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Psicofisiologia: Motivação e Hormônios

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PSICOFISIOLOGIA
AULA 1 - MOTIVAÇÃO
Objetivos
1. Definir motivação sob os aspectos neurobiológicos. 
2. Descrever o eixo hipotalâmico-hipofisário.
3. Listar os hormônios hipofisários e hipotalâmicos e as suas funções.
4. Definir homeostase.
5. Avaliar, em linhas gerais, a influência dos hormônios no comportamento.
MOTIVAÇÕES OU ESTADOS MOTIVACIONAIS
Conjunto de impulsos internos que nos levam a realizar certos ajustes corporais e comportamentais (Lent, 2004).
Força que compele um comportamento a acontecer (Bear, 2008).
O propósito subjacente a um comportamento (Kolb, 2002).
COMPORTAMENTOS MOTIVADOS
Os atos promovidos pelas nossas motivações.
Ex.: Fome e sede são motivações, comer e beber são comportamentos motivados (Lent, 2004).
Motivação Fome e sede.
Comportamentos motivados Comer e beber.
Lent subdivide esses comportamentos motivados em:
Elementares - Regulação da temperatura, sede e fome.
Sexuais - Reprodução e prazer sexual.
Complexos - Impulsos subjetivos: estudar, trabalhar e etc.
Em todas estas subdivisões encontramos elementos que são chamados de:
Apetitivos - Buscar alimentos na geladeira, buscar agasalho no armário, buscar um parceiro em uma festa.
Consumatórios – Comer, vestir um casaco, ato sexual.
HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE
Diencéfalo – Onde se localiza o Tálamo e o Hipotálamo
HIPOTÁLAMO
💗 Desempenha papel central na regulação homeostática do meio interno através de ajustes neuroendócrinos, motivacionais e comportamentais.
💗 Está situado abaixo do Tálamo e ao longo das partes do 3º ventrículo. Está ligado à glândula Hipófise por uma haste ou pendúculo chamado Infundíbulo.
💗 Faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas.
💗 É o Hipotálamo que: Controla o Sistema Nervoso Autônomo. Controla a temperatura corporal, regula o apetite, regula o balanço de água no corpo, regula o sono e está envolvido no comportamento sexual. Desempenha, ainda, um papel nas emoções.
💗 O Hipotálamo possui vias de ligação com todos os níveis do sistema límbico. Liga-se ao Sistema Nervoso e ao Sistema Endócrino, controlando a maioria das funções vegetativas, endócrinas, comportamentais e emocionais do corpo.
HIPÓFISE
💗 Fica pendente abaixo da base do encéfalo, logo acima do céu da boca (palato) armazenada em um nicho no osso da base do crânio.
💗 Possui dois lobos: anterior e posterior, controlados de forma distinta pelo Hipotálamo.
💗 Glândula endócrina que controla a função de várias outras glândulas, como a tireoide, os ovários, os testículos e as suprarrenais.
💗 Também fabrica alguns hormônios próprios que têm funções específicas como o hormônio de crescimento e o hormônio antidiurético.
O Hipotálamo e a Hipófise trabalham juntos. O Hipotálamo é o centro de comando e a Hipófise ora vai atender a comandos hipotalâmicos e produzir hormônios que ele determinou que fossem produzidos, ou, na sua parte posterior, ela será responsável por jogar na corrente sanguínea os hormônios produzidos.
HIPÓFISE ANTERIOR OU ADENO-HIPÓFISE ⇾ Formada por tecido glandular, essa porção da Hipófise não se constitui parte do Encéfalo, sendo uma glândula de fato.
Suas células produzem e secretam hormônios nos capilares a partir de comandos superiores oriundios do Hipotálamo.
Esses neurônios controladores hipotalâmicos estão na região periventricular e enviam os fatores de liberação pela circulação portal Hipotálamo-hipfisária, determinando assim as ordens de comando para as células da Hipófise Anterior: produção ou interrupção da síntese de diversos hormômios.
HIPÓFISE POSTERIOR OU NEURO-HIPÓFISE ⇾ Formada basicamente por axônios de neurônios cujos corpos celulares estão no Hipotálamo (nos núcleos para ventricular e supraóptico), ela constitui parte do Encéfalo. Seus neurônios secretam os seus neurormônios diretamente nos capilares hipofisários.
OBSERVAÇÃO
 Metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo a fim de que esse gaste energia.
 Hormônio é uma substância química específica fabricada pelo sistema endócrino ou por neurônios altamente especializados e que funciona como biossinalizador.
Os hormônios são segregados em quantidades muito pequenas na corrente sanguínea. Assim sendo, podem ser produzidas por um órgão ou em determinadas células do mesmo. É libertada e transportada diretamente pelo sangue. A sua função é exercer uma ação reguladora (indutora ou inibidora) em outros órgãos ou regiões do corpo. Em geral trabalham devagar e agem por muito tempo, regulando o crescimento, o desenvolvimento, a reprodução e as funções de muitos tecidos, bem como os processos metabólicos do organismo.
 Neuro-Hormônio é uma substância secretada por um neurônio atingindo diretamente a circulação sanguínea.
 Sistema Neuro-Hormonal No sistema nervoso as mensagens são transmitidas ao longo de células nervosas até os diferentes órgãos. No sistema hormonal existem mensageiros químicos, produzidos em órgãos específicos, que circulam na corrente sanguínea.
HORMÔNIOS E NEURORMÔNIOS PRODUZIDOS PELO HIPOTÁLAMO E PELA HIPÓFISE E SUAS FUNÇÕES (estudar as funções)
❢ HIPÓFISE ANTERIOR OU ADENO-HIPÓFISE (HIPOFISÁRIOS) (Não faz parte do Encéfalo. Glândula de fato)
FSH (Hormônio Folículo Estimulante) Participa da maturação dos gametas (óvulos ou espermatozoides).
LH (Hormônio Luteinizante) Determina a oocitação (antigamente chamada ovulação) e é responsável pela síntese de andrógenos.
TSH (Hormônio Estimulador da Tireoide ou Tireotropina) Determina a secreção de tiroxina (elevação do metabolismo).
