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MATERIAL 1 empreendedorismo

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÂO TECNOLÓGICA DO ESPÍRITO SANTO
PROF. Edson Costa Aildefonso
EMPREENDEDORISMO
1. O que significa o termo empreendedorismo?
É uma livre tradução que se faz da palavra entrepreneurship. Designa uma área de grande 
abrangência e trata de outros temas além da criação de empresas, tais como: 
• Geração do auto-emprego (trabalhador autônomo);
• Geração de emprego e renda (negócio que gera oportunidades); 
• Empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); 
• Intra-empreendedorismo (o empregado empreendedor); 
• Políticas públicas (políticas governamentais para o setor). 
2. Exemplos do que seja um empreendedor:
• Indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela; 
• Pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de 
administrar, vender, fabricar, distribuir ou de fazer propaganda dos seus produtos e/ou 
serviços, agregando novos valores; 
• Empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de 
valores adicionais.
Obs.: Não se considera, contudo, empreendedor uma pessoa que, por exemplo, adquira uma 
empresa e não introduza qualquer inovação (seja na forma de vender, de produzir, de tratar os 
clientes), mas somente gerencie o negócio. 
3. Para que servem tais conceitos, definições? 
São eles o ponto de partida dos pesquisadores para o estudo das condições que levam o 
empreendedor ao sucesso. É através desse entendimento que é possível ensinar alguém a ser 
empreendedor. Por isso, o estudo do perfil de empreendedores é o tema central das pesquisas e 
tem sido de grande valia para a educação na área. Os empreendedores podem ser voluntários (que 
têm motivação para empreender) ou involuntários (que são forçados a empreender por motivos 
alheios à sua vontade: desempregados, imigrantes etc.). Timmons (1994) acha que "o 
empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução 
industrial foi para o século 20". 
4. O que é ser um empreendedor? Mas o que é um empreendedor? Como vamos definí-lo? 
Acredita-se hoje que o empreendedor seja o "motor da economia", um agente de mudanças. Muito 
se tem escrito a respeito, e os autores oferecem variadas definições para o termo. O economista 
austríaco Schumpeter (1934) associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à inovação e 
ao aproveitamento de oportunidades em negócios. Iremos trabalhar com a definição de Filion 
1
(1991), por ser simples e abrangente: "Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e 
realiza visões". Mais para frente, iremos conhecer com mais detalhes o que é uma visão. 
5. Mas o que se sabe hoje, através das pesquisas em todo o mundo, sobre o perfil do 
empreendedor?
Empreendedor é um ser social, produto do meio que habita (época e lugar). Se uma pessoa vive em 
um ambiente em que ser empreendedor é visto como algo positivo, então terá motivação para criar 
o seu próprio negócio. 
É um fenômeno regional, ou seja, existem cidades, regiões, países mais - ou menos - 
empreendedores do que outros. O perfil do empreendedor (fatores do comportamento e atitudes 
que contribuem para o sucesso) pode variar de um lugar para outro. 
6. Como os conhecimentos obtidos através das pesquisas podem ajudar a quem quer abrir uma 
empresa? 
Presume-se que, se uma pessoa tem características e aptidões mais comumente encontradas em 
empreendedores de sucesso, terá ela melhores condições para empreender. Como se sabe, são as 
características comportamentais básicas pelas quais o candidato a empreendedor deve se pautar. 
Por outro lado, sem tais características, a pessoa terá dificuldades em obter sucesso. Tais 
características serão estudadas posteriormente.
 
No estágio atual de conhecimento sobre empreendedorismo, sabe-se como ajudar os 
empreendedores em potencial e os empreendedores de fato a identificar as características que 
devem ser aperfeiçoadas para obterem sucesso. 
A tese de que o empreendedor é fruto de herança genética não encontra mais seguidores nos meios 
científicos. Assim, é possível que as pessoas aprendam a ser empreendedores, mas dentro de um 
sistema de aprendizagem especial, bastante diferente do ensino tradicional. 
7. O que ainda não se pode fazer no estágio atual de conhecimento na área de empreendedorismo? 
• Determinar com certeza se uma pessoa vai ou não ser bem sucedida como 
empreendedora; 
• Garantir que as pessoas possuidoras das características essenciais ao empreendedor 
terão sucesso. 
