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1. Credenciais do Autor João Evangelista Steiner é graduado em Física pelo Instituto de Física da USP; possui mestrado em Astronomia pela USP; doutorado em Astronomia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e Pós-Doutorado em Astronomia, com subárea em Astrofísica Estelar pelo Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics. 2. Resenha O autor inicia o texto afirmando que a origem das coisas e, sobretudo, do universo, sempre foi uma grande preocupação humana. Conclui que esse seja o motivo de existir explicações sobre o tema nas mais diversas civilizações e culturas histórica e antropologicamente conhecidas, quase sempre fundamentadas em preceitos teológicos, mitológicos ou filosóficos. Apesar de civilizações como a grega, pré-colombiana e egípcia possuírem métodos capazes, por exemplo, de prever eventos astronômicos, o método científico experimental só surge na segunda metade do século XVI, com Galileu Galilei (1564- 1642, astrônomo, físico e matemático italiano). Todavia, o autor lembra que a dimensão da capacidade científica só foi plenamente conhecida nas três primeiras décadas do século XX, com avanços tecnológicos como fortes aliados para os estudiosos. Aborda-se, também, a cosmologia dos povos antigos, quase sempre a ligadas ao ambiente ocupado por determinada civilização, além de suas crenças e elementos culturais. Um bom exemplo seria o modelo da Terra Plana, que vigorou por um grande período, principalmente no Ocidente, pelo fato da maioria dos povos possuírem, a partir de um dado momento, o Cristianismo como base religiosa. Posteriormente, discute-se os Modelos Geocêntrico e Heliocêntrico, pondo os gregos como a primeira civilização a propor um modelo de universo cuja Terra seria o centro, o qual foi bem aceito, especialmente por questões filosóficas e religiosas. Tratando do Modelo Heliocêntrico, que já havia sido proposto por Aristotarco (c. 320- 250 a.C) na Grécia Antiga, sem atrair atenção, destaca-se a contribuição de Nicolau Copérnico (1473-1543, astrônomo polonês). Tal teoria, por contradizer o até então prestigiado Modelo Geocêntrico, teve impactos profundos não só no campo científico, mas também na cultura, na filosofia e na religião. A partir da aceitação desse modelo, Johannes Kepler (1571-1630, astrônomo alemão) estabeleceu suas leis acerca dos movimentos dos planetas, além de ser muito importante para as Grandes Navegações. Num caminhar progressivo, chega-se ao período da descoberta da galáxia, graças ao desenvolvimento de técnicas ópticas, mecânicas e fotográficas. É importante salientar a contribuição de Immanuel Kant (1724-1804, filósofo alemão) que, após entrar em contato com as ideias de Newton, elaborou uma das primeiras concepções sobre a natureza da galáxia, posteriormente confirmada. Outro destaque do período é Wilhelm Herschel (1738-1822), um astrônomo responsável por construir os primeiros grandes telescópios, tornando possível perceber a existência de um enorme número de outras galáxias, ampliando a percepção humana sobre o universo. Dando um salto até a segunda década do século XX, o autor aborda a contribuição do astrônomo americano Edwin Hubble, que estabeleceu, após estudar as galáxias, a chamada Lei de Hubble, que postula, basicamente, que quanto maior a distância entre as galáxias, maior a velocidade com que elas se afastam, concluindo que o universo está em expansão. A Lei de Hubble foi o primeiro passo para a elaboração da Teoria do Big-Bang, que tem algumas evidencias apresentadas, como a confirmação da existência da chamada Radiação Cósmica de Fundo. Posteriormente, o autor expõe o incremento feito por Alan Guth, físico americano, à Teoria do Big-Bang, a chamada Teoria do Big-Bang Inflacionário, que findou por resolver alguns problemas teóricos existentes. O autor nos apresenta, de mesmo modo, a questões não compreendidas ainda hoje, como Matéria Escura e Energia Escura, que juntas, somam 96% da massa-energia do universo, demonstrando que o conhecimento humano sobre o universo é ínfimo. Próximo ao final, é levantado o questionamento sobre o Big-Bang ser uma teoria definitiva para a explicação da origem do universo. Basta uma rápida observação histórica para perceber que as ideias sobre origem e estrutura do universo vêm evoluindo, passando pela Teoria da Terra Plana até chegar no Big-Bang Inflacionário. Dessa forma, considera-se que o Big-Bang deve ser objeto de racionalização, sempre buscando aprimorá-lo. Por fim, o autor leva-nos à uma reflexão sobre a possibilidade da existência de vida em outro planeta, dada a imensidão do universo. O que fica claro é que as ideias sobre origem, formação e estrutura, além do próprio conhecimento humano sobre o universo, vêm numa escalada ascendente ao longo da história, lado a lado com a criação de novas tecnologias capazes, de auxiliar os pesquisadores nesta empreitada que busca, sobretudo, entender o máximo possível sobre a dinâmica do universo, algo muito distante da realidade atual.
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