ACTH (Hormônio Adrenocorticotrópico ou Corticotropina) Determina a secreção de cortisol (hormônio intimamente ligado ao sistema emocional). Disponibiliza as reservas de energia, inibe o sistema imune.
GH (Hormônio de Crescimento) Estimula a síntese de proteínas e renovação celular.
Prolactina Hormônio que estimula o crescimento das mamas, produção e secreção de leite materno.
❢ HIPÓFISE POSTERIOR OU NEURO-HIPÓFISE (HIPOTALÂMICOS) (è parte do Encéfalo)
Esses hormônios são produzidos pelo Hipotálamo e apenas armazenados na Hipófise Posterior.
OCITOCINA Neuro-hormônio que participa das contrações uterinas no trabalho de parto e da ejeção do leite materno.
VASOPRESSINA (ou ADH ou Hormônio Antidiurético) Regula os níveis volumétricos e de concentração salina do sangue.
HOMEOSTASE
Definida por Walter Canon (1871-1945) como: A permanente tendência dos organismos de manter a constância do meio interno.
É atualmente reportada como: A manutenção do ambiente interno do organismo dentro de estreitos limites fisiológicos (Bear, 2008).
O fundamental é entendermos que a manutenção do organismo em homeostase assegura as condições necessárias para uma vida livre e independente.
Essa busca é constante e conta com o Hipotálamo com grande integrador que realiza os ajustes necessários, interferindo no funcionamento do organismo, graças à produção de neuro-hormônios ou a estimulação da produção de hormônios pela Hipófise.
O Hipotálamo recebe, pela nossa circulação sanguínea, informações sobre as condições de funcionamento de nosso corpo e sempre que necessário determina ajustes ao estimular ou inibir a liberação dos hormônios. Como resultado, verificamos o estimulo ou bloqueio dos nossos comportamentos apetitivos.
Além disso, estabelece conexões com nosso Córtex Cerebral que irão regular nossos comportamentos consumatórios.
Na linha final de toda essa engrenagem encontramos nossos órgãos e sistemas funcionando adequadamente:
Sistema Respiratório - Desempenha um papel vital neste contexto: nutrição, eliminação dos produtos não utilizados, regulação da temperatura e defesas imunológicas.
Sistema Circulatório – Atua no controle dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono circulante no organismo.
Fígado e Pâncreas – Participam da produção e controle das reservas de energia.
Glândulas Endócrinas– Controlam os níveis de hormônios no sangue.
Rins – Regulam a concentração de hidrogênio, sódio, potássio e íons fosfato.
Sempre que tudo está funcionando bem, temos a certeza de que nosso organismo está conseguindo manter-se em equilíbrio. Ou seja, nossa homeostase está ocorrendo adequadamente.
HOMEOSTASE COMPORTAMENTAL
A homeostase comportamental está diretamente relacionada ao conceito de preservação do meio interno, referindo-se a uma série de respostas comportamentais que garantem a preservação do indivíduo ou espécie.
Respostas comportamentais que garantem a preservação do indivíduo ou espécie.
A HOMEOSTASE COMPORTAMENTAL ENVOLVE
Comportamento alimentar, Comportamento reprodutivo, Comportamento emocional. 
Processos - Esses processos são regulados por mensagens químicas hormonais diversas que são enviadas/recebidas pelo eixo hipotalâmico-hipofisário.
AULA 2 – COMPORTAMENTO ALIMENTAR
Objetivos
1. Descrever os mecanismos de regulação do comportamento alimentar.
2. Definir os termos: estado prandial, anabolismo, estado pós-absortivo e catabolismo.
3. Avaliar a relação entre gostar e querer comer.
4. Identificar a relação da dopamina e da serotonina com o comportamento alimentar.
5. Diferenciar os mecanismos fisiopatológicos da anorexia nervosa, da bulimia nervosa e da obesidade.
6. Explicar os casos atípicos de anorexia nervosa e bulimia nervosa.
7. Discutir sobre a etiologia da obesidade e sobre os disruptores endócrinos.
REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS
REGULAÇÃO EM LONGO PRAZO
Sabemos que complexos mecanismos regulatórios internos permitem o armazenamento de energia em nosso corpo, desta forma haverá energia disponível sempre que houver necessidade.
 
 
Que ocorre como consequência das refeiçõesA razão primária para a nossa motivação de comer é a manutenção destas reservas em um nível suficiente para que não ocorra falta de abastecimento energético e consequentemente prejuízo de nossas funções vitais.
🌠 ESTADO PRANDIAL Quando consumimos uma refeição e imediatamente após este consumo, ocorre a reposição das reservas energéticas em nosso corpo, este processo é conhecido como período prandial e a energia pode ser armazenada de duas formas em nosso organismo:
Glicogênio As reservas de glicogênio possuem uma capacidade limitada e são encontradas principalmente no fígado e no músculo esquelético. São utilizadas cotidianamente, e fornecem a energia necessária para o funcionamento adequado de nosso corpo, assim que essas reservas começam a baixar sentimos necessidade de repô-las, o que chamamos de fome.
Triglicerídeos Reservas de triglicerídeos possuem uma capacidade virtualmente ilimitada, sendo encontrados no tecido adiposo. Dizemos virtualmente ilimitada, pois, em condições de equilíbrio em nosso organismo, elas não serão utilizadas em sua totalidade, sempre existindo uma boa quantidade disponível para situações emergênciais (como problemas de saúde e dietas específicas) armazenadas em nosso tecido adiposo.
ANABOLISMO Também denominado metabolismo anabólico, é o período do Estado Prandial onde ocorre síntese das macromoléculas (glicogênio e triglicerídeos) a partir de precursores simples. 
Esse fenômeno é responsável pela transformação da energia disponível nos alimentos que ingerimos em moléculas que podem ser armazenadas em nosso corpo para uso cotidiano (glicogênio e triglicerídeos) ou em situações especiais (triglicerídeos).
🌠 ESTADO PÓS-ABSORTIVO Período de jejum entre as refeições, neste estado o glicogênio e os triglicerídeos que foram armazenados são fragmentados, fornecendo um suprimento contínuo das moléculas utilizadas como combustível para o funcionamento das células de nosso corpo: glicose (para todas as células) e ácidos graxos e corpos cetônicos (para todas as células, exceto os neurônios).