8. Qual o perfil do empreendedor de sucesso?
A grande pergunta que os pesquisadores se fazem é: "quais são as características dos 
empreendedores de sucesso? Eles têm algo diferente dos outros?". Hoje há muita concordância 
entre os cientistas sobre as características dos empreendedores de sucesso: traços de 
personalidade, atitudes e comportamentos que ajudam a alcançar êxito nos negócios. 
E por que essa preocupação em identificar o perfil do empreendedor de sucesso? Para que possamos 
aprender a agir, adotando comportamentos e atitudes adequadas. Mas é importante termos 
consciência de que ainda não se pode estabelecer uma relação absoluta de causa e efeito. Ou seja, 
se uma pessoa tiver tais características, certamente vai ter sucesso. O que se pode dizer é que, se 
2
determinada pessoa tem as características e aptidões mais comumente encontradas nos 
empreendedores, mais chances terá de ser bem sucedida. 
9. Os estudos sobre empreendedorismo é antigo ou recente?
A pesquisa acadêmica sobre empreendedorismo é relativamente recente e está ligada à grande 
importância que a pequena empresa exerce no quadro econômico do mundo atual. Esse ramo do 
conhecimento está ainda em uma fase pré-paradigmática, já que não existem padrões definitivos, 
princípios gerais ou fundamentos que possam garantir de maneira cabal o conhecimento na área. 
Como se trata de estudo recente,é comum a existência de questões cruciais como: 
• "É possível ensinar alguém a ser empreendedor?";
• "Quais são as características empreendedoras determinantes do sucesso?";
Não se encontram ainda respostas definitivas, apesar da publicação acadêmica na área atingir mais 
de mil artigos por ano, em cerca de 50 congressos e 25 títulos especializados. 
Se ainda incapazes de estabelecer relações de causa e efeito, as pesquisas desenvolvidas por 
acadêmicos e praticantes das mais diversas correntes conseguem, no entanto, encontrar pontos em 
comum no que diz respeito às principais características encontradas nos empreendedores de 
sucesso. Sem conotações determinísticas, tais características têm contribuído para a identificação e 
compreensão de comportamentos que podem levar o empreendedor ao sucesso, servindo de base 
para o ensino na área. Ou seja, não se pode dizer que o sucesso será conseqüência de determinadas 
características comportamentais, mas certamente se pode afirmar que um conjunto de condições, 
presentes no indivíduo, contribuirão para o seu sucesso como empreendedor.
Um dos campos centrais da pesquisa na área do empreendedorismo concentra-se 
fundamentalmente no estudo do ser humano e dos comportamentos que podem conduzir ao 
sucesso. Por outro lado, o conjunto que compõe o instrumental necessário ao empreendedor de 
sucesso, ou seja, o know-how tecnológico e o domínio de ferramentas gerenciais, é visto como uma 
conseqüência do processo de aprendizado de alguém capaz de atitudes definidoras de novos 
contextos: o empreendedor. 
Em outras palavras, o indivíduo portador das condições necessárias para empreender saberá 
aprender o que for necessário para a criação, desenvolvimentoe realização de sua visão. No ensino 
do empreendorismo o ser é mais importante do que o saber: este será conseqüência das 
características pessoais que determinam a sua própria metodologia de aprendizagem.
A seguir apresenta-se um resumo das características dos empreendedores, segundo os 
pesquisadores Timmons (1994) e Hornaday (1982) :
• O empreendedor tem um "modelo", uma pessoa que o influencia. 
• Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização. 
• Trabalha sozinho. 
• Tem perseverança e tenacidade. 
• O fracasso é considerado um resultado como outro qualquer. 
• O empreendedor aprende com os resultados negativos, com os próprios erros. 
3
• Tem grande energia. É um trabalhador incansável. Ele é capaz de se dedicar intensamente 
ao trabalho e sabe concentrar os seus esforços para alcançar resultados. 
• Sabe fixar metas e alcança-las. Luta contra padrões impostos. Diferencia-se. Tem a 
capacidade de ocupar um intervalo não ocupado por outros no mercado, descobrir nichos. 
• Tem forte intuição. Como no esporte, o que importa não é o que se sabe, mas o que se faz. 
• Tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz. 
• Cria situações para obter feedback sobre o seu comportamento e sabe utilizar tais 
informações para o seu aprimoramento. 
• Sabe buscar, utilizar e controlar recursos. 
• Sonhador realista. É racional, mas usa também a parte direita do cérebro. 
• É um líder. Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado a um "líder 
de banda", que dá liberdade a todos os músicos, deles extraindo o que têm de melhor, mas 
consegue transformar o conjunto em algo harmônico, seguindo uma partitura, um tema, 
um objetivo. 
• É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo. 
• Aceita o dinheiro como uma das medidas do seu desempenho. 
• Tece "redes de relações" (contatos, amizades) moderadas, mas utilizadas intensamente 
como suporte para alcançar os seus objetivos. A rede de relações internas (com sócios, 
colaboradores) é mais importante que a externa. 
• O empreendedor de sucesso conhece muito bem o ramo em que atua. 
• Cultiva a imaginação e aprende a definir visões. 
• Traduz seus pensamentos em ações. 
• Define o que deve aprender (a partir do não definido) para realizar as suas visões. 
• É pró-ativo diante daquilo que deve saber: primeiramente define o que quer, aonde quer 
chegar, depois busca o conhecimento que lhe permitirá atingir o objetivo. 
• Preocupa-se em aprender a aprender, porque sabe que no seu dia-a-dia será submetido a 
situações que exigem constante aprendizado de conhecimentos que não estão nos livros. 
• O empreendedor é um fixador de metas. 
• Cria um método próprio de aprendizagem. Aprende a partir do que faz. Emoção e afeto são 
determinantes para explicar o seu interesse. Aprende indefinidamente. 
• Tem alto grau de "internalidade", que significa a capacidade de influenciar as pessoas com 
as quais lida e a crença de que pode mudar algo no mundo. 
• Para ele, a empresa é um sistema social que gira em torno do empreendedor. Ele acha que 
pode provocar mudanças nos sistemas em que atua. 
• O empreendedor não é um aventureiro; assume riscos moderados. Gosta do risco, mas faz 
tudo para minimizá-lo. É inovador e criativo – a inovação é relacionada ao produto, é 
diferente da invenção, que pode não dar conseqüência a um produto. 
• Tem alta tolerância à ambigüidade e incerteza e é hábil em definir a partir do indefinido. 
• Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar 
oportunidades de negócios. 
10. Formação e desenvolvimento da "visão" do empreendedor
A teoria visionária de L. J. Filion (1991) ajuda-nos a entender como se forma uma idéia de produto e 
quais são as condições para que ela surja. Ela diz que as pessoas motivadas a abrir uma empresa 
vão criando, no decorrer do tempo, baseadas na sua experiência, idéias de produtos. Tais idéias, a 
princípio, emergem em estado bruto e refletem ainda um sonho, uma vontade não muito definida. 
Ou seja, ainda não sofreram um processo de validação, podem ainda não ser um produto. 
4
O futuro empreendedor, para aprofundar-se em sua idéia (ou idéias) emergente, procura pessoas 
com quem possa obter informações para aprimorá-la, testá-la, verificar se é um bom negócio. 
Procura também ler sobre o assunto, participar de feiras, eventos. Ao obter tais informações, a 
pessoa vai alterando a sua idéia inicial, agregando novas características, mudando alguma coisa, 
descobrindo ou inventando novos processos de produção, distribuição ou vendas. E, ao modificar o 
produto, vai atrás de novas pessoas, livros, revistas, feiras etc. É um processo contínuo de 
conquistas de novas relações. E esse processo é circular, na medida em que tais relações irão 
contribuir para melhorar o produto, alterando-o e assim por diante. 
Para Filion, essas idéias iniciais são visões emergentes. Prosseguindo em sua busca, vai chegar um 
dia em que o empreendedor sente que encontrou a forma final do produto e já sabe para quem vai 
vendê-lo. Nesse momento, ele acaba de dar corpo à sua visão central, ou seja, tem um produto bem 
definido e sabe qual é o mercado para seu produto. 
