Buscar

PORTFÓLIO CULTURA MATERIAL E IMATERIAL COMPLETO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL 
UNINTER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTFÓLIO 
CULTURA MATERIAL E IMATERIAL 
 
 
Arnaldo ALVES DA SILVA JÚNIOR 
Elis Maria SILVA FAGUNDES 
Geisa Maria ALVES PEREIRA 
UNINTER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caetité 
2016 
 
 
 
 
ARNALDO ALVES DA SILVA JÚNIOR 
ELIS MARIA SILVA FAGUNDES 
GEISA MARIA ALVES PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CULTURA MATERIAL E IMATERIAL 
 
 
 
 
Trabalho apresentado a UTA 
Fundamentos Pedagógicos, Fase II 
Curso: Licenciatura em Matemática 
Tutor Local: Suely A. T. S.Abrantes 
Centro Associado: Caetité - Bahia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caetité 
2016 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
RESUMO............................................................................................................ 3 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 
2 CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL ......................................................... 5 
2.1 CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL DO ESTADO DA BAHIA ................ 6 
2.2 CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL DO MUNICÍPIO DE IGAPORÃ....... 8 
3 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL 
NAS ESCOLAS ................................................................................................. 15 
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho discorre sobre a Cultura tanto no contexto Material como 
Imaterial, de acordo com sua natureza, definindo sua importância para a formação 
da identidade de um povo. Foi feito um breve relato sobre alguns pontos do acervo 
cultural do Estado da Bahia visto que quanto a sua expressividade é praticamente 
impossível citá-lo por completo. Também faz parte destes relatos um pouco do que 
diz respeito à cultura Material e Imaterial, os saberes e tradições do município de 
Igaporã, no Estado da Bahia. Após esta conceituação do que representa tanto a 
Cultura Material quanto a Imaterial exemplificando esse conceito no Estado da Bahia 
e no Município de Igaporã, registramos a importância de se trabalhar essas culturas 
na escola e qual o seu papel na formação do cidadão e no reconhecimento da nossa 
identidade. 
 
 
PALAVRAS CHAVE: Cultura Material. Cultura Imaterial. Identidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caetité 
2016 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Você já parou para pensar que praticamente tudo que nos cerca faz parte da 
nossa cultura? Ou pelo menos está relacionado com a cultura, pois a cultura é parte 
do que somos, é a cultura que regula nossa convivência, nossa comunicação em 
sociedade. A cultura possui tanto aspectos tangíveis que são os artefatos e seus 
símbolos que fazem parte do seu contexto, como os intangíveis que são as ideias, 
valores, normas, comportamentos que constroem a realidade social. O presente 
trabalho relata sobre a cultura material e imaterial do Estado da Bahia apresentando 
alguns aspectos dessa cultura, visto que seu acervo é imensamente rico e torna-se 
impossível concluí-los em um único texto. Relatamos ainda sobre o patrimônio 
cultural do município de Igaporã - Bahia, com suas expressões tanto materiais como 
imateriais que contam a história de um povo, de uma nação, um estado, de uma 
comunidade, um município, uma região. A cultura se define como a herança de um 
passado transmitida as gerações futuras. E essa transmissão se dá através de seus 
costumes, comidas típicas, religiões, lendas, cantos, danças, linguagem 
superstições, rituais, festas. É imprescindível se trabalhar nas escolas a cultura, a 
diversidade cultural, o que para aquela comunidade específica é considerado 
familiar, as mudanças ocorridas com o tempo, os aspectos dominantes daquela 
população, bem como a valorização de tudo que é considerado importante para a 
formação de uma sociedade menos desigual, aprendendo respeitar as diferenças 
sempre existentes, porém sem depreciar o que não é comum a todos, pois através 
da valorização da cultura, do conhecimento mais aprofundado do que é cultura, 
torna-se possível, trabalhando intensamente esse tema nas escolas, conscientizar 
os indivíduos, proporcionando aos mesmos a aquisição de conhecimentos para a 
compreensão da história local, adequando-os à sua própria história. Eis a 
importância, de se trabalhar minuciosamente nas escolas sobre a cultura e sua 
complexidade na construção da identidade de um povo. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL 
 