CATABOLISMO Ocorre no estado pós-absortivo, representando o processo de quebra das macromoléculas (glicogênio e triglicerídeos). Representa o oposto do anabolismo.
Devemos atentar para o fato de que se o equilíbrio do sistema for adequado, as reservas serão repostas nas mesmas taxas médias em que são gastas. Caso a ingestão e o armazenamento de energia exceder consistentemente a utilização haverá um aumento da quantidade de gordura corporal, levando à obesidade. No entanto, se a ingestão de energia falhar consistentemente em alcançar as demandas corporais haverá perda de tecido adiposo, levando em situações extremas à inanição.
LEPTINA Poduzida por células adiposas, são hormônio responsáveis pelo balanço energético do corpo.
Células adiposas produzem a Leptina que se dirige ao cérebro onde atua no Hipotálamo, avisando que já existe um excesso de gordura acumulada e que o indivíduo deve moderar a ingestão de comida.
Esse circuito bioquímico entre a gordura acumulada e o cérebro funciona muito bem para os que são magros. No gordinho a Leptina não tem muito sucesso em comunicar-se com o cérebro, induzindo menor ingestão de calorias. Isso se deve à ausência ou defeito no receptor de Leptina no Hipotálamo.
REGULAÇÃO EM CURTO PRAZO
O equilíbrio do sistema depende de meios para a regulação do comportamento alimentar com base no tamanho das reservas energéticas e na sua velocidade de reposição.
 MECANISMOS REGULATÓRIOS São múltiplos e agem durante um longo período para manter as reservas de gordura corporal, e outros, durante um curto período, para regular o tamanho e a frequências das refeições.
 MECANISMOS DE CURTO PRAZO Diretamente relacionados ao que foi comido na última refeição e que quantidade ingerimos deste alimento.
FASES DA ALIMENTAÇÃO
FASE CEFÁLICA A presença de alimentos no campo visual e o cheiro da comida desencadeiam diversos processos fisiológicos que antecipam a chegada da refeição: ativação do sistema nervoso autônomo parassimpático e da divisão entérica do sistema nervoso vegetativo que determina a secreção de saliva na boca e de suco gástrico no estômago.
FASE GÁSTRICA Com a mastigação e ingestão dos alimentos, verificamos um progressivo preenchimento do estômago, o que determina uma intensificação das respostas.
FASE DE SUBSTRATO Com o preenchimento do estômago, os alimentos parcialmente digeridos são encaminhados para o intestino e inicia-se a absorção dos nutrientes o que os levará à corrente sanguínea.
COMO OCORRE O TÉRMINO DA REFEIÇÃO
Ocorre pelas ações coordenadas de diversos sinais de saciedade.
SINAIS DE SACIEDADE
 DISTENSÃO GÁSTRICA O estiramento das paredes do estômago é um sinal significativo da saciedade, sendo inervado por neurônios mecanossensoriais vagais1.
O preenchimento do estômago determina o envio da mensagem (“estômago cheio”) para o núcleo do trato solitário e estes sinais inibem no sistema nervoso central o comportamento alimentar.
Há outras mensagens reforçando o comportamento, como as aferências2 enviadas diretamente pelas papilas gustativas (na língua) para o núcleo gustativo.
 COLECISTOCININA (CCK) Sendo liberada como resposta à estimulação do intestino por certos tipos de alimento, notadamente pelos gordurosos, sua presença reduz a frequência da ingestão e a quantidade de alimento ingerida (os experimentos que levaram a esta descoberta datam da década de 1970).
Está presente em algumas das células do intestino e em alguns neurônios do sistema nervoso entérico e sua principal ação enquanto peptídeo3 da saciedade ocorre em neurônios sensitivos vagais, atuando em associação com a distensão gástrica na inibição do comportamento alimentar.
 INSULINA Hormônio produzido pelas células β do pâncreas ela é utilizada no transporte da glicose para quase todas as células do corpo, a exceção são os neurônios que não precisam deste intermediador para receber esse nutriente.
É fundamental para o anabolismo e importante para o catabolismo, com a liberação da glicose de seus sítios de armazenamento, sua captação por outras células do organismo e sua utilização como combustível.Desta forma, os níveis de glicose no sangue estão inversamente relacionados aos níveis de insulina, ou seja, muita insulina circulante retira a glicose da corrente sanguínea e a direciona para as células.
Os níveis de insulina estão diretamente relacionados com as fases da alimentação.
A insulina atua diretamente no Hipotálamo (Núcleos Arqueados e Ventromedial) para inibir o comportamento alimentar.
1 Neurônio próprio para reagir a estímulos mecânicos como movimento, alteração de pressão, tensão, etc. que se comunicam diretamente com o Nervo Vago (X par craniano).
2 Que conduz impulso nervoso da periferia do corpo para o SNC.
3 Proteína de baixo peso molecular.
FASE CEFÁLICA Na antecipação do alimento (visão + olfação), a inervação parassimpática do pâncreas estimula as células β a liberarem insulina; isto leva a uma queda nos níveis sanguíneos de glicose e à ativação de neurônios no Encéfalo, no Núcleo Arqueado, onde há liberação de NPY (neuropeptídeo Y), com consequente estímulo à alimentação.
FASE GÁSTRICA Com a entrada do alimento no estômago, hormônios gastrintestinais (ex. CCK) estimulam a secreção de insulina.
FASE DE SUBSTRATO É a absorção intestinal do alimento; corresponde à secreção máxima de insulina, pelo estímulo causado pelo aumento dos níveis sanguíneos de glicose.
POR QUE COMEMOS?
Esta é uma questão complexa e que se relaciona com a motivação psicológica para comer. Um dos aspectos relevantes é o relativo ao prazer de comer, que ocorre pelo sabor, aroma e da visão dos alimentos, além do ato de comer propriamente dito.
Outro aspecto é o da redução de impulso: a satisfação de um desejo, ou seja, comemos porque estamos com fome e desejamos/precisamos de alimentos.
DOPAMINA E SEROTONINA
❢ DOPAMINA Alguns neurotransmissores possuem papel importante para nosso comportamento alimentar. A dopamina, por exemplo, está relacionada com a estimulação do sistema dopaminérgico mesolímbico.