Esse é processo de formação da visão. Visões emergentes levam a novas relações (nos níveis 
secundário e terciário) que, por sua vez, contribuem para aprimorar a visão emergente inicial (o 
produto). Novas relações são estabelecidas em função do novo produto, e assim por diante, até que 
seja atingida a visão central, que pode ser fruto de uma ou várias visões emergentes.
Mas para desenvolver o processo de formação da visão, o empreendedor tem que se apoiar em 
alguns elementos. O principal deles são as chamadas Relações. Mas tem ele que trabalhar 
intensamente, sempre voltado para os resultados. O alvo não é o trabalho em si, mas o resultado 
que dele advém. Filion chama isso de ‘energia’.
Deve o empreendedor ser uma pessoa com autonomia, autoconfiança. Deve acreditar ainda que 
pode mudar as coisas, que é capaz de convencer as pessoas, de que ainda tem a capacidade de 
convencer a outras pessoas de que sua idéia é ótima e de que todos vão beneficiar-se dela. Enfim, 
deve saber persuadir terceiros a ajudarem-no a realizar o seu sonho. É o que Filion chama de 
‘liderança’. E, lógico, exige-se de tal pessoa conhecimento do setor em que vai atuar.
Por fim, Filion fala da Visão Complementar, que trata da gerência da empresa, da organização e 
controle das diversas atividades administrativas, financeiras, de pessoal etc. Através da visão 
complementar é que vai ser criada a estrutura para que o produto seja vendido aos clientes, da 
forma mais eficaz possível, gerando os resultados esperados: viabilidade, consolidação, crescimento, 
altos lucros.
11. A importância das relações para o empreendedor
Nas pesquisas, verificou-se que os empresários de sucesso são influenciados por empreendedores 
do seu círculo de relações (família, amigos) ou por líderes ou figuras importantes, tomados como 
‘modelos’. 
Esta admiração nos remete ainda a algumas perguntas, as mesmas que os grandes pesquisadores 
desta área se fazem: 
• Pode alguém tornar-se um empreendedor?
• Como alguém se torna empreendedor? Aprendendo? Vivenciando? 
• O empreendedor nasce pronto? Ou seja, é fruto de herança genética? 
• É possível aprender sobre empreendedorismo?
• Pode ensinar alguém a ser empreendedor ? 
5
O Empreendedorismo não é ainda uma ciência, apesar de ser uma das áreas onde mais se pesquisa 
e se publica. Isso quer dizer que ainda não existem paradigmas, padrões que possam, por exemplo, 
nos garantir que, a partir de certas circunstâncias, haverá um empreendedor de sucesso. Mas muita 
coisa pode ser dita sobre o empreendedor.Vamos ao assunto!
Todos os pesquisadores acreditam que é possível ‘alguém tornar-se um empreendedor’. Mas a 
metodologia de ensino deve ser diferente da tradicional, que podemos ver desde as séries iniciais 
(pré-escola) até a universidade. 
Sabe-se que o empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, é fruto dos hábitos, práticas e 
valores das pessoas. Existem famílias mais empreendedoras do que outras, assim como cidades, 
regiões, países. Na verdade aprende-se a ser empreendedor através da convivência com outros 
empreendedores, em um clima em que ser dono do próprio nariz, ter um negócio, é considerado 
como algo muito positivo. Pesquisas indicam que as famílias de empreendedores têm maior chance 
de gerar novos empreendedores e que os empreendedores de sucesso quase sempre têm um 
modelo, alguém a quem admiram e imitam.
Consideremos três níveis de relações, o primário, o secundário e o terciário, no esquema abaixo: 
• Primário: familiares e conhecidos; ligações em torno de mais de uma atividade. 
• Secundário: ligações em torno de determinada atividade; redes de ligações. 
• Terciário: cursos, livros, viagens, feiras e congressos. 
Podemos dizer que o nível primário é a principal fonte de formação de empreendedores. Mas os 
níveis secundário e terciário podem também ser importantes na geração de empreendedores. Um 
dos pontos básicos do ensino de Empreendedorismo é fazer com que o aluno busque estabelecer 
relações que dêem suporte ao seu negócio.
Assim, a convivência é muito importante nessa área. Existe um ditado no campo do 
Empreendedorismo que diz o seguinte: "Dize-me com quem andas que te direi quem queres ser". 