A Cultura Material consiste em todo objeto que registra as normas e regras do 
modo de vida de uma determinada comunidade. A cultura material está relacionada 
com a finalidade ou sentido que os objetos têm para um povo numa cultura, ou seja, 
a importância e influência que exercem na definição da identidade cultural de uma 
sociedade. São exemplos de Cultura Material: Os objetos manufaturados, os 
prédios, meios de transportes, estradas, pontes, ou seja, todo e qualquer objeto 
resultante da transformação da natureza pelo homem. 
 
A cultura material surge como expressão específica da coerência de 
comunidades orgânicas, correspondendo a ‘modos de vida’ através dos 
quais essas comunidades pretendem reavivar as referências que lhes 
conferem identidade. Na óptica culturalista, a identidade cultural decorre da 
identificação dos membros de uma determinada comunidade com uma série 
de símbolos que registra, de modo codificado, normas e regras que são 
transmitidas de geração em geração. (FUNDAÇÃO COA PARQUE, 2016) 
 
 
Já a Cultura Imaterial é o conhecimento que não foi ensinado por meio de 
livros, registros formais ou ensinamentos sistemáticos, mas sim, o conhecimento 
transmitido na prática, na forma oral ou por meio de gestos, de geração para 
geração. Tradição e transmissão de conhecimento são fatores essenciais para a 
continuidade da cultura imaterial, e para a construção da identidade um grupo, povo 
ou nação. Está relacionada aos aspectos não materiais como: os costumes, a 
religião, o folclore, as artes, entre outros. 
 
A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial as práticas, 
representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os 
instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados 
- que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos 
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. O Patrimônio 
Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado 
pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação 
com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e 
continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade 
cultural e à criatividade humana. (AMIGOS DO LIVRO, 2016) 
 
 
 
 
 
6 
 
2.1 CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL DO ESTADO DA BAHIA 
 
A riqueza cultural do Estado da Bahia é tão grande e diversificada que torna-
se até difícil saber sobre o que relatar, pois a Bahia possui um dos mais expressivos 
acervos culturais do Brasil tanto no que diz respeito à cultura material com suasobras arquitetônicas, religiosas como com suas diversas manifestações populares, 
culturais, sua música, culinária que fazem parte do patrimônio cultural imaterial. 
 
A Bahia, ocupando uma área de 567.692,669 km², é o quinto maior estado 
do país e possui um dos maiores e mais significativos acervos de bens 
culturais do Brasil. A organização da salvaguarda deste acervo cultural, 
primazia do Estado iniciada já nas primeiras décadas do século XX, foram 
intensificadas após a criação do SPHAN, a quem coube as tarefas de 
identificação, restauração e preservação dos bens culturais de excepcional 
valor. Em 1937, foi criado o 2º Distrito do SPHAN, com sede em Salvador, 
abrangendo os estados da Bahia e Sergipe. Em 1990, transformou-se em 7ª 
Coordenação Regional, atual Superintendência Regional do IPHAN, com 
jurisdição sobre a Bahia. Em 1988 a sede passou do Museu dos Sete 
Candeeiros para a Casa Berquó, imóvel do século XVII, tombado 
individualmente, situado no centro histórico de Salvador. (INSTITUTO DO 
PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL, 2016a) 
 