Por exemplo, um animal consome um determinado alimento que considera muito saboroso, isto promove a liberação de dopamina no encéfalo, o que causa a sensação de prazer. Essa experiência levará o animal a buscar novamente este alimento de modo a repetir aquela mesma sensação prazerosa.
❢ SEROTONINA Já os níveis do neurotransmissor  Serotonina no Hipotálamo estão baixos, durante o período pós-absortivo, aumentam em antecipação à chegada de alimento e alcançam um pico durante uma refeição, especialmente em resposta aos carboidratos.
Na depressão, por exemplo, esses níveis apresentam-se reduzidos no Sistema Nervoso Central, o que pode explicar a sensível melhora do humor quando deprimidos consomem alimentos que levam ao aumento dos níveis encefálicos de serotonina, como tortas, bolos e chocolates.
Os carboidratos são os alimentos que mais elevam os níveis de serotonina no Encéfalo porque a serotonina é produzida a partir do aminoácido triptofano, presente nos alimentos que ingerimos cotidianamente, principalmente aqueles que são ricos neste tipo de nutriente.
MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS DA
ANOREXIA NERVOSA, BULIMIA NERVOSA E OBESIDADE
BULIMIA NERVOSA
comer
 muito
 Ingestão exagerada de alimentos seguida de purgação.
Aspectos Psicológicos
Definida pelo CID 10: “A Bulimia é uma síndrome caracterizada por acessos repetidos de hiperfagia e uma preocupação excessiva com relação ao controle do peso corporal conduzindo a uma alternância de hiperfagia e vômitos ou uso de purgativos.
Este transtorno partilha diversas características psicológicas com a Anorexia Nervosa, dentre as quais uma preocupação exagerada com a forma e peso corporal”.
Os vômitos repetidos podem provocar perturbações eletrolíticas e complicações somáticas.
Nos antecedentes da Bulimia encontra-se frequentemente, mas nem sempre, um episódio de Anorexia Nervosa ocorrido de alguns meses a vários anos antes.
Critérios de Diagnóstico
Episódios recorrentes de compulsão periódica.
Ingestão, em um período limitado de tempo (ex. em 2 horas) de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em período e circunstâncias similares (hiperfagia).
Um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o episódio (Ex. um sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o que ou quanto está comendo).
Comportamento compensatório inadequado e recorrente. 
Para prevenir o aumento de peso, com autoindução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos,
enemas ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos.
A compulsão periódica e os comportamentos compensatórios inadequados ocorrem, em média, pelo menos 2 vezes por semana, por 3 meses.
A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e peso do corpo.
O distúrbio não ocorre exclusivamente durante episódios de Anorexia Nervosa.
Tipos de Bulimia Nervosa
Purgativo: Envolve-se regularmente na autoindução de vômitos ou no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas.
Sem Purgação: Usou outros comportamentos compensatórios inadequados: jejuns ou exercícios excessivos.
Alterações Fisiológicas
Perda do esmalte dentário		Rupturas de esôfago		Arritmias cardíacas
Cáries dentárias			Rupturas gástricas		Problemas renais
ANOREXIA NERVOSA
Aspectos Psicológicos
Definida, de uma forma geral, como falta fisiopatológica de apetite, acompanhada de uma aversão à comida e inabilidade em comer, essa perda ou ausência de apetite apresenta aspectos bem mais complexos, como um comportamento dirigido à perda de peso, padrões peculiares de manuseios dos alimentos, medo intenso da obesidade e perturbação da imagem corporal. Pode evoluir até a morte.
É uma doença psiquiátrica que demanda cuidados médicos específicos.
Pelo CID 10 é definida: “Anorexia nervosa é um transtorno caracterizado por perda de peso intencional, induzida e mantida pelo paciente. O transtorno ocorre comumente numa mulher adolescente ou jovem, mas pode igualmente ocorrer num homem adolescente ou jovem, como numa criança próxima à puberdade ou numa mulher de mais idade até na menopausa.
A doença está associada a uma psicopatologia específica, compreendendo um medo de engordar e de ter uma silhueta arredondada, intrusão persistente de uma ideia supervalorizada. Os pacientes se impõem a si mesmos um baixo peso.
Existe comumente desnutrição de grau variável que se acompanha de modificações endócrinas e metabólicas secundárias e de perturbações das funções fisiológicas.
Os sintomas compreendem uma restrição das escolhas alimentares, a prática excessiva de exercícios físicos, vômitos provocados e a utilização de laxantes, anorexígenos e de diuréticos”.
Critérios de Diagnóstico
DSM.IV: “Recusa a manter o peso corporal em um nível igual ou acima do mínimo normal adequado à idade e à altura ou fracasso em ter o ganho de peso esperado durante o período de crescimento”.
Medo intenso de ganhar peso ou de se tornar gordo, mesmo estando com peso abaixo do normal.
Perda do interesse pelos alimentos com consequente perda significativa de massa corporal.
Perturbação no modo de vivenciar o peso ou a forma do corpo, influência indevida do peso ou da forma do corpo sobre a autoavaliação, ou negação do baixo peso corporal atual.
 
 
1ª menstruaçãoNas mulheres pós-menarca, amenorreia, isto é, ausência de pelo menos 3 ciclos menstruais consecutivos.
Tipos de Anorexia Nervosa 
Restritivo: Não apresenta regularmente comportamento de comer compulsivamente ou de purgação. Restringe a alimentação.
Compulsão Periódica/Purgativo: Envolve-se regularmente em comportamento de comer compulsivamente ou de purgação.
Alterações Fisiológicas
Anemia leve Função hepática prejudicada Pele ressecada Problemas Renais
Desidratação Constipação		 Problemas cardiovasculares Outros
 
 
Diminuição da massa ósseaColesterol elevado Intolerância ao frioOsteopenia e Osteoporose
OBESIDADE
Acúmulo excessivo de reservas de gordura no organismo devido a diversos fatores.
A obesidade simples é incluída na CID como uma condição médica geral, não aparecendo no DSM-IV porque não foi estabelecida uma associação consistente com uma síndrome psicológica ou comportamental. Entretanto, quando existem evidências da participação de fatores psicológicos na etiologia ou curso de determinado caso de obesidade, isto pode ser indicado anotando-se a presença de fatores psicológicos que afetam a condição médica.
