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Thaís Ribeiro Barroso Capacitar o aluno a desenvolver, selecionar, especificar, controlar, aplicar e relacionar as propriedades dos materiais com os fatores que nelas influenciam e modificam, tendo em vista a fabricação, a especificação, o recebimento e a aplicação dos materiais de construção civil, especificamente, aglomerantes, agregados, aditivos, argamassas e concretos, adequando suas características às exigências especificadas do tipo e local da construção. 1 – Introdução; 2 – Agregados; 3 – Aditivos; 4 – Adições minerais; 5 – Argamassas; 6 – Concretos. � O principal material da engenharia utilizado, desde a antiguidade, pela humanidade é o concreto proveniente do cimento Portland. Misturas contendo compostos aglomerantes e agregados juntamente com a água têm sido empregadas nas construções estruturais, resistindo a diversas degradações ambientais, mesmo após milhares de anos. � O concreto apresenta diversas aplicações como edificações de variados pavimentos, pontes, viadutos e barragens. O que condiciona isto são características como a alta resistência mecânica, o custo relativamente baixo, a versatilidade de formas e a rapidez no desenvolvimento da estrutura(GARTNER, 2004). � A história dos materiais de construção acompanha a própria história do homem, pois este sempre buscou na casa um local de abrigo e segurança imprescindível à sua sobrevivência e um ponto de referência fundamental para o seu relacionamento com o mundo. A importância dos materiais na história do homem é tal que, nos primórdios, ela foi dividida conforme a predominância do uso de um ou de outro: Idade da Pedra, Idade do Bronze; � A princípio o homem empregava os materiais da forma como os encontrava na natureza, passando a modelá-los e adaptá-los às suas necessidades. A evolução dos materiais, inicialmente, se deu a passos lentos. � Segundo Verçosa (2000), até a época dos grandes descobrimentos, a técnica resumia-se em modelar os materiais encontrados de forma bruta na natureza: a pedra, a madeira e o barro, e em menor escala, metais e fibras vegetais. Aos poucos, as exigências do homem foram aumentando e assim, os padrões requeridos para o uso dos materiais: maior resistência, maior durabilidade e melhor aparência. � Como por exemplo, o caso do concreto, que surgiu da necessidade de um material resistente como a pedra, mas de moldagem fácil como o barro, ao que respondeu, inicialmente, a pozolana, uma mistura de barro com cal, muito semelhante ao concreto atual. � Depois surgiu a necessidade de estruturas capazes de vencer vãos maiores, ao que se desenvolveu o concreto armado. A partir de então, começaram as pesquisas sobre os aços e outros materiais. � O concreto é o material construtivo de maior utilização em todo mundo. Estima-se que anualmente são consumidas 11 bilhões de toneladas de concreto, o que corresponde a um consumo médio de 1,9 tonelada de concreto para cada habitante por ano. Esse valor é menor apenas do que o consumo de água. � Hoje em dia é difícil imaginar a realização de grandes obras sem a utilização de estruturas de concreto armado. Ele está presente em quase todo tipo de construção, como em nossas casas de alvenaria, em rodovias, em pontes, nos edifícios mais altos do mundo, em torres de resfriamento, em usinas hidrelétricas e nucleares, em obras de saneamento, até em plataformas de extração de petróleo. � Mas o emprego deste material é relativamente recente e sua primeira aplicação, ao contrário do que podemos pensar não foi na construção civil. � Concreto armado = concreto + aço. Estas armações são necessárias para atender à deficiência do concreto em resistir a esforços de tração (seu forte é a resistência à compressão) e são indispensáveis na execução de peças como vigas e lajes, por exemplo. � Atribui-se a descoberta do concreto armado a Joseph- Louis Lambot, um agricultor francês, que em 1849 realizou a construção da primeira estrutura de concreto armado: um barco. � Ele testou o barco em sua propriedade agrícola e realizou sua patente 1855, o mesmo ano em que foi apresentado na Feira