 
Existem no Estado da Bahia 174 bens de natureza material tombados 
individualmente e mais de 9.000 imóveis tombados em conjunto segundo dados do 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 
Sobre a Cultura Material o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de 
Cachoeira, tombado pelo Iphan em 1971, formado na sua maioria por edifícios do 
século XVIII e XIX - caracteriza-se pela tendência neoclássica que, no século XIX, 
influenciou a construção de novos prédios e reformou os antigos; o Conjunto 
Paisagístico de Iguatu, em Andaraí, foi tombado pelo Iphan, em 2000, abrange as 
ruínas de habitações de pedra localizadas entre a ponte sobre o rio Coisa Boa e a 
margem esquerda em direção à trilha do antigo garimpo local; o Conjunto 
Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Itaparica, tombado em 1980, A Ilha de 
Itaparica situa-se na Baía de Todos os Santos e sua ocupação se deu desde os 
primeiros tempos da colonização portuguesa, conserva suas características 
originais, destacando-se pela uniformidade dos muitos edifícios de um só pavimento; 
o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Lençóis; o Conjunto Arquitetônico, 
Urbanístico e Paisagístico de Monte Santo; o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico 
de Mucugê; o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Cidade Alta de Porto Seguro; 
7 
 
o Município de Porto Seguro, tombado em quase sua totalidade pelo patrimônio 
histórico, não sendo permitida a construção de prédios com mais de dois andares, 
tem relevante importância histórica, cultural e turística, Porto Seguro é o local da 
chegada dos portugueses no ano de 1500, quando o Brasil foi descoberto; o 
Conjunto Arquitetônico de Rio de Contas, Tombado pelo Iphan, em 1980, o conjunto 
arquitetônico de Rio de Contas reúne praças e ruas que ainda apresentam o traçado 
antigo, com monumentos públicos e religiosos em pedra, casario em adobe e igrejas 
barrocas; o Centro Histórico de Salvador, dentre muitos outros. 
 
 
 
Figura 1: Centro Histórico de Salvador - Bahia 
 
A Bahia também possui um patrimônio arqueológico riquíssimo, mas ainda 
muito pouco estudados distribuídos por todo o estado podendo citar os Sítios 
arqueológicos da Chapada Diamantina, Complexo Arqueológico de Paulo Afonso, 
Alguns sítios arqueológicos da região como os Sítios Arqueológicos Morro do 
Jacaré, Toca do Tapim, Paraguai e toca do Tapuio, todos no município de Caetité, O 
Sítio Arqueológico Três Passagens no município de Igaporã e outros tantos mais. 
 
8 
 
 
Figura 2: Sítio Arqueológico Morro do Jacaré, Caetité-Bahia 
 
O Patrimônio Imaterial é um importante fator da manutenção da diversidade 
cultural, pois promove o respeito por todos os modos de vida é a transmissão dos 
conhecimentos, das tradições, técnicas e costumes de geração em geração de uma 
comunidade, ou às outras comunidades contribuindo com a formação da nossa 
identidade. 
 
A partir do ano de 2000, com o Decreto Lei nº 3551, de 04 de agosto, que 
institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, da criação do 
Programa Nacional do Patrimônio Imaterial – PNPI e da consolidação do 
Inventário Nacional de Referências Culturais, houve um significativo 
aumento da demanda de proteção para os bens de natureza imaterial [...] 
Do total de 16 bens Registrados como Patrimônio Imaterial do Brasil quatro 
deles encontram suas origens na Bahia: a Festa do Senhor do Bonfim, o 
Samba de Roda do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas de Acarajé, a 
Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira, estes últimos, ainda 
aguardando a conclusão do seu plano de salvaguarda. (INSTITUTO DO 
PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL, 2016b) 
 
 
2.2 CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL DO MUNICÍPIO DE IGAPORÃ 
 
O município de Igaporã está situado no sudoeste da Bahia, suas origens se 
dão onde está situada a famosa Casa de Pedras do Santo Antônio, construída pelo 
fidalgo Bernardo de Brito, em meados do século XIX, onde residiu com seus 
familiares. É de fundamental importância a preservação da Casa de Pedras do 
Santo Antônio, tendo em vista o imenso significado histórico-cultural para o 
município. 
9 
 