Aspectos Psicológicos
É uma condição decorrente do acúmulo excessivo de gordura (peso corporal aumentado em mais de 10 a 15% do esperado para um determinado indivíduo).
Pode ter diversas origens, como, por exemplo, a predisposição familiar (genética), comportamental, psicológica ou outras.
Etimologia da obesidade
Fatores genéticos, fatores culturais, fatores ambientais, predisposição genética, desequilíbrio energético.
Outros fatores:
Estresse, privação do sono, uso de depressivos, redução do tabagismo, convivência com obesos, gravidez tardia.
Alterações fisiológicas
Doenças cardiovasculares, Hepatite, Daibetes, Apneia Obstrutiva do Sono, Câncer, Osteoartrite.
BULIMIA ATÍPICA CID 10: “Transtornos que apresentam algumas características da Bulimia Nervosa, mas cujo quadro clínico global não justifica tal diagnóstico”.
Por exemplo, pode haver acessos repetidos de hiperfagia e de uso exagerado de laxativos sem uma alteração significativa de peso ou então a preocupação típica e exagerada com a forma e peso corporal podem estar ausentes.
ANOREXIA NERVOSA ATÍPICA CID 10: “Transtornos que apresentam algumas das características da anorexia nervosa, mas, cujo quadro clínico global não justifica tal diagnóstico”.
Por exemplo, um dos sintomas-chave, tal como um temor acentuado de ser gordo ou a amenorréia, pode estar ausente na presença de uma acentuada perda de peso e de um comportamento para emagrecer. Este diagnóstico não deve ser feito na presença de transtornos físicos conhecidos associados à perda de peso.
ETIOLOGIA DA OBESIDADE E DISRUPTORES ENDÓCRINOS
A prevalência de sobrepeso e obesidade vem atingindo índices alarmantes em todo o mundo. Dados da OMS de 2008 demonstraram que:
2008
400 milhões eram obesos
1,6 bilhão de pessoas 
 sete dias após a ovulação. peso
apresentavam excesso 
E = sete dias após a ovulação. peso
de peso.
2015
700 milhões de obesos
3,3 bilhões de pessoas apresentarão excesso de peso.
Previsão
Nos EUA, os números já atingiram proporções epidêmicas, com 20% de obesos e 30% com sobrepeso. 
Dados de 1999 demonstravam que 13% das crianças entre 6-11 anos e 14% dos adolescentes entre 12-19 anos apresentavam sobrepeso.
Nas duas últimas décadas a prevalência entre os adolescentes triplicou.
No Brasil, as maiores prevalências de obesidade são encontradas nas regiões mais industrializadas do país, portanto onde potencialmente ocorre maior exposição da população aos disruptores endócrinos. 
Apesar de ser de etiologia multifatorial, da qual participam:
O desequilíbrio energético,
A predisposição genética e os fatores ambientais, culturais e emocionais,
Estilo de vida sedentário e
Hábitos alimentares inadequados, com o aumento da ingestão calórica.
Contudo, outras razões podem estar associadas à obesidade:
Privação do sono,
Menor variabilidade na temperatura ambiental,
Mudança na distribuição dos grupos étnicos,
A gravidez mais tardia,
Fatores intrauterinos,
Fertilidade em grupos com maior IMC,
Redução do tabagismo,
Uso de medicações como antidepressivos,
Baixa ingestão de cálcio,
Estresse,
Convivência com obesos,
Alguns tipos de vírus e bactérias
Os disruptores endócrinos.
AULA 3 – COMPORTAMENTO REPRODUTIVO
Objetivos
1. Definir sexo e gênero.
2. Descrever a regulação hormonal no ciclo reprodutivo feminino.
3. Identificar as bases neurais dos comportamentos sexuais.
4. Explicar como ocorre a diferenciação sexual do sistema nervoso.
5. Identificar as noções sobre orientação sexual.
A motivação essencial é manter nossos genes sobre o planeta.
SEXO Refere-se ao DNA, a estrutura cromossômica do indivíduo. O sexo é determinado geneticamente: Possui cromossomos XX ou XY. Não considera o comportamento do indivíduo. 
Conformação particular que distingue o macho da fêmea ou o masculino do feminino, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração, e conferindo-lhes certas características distintivas.
GÊNERO É uma construção social, onde as sociedades definem o que consideram ser um comportamento adequado às mulheres, ou seja, ao feminino, e o comportamento adequado aos homens, ou seja, ao masculino. Considera a biologia, o comportamento, a cultura, a autodeterminação, as expectativas sociais, a genética e os hormônios.
É definido através das diversas características biológicas e atributos que distinguem um macho de uma fêmea, incluindo a natureza dos cromossomos sexuais, a anatomia das gônadas e os órgãos genitais, ou seja, os conceitos são um tanto semelhantes.
No entanto, uma abordagem comportamental também pode ser utilizada para definir o sexo/gênero de um indivíduo.
Uma tendência é aplicar o termo sexo para condição biológica (cromossomos sexuais XX ou XY) e incluir em gênero as implicações comportamentais.
No entanto é fundamental considerar nossa identidade de gênero.
As características sexuais de um ser humano são transmitidas geneticamente pelo resultado da combinação do par de cromossomos que determina o sexo.
As mulheres possuem um par de cromossomos sexuais X e os homens um cromossomo sexual X e um Y.
Assim, as combinações de cromossomos possíveis ao mesclar 50% dos cromossomos de cada genitor, poderá formar XX ou XY.
♀ Órgãos do sistema reprodutor feminino Ovários, tubas uterinas (antes chamadas Trompas de Falópio), útero, vagina e vulva, além das mamas.
♂ Órgãos do sistema reprodutor masculino Testículos, pênis e próstata.
Os caracteres sexuais são determinados pelos hormônios sexuais.
♀ Caracteres sexuais secundários nas mulheres Mamas, estrutura corporal arredondada, etc.
♂ Caracteres sexuais secundários nos homens Pelos, massa muscular, voz.