Mundial de Paris (o protótipo original é preservado no Museu de Brignoles, França). � armada. Observa-se no entanto que na verdade o barco foi construído utilizando argamassa. � O projeto não teve grande repercussão, mas chamou a atenção de Joseph Monier, que vislumbrou a possibilidade de substituir os vasos de plantas ornamentais que até então produzia em madeira ou cerâmica, produtos que apodreciam ou quebravam com muita facilidade. Com o sucesso obtido, iniciou a produção de vários artefatos e estruturas de concreto armado, registrando várias patentes de cimento armados com ferro: de vasos de cimento para horticultura e jardinagem (1867), de tubos e tanques (1868), de painéis decorativos para fachadas de edifícios (1869), de reservatórios de água (1872), de construção de pontes e passarelas (1873 e 1875) e de vigas de concreto armado (1878). � A primeira ponte de concreto armado (que ainda existe) foi construída por Monier em 1875, no castelo Chazelet (França). A grande contribuição de Monier foi, mesmo que de forma empírica e intuitiva, avaliar as características dos materiais para combiná-los de forma adequada. Monier percebeu que o concreto era facilmente obtido e moldado e tinha considerável resistência à compressão e ao esmagamento, porém apresentava deficiências em relação ao cisalhamento e à tração. Por outro lado o aço era extremamente resistente à tração e era facilmente encontrado em formas simples como barras longas. � Em 1886, o engenheiro alemão Gustav Adolf Wayss (1851-1917) comprou as patentes de Monier para desenvolvê-las. Ele conduziu suas pesquisas para o uso do concreto armado como material de construção em sua empresa, a Wayss & Freytag. A empresa realizou, durante 20 anos, muitos ensaios para eliminar algumas dúvidas a respeito do novo material como: a umidade do concreto poderia causar a corrosão das barras de aço? Haveria aderência suficiente entre aço e concreto? Como seria tratada a diferença de deformação do concreto e do aço durante uma variação de temperatura? � Desde então vários estudos foram realizados até que a desconfiança em relação ao material fosse superada. Hoje sabe-se que a alcalinidade do cimento hidratado protege o aço contra a corrosão, que a aderência do aço e do concreto é boa ( melhor ainda nas barras com nervuras) e que o concreto e o aço têm o mesmo coeficiente de dilatação (e de contração) térmica. Em 1902 foi erguido o primeiro prédio comercial de grande altura (64 metros – 15 pavimentos), o Ingalls Building em Ohio, Estados Unidos. � CONCRETO CIMENTO AREIA (agregado miúdo) PEDRAS (agregado graúdo) ÁGUA � CONCRETO Concreto é basicamente o resultado da mistura de cimento, água e agregados, sendo que o cimento ao ser hidratado pela água, forma uma pasta resistente e aderente aos fragmentos dos agregados, formando um bloco monolítico. No preparo do concreto, um ponto de atenção é o cuidado que se deve ter com a qualidade e a quantidade da água utilizada, pois ela é a responsável por ativar a reação química que transforma o cimento em uma pasta aglomerante. Se sua quantidade for muito pequena, a reação não ocorrerá por completo e se for superior a ideal, a resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando este excesso evaporar. � CONCRETO A relação entre o peso da água e do cimento utilizados na dosagem, é chamada de fator água/cimento (a/c). O concreto deve ter uma boa distribuição granulométrica a fim de preencher todos os vazios, pois a porosidade por sua vez tem influência na permeabilidade ena resistência das estruturas de concreto. A proporção entre todos os materiais que fazem parte do concreto é também conhecida por dosagem ou traço, sendo que podemos obter concretos com características especiais, ao acrescentarmos à mistura, aditivos, isopor, pigmentos, fibras ou outros tipos de adições. Cada material a ser utilizado na dosagem deve ser analisado previamente em laboratório (conforme normas da ABNT), a fim de verificar a qualidade e para se obter os dados necessários à elaboração do traço (massa específica, granulometria, etc.).
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