 
Bernardo de Brito Gondim, foi o maior líder político do Bonito, no século 
XIX, integrante do Partido Conservador, no Brasil Imperial. O fazendeiro 
adquiriu a propriedade do Santo Antônio e em meados do século XIX, 
construiu a sua residência conhecida atualmente como “Casa de Pedras”. 
Trata-se de uma residência com fachada principal de pedras, com seteiras 
ou óculos sobre a s portas e janelas, servindo para medidas de proteção à 
família do proprietário, pois homens armados dentro da casa poderiam 
utilizá-los para alvejar pessoas do lado externo, em caso de confrontos ou 
ataques. É uma construção fortificada para os padrões da época. Foi 
adquirida em 1894, pelo capitão Augusto José Fagundes. Permanecendo, 
atualmente, em poder dos seus descendentes. (NEVES, 2008). 
 
 
 
Figura 3: Casa de Pedras do Santo Antônio 
 
 O tombamento da Casa de pedras da fazenda Santo Antônio foi realizado 
pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Igaporã- COMPAC por meio de 
Ofício de notificação ao proprietário. De acordo com a Lei nº 269, Capítulo IV, Artigo 
21 de 15 de setembro de 2014 que trata da Proteção e Conservação dos Bens 
Tombados: 
 
Os bens tombados deverão ser conservados e, em nenhuma hipótese 
poderão ser demolidos, destruídos ou mutilados, devendo aos bens naturais 
ser assegurada a normal evolução dos ecossistemas. 
§ 1° As obras de conservação, restauração ou alteração do bem tombado, 
somente poderá ser feita em cumprimento aos parâmetros estabelecidos na 
decisão do COMPAC, cabendo a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo 
a conveniente orientação. ( IGAPORÃ, p. 13, 2014) 
 
 
Os sítios arqueológicos são classificados como patrimônio material, através 
da arqueologia é possível construir capítulos importantes da nossa história. No 
município de Igaporã está localizado o Sítio Arqueológico Três Passagens. 
10 
 
 
O sítio arqueológico está localizado no município de Igaporã, junto ao sopé 
da serra, onde se inicia a estrada das Três Passagens. Nesse local, além 
da presença de cerâmicas de produção local/regional, faianças finas e 
vidros associados as atividades do cotidiano, foram também encontrados os 
alicerces em pedra de duas edificações em adobe: uma possível habitação 
e uma casa de farinha. Vestígios de um dos muitos modos de vida e 
padrões de subsistência dos habitantes da região. (ALFONSO E MORAES. 
P. 19, 2011) 
 
 
A cultura material está inserida noentendimento subjetivo dos objetos, seus 
valores, o significado desses utensílios para determinada comunidade e por isto é 
imprescindível registrar neste trabalho as casas de farinha e os engenhos de cana 
do município. Muitos chefes de família fabricavam e ainda fabricam artesanalmente 
no interior do município rapadura, mel, batido, farinha, tapioca e comercializam em 
Igaporã e cidades circunvizinhas. Muitos criaram seus filhos, formaram suas 
famílias, tendo como forma de subsistência o manejo desses produtos. Fortalecendo 
o crescimento econômico do município, consequentemente ajudando na formação 
cultural de Igaporã. 
 
Seu Osmar Borges dos Santos (conhecido como Mazinho) conta a história 
de sua avó, mãe de 14 filhos. Ele lembra a luta pela sobrevivência da 
família que saía da comunidade (Lagoa da Torta) e ia para Bom Jesus da 
Lapa de carro de boi levar farinha, tapioca e rapadura. Na volta trazia 
abóbora, feijão e peixe. Sua outra avó, natural de Paramirim saiu de lá para 
ir para São Paulo tentar a vida,durante a viagem instalou-se na comunidade 
de Alecrim, pois teve notícias de outras pessoas, que a vida em São Paulo 
também não estava fácil. (SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E 
TURISMO. p. 69, 2014a) 
 
 
 
 
Figura 4: Moenda de Cana de Açúcar 
 
11 
 
 
A cultura material está nos domínios da vida cotidiana de um povo, suas 
especificidades e as inter-relações dos artefatos, dos objetos com a história de um 
povo. Pode-se destacar ainda como cultura matéria de Igaporã a Igreja Matriz de 
Nossa Senhora do Livramento, construída em 1871. 
 