CURIOSIDADES
❢Um gene chamado SRY está presente na região determinante do sexo no cromossomo Y, ele é responsável pela produção de uma proteína chamada fator de determinação testicular, participando, junto a outros genes, da formação de organismos geneticamente masculinos.
❢A elevação dos níveis de testosterona em fetos é fundamental para viabilizar a sua masculinização e, na adolescência, picos deste hormônio nos meninos determinam o amadurecimento das características sexuais secundárias.
❢A calvície em homens é determinada geneticamente, mas depende da ação da testosterona para se estabelecer.
❢As mulheres possuem aproximadamente 10% da quantidade de testosterona encontrada nos homens.
❢A maior parte dos contraceptivos orais atua inibindo a secreção de FSH e LH, o que impede a oocitação (ovulação) e, desta forma, evita a gravidez indesejada.
REGULAÇÃO HORMONAL NO CICLO REPRODUTIVO FEMININO – CICLO MENSTRUAL
Além dos hormônios do eixo hipotalâmico-hipofisário, deve-se considerar ainda alguns hormônios produzidos pelas gônadas (ovários) em nossos estudos sobre a regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino. São eles: estrogênio e progesterona.
FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) A escamação do endométrio determina o início de um novo ciclo mensal feminino e é reportada como menstruação (marca 1º do novo ciclo), esse período varia entre as mulheres, durando entre 3 e 7 dias.
Durante estes dias de escamação, a Hipófise inicia gradualmente a liberação de Folículo Estimulante (FSH), que progressivamente eleva suas taxas na corrente sanguínea e, ao encontrar receptores nos ovários dispara uma mensagem química fundamental: folículos ovarianos devem amadurecer.
ESTROGÊNIOConforme esses folículos crescem, eles produzem e liberam na corrente sanguínea os Estrogênios, que sinalizam quimicamente ao Hipotálamo que já é o momento de autorizar a Hipófise a liberar o Hormônio Luteinizante (LH).
HORMÔNIO LUTEINIZANTE (LH) Com a elevação do Hormônio Luteinizante (LH) circulante, verificamos a oocitação (antes ovulação): o oócito (antes óvulo) sai do ovário e é encaminhado para a Tuba Uterina para aguardar a fertilização.
Ocorre aproximadamente no 14º dia do ciclo (em mulheres com ciclo de 28 dias).
PROGESTERONA No local onde ele foi liberado do ovário se forma o Corpo Lúteo (ou Corpo Amarelo) que continuará produzindo Estrogênios e passará a produzir também Progesteronas.
Este corpo amarelo atingirá seu máximo de desenvolvimento aproximadamente sete dias após a ovulação.
Estrogênio e Progesterona atuam em conjunto sobre o útero, preparando o Endométrio para uma possível implantação, caso ocorra uma gravidez, além disso, as altas taxas desses hormônios exercem um efeito inibidor sobre a Hipófise, que diminui drasticamente a produção de Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteizante (LH).
Caso não ocorra uma gestação O Corpo Lúteo, ou Corpo Amarelo deixará de produzir os hormônios, o que determinará uma nova escamação uterina.
Caso ocorra uma gestação O Corpo Lúteo, ou Corpo Amarelo persistirá, sob o comando da beta-gonadotrofina coriônica humana (produzida pelo concepto recém-implantado), produzindo os hormônios que irão garantir que o útero não sofrerá contrações e garantirá tempo para a placenta se formar e assumir definitivamente a produção dos hormônios gestacionais.
CICLO O Hipotálamo autoriza, a Hipófise joga o hormônio Folículo Estimulante (FSH) na corrente sanguínea, ele chega aos ovários, estimula o amadurecimento do gameta que começa a crescer.
O ovário, estimulado pelo Folículo Estimulante (FSH) começa a amadurecer o gameta feminino e começa também a produzir hormônios. O Estrogênio é um hormônio que se destaca, pois é produzido pelos ovários, cai na corrente sanguínea e atinge novamente o Hipotálamo.
Quando o Hipotálamo recebe esse Estrogênio, dispara uma nova mensagem, uma autorização para a Hipófise produzir um novo hormônio, o Hormônio Luteinizante (LH).
O Hormônio Luteinizante (LH) cai na corrente sanguínea e chega aos ovários e o estimula a produzir a ovulação ou oocitação (liberação do gameta).
O gameta rompe o ovário e vai para a Tuba Uterina, onde aguarda a fecundação. Ele só tem 24h de viabilidade.
Novos hormônios começam a serem produzidos pelos ovários. Aí a Progesterona começa a ser liberada pela corrente sanguínea e atinge o eixo Hipotálamo/Hipófise.
Quando estes níveis de Progesterona estão elevados, a mulher apresenta características que promovem a atração do homem. A pele fica mais lubrificada, os olhos mais brilhantes, os lábios mais corados, os seios mais firmes. Tudo para que haja uma fecundação.
No caso de uma fertilização o corpo lúteo será mantido, produzindo hormônios até a placenta assumir essa função.
Na ausência da fertilização ele cessará a produção de hormônios e a baixa dos níveis de Progesterona levará a escamação uterina: menstruação. 
 
BASES NEURAIS DOS COMPORTAMENTOS SEXUAIS
O comportamento sexual em homens e mulheres é controlado por ações conjuntas de diversas estruturas do nosso sistema nervoso. O Córtex Cerebral tem papel importante, sendo o sítio onde as ideias eróticas surgem e se diversificam.
A Medula Espinhal tem papel determinante, pois por ela seguem as aferências para o cérebro (estímulos táteis, por exemplo) e os comandos que determinarão as eferências (ereção do pênis e clitóris, por exemplo).
CICLO COMPLETO DE RESPOSTAS SEXUAIS
Relacionado ao Sistema Nervoso Autônomo – Parassimpático.
Platô = Estado mais avançado de excitamento que antecede o orgasmo, onde todas as outras reações fisiológicas anteriores se intensificam. A respiração fica mais rápida e mais forte, a frequência cardíaca se acelera, ocorre um acúmulo de energia física e psíquica numa intensa tensão sexual.
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL DO SISTEMA NERVOSO
Qual o papel do músculo BC (Bulbocavernoso) em homens e mulheres?
R: Músculo BC envolve o Bulbo Peniano no homem e o Bulbo Vestibular na mulher. 
