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Xenofobia na África do Sul

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Podemos dizer que os motivos que fomentaram e fomenta a xenofobia na África do Sul, tem seu início no século XVII com a chegada dos primeiros colonizadores protestantes calvinistas holandeses, escandinavos e alemães que se estabeleceram no Cabo da Boa Esperança, e depois com a chegada dos britânicos, dois séculos após, rechaçando seus predecessores e forçando os colonos a fugir com seus rebanhos, escravos, fuzis, bíblias, para as regiões mais ao norte, e vai ser nessas áreas que vai se originar a terra dos Africânderes (nome dado aos brancos da África do Sul) que lutaram contra os Zulus para poder dominar esse novo território, e o fato de ser uma região rica em jazidas de diamantes e minhas de ouro só fez com que a região se tornasse ainda mais cobiçada. E já em 1911 uma lei é decretada para proibir os outros (negros, indianos e os mestiços) de exercer certos tipos de trabalho, isso seria o início do uso de leis xenofóbicas que permitiu o estabelecimento de um regime ficou conhecido por Regime Apartheid que somente por volta de 1990 foi chegando ao chegando seu fim.
Em 1993, o governo e a oposição negra acordam nos mecanismos que garantam a transição para um sistema político não discriminatório, assim como a elaboração de uma Constituição que garanta o fim da Apartheid, tudo isso veio a possibilitar que nas primeiras eleições multirraciais da África do Sul, Nelson Mandela e seu partido, o ANC, ganhassem as eleições, formando um Governo de unidade nacional, tornando-se o primeiro presidente sul-africano negro.
Porém nesse período pós-apartheid, o desemprego tem sido extremamente alto enquanto o país luta para lidar com as muitas mudanças e mesmo que muitos negros tenham subido para as classes média e alta, a taxa global de desemprego de negros piorou entre 1994 e 2003 e a pobreza entre os brancos, que antes era rara, aumentou. Além disso, o atua governo tem se esforçado para alcançar uma disciplina monetária e fiscal para garantir tanto a redistribuição da riqueza quanto o crescimento econômico.
Desde o governo, liderado pelo ANC, assumiu o poder, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país diminuiu, mesmo tendo aumentado progressivamente até meados da década de 1990. Muito dos motivos que se associam a tais índices, seria a pandemia de HIV/AIDS e ao fracasso do governo em tomar medidas para enfrentar o problema nos primeiros anos.
Antes de 1994, os imigrantes de todos os lugares já enfrentavam discriminação e até mesmo violência na África do Sul, embora, muito desse risco era um resultado do racismo institucionalizado do próprio regime vigente no país. Após a democratização, em 1994, ao contrário das expectativas, a incidência de xenofobia aumentou e entre 2000 e março de 2008, pelo menos 67 pessoas morrem no que foram identificados como ataques xenófobos. Apesar da falta de dados diretamente comparáveis, a xenofobia na África do Sul aumentou significativamente após a instalação de um governo democrático, dados esses apontados por um estudo de 2004 publicado pelo Projeto de Migração Sul Africano (SAMP). Nesse estudo, 21% da população sul-africana era à favor de uma proibição total da entrada de estrangeiros e 64% era a favor de criação de limitações estritas sobre os números autorizados.
Um estudo de 2004 realizado pelo Centro de Estudo da Violência e Reconciliação (CSVR) sobre atitudes de policiais na área de Johanesburgo descobriu que 87% dos entrevistados acreditam que a maioria dos imigrantes indocumentados em Johannesburg estão envolvidos no crime, apesar de não haver evidência estatística para substanciar a percepção. Tal ponto de vista combinado com a vulnerabilidade dos estrangeiros ilegais levou a abusos, incluindo violência e extorsão. Em uma reunião em março de 2007 com o ministro dos assuntos internos Nosiviwe Mapisa-Nqakula um representante dos refugiados burundeses em Durban alegou que os imigrantes não podiam contar com a polícia para a proteção, porém, em vez disso, a polícia maltratava-os, roubando deles e fazendo alegações infundadas de que eles vendiam drogas. Dois anos antes, em uma reunião semelhante em Johanesburgo, Mapisa-Nqakula tinha admitido que os refugiados e requerentes de asilo foram maltratados pela polícia com atitudes xenófobas. 