Se há, portanto, empreendedores que nascem prontos, não são por razões genéticas, mas sim 
porque o nível primário de relações os influenciou. Há poucas décadas dizia-se o mesmo em relação 
a administradores, gerentes: "Fulano tem o dom para administrar, ciclano nasceu assim, beltrano 
jamais saberá gerenciar". Hoje ninguém duvida que alguém possa aprender a ser administrador. 
O Empreendedorismo, em termos acadêmicos, é um campo muito recente, com cerca de vinte anos. 
Mas os cursos nessa área têm-se multiplicado com uma velocidade incrível. Para se ter idéia, em 
1975, nos EUA, havia cerca de cinqüenta cursos. Hoje há mais de mil, em universidades e segundo 
grau, ensinando Empreendedorismo. 
12. Por que o ensino de empreendedorismo?
Razão 1 - A alta taxa de mortalidade infantil. No mundo das empresas emergentes a regra é falir, e 
não ter sucesso. De cada três empresas criadas, duas fecham as portas. As pequenas empresas 
(menos de 100 empregados) fecham mais: 99% das falências são de empresas pequenas. Se alguns 
têm sucesso sem qualquer suporte, a maioria fracassa, muitas vezes desnecessariamente. A criação 
de empresas é um problema de crescimento econômico. 
6
Razão 2 - Neste final de século, as relações de trabalho estão mudando. O emprego dá lugar a 
novas formas de participação. Na verdade as empresas precisam de profissionais que tenham uma 
visão global do processo, que saibam identificar e satisfazer as necessidades do cliente. A tradição 
do nosso ensino, de ‘formar empregados’, nos níveis universitário e profissionalizante, não é mais 
compatível com a organização da economia mundial.
Razão 3 - Exige-se hoje, mesmo para aqueles que vão ser empregados, um alto grau de 
"empreendedorismo". As empresas precisam de colaboradores que, além de dominar a tecnologia, 
conheçam também o negócio, saibam auscultar e atender as necessidades do cliente, possam 
identificar oportunidades, e mais: buscar e gerenciar os recursos para viabilizá-las.
Razão 4 - A metodologia de ensino tradicional não é adequada para formar empreendedores.
Razão 5 - As nossas instituições de ensino estão distanciadas dos "sistemas de suporte", ou seja, 
das empresas, órgãos governamentais, financiadores, associações de classe, entidades das quais os 
pequenos empreendedores dependem para sobreviver. As relações universidade-empresa ainda são 
incipientes no Brasil.
Razão 6 - Cultura. Os valores do nosso ensino não sinalizam para o empreendedorismo.
Razão 7 - Ainda há uma percepção insuficiente da importância da PME (Pequena e Média Empresa) 
para o desenvolvimento econômico.
Razão 8 - Predomina, no ensino profissionalizante e universitário, a cultura da "grande empresa". 
Não há o hábito de se falar na pequena empresa. Os cursos de administração, com raras exceções, 
são voltados quase exclusivamente para o gerenciamento de grandes empresas.
Razão 9 - Ética - Uma grande preocupação no ensino do empreendedorismo devem ser os aspectos 
éticos que envolvem esta atividade. Por sua grande influência na sociedade e na economia, é 
fundamental que os empreendedores - como qualquer cidadão - sejam guiados pelos princípios e 
valores nobres.
Razão 10 - Cidadania. O empreendedor deve ser alguém com alto comprometimento com o meio 
ambiente e com a comunidade, com forte consciência social. A sala de aula é um excelente lugar 
para o debate desses termos.
13. Fatores de sucesso e o que conduz ao sucesso, na opinião dos próprios empreendedores:
Eis algumas respostas à pesquisa, segundo Timmons (1994): 
• Faça o que lhe dá energia. Divirta-se! 
• Imagine como fazer funcionar algo. 
• Diga, "posso fazer", ao invés de "não posso" ou "talvez". 
• Tenacidade e criatividade irão triunfar! 
• Qualquer coisa é possível, se você acreditar que pode fazê-la. 
• Se você não sabe que não pode ser feito, então vá em frente e o fará. 
• Veja o copo metade cheio e não metade vazio. 
• Seja insatisfeito com o jeito que as coisas estão e procure melhorá-las. 
7
• Faça coisas de forma diferente! 