O Núcleo de Onuf é semelhante em homens e mulheres? Qual a sua função?
R: Grupo de neurônios motores que controlam os músculos Bulbocavernosos em humanos. Está localizado na região sacral da medula espinal.
O Núcleo de Onuf é dimórfico porque os músculos BC masculinos são maiores do que os femininos pois, há mais neurônios motores em homens que em mulheres.
Nos homens trabalha para a ereção peniana e ajuda na micção, nas mulheres circunda a abertura da vagina e serve para contraí-la.
Qual a diferença na forma da área pré-optica do Hipotálamo Anterior quando comparamos ratos machos e fêmeas?
R: Em fêmeas: A lesão da área pré-óptica interrompe o ciclo estral. Em machos: Reduz a frequência de cópulas.
O núcleo sexualmente dimórfico (SDN) é de 5 a 8 vezes maior em machos do que em fêmeas. 
O que é INAH? 
R: Núcleo Intersticiais do Hipotálamo Anterior. São grupos de neurônios.
As diferenças morfológicas entre os cérebros masculino e feminino são muitas e de fácil observação? Por quê?
R: Como regra, dimorfismos sexuais do encéfalo são difíceis de provar, porque encéfalos de machos e fêmeas são muito semelhantes e porque dentro das populações de encéfalos, de machos e fêmeas há uma grande variação individual.
ORIENTAÇÃO SEXUAL
Pesquisas sugerem que o comportamento homossexual geralmente se apresenta desde a infância.
Alguns experimentos demonstram que a preferência por brinquedos pode estar relacionada ao homossexualismo na vida adulta, revelando uma tendência entre meninos que preferem brinquedos de meninas de apresentarem-se homossexuais quando do amadurecimento sexual.
O INAH é uma região do cérebro que parece estar envolvida no processo de comportamento homossexual, em homossexuais masculinos o INAH-3 apresenta o mesmo tamanho do esperado para mulheres, ou seja, possui metade do tamanho esperado em um homem heterossexual, no entanto, essa diferença só pode ser percebida na idade adulta.
Outras pesquisas demonstram que pode haver alguma tendência genética na determinação do comportamento homossexual na vida adulta, principalmente quando os casos ocorrem na família da mãe (principalmente tios e primos). Entretanto, pesquisas com gêmeos idênticos, não revelam a mesma orientação sexual em ambos, o que revela que muito ainda há que ser pesquisado para compreender esse tema.
Experimentos em roedores demonstraram que estresse (causado por uma limitação controlada experimentalmente da quantidade de água e comida) durante a gestação pode determinar o nascimento de filhotes geneticamente masculinos que se comportam como fêmeas quando do amadurecimento reprodutivo, expondo a genitália diante de outros machos. Será que o estresse pode ser um fator também em humanos?
AULA 4 – APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
Objetivos
1. Descrever um breve histórico dos estudos em aprendizagem.
2. Listar os processos da memória.
3. Identificar os estágios da aprendizagem e da memória.
4. Definir amnésia.
5. Distinguir as estruturas cerebrais ligadas à memória
1
 
Dificuldade ou incapacidade de ordenar ou estruturar frases.
2
 
Distúrbio na formulação e compreensão da linguagem.6. Definir algumas noções de biologia molecular e memória.
HISTÓRICO
PAUL BROCA, em 1861 relatou que lesões na porção posterior do Lobo Frontal Esquerdo, região chamada Área de Broca, levavam a uma disfunção motora da linguagem: disfasia1 ou afasia2 Essas proposições abriram questionamentos sobre uma hipótese de localização específica para cada função da memória.
Área de Broca
Parte posterior do lobo frontal esquerdo
Responsável pelo processamento da linguagem, produção da fala e compreensão.
KARL LASHLEY, que era psicólogo, apresentou, mais de 60 anos depois, nadécada de 1920 o termo engrama para se referir a uma suposta base neural para os traços de memória, através de estudos que pretendiam verificar uma visão localizacionista da memória.
Através de estudos em ratos ele pretendia verificar se haveria regiões específicas do Sistema Nervoso Central que seriam responsáveis pela memória, no entanto, observou que os animais estudados apresentaram maiores dificuldades para sair de um labirinto do que animais saudáveis, no entanto, essa dificuldade não estava relacionada a uma localização específica da lesão, mas sim de sua extensão. De modo que ele concluiu que o engrama estaria distribuído por todo o córtex, ou seja, não haveria uma localização específica como havia questionado ao iniciar seus estudos.
Hoje, sabemos que sua interpretação foi errada e que aqueles animais apresentavam maiores dificuldades, pois nos experimentos ele havia lesado áreas importantes para a visão, entre outras (sensações e movimentos) que complicavam as habilidades de deslocamento do animal.
Engrama
Forma como as memórias são hipoteticamente guardadas devido a mudanças biofísicas ou bioquímicas no 
cérebro
 (e outros tecidos neurais) em resposta a um estímulo externo.
Seria a correspondência física das recordações.
DONALD HEBB, aluno de Lashley deu continuidade às proposições na década de 1940, reforçando através de suas propostas, aquelas conclusões de Lashley. Para ele sempre que um evento era percebido por um indivíduo, determinados circuitos corticais seriam imediatamente ativados e esses circuitos representariam no cérebro o evento, a sua evocação (lembrança) seria, simplesmente, a reativação desses circuitos, o que envolveria todo o sistema.
WILDER PENFIELD, ainda na década de 1940, se destaca ao demonstrar que os processos da memória apresentam localizações específicas no cérebro humano.
Em seus experimentos pode mapear funções motoras, sensoriais e da linguagem ao explorar a superfície cortical e pode verificar que a estimulação produzia uma “resposta experiencial” ou retrospecção, na qual o paciente descrevia uma lembrança correspondente a uma experiência vivida.
É fundamental considerarmos que essas pesquisas representam os primórdios do conhecimento na área que possuímos hoje. As falhas e acertos representaram parte do processo de investigação científica e resultaram dos recursos e estratégias disponíveis a cada momento histórico. Atualmente, conhecemos relativamente bem diversas áreas de nosso cérebro, graças a tecnologias como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
MEMÓRIA Capacidade de armazenar e recuperar as informações.