 
Figura 5: Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento 
 
A Praça do Forró onde acontece o tradicional São Pedro, época em que 
muitos dos Igaporaenses que vivem fora retornam ao município para festejar. É de 
suma importância a preservação da cultura, pois é através dela que é construída a 
identidade de um povo. 
 
 
Figura 6: Praça do Forró, Igaporã - Bahia 
No que diz respeito aos bens imateriais do município, aos saberes, 
religiosidade, festas e outras manifestações muito há por descrever. As festas 
12 
 
religiosas, por exemplo, são bem tradicionais, seguindo os mesmos ritos praticados 
por seus antepassados. As principais são: A Festa da Padroeira do município Nossa 
Senhora do Livramento, comemorada em setembro; Os festejos do mês de maio em 
homenagem a Maria e a festa de São Sebastião no mês de janeiro. 
 
 
Figura 6: Encerramento da festa Imaculado Coração de Maria 
 
As folias de Reis são bem festejadas no município todo. Sempre no mês de 
dezembro vários grupos rodam o interior do município e a sede com suas 
apresentações e no início de janeiro é realizado um encontro de todos esses grupos 
na sede do município, fechando o período com um belíssimo festival de Reis 
apresentado na esplanada da igreja Matriz. Nas comunidades Rurais de Barreiro do 
Tatu, Canabrava dos Farias, Limeira e tantos outros como Cachoeira do Tatu: 
 
O reisado é uma das tradições mais fortes da comunidade, sendo desde 
muito tempo realizado. O grupo é composto por homens e mulheres, que se 
entregam ao samba das rodas de Reis, se apresentam no período inicial do 
ano, e ainda em outras épocas. Esse é o denominado Reis temporão. Os 
moradores da comunidade apreciam com muita animação as apresentações 
realizadas, participando com palmas ou sambando juntamente com os 
reiseiros. ( SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E TURISMO, p.40, 
2014b) 
 
 
13 
 
 
Figura 7: X Festival de Reisado de Igaporã 
 
 
Enraizado no cotidiano das comunidades, em todo o município o patrimônio 
imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado. Em 
algumas comunidades, como Barreiro da Conceição, por exemplo, há muitos anos 
na quarta-feira de cinzas é realizada a Encomendação das Almas, que tem o 
objetivo de ajudar as almas a encontrar a paz e a luz; Tem também a Via Sacra que 
compõe o cenário religioso de algumas comunidades no período da quaresma; As 
penitências, realizadas nos períodos de estiagem que são procissões realizadas ao 
meio dia, onde os penitentes carregam imagens de Santos, garrafas de água, flores 
e pedras até um cruzeiro, clamando ao Divino por chuva; A religiosidade popular é 
representada por muitos benzedores, resadeiras, curadores, Major Ramiro da Ponta 
da Serra e seus descendentes: Maximino (Seu Maçu), falecido no ano de 2001 e 
Ladislau conhecido como Lauzinho, que além de ser resador é um exímio sanfoneiro 
e até os dias de hoje anima festas no interior e sede do município de Igaporã. 
 
O Major Ramiro foi muito importante para a localidade de Ponta da Serra, 
na região de Barreiro da Conceição. Foi ele quem construiu a igreja e o 
cemitério da devida localidade. Além de tais construções era o maior 
curador da região. Sua fama era tamanha que diz a lenda que ele curava 
seus capangas, ficava invisível e quando alguém atirava nele, o mesmo 
aparava a bala com a mão e jogava fora. (SECRETARIA MUNICIPAL DE 
CULTURA E TURISMO, p. 10, 2014c) 
 
A Igreja da Ponta da Serra, ainda é muito visitada, principalmente na Semana 
Santa onde a Via Sacra é realizada e acompanhada por muitos fiéis. Há três anos é 
realizada pra lá também a Caminhada da Fé, onde milhares de católicos se reúnem 
14 
 
em comitiva e vão a pé da Igreja matriz Nossa Senhora do Livramento até a referida 
Igreja. 
 