Em maio de 2008, motins deixaram mais de sessenta pessoas mortas. O Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos estimou que mais de cem mil pessoas foram expulsas de suas casas. Os imigrantes e refugiados que procuram asilo no país eram os principais alvos, porém um terço das vítimas era de cidadãos sul-africanos. Em uma pesquisa de 2006, o Projeto de Migração Sul-Africano concluiu que os sul-africanos são os que mais se opõem à migração em todo o mundo. Em 2008, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estimou mais de duzentos mil refugiados que receberam asilo na África do Sul, quase quatro mais do que no ano anterior. Essas pessoas vieram principalmente do Zimbábue, embora muitos também venham do Burundi, República Democrática do Congo, Ruanda, Eritreia, Etiópia e Somália. 
Um relatório do Conselho de Pesquisa de Ciências Humanas identificou quatro grandes causas para a violência:
Escassez relativa, a concorrência especificamente intensa por trabalhos, commodities e habitação;
Processos de grupo, incluindo processos de categorização psicológicos que são nacionalistas em vez de hierarquicamente superior;
O excepcionalismo Sul-Africano, ou uma sensação de superioridade em relação aos outros africanos; e cidadania exclusiva, ou uma forma de nacionalismo que exclui outros.
Um relatório posterior, para a Tolerância, Direito e Dignidade: Lidando com a Violência contra estrangeiros na África do Sul, encomendados pela Organização Internacional para as Migrações descobriu que má prestação de serviços ou um influxo de estrangeiros pode ter desempenhado um papel de contribuição, mas culpou a política do distrito para os ataques que ocorreram. Ele também descobriu que a liderança da comunidade era potencialmente lucrativa para pessoas desempregadas, e que tais líderes organizavam os ataques. A liderança local poderia ser ilegítima e muita vez violenta ao emergir a partir de um vácuo político ou uma concorrência feroz, disse o relatório, e esses líderes reforçavam a sua autoridade através do reforço do ressentimento com os estrangeiros.
Em 30 de maio de 2013, Abdi Nasir Mahmoud Bom, de 25 anos, foi apedrejado até a morte. A violência foi filmada em um telefone celular e compartilhada na Internet.
Três comerciantes somalis haviam sido mortos em junho de 2013 e o governo somali pediu às autoridades sul-africanas para fazer mais para proteger os seus nacionais. Entre os assassinados estavam também dois irmãos que foram agredidos até a morte. Tais ataques levaram a protestos públicos e protestos mundiais pela diáspora somali, na Cidade do Cabo, de Londres e Minneapolis. 
Em 7 de Junho de 2014, um cidadão da Somália, em seus 50 anos, teria sido apedrejado até a morte e outras duas ficaram gravemente feridas quando a multidão enfurecida atacou os moradores de sua loja, além deles, mais três somalis ficaram feridos de tiros e suas lojas foram saqueadas. Depois de mais uma rodada de violência xenófoba contra empresários somalis em abril de 2015, o governo da Somália anunciou que iria evacuar os seus cidadãos de África do Sul.
A concorrência em empregos, oportunidades de negócios, serviços públicos e habitações levou a uma tensão entre refugiados e as comunidades que os acolheram. Com uma taxa de desemprego oficial de 25% e com uma pobreza generalizada, as disparidades aumentam, e os imigrantes acabam por ser considerados os principais culpados em roubar empregos que seriam dos sul-africanos, apesar deles criarem seus próprios postos e trabalho.
A África do Sul tem 50 milhões e habitantes, entre os quais, nove milhões são zulus, e em meio a isso, estão vivendo no país, um milhão e setecentos mil estrangeiros, isso oficialmente, o que na realidade, pode ser muito mais.
Referências
http://pt.euronews.com/2015/04/22/xenofobia-na-africa-do-sul/;https://en.wikipedia.org/wiki/Xenophobia_in_South_Africa#Xenophobia_in_South_Africa_after_1994;
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul#Independ.C3.AAncia.2C_rep.C3.BAblica_e_regime_segregacionista;

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