. 147, CP -‐ Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-‐lhe mal injusto e grave: Pena -‐ detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único -‐ Somente se procede mediante representação. Art. 182, CP -‐ Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste |tulo é come6do em prejuízo: I -‐ do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II -‐ de irmão, legí6mo ou ilegí6mo; III -‐ de 6o ou sobrinho, com quem o agente coabita. Art. 183 -‐ Não se aplica o disposto nos dois ar6gos anteriores: I -‐ se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II -‐ ao estranho que par6cipa do crime. III – se o crime é pra6cado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 88, Lei 9.099/95 (JECrim). Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relaNva aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Lesão corporal Art. 129, CP. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena -‐ detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal culposa Art. 129, § 6°, CP. Se a lesão é culposa: Pena -‐ detenção, de dois meses a um ano. Onde se faz a representação da víNma ? -‐ Na delegacia de polícia; -‐ No Ministério Público ou; -‐ Diretamente ao magistrado Obs.: deve ficar constando por escrito o desejo da víXma representar contra seuagressor. O simples BoleXm de Ocorrência, sem esta declaração de vontade da víXma não é suficiente. É possível, após fazer a representação, a víNma se arrepender e se retratar ? Irretratabilidade da representação Art. 102, CP -‐ A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. Sim, desde que ainda não tenha sido oferecida denúncia. Art. 16, Lei 11.340/06 (Violência DomésNca). Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admiNda a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. As lesões corporais leves do CPM, exige representação do ofendido ? A contravenção penal de vias de fato exige representação do ofendido ? A lesão corporal leve praNcada em violência domésNca contra a mulher exige representação do ofendido ? A ADIN 4424 e ADECON 19 entenderam que a lesão leve, sendo em violência domés6ca, será de ação pública incondicionada. Ação Penal Pública Privada incondicionada condicionada Propriamente dita ou exclusiva personalíssima Subsidiária da pública Representação da vítima Requisição Min. Justiça denúncia queixa Art. 100, CP -‐ A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privaNva do ofendido. § 3º -‐ A ação de inicia6va privada pode intentar-‐se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. § 4º -‐ No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Exemplos de ação penal privada Art. 145, CP -‐ Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-‐se mediante requisição do Ministro da Jus6ça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo ar6go, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236, CP -‐ Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-‐lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena -‐ detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único -‐ A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por mo6vo de erro ou impedimento, anule o casamento. Morte do ofendido ou declarado ausente: direito de queixa poderá ser exercído pelo CADI Art. 31, CPP. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Companheiro ?? Sim Separado judicialmente?? Sim Divorciado?? Não Art. 37, CPP. As fundações, associações ou sociedades legalmente cons6tuídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respec6vos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-‐gerentes. VíNma: pessoa jurídica -‐ Menor de idade = representante legal que pode exercer o direito de queixa; Art. 30, CPP. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-‐lo caberá intentar a ação privada. Art. 5º, CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prá6ca de todos os atos da vida civil. Art. 34, CPP. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. Menor de idade: Art. 34, CPP x Art. 5º, C.C. Representante legal do menor de idade deixa de oferecer representação no prazo de 6 meses, pode o menor, quando completar 18 anos, oferecer a representação ? Prazos decadenciais especiais A Lei de Imprensa – Lei 5.250/67 – cuja parte criminal está suspensa por decisão STF, previa um prazo de 3 meses para oferecimento da queixa. Crime de induzimento a erro essencial ao matrimônio, o prazo de 6 meses se inicia da data do trânsito em julgado da decisão que anulou o casamento (art. 236, parágrafo único, CP). Prazos decadenciais especiais Nos crimes contra a propriedade industrial o prazo para oferecimento da queixa é de 30 dias da data da homologação do laudo pericial (art. 529, CPP). Se a ví6ma tem menos de 18 anos ou é incapaz, os prazos para o cônjuge, ascendente, descendente ouirmão são independentes, ou seja, 6 meses quando o CADI toma conhecimento da autoria do fato e 6 meses quando a ví6ma completar 18 anos (Súmula 594, STF). O ajuizamento da queixa-‐crime feita em juízo incompetente interrompe o prazo decadencial ? Sim, pois não houve inércia do querelante (precedentes do STJ) Depende, se o juiz recebeu a queixa e depois se declarou incompetente deve-‐se interromper o prazo e encaminhar para o juízo competente. Mas, se o juiz rejeitou a queixa não há como ser interrompido o prazo decadencial, pois o querelante deve ingressar com nova ação, que estará fora do prazo. -‐ Procuração com poderes especiais para ingressar com queixa-‐crime Art. 44, CPP. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. -‐ Início da contagem do prazo decadencial (art. 10, CP) Contagem de prazo Art. 10, CP -‐ O dia do começo inclui-‐se no cômputo do prazo. Contam-‐se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Obs.1: Crime conNnuado: o prazo decadencial é contado separadamente para cada delito. Crime conNnuado Art. 71, CP -‐ Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pra6ca dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como con6nuação do primeiro, aplica-‐se-‐lhe a pena de um só dos crimes, se idên6cas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Parágrafo único -‐ Nos crimes dolosos, contra ví6mas diferentes, come6dos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os mo6vos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idên6cas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. Obs.2: Crime habitual: o prazo decadencial é contado a par6r do úl6mo fato pra6cado pelo agente. Exemplo: Curandeirismo Art. 284, CP -‐ Exercer o curandeirismo: I -‐ prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II -‐ usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III -‐ fazendo diagnós6cos: Pena -‐ detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único -‐ Se o crime é pra6cado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. 4.2- Perempção Perempção é uma sanção aplicada ao querelante, consistente na perda do direito de prosseguir na ação penal privada, em razão de sua inércia ou negligência processual. Somente é possível após o início da ação penal e, uma vez reconhecida, estende-‐se a todos os autores do delito. Obs. : Somente nas ações penais pr ivadas propriamente dita (ou exclusiva) e personalíssima. Não se aplica nas ações penais públicas e nem na ação penal privada subsidiária da pública. Ação Penal Pública Privada incondicionada condicionada Propriamente dita ou exclusiva personalíssima Subsidiária da pública Representação da vítima Requisição Min. Justiça denúncia queixa Art. 60, CPP. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-‐se-‐á perempta a ação penal: I -‐ quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II -‐ quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-‐lo, ressalvado o disposto no art. 36; III -‐ quando o querelante deixar de comparecer, sem moXvo jusXficado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV -‐ quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se ex6nguir sem deixar sucessor. Perempção Hipóteses (art. 60, CPP): 1- querelante que deixa de dar andamento ao processo durante 30 dias seguidos; 2- morte ou incapacidade do querelante, deixando “seus parentes” de assumir a ação em 60 dias; 3- deixa de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo; Perempção 4- deixa de formular pedido de condenação nas alegações finais; 5- quando o querelante, pessoa jurídica, extingue- se, sem deixar sucessor; 6- morte do querelante nas ações penais privadas personalíssimas. Hipóteses (art. 60, CPP): 1- querelante que deixa de dar andamento ao processo durante 30 dias seguidos; O querelante deve ser in6mado para que tome providências no sen6do de dar andamento ao processo, só se jus6ficando a decretação de perempção na sua inércia. Exemplos: -‐ deixa de pagar despesas do processo; -‐ Re6ra os autos por mais de 30 dias semdevolver; -‐ Não oferece alegações finais. • Juiz deve verificar, com atenção, antes de decretar a perempção: -‐ Se o querelante foi in6mado pessoalmente a dar prosseguimento na ação; -‐ Se o mo6vo da paralisação não cons6tuiu força maior, como por exemplo, greve os funcionários do Poder Judiciário; -‐ Se a desídia foi do querelante e não de serventuário da jus6ça ou do próprio querelado. No caso de ação penal privada subsidiária da pública o que acontece se o querelante deixa de dar andamento na ação por mais de 30 dias ? Art. 29, CPP. Será admi6da ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-‐la e oferecer denúncia subs6tu6va, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Decorridos os trinta dias, deverá ser declarada a perempção e a ação não poderá ser reproposta. Não se deve confundir essa regra com as do processo civil, que permitem ao autor propor novamente a ação quando o juiz ex6ngue o processo sem julgamento do mérito (pela não-‐movimentação do mesmo), hipótese em que só será decretada a perempção no CPC na terceira vez em que tal ex6nção se repe6r, diferente portanto, da legislação penal. Declarada exNnta a punibilidade pela perempção pode o querelante propor nova ação ? Querelante não comparece na audiência do art. 520, CPP, exNngue-‐se a punibilidade pela perempção ? Art. 519, CPP. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, observar-‐se-‐á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos ar6gos seguintes. Art. 520, CPP. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-‐as comparecer em juízo e ouvindo-‐as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo. Querelante não comparece na audiência do art. 520, CPP, ex6ngue-‐se a punibilidade pela perempção ? Sim, pois seu comparecimento é obrigatório e determinado por lei. Não, pois ainda não existe processo regularmente instaurado (ver art. 363, CPP: O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado.) Esta é a posição do STJ: “o não comparecimento do querelante à audiência de conciliação prevista no art. 520, CPP não implica na ocorrência da perempção, visto que esta pressupõe a existência de ação penal privada em curso, o que se dá apenas com o devido recebimento da exordial acusatória” (Resp 605.871/SP, DJ 14.06.2004) 2- morte ou incapacidade do querelante, deixando “seus parentes” de assumir a ação em 60 dias; Entende-‐se que não é necessária a in6mação dos parentes do querelante, visto a impossibilidade de a jus6ça penal realizar inves6gação em cada caso concreto para o descobrimento de parentes do falecido. Art. 31, CPP. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Art. 36, CPP. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. Obs.1: Assim, sob o prisma da ação penal, a subs6tuição é uma condição de prosseguibilidade. Não sa6sfeita essa condição, a ação está perempta. Obs.2:Veja-‐se que, nos termos do art. 36 do Código de Processo Penal, se após a subsNtuição houver desistência por parte do novo querelante, os outros sucessores poderão prosseguir na ação. 3- deixa de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo; A ausência do querelante a qualquer ato do processo (desde que sua presença seja essencial) Obs.: basicamente não há casos em que o querelante deva estar presente, mas se ele e seu defensor faltam à audiência, sem jus6fica6va, é caso de ex6nção da punibilidade pela perempção ou também quando in6mado para prestar depoimento em juízo e falta à audiência. 4- deixa de formular pedido de condenação nas alegações finais; “Alegações finais” era a úl6ma manifestação do querelante na ação penal antes da manifestação do querelado e da sentença. Com a Lei 11.719/08 que alterou os ritos do CPP esta nomenclatura sofreu algumas alterações. Procedimento ordinário Art. 404, CPP. Ordenado diligência considerada imprescindível, de odcio ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. (Redação dada pela Leinº 11.719, de 2008). Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. Procedimento Sumário Art. 534, CPP. As alegações finais serão orais, concedendo-‐se a palavra, respec6vamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-‐se por igual período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Procedimento Sumaríssimo Art. 81, Lei 9.099/95 (JECrim). Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a ví6ma e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-‐se a seguir o acusado, se presente, passando-‐se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. 4- deixa de formular pedido de condenação nas alegações finais; Obs.3: Tratando-‐se de dois crimes e havendo pedido de condenação somente em relação a um, haverá perempção em relação ao outro. Obs.1: Alegações finais, memoriais ou debates orais devem ser entendidos como expressões sinônimas para os fins do art. 60, CPP Obs.2: Deve haver o pedido expresso de “condenação”; o simples pedido de “jusNça” pode levar à perempção. Deve haver bom-‐senso do magistrado caso todo o conteúdo das alegações foram no sen6do de condenação, mas para quê correr o risco ? 5- quando o querelante, pessoa jurídica, extingue-se, sem deixar sucessor; Obs.: se a empresa for incorporada por outra ou apenas alterada a razão social, poderá haver o prosseguimento da ação. Art. 37, CPP. As fundações, associações ou sociedades legalmente cons6tuídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respec6vos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-‐gerentes. 6- morte do querelante nas ações penais privadas personalíssimas. Entende-‐se, também, que na ação penal PERSONALÍSSIMA do crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (art. 236, CP), a morte do querelante impede o prosseguimento da ação penal. Qual a diferença entre decadência e perempção ? A decadência a6nge o direito de iniciar a ação penal; a perempção, o de nela prosseguir. 5.1- Renúncia ao direito de queixa • É o ato pelo qual o ofendido abre mão do direito de oferecer a queixa. • Antes do início da ação penal • Contra um dos ofensores aproveita a todos Art. 49, CPP. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 5.1- Renúncia ao direito de queixa -‐ É irretratável; -‐ Apenas o 6tular do direito de queixa pode renunciar; -‐ Havendo 2 ou mais ví6mas, a renúncia por parte de uma NÃO a6nge o direito da outra oferecer queixa. Renúncia pode ser: Expressa ou tácita Art. 50, CPP. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Art. 57, CPP. A renúncia tácita e o perdão tácito admi6rão todos os meios de prova. Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa Art. 104, CP -‐ O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Parágrafo único -‐ Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prá6ca de ato incompa|vel com a vontade de exercê-‐lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa Art. 104, CP -‐ O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Parágrafo único -‐ Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prá6ca de ato incompa|vel com a vontade de exercê-‐lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. Obs.: recebimento de indenização não implica em renúncia, salvo art. 74, parágrafo único, Lei 9.099/95 Art. 74, Lei 9.099/95 (JECrim). A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de |tulo a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-‐se de ação penal de inicia6va privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. Obs.: recebimento de indenização não implicaem renúncia, salvo art. 74, parágrafo único, Lei 9.099/95 5.1- Renúncia ao direito de queixa -‐ Ví6ma entre 18 e 21 anos tem dupla 6tularidade ? Art. 50, CPP. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do úlNmo excluirá o direito do primeiro. 5.2- Perdão do ofendido • É o ato pelo qual o querelante desiste do prosseguimento da ação penal privada em andamento • Após o início da ação penal privada; • Depende de aceitação do querelado Art. 107, CP -‐ Ex6ngue-‐se a punibilidade: V -‐ pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; -‐ É exclusivo da ação penal privada; -‐ Se concedido a um dos querelados, a todos se estende, mas somente ex6ngue a punibilidade daqueles que o aceitarem. Art. 51, CPP. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. Obs1.: Havendo 2 ou mais querelantes, o perdão oferecido por um deles NÃO afeta o andamento da ação penal dos demais querelantes. Obs.2: O perdão pode ser feito pessoalmente ou por procurador com poderes especiais. Perdão pelo maior de 18 e menor de 21 anos Art. 52, CPP. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito. Art. 5º, CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prá6ca de todos os atos da vida civil. Perdão processual ou extraprocessual Processual : Declaração expressa do querelante nos autos No6ficação para o querelado se manifestar em 3 dias (art. 58, CPP) Silêncio = aceitação Recusa deve ser expressa nos autos, no prazo legal Perdão processual ou extraprocessual Extraprocessual Expresso: declaração assinada pelo querelante ou procurador com poderes especiais Aceitação do requerado mediante declaração escrita (art. 59, CPP) Tácito: ato incompa|vel com a intenção de prosseguir na ação Aceitação tácita ou mediante declaração escrita Art. 58, CPP. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será in6mado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cien6ficado de que o seu silêncio importará aceitação. Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará ex6nta a punibilidade. Art. 59, CPP. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 6- Retratação do agente • É o ato pelo qual o agente reconhece o erro que cometeu e o denuncia à autoridade, retirando o que anteriormente havia dito. • Só é cabível nos casos expressos em lei • Não depende de aceitação da parte contrária • Deve ser cabal e completa 6- Retratação do agente Retratação Art. 143, CP -‐ O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342, CP. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administra6vo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena -‐ reclusão, de um a três anos, e multa. § 1º As penas aumentam-‐se de um sexto a um terço, se o crime é pra6cado mediante suborno ou se come6do com o fim de obter prova des6nada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte en6dade da administração pública direta ou indireta. § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 6- Retratação do agente • Art. 143, CP • Art. 26, Lei nº 5.250/67 (Antiga Lei de Imprensa) • Art. 342, § 2º, CP Perdão do agente -‐ depende de aceitação da ví6ma -‐ é ato bilateral Retratação -‐ não depende de aceitação da ví6ma -‐ é ato unilateral Até que momento pode ocorrer a retratação ? Até a sentença de 1ª instância E no procedimento do júri ? 1-‐ até a decisão de pronúncia; 2-‐ até a decisão dos jurados (com exceção da impronúncia ou absolvição sumária); 3-‐ até o trânsito em julgado. 7- Casamento do agente com a vítima; 8- Casamento da vítima com terceiro • Revogados pela Lei nº 11.106/05 9- Perdão judicial • É a clemência do Estado para determinadas situações expressamente previstas em lei, deixando-se de aplicar a pena ao serem preenchidos certos requisitos objetivos e subjetivos. • Não depende de aceitação do réu. 9- Perdão judicial Hipóteses: • Art. 121, § 5º, CP; art. 129, § 8º, CP; • Art. 140, § 1º, I e II; art. 168-A, §3º, art. 176, par. ún., CP • Art. 180, § 5º, CP; art. 242, par. ún., art. 249, § 2º, CP; • Art. 337-A, § 2º, CP • Art. 8º, LCP; art. 39, LCP • Art. 326, § 1º, Lei 4.737/65 (Cód.
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