 
Figura 8: Igreja da Ponta da Serra 
 
A capoeira é praticada tanto na sede do município como em algumas 
comunidades rurais. O Grupo de Capoeira Meninos de Igaporã, filiado ao Grupo 
Ginga Brasil sob o comando do professor Júnior e o instrutor galego, teve inicio no 
dia 10 de março de 2014, quando o grupo foi contemplado, com o projeto de culturas 
populares, (Capoeira: Música, dança, arte e vida), fomentado pela Secretaria de 
Cultura de Salvador Bahia. Esse projeto teve a duração de oito meses, atendendo 
250 pessoas: entre, crianças, jovens e adultos, contribuindo de forma positiva para a 
complementação da educação e recuperação de vícios de drogas lícitas e ilícitas, 
dos quais muitos eram usuários. Após o término desse projeto a Secretaria de 
Cultura, em parceria com a Prefeitura Municipal de Igaporã, optou por abraçar esse 
projeto, garantindo a sua continuidade e o seu fortalecimento, dando espaço para a 
participação em concursos e festivais culturais de dança, ajudando a realizar o 
batizado de troca de graduação dos alunos, e consequentemente, foram 
implantadas extensões desse projeto nas comunidades rurais de Alecrim e 
Cachoeira do tatu, e para que as aulas fossem ministradas nessas comunidades, 
foram contratados alguns monitores de capoeira frutos desse mesmo projeto que 
permanece vivo e atuante. 
 
15 
 
 
Figura 9: Batizado de Capoeira Grupo Ginga Brasil, Meninos e Meninas de Igaporã 
 
A cavalgada também faz parte das tradições culturais do município, tanto na 
sede como no interior existem vários grupos de montaria que se reúnem em várias 
épocas do ano em desfiles belíssimos. Estes grupos reúnem-se no mês de janeiro 
nos festejos de São Sebastião, em outras comemorações religiosas, há doze anos 
no mês de setembro, mês em que se comemora a emancipação política de Igaporã 
podemos vislumbrar a mais bela cavalgada que reúne nesta data, cavaleiros e 
amazonas do município e cidades circunvizinhas. 
 
 
Figura 10: Cavalgada de Igaporã 
 
3 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM CULTURAS MATERIAL E IMATERIAL 
NAS ESCOLAS 
É de extrema importância o conhecimento de uma comunidade sobre seu 
patrimônio cultural, o que leva não somente a conhecê-lo mais relacionar-se com ele 
16 
 
tornando-se dessa forma natural o hábito pelapreservação e valorização de sua 
cultura para a construção de sua identidade. 
E nada melhor do que a escola para ser o mediador desses conhecimentos, 
pois na escola essa identificação, essa valorização virá de forma coletiva, 
despertando na coletividade o senso de que o patrimônio cultural pertence a todos e 
exatamente por isso uma responsabilidade de toda sociedade. 
A educação escolar deve ser bem mais do que apenas transmissão de 
conhecimentos, a escola precisa desempenhar o papel de formar cidadãos cientes 
de seu papel, de seu lugar no mundo e a valorização de sua cultura é um passo 
importantíssimo para alcançar esse objetivo. 
 
