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12/04/2016 1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DOS NEURÔNIOS E CÉLULAS GLIAIS, DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS PROF. DR. SARA SANTOS BERNARDES ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NOS NEURÔNIOS Necrose: N NC Núcleo Citoplasma Corpúsculos de Nissl ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NOS NEURÔNIOS Atrofia: N A Volume Núcleo Corpúsculos de Nissl ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NOS NEURÔNIOS Cromatólise central ou reação axonal: N C Volume Corpúsculos de Nissl Núcleo Astrócitos Micróglia Oligodendróglia ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NA GLIA Aspectos normais (H/E): ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NA GLIA Astrócitos gemistocíticos: Lesão Hipertrofia e hiperplasia Síntese de GFAP: Astrócitos fibrosos patológicos (intracelular extracelular). 12/04/2016 2 ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NA GLIA Gliose: 1. Astrócito gemistocítico; 2. Astrócito fibroso; 3. GFAP extracelular. 1 2 3 ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NA GLIA Células grânulo-adiposa (micróglia ativa): As células adquirem aspecto arredondado, e apresentam vacúolos contendo lipídeos; Detalhe: coloração com sudão vermelho. Com a evolução do processo patológico a maioria das células grânulo- adiposas cerebrais passam a ser de monócitos/macrófagos sanguíneos. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NA GLIA Regiões anatômicas do SNC Cortéx, núcleos da base e hipocampo Tálamo, hipotálamo, epitálamo DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA Mielina do SNC Mielina do SNP: composição e células sintetizadoras; Neurônios mielinizados predominam na substância branca; Doenças desmielinizantes: Dano à mielina anteriormente normal; São doenças adquiridas, geralmente de etiologia auto-imune; Leucodistrofias: Formação anormal de mielina; São doenças herdadas. DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA Esclerose múltipla: - Idade média: 30 anos; - 2♀: 1♂; - Mais incidente em países de clima temperado: exposição solar x vitamina D?; - Doença crônica-recidivante: as recidivas nem sempre acometem a mesma área da susbtância branca; - Patogenia: Fatores ambientais + fatores genéticos = perda de tolerância à proteínas da bainha de mielina e de oligodendrócitos LT CD4+. 12/04/2016 3 DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA • A RI causa lesão na mielina e em oligodendrócitos; • No início, ocorre redistribuição e inserção dos canais de Na+ ao longo dos axônios desmielinizados; • A inflamação adjacente prejudica o funcionamento adequado da cadeia respiratória: cessamento da transmissão nervosa; • A perda da função neuronal está relacionada com: Bloqueio da condução saltatória pelo axônio desmielinizado; Capacidade limitada dos oligodendrócitos remanescentes; Redução do número de axônios: ~30% causa comprometimento funcional; DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA Esclerose múltipla:Aspectos macroscópicos Placas ligeiramente deprimidas, com aspecto vítreo e cor acinzentada. Esclerose múltipla:Aspectos macroscópicos DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA Infiltrado inflamatório; Astrócitos gemistocíticos. DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA - Características clínicas: • A recuperação durante as remissões não é completa, causando acúmulo gradual de déficits neurológicos: raramente ocorrem disfunções cognitivas; • Os tratamentos atuais focam em diminuir a frequência e a gravidade das recidivas: não recuperam as funções perdidas; • Os sintomas dependem da localização das placas: Nervo óptico: Perda parcial da visão; Cerebelo e tronco encefálico:Ataxia; Medula espinhal: Fraqueza muscular, parestesia dos membros, espasticidade. DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA Leucodistrofias: - Grupo heterogêneo de doenças causadas por alterações genéticas na síntese e maturação da mielina (hipomielinização) ou impossibilidade da sua manutenção (desmielinização); - A maioria é autossômica recessiva ou ligada ao X; - Mutações em: • Enzimas lisossômicas • Enzimas peroxissômicas • Proteínas da mielina DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA Leucodistrofias mais frequentes 12/04/2016 4 DOENÇAS DA BAINHA DE MIELINA - Morfologia: • Alterações de cor e volume na substância branca: lesão difusa; • Atrofia (perda substantiva da substância branca); • Presença de células grânulo-adiposas; - Características clínicas: • Quanto mais precoce o aparecimento da doença, mais grave a deficiência e o prognóstico; • Os pacientes apresentam deterioração das habilidades motoras, espasticidade e hipotonia. DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Causam demência e/ou alterações nos movimentos: 1. Demência como principal manifestação clínica; 2. Predomínio de distúrbios do movimento, mas que podem apresentar demência como sintoma principal em algum momento; 3. Doenças que apresentam exclusivamente distúrbios de movimento; Todas apresentam perda seletiva e progressiva de neurônios em uma ou mais regiões anatômicas do SNC; Todas apresentam acúmulo de proteínas anormais, arranjadas em lesões características (placas e emaranhados) e/ou inclusões citoplasmáticas As alterações clínicas possuem relação com a área atingida e não com a proteína acumulada! DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Os sintomas dependem da região afetada: - Cortéx: demência - Gânglios da base: desordens de movimento - Trato espinocerebelar: ataxia O diagnóstico de certeza é realizado por autópsia; Ainda não há disponibilidade de marcadores bioquímicos precoces dessas doenças, porém há testes genéticos com alto grau de correlação. DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Doença de Alzheimer - Predomínio de lesões na região cortical; - Causa mais comum de demência em idosos: ~50% dos indivíduos > 84 anos; - Em casos familiares (5-10%) os sintomas se iniciam antes dos 50 anos; - Patogenia: Formação de proteína beta-amiloide através da clivagem da proteína precursora de amiloide (PPA): • Mutações na PPA ou secretases; • PPA está localizada no cromossomo 21; • Variante ApoE4: agregação da beta-amiloide e depuração. 