• Não assuma riscos desnecessários, mas assuma um risco calculado, se é a oportunidade 
certa para você. 
• Os negócios fracassam; os empreendedores de sucesso aprendem. Mas tente manter baixo 
o custo do aprendizado. 
• Faça da oportunidade e dos resultados a sua obsessão! 
• Fazer dinheiro é mais divertido que gastá-lo! 
• Uma equipe constrói um negócio: um só indivíduo ganha a vida! 
• Tenha orgulho das suas realizações, isso é contagiante! 
• É mais fácil implorar por perdão do que pedir permissão! 
14. Idéia e oportunidade
"Há uma grande diferença entre uma idéia e uma oportunidade"...
Não saber distinguir entre uma idéia e uma oportunidade é uma das grandes causas de insucesso. A 
confusão entre idéia e oportunidade é muito comum entre os empreendedores iniciantes. Identificar 
e agarrar uma oportunidade é, por excelência, a grande virtude do empreendedor de sucesso. É 
necessário que o pré-empreendedor desenvolva essa capacidade, praticando sempre. Atrás de uma 
oportunidade sempre existe uma idéia, mas somente um estudo de viabilidade, que pode ser feito 
através do Plano de Negócios, indicará seu potencial de transformar-se em um bom negócio. 
 Fontes de idéias:
 
• Negócios existentes: pode haver excelentes oportunidades em negócios em falência. É 
lógico que os bons negócios são adquiridos por pessoas próximas (empregados, diretores, 
clientes, fornecedores); 
• Franquias e patentes; 
• Licença de produtos: uma fonte de boas idéias é assinar revistas da área. Corporações, 
universidades e institutos de presquisa não-lucrativos podem ser fontes de idéias; 
• Feiras e exposições; 
• Empregos anteriores: grande número de negócios são iniciados por produtos ou serviços 
baseados em tecnologia e idéias desenvolvidas por empreendedores enquanto eles eram 
empregados de outros; 
• Contatos profissionais; advogados de patentes, contadores, bancos, associações de 
empreendedores; 
• Consultoria: dar consultoria pode ser uma fonte de idéias; 
• Pesquisa universitária; 
• A observação do que se passa em volta, nas ruas; 
• Idéias que deram certo emoutros lugares; 
• Experiência adquirida enquanto consumidor;
• Mudanças demográficas e sociais, mudanças nas circunstâncias de mercado; 
• Caos econômico, crises, atrasos (quando há estabilidade, as oportunidades são mais 
raras);
• Uso das capacidades e habilidades pessoais;
• Imitação; 
• Dar vida a uma visão; 
• Transformar um problema em uma oportunidade;
8
• "Descobrir" algo que já existe: melhorar, acrescentar algo novo na idéia já existente e 
combinar de uma forma nova. 
 Sobre a oportunidade:
 
• Ela deve se ajustar ao empreendedor. Algo que é uma oportunidade para uma pessoa pode 
não ser para outra, por vários motivos (know-how, perfil individual, motivação, relações 
etc.);
• É um alvo móvel. Se alguém a vê, ainda há tempo de aproveitá-la;
• Um empreendedor habilidoso dá forma a uma oportunidade onde outros nada vêem, ou 
vêem muito cedo ou tarde;
• Idéias não são necessariamente oportunidades (embora no âmago de uma oportunidade 
exista uma idéia);
• A oportunidade é a fagulha que detona a explosão do empreendedorismo;
• Há idéias em maior quantidade do que boas oportunidades de negócios. 
 
Características da oportunidade: é atraente, durável, tem uma hora certa, ancora-se em um produto 
ou serviço que cria, ou adiciona valor para o seu comprador. 
 
Apresenta um desafio: reconhecer uma oportunidade enterrada em dados contraditórios, sinais, 
inconsistências, lacunas de informação e outros vácuos, atrasos e avanços, barulho e caos do 
mercado (quando mais imperfeito o mercado, mais abundantes são as oportunidades). 
 
Reconhecer e agarrar oportunidades não é uma questão de usar técnicas, check lists e outros 
métodos de identificar e avaliar; não há receita de bolo (a literatura tem n métodos), mas depende 
da capacidade do empreendedor. 
* Material extraído do site www.inatel.br, com adaptações.
9

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