É necessário compreender que o processo educativo emanado pela escola 
é algo que a sociedade não pode prescindir. Ao contrário, a educação é 
fundamental no processo de aprendizagem e na compreensão necessária 
para que se possa ver o “diferente” em suas complexidades de formas de 
relações humanas e suas afirmações. As relações existentes no processo 
de construção e significação das diferenças na sociedade precisam ser 
muito bem compreendidas. A necessária valorização da diferença que 
buscamos se dá no sentido de reconhecer e afirmar positivamente a 
pluralidade e a singularidade de cada diferente cultura. (PEREIRA, 2016) 
 
 
Seria interessante que a escola desenvolvesse atividades interdisciplinares 
com o intuito de valorizar as culturas material e imaterial com a participação 
interativa de todos os alunos, de toda escola e porque não também envolvendo a 
comunidade. Uma ideia que seria muito produtiva, que seria enriquecedora para o 
aprendizado de todos seria o estudo do Plano Municipal de cultura de Igaporã. Este 
estudo poderia ser através de debates; entrevistas com os representantes dos 
órgãos responsáveis como Secretaria de Cultura, Prefeitura Municipal; Análise da 
proposta do plano com o intuito de conhecer mais detalhadamente tudo que se 
refere ao Patrimônio Cultural do município, pois só conhecendo seus avanços e 
deficiências esta comunidade poderá ajudar na concretização deste plano. Só 
reconhecendo a importância de se cuidar melhor do lugar onde se vive, valorizando 
o patrimônio cultural presente em nossa sociedade, respeitando as diferenças 
existentes neste meio é que a transformação social surgirá fortalecendo o indivíduo 
no reconhecimento do seu espaço e do seu valor como um ser único no que o 
identifica, mas completamente inserido no contexto social, na formação de sua 
comunidade. 
 
17 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ALFONSO, Louise Prado; MORAES, Camila Azevedo de. Diálogos sobre o 
patrimônio cultural de Caetité, Guanambi, Igaporã, Licínio de Almeida, Pindaí, 
Riacho de Santana e Urandi.. 1. ed. São Paulo: Zanettini Arqueologia, 2015. v. 1. 
41p . 
AMIGOS DO LIVRO. Curiosidades. Disponível em: 
http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=7952&friurl=:-
Voce-sabe-a-diferenca-entre--Patrimonio-Material-e-Patrimonio-Imaterial--: Acesso 
em: 26 de maio 2016. 
 
FUNDAÇÃO COA PARQUE. Saberes. Cultura. Disponível em: http://www.arte-
coa.pt/index.php?Language=pt&Page=Saberes&SubPage=ComunicacaoELingComu
nicacaoE&Slide=175 Acesso em: 22 de maio 2016. 
 
IGAPORÃ. Lei nº 269 de 15 de setembro de 2014. Dispõe sobre a preservação do Patrimônio 
Histórico, Cultural e Natural do Município de Igaporã, cria o Conselho Municipal do Patrimônio 
Cultural e institui o Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural de Igaporã. 
INSTITUTO MUNICIPAL. Publicações Oficiais. Disponível em: 
http://impublicacoes.org/trdados/arquivos_agenda_2014/09/fa366e49c7fde923ebcbee46e6b0791254
2328aa069c4.pdf Acesso em 08 de junho 2016. 
 
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. 
Superintendência da Bahia. Disponível em: http://iphanba.blogspot.com.br/p/iphan-
ba.html Acesso em: 28 de maio 2016. 
 
NEVES, Erivaldo Fagundes. Uma Comunidade Sertaneja: Da sesmaria ao 
minifúndio (um estudo da história regional e local). Salvador: EDUFBA, 2008. 
 
PEREIRA, Nilza Brandolfo. A importância de se trabalhar a diversidade cultural 
na escola. Discente do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu: Psicopedagogia 
Clínica e Educacional. Instituto Matogrossense de Pós Graduação e Serviços 
Educacionais. Disponível em: www.impactosmt.com.br/index.php/artigos/16-a-
importancia-de-trabalhar-a-diversidade-cultural-na-escola Acesso em: 28 de maio 
2016. 
 
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E TURISMO. Saberes e Identidade 
Cultural. Projeto Fortalecimento de Memórias e Tradições Culturais Rurais de 
Igaporã – BA. v 1, Igaporã, 2014.

Continue navegando