1 2 a a1 a2 Formação de beta-amiloide: enzimas alfa-secretase e beta-secretase DOENÇA DE ALZHEIMER - Morfologia: • Grau variável de atrofia cortical, com alargamento dos sulcos cerebrais; • Desenvolvimento de placas senis (extracelular) e emaranhado neurofibrilar (intracelular): Placas difusas (fase inicial): agregados esféricos de beta-amiloide; Placas neuríticas: agregados esféricos de beta-amiloide cercados por astrócitos, micróglia e neurônios reativos: Inflamação e morte neuronal; A quantidade não influencia no grau da demência! Emaranhados neurofibrilares: tau hiperfosforilada agregada em filamentos helicoidais pareados do interior do citoplasma: comprometimento da função neuronal. *Podem ser extracelulares. 12/04/2016 5 DOENÇA DE ALZHEIMER Aspectos macroscópicos: Atrofia da região cortical, com giros estreitos e sulcos alargados; Atrofia do hipocampo (setas). DOENÇA DE ALZHEIMER Aspectos microscópicos: Placa senil Placa neurítica H/E (neurópilo). Coloração de Bielschowsky IH para beta-amiloide São específicas para DA DOENÇA DE ALZHEIMER Aspectos microscópicos: Placa senil DOENÇA DE ALZHEIMER Aspectos microscópicos: emaranhados neurofibrilares Detalhe: IH para tau Não é específico para Alzheimer Maior correlação com o grau da demência DOENÇA DE ALZHEIMER - Características clínicas: • Prejuízo insidioso da função intelectual e alterações do humor e comportamento; • Em estágios tardios, progride para desorientação, perda de memória e afasia; • Não há alterações do movimento! DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Doença de Parkinson - Parkinsonismo: síndrome clínicacaracterizada por tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade dos movimentos; - O parkinsonismo pode ser causado por várias causas, entre eles, a doença de Parkinson; - A doença de Parkinson tem progressão lenta, causando desaceleração motora e perda de movimentos (degeneração de neurônios dopaminérgicos do mesencéfalo); - Até 15 anos antes das alterações motoras é possível observar manifestações não motoras inespecíficas: depressão e déficit cognitivo; 12/04/2016 6 - Patogenia: • Adquirida: teoria do estresse oxidativo (auto-oxidação dopamina melanina nos neurônios dopaminérgicos) - mal dobramento da alfa-sinucleína e formação do corpúsculo de Lewy (alfa- sinucleína+neurofilamentos+ubiquitina) Não explica a presença de corpúsculo de Lewy fora dos neurônios DA! • Corpúsculo de Lewy: inclusões intracitoplasmáticas individuais ou múltiplas, densas e eosinofílicas, envoltas por halo claro; Podem ser encontrados em outras doenças neurodegenerativas. Genética (herança autossômica-dominante): Mutações no gene da alfa-sinucleína – raro. DOENÇA DE PARKINSON - Morfologia: • Característica macroscópica principal: perda dos neurônios catecolaminérgicos (pigmentados) na substância negra e locus ceruleus Sintomas motores; • Corpúsculos de Lewy e neuritos de Lewy são encontrados em diferentes regiões cerebrais: a doença se inicia nos neurônios do núcleo dorsal do vago (Ach) locus ceruleus (NA) substância negra (DA) núcleo dorsal da Rafe (5-HT); DOENÇA DE PARKINSON DOENÇA DE PARKINSON Aspectos macro e microscópicos: Doença de Parkinson. A, Substância negra normal. B, Substância negra despigmentada na doença de Parkinson idiopática. C, Corpúsculo de Lewy em um neurônio da substância negra corado em rosa. - Características clínicas: • Sintomas motores aparecem devido degeneração da via dopaminérgica nigroestriatal; • Com a progressão da doença, o envolvimento do cortex cerebral leva ao surgimento de demência com curso clínico flutuante e e alucinações: Demência de desenvolvimento rápido é classificada como demência do cosrpúsculo de Lewy; * Pacientes com demência apresentam 10x mais corpúsculo de Lewy no córtex que os sem demência. DOENÇA DE PARKINSON DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Doença de Huntington - Herança autossômica dominante, causada por degeneração do corpo estriado (caudado e putâmen – núcleos da base/telencéfalo); - Características clínicas: • Distúrbio de movimento do tipo coreiforme: movimentos espasmóticos crescentes e involuntários de todas as partes do corpo (contração das extremidades característica); • Também ocorrem distúrbios cognitivos: esquecimento e transtornos de pensamentos (suicídio) e afetivos, podendo progredir para demência; • Distúrbio do movimento do tipo coreiforme. DOENÇA DE HUNTINGTON 12/04/2016 7 - Patogenia: • Expansões repetidas do trinucleotídeo CAG do gene que codifica a huntingtina (transporte, transcrição e neurogênese); • quantidade de repetições precoce o aparecimento da doença, sem alteração do curso clínico; • Transmissão paterna antecipa o desenvolvimento da doença na prole: fenômeno de antecipação; • A proteína mutante está mais sujeita à ubquitinação e proteólise: fragmentos agregados intracelulares; DOENÇA DE HUNTINGTON - Morfologia: • Atrofia do núcleo caudado e do putâmen (sintomas motores) e em algumas regiões do cortéx (demência); • Presença de agregados de huntingnina ubquitinizada intracitoplasmáticos e gliose. DOENÇA DE HUNTINGTON • Atrofia do estriado, com dilatação ventricular • IH positiva para ubiquitina.
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