Aula 04 - 2º semestre

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Aula 4 
Contrato de prestação de serviço
Contrato de empreitada
Contrato de depósito
Prof. Dr. Alexandre 
Período noturno Guerra
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
“Locação” de serviço: contrato de trabalho e contrato de prestação de serviço
Conceito: “contrato bilateral, temporário e oneroso, mediante o qual um pessoa (prestador de serviço) se obriga a desenvolver uma atividade eventual, de caráter corporal ou intelectual, com independência técnica e sem subordinação hierárquica, em favor de outra (tomador ou recebedor de serviço), assumindo esta uma contraprestação pecuniária” (Paulo Lobo).
Caráter residual: Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo.
 
OBRIGAÇÃO DE MEIO
Bilateral, sinalagmatico, oneroso, consensual, não solene.
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1. PRAZO MÁXIMO DE DURAÇÃO DE QUATRO ANOS
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.
2. Presunção de que o prestador de serviço se obrigou para serviços compatíveis com suas condições
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições.
3. Impossibilidade de o prestador de serviço de tempo certo e obra determinada ser despedido sem justa causa
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a obra.
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa.
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EMPREITADA
Conceito: Contrato por meio do qual o empreiteiro obriga-se a realizar determinada OBRA, mediante remuneração a ser paga pelo dono da obra, por si ou por terceiros, de acordo com as instruções do dono da obra e sem relação de subordinação (laboral).
Distinção com prestação de serviço:
Empreitada é obrigação de resultado. 
Prestação de serviço, como regra, é de meio.
Na prestação de serviço, o patrão assume os riscos do negócio e na empreitada é o empreiteiro quem assume tais riscos.
Diálogo das fontes normativas: Construção civil (CC, CDC, Lei de Incorporação Imobiliária...) “(v. “Superação das antinomias pelo diálogo das fontes...”, de Cláudia Lima Marques)
Contrato bilateral, consensual, comutativo, oneroso, de trato sucessivo
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ESPÉCIES DE EMPREITADA:
EMPREITADA DE LAVOR (empreitada somente de mão-de-obra, é a regra)
EMPREITADA MISTA (mão-de-obra e materiais)
Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais.
§ 1o A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
§ 2o O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.
CONTRATO DE EMPREITADA PROPRIAMENTE DITO (construtor se encarrega da execução e dos riscos econômicos e custeia a construção a partir do preço fixado na contratação, que não pode sofrer alteração no curso da execução do contrato)
CONTRATO DE EMPREITADA SOB ADMINISTRAÇÃO (construtor somente se encarrega da execução)
Empreitada a PREÇO FIXO OU GLOBAL: não admite alterações posteriores do preço, ainda que o mercado o faça em relação aos insumos. 
“Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra”
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ATENÇÃO. RESPONSABILIDADE DO EMPREITEIRO PELA PERFEIÇÃO DA OBRA
CC. Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
DEFEITOS PEQUENOS QUE NÃO AFETAM A SEGURANÇA E SOLIDEZ DA OBRA EM SENDO DA RELAÇÃO CIVIL (ISTO É, NÃO SENDO RELAÇÃO DE CONSUMO):
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de UM ANO SE FOR IMÓVEL, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de UM ANO, PARA OS IMÓVEIS.
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SE A RELAÇÃO FOR DE CONSUMO: 
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
DEFEITOS PEQUENOS QUE NÃO AFETAM A SEGURANÇA E SOLIDEZ DA OBRA EM SENDO DA RELAÇÃO DE CONSUMO:
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
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EXTINÇÃO DA EMPREITADA
Pelo cumprimento contratual
Pela morte do empreiteiro, se personalíssimo
Pela resilição bilateral (distrato)
Pela resolução por inadimplemento contratual culposo
Pela resilição unilateral manifestada pelo dono da obra pagando as despesas incorridas, inclusive com materiais, bem como a indenização razoável calculada a partir do que teria ganho o empreiteiro se a obra fosse concluída (CC, art. 623)
Pela onerosidade excessiva na realização da obra
Pelo perecimento do objeto da contratação (culposo ou não-culposo)
Pela falência do empreiteiro ou insolvência do dono da obra (caberá ao síndico manifestar-se a respeito do cumprimento, ou não, do contrato).
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CONTRATO DE DEPÓSITO
“Contrato pelo qual uma das partes (depositário) recebe de outra (depositante) uma coisa MÓVEL para guardá-la, com a obrigação de RESTITUI-LA, quando contratado ou quando lhe for reclamada pelo depositante” 
CC, Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
GRATUIDADE
 Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA (restituição), bens móveis, se remunerado é bilateral (estacionamento de veículos), não solene, personalíssimo (como regra, na sua gênese) e REAL
Depósito voluntário (contratual) e depósito necessário (legal ou miserável)
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DEPÓSITO VOLUNTÁRIO
Deflui do acordo de vontades (CC, 627 a 646)
Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito. Negócio jurídico não solene. Forma não é da essência do contrato. Formalidade “ad probationen tantum”
OBRIGAÇÕES DO DEPOSITANTE: reembolsar as despesas do depositário com a guarda e indenizar o depositário pelos prejuízos que lhe advierem do depósito (“animal deixado em depósito que contamina outro animal do depositário”).
OBRIGAÇÕES DO DEPOSITÁRIO: guardar coisa alheia como se sua fosse; conservar a coisa alheia deixada em depósito (depositário não responde pela perda da coisa em caso fortuito ou força maior, como regra, diante do art. 393 CC) e restituir a coisa para o depositante com os frutose acrescidos quando exigido pelo depositante
 
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Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.
DIREITO DE RETENÇÃO
Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.
Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas.
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DEPÓSITO NECESSÁRIO
POR IMPOSIÇÃO LEGAL (CC, ART. 647, I)
Ex: Depósito da coisa em poder do devedor, vencida a dívida, quando vários credores disputam a titularidade
2. DEPÓSITO POR ASSIMILAÇÃO
Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.
Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos.
3. DEPÓSITO MISERÁVEL (CALAMIDADES)
Art. 647. É depósito necessário:
(...) II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque.
Dever legal de que o depositante evite o perecimento de seus bens em situação de emergência
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AÇÃO DE DEPÓSITO
1. CC. Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.
2. CPC. Art. 904. Julgada procedente a ação, ordenará o juiz a expedição de mandado para a entrega, em 24 (vinte e quatro) horas, da coisa ou do equivalente em dinheiro. Parágrafo único. Não sendo cumprido o mandado, o juiz decretará a prisão do depositário infiel.
3. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA (DECRETO-LEI N. 911/69)
Art. 1º. A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e penal.
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Súmula Vinculante 25: 
É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE DO DEPÓSITO. 
(DJe nº 238 de 23/12/2009, p. 1, DOU de 23/12/2009, p. 1, Constituição Federal de 1988, art. 5º, LXVII e § 2º. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de S. José da Costa Rica), art. 7º, § 7º; Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, art. 11; Precedentes: RE 562051 RG, RE 349703, RE 466343, HC 87585, HC 95967, HC 91950, HC 93435, HC 96687 MC, HC 96582, HC 90172, HC 95170 MC).