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SIRS é síndrome de resposta inflamatória sistêmica, uma resposta inflamatória disseminada caracterizada clinicamente por 2 ou mais dos seguintes achados: └ Temperatura >38°C ou <36°C └ FC > 90 bpm └ FR > 20 irpm OU PCO2<32mmHg OU ventilação mecânica por processo agudo └ Leucócitos > 12 mil ou < 4 mil cel/mm³ OU >10% de bastões SEPSE é uma SIRS de causa infecciosa (suspeita ou comprovada). A exposição a um patógeno invasor, ou a sua toxina, desencadeia uma resposta imunológica e inflamatória visando controlar a ameaça, mas essa resposta pode ser excessiva (ativação de neutrófilos, monócitos, plaquetas, estimulo à coagulação e redução da fibrinólise). A lesão endotelial e microvascular difusas causam e/ou pioram a perfusão tecidual. A primeira linha de defesa do hospedeiro é realizada por células fagocitárias e pela via alternativa do complemento, agindo de maneira não especifica. Logo após, as imunoglobulinas e células imunocompetentes iniciam uma resposta imune especifica. Os componentes da parede bacteriana são os principais ativadores da resposta do hospedeiro, endotoxinas dos microorganismos gram negativos e acido teicoico dos gram positivos, que desencadeiam uma cascata inflamatória com liberação de fator de necrose tumoral alfa e interleucinas 1, que estimulam a resposta celular com liberação de mediadores secundários, quimiotaxia e ativação de granulocitos. Esses mediadores secundários são responsáveis pela reativação de células fagocitárias e de cascata inflamatória, formando um ciclo vicioso inflamatório. SEPSE GRAVE é quando ocorre a disfunção de órgãos ou hipoperfusao pela sepse. Sua mortalidade chega a 20%. As principais disfunções orgânicas são: └ Hipotensão (PAS<90 ou queda de 40) └ Oliguria (<0,5 ml/kg/h) └ Necessidade de O2 para manter SpO2>90 └ Plaquetas < 100.000/mm³ └ Acidose metabólica inexplicável (déficit de bases <5 e lactato> normal) └ Rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium └ Aumento 2x valores de bilirrubina Conduta: └ Primeiras 3 horas: 1. Medir nível de lactato 2. Obter hemocultura antes da antibioticoterapia 3. Antibioticoterapia de amplo espectro 4. 30ml/kg de cristaloides para hipotensão ou lactato>4mmol/L └ Primeiras 6 horas: 1. Vasopressores (amina – noradrenalina) para hipotensão que não responde à ressuscitação com fluidos, mantendo uma PAM>65mmHg 2. Medir PVC e saturação de oxigênio venoso central nos casos em que a hipotensão não responder ao volume (choque séptico) ou o lactato inicial>4mmol/L 3. Medir novamente o lactato se o mesmo estiver elevado no começo CHOQUE SEPTICO é quando ocorre a hipotensão arterial sistêmica que persiste após a ressuscitação volêmica ou que necessita de drogas vasopressoras para manter a PAM>70mmHg. Tem mortalidade de ate 70%. Quando essa hipotensão durar menos de uma hora e responder a reposição rápida com cristaloides, chamamos de choque séptico precoce, enquanto que se durar mais de uma hora e/ou houver a necessidade de usar vasopressores, choque séptico tardio. É a forma clássica de choque distributivo (fluxo sanguíneo não homogêneo), caracterizado por pressão de pulso e debito cardíaco aumentados, resistência vascular sistêmica diminuída (pele úmida e quente), hipovolemia funcional (pressão venosa jugular reduzida). A lesão do endotélio vascular pulmonar, secundaria a inflamação, produz um edema intersticial que leva a um desequilíbrio entre a ventilação e perfusão pulmonar, com hipoxemia refrataria, diminuição da complacência pulmonar e necessidade de ventilação mecânica para adequada oxigenação tecidual. O paciente com sepse grave e choque séptico se encontra hipovolêmico e extremamente vasodilatador. Deve ser feita uma agressiva infusão de volume (5l nas primeiras 6h – 30ml/kg). quando uma quantidade substancial de cristaloides é necessária para manter uma PA adequada é necessária a adição de albumina. Se a PAM continuar <65mmHg usar aminas vasopressoras (noradrenalina inicialmente). Dobutamina nos casos de disfunção miocárdica. É feito o rastreamento microbiológico (2 amostras de hemocultura: uma de acesso periférico e uma de acesso central) e a prescrição antibiótica empírica (dentro da primeira hora) DISFUNÇÃO DE MULTIPLOS ORGAOS (DMOS) é a presença de alteração da função orgânica em um paciente agudamente enfermo, fazendo com que a homeostasia não possa ser mantida sem suporte avançado. Há alterações em 2 ou mais órgãos e é necessária a intubação. Os órgãos habitualmente envolvidos são pulmões, rins, coração (incluindo o sistema vascular) e fígado. Primaria é a disfunção precoce que resulta diretamente da própria patologia e Secundaria é consequência da resposta do hospedeiro.
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