PROCESSOS DA MEMÓRIA
AQUISIÇÃO Relacionada com a entrada de um evento qualquer nos sistemas neurais relacionados com a memória.
SELEÇÃO Processo que explica que somente os aspectos mais importantes dos eventos são escolhidos durante a aquisição para ser armazenados em nossa memória. O que permanece.
RETENÇÃO Relacionado com a capacidade de armazenar, por tempo variável (de segundos – memória de curto prazo a anos – memória de longo prazo), aqueles aspectos importantes que foram selecionados.
CONSOLIDAÇÃO Permanência prolongada na memória de aspectos de um evento. Garante que as informações permanecem na memória.
EVOCAÇÃO Lembrança (ou o acesso à informação) de um dado aspecto armazenado para ser utilizado mentalmente na cognição, emoção ou mesmo para expressar um comportamento.
ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM E DA MEMÓRIA
Como podemos descrever o processo de aprendizagem?
APRENDIZAGEM Processo de aquisição de informações, ou seja, a entrada de um evento de origem sonora, visual, emocional, etc. em nosso Sistema Neural.
O evento pode ter origem externa (ex. uma aula, uma revista) ou interna (ex. aceleração nos batimentos cardíacos, um desconforto estomacal) ao nosso organismo.
Os processos de aprendizagem e memória estão sujeitos a modificações por ação de drogas ou outros eventos durante a formação da memória.
MEMÓRIA ESTADO DEPENDENTE Essa memória em formação sob condições particulares será considerada como uma memória dependente de estado, ou seja, o que aprendemos em determinado estado mental ou circunstâncias será mais bem lembrado no mesmo estado ou circunstância.
Por exemplo, se você costuma comer chocolates ou beber isotônicos enquanto estuda para as provas, esteja preparado para ingeri-los durante as provas e cuidado para não exagerar. Da mesma forma, já reparou que eventos tristes são mais recordados quando você está triste e os alegres quando você está alegre?
EXISTEM OUTRAS FORMAS DE APRENDIZAGEM, DITAS NÃO ASSOCIATIVAS
SENSIBILIZAÇÃO Também chamada de PSEUDOCONDICIONAMENTO. É caracterizada por uma única experiência ruim que deixa o organismo em alerta por dias, ou seja, um único evento determina a previsão de um evento futuro e mesmo estímulos inócuos induzem a uma resposta vigorosa.
HABITUAÇÃO Uma experiência inócua passa a ser ignorada por nosso organismo, ou seja, nosso sistema perceptor passa a aceitar eventos que, à primeira vista, pudessem parecer ofensivos com as sucessivas exposições.
MECANISMOS DE APRENDIZAGEM
Outros conceitos como o Condicionamento Clássico e o Operante também representam outros mecanismos de aprendizagem, neste caso, associativas.
A MEMÓRIA PODE SER CLASSIFICADA QUANTO
1. AO TEMPO DE RETENÇÃO
ULTRARRÁPIDA Dura poucos segundos apresentando o seguinte decaimento:
 Arquivo Icônico (½ segundo) e Arquivo Ecoico (20 segundos).
Ex. Repetimos um número de telefone até anotarmos, depois esquecemos.
CURTA DURAÇÃO Dura de minutos a horas.
Ex. Lembramos o que comemos no café, mas não lembramos o que comemos semana passada.
LONGA DURAÇÃO Dias, semanas, meses e até muitos anos.
2. À NATUREZA
EXPLÍCITA OU DECLARATIVA (armazena o saber que algo se deu)
A memória pode ser declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também mais rapidamente esquecida. Para abranger os outros animais (que não falam e logo não declaram, mas obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. Memórias explicitas chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo temporal medial (ex: hipocampo, amígdala).
Operacional É uma forma de utilização rápida no raciocínio e planejamento de comportamentos.
Ex.: Onde estacionou o carro? Onde deixou a bolsa? Onde estão seus livros? Onde estão seus filhos?
Semântica É uma forma de memória que envolve conceitos atemporais. 
Quando aprendemos, por exemplo, que a capital da Argentina é Buenos Aires, os neurônios se comunicam por meio de neurotransmissores.
Ex. Flor é um bom presente para mulheres. Associação direta de eventos.
Episódica É uma forma de memória explícita que envolve eventos datados, ou seja, relacionados ao tempo.
Ex.: Evocação do nosso aniversário de 18 anos; lembrança do primeiro capítulo da novela que vimos na TV.
IMPLÍCITA OU NÃO DECLARATIVA (armazena como algo se deu)
Inclui procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos distraímos e vamos no "piloto automático" quando dirigimos). Essa memória depende dos gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela em geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é bastante duradoura.
Memória de Representação Perceptual Corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele significa.
Ex.: A imagem de um objeto pode ser retida nesse tipo de memória implícita antes que saibamos o que é, para que serve, etc.
Memória de Procedimento Está relacionada aos hábitos e habilidades e às regras em geral.
Ex.: Sabemos os movimentos necessários para dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-los verbalmente.
Memória Associativa É a que faz, por exemplo, com que salivemos antes que a comida chegue a nossa boca, por termos associado o cheiro à alimentação.
Memória Não-Associativa É a que faz, porexemplo, com que aprendamos que um estímulo repetido que não traz consequências é inócuo, e o ignoremos.
Ex.: O latido de seu cão não traz riscos, fato que nos faz ignorá-lo.
ONDE AS INFORMAÇÕES FICAM ARMAZENADAS?
Os mecanismos são pouco esclarecidos, mas, já sabemos, por exemplo, que o Hipocampo tem participação fundamental na consolidação das informações adquiridas de forma explícita e que elas ficam temporariamente armazenadas no Lobo Temporal e Pré-Frontal.
Hoje está comprovado que as informações ficam distribuídas de acordo com as áreas funcionais do cérebro.
COMO SE DÁ A CONSOLIDAÇÃO?
É influenciada por sistemas moduladores, especialmente os envolvidos com o processamento emocional (Amígdala e Lobo Temporal).
Depende dos estados emocionais e são diretamente determinadas por fatores como atenção, motivação, dedicação, etc.
A AMNÉSIA
🌌 AMNÉSIA A amnésia é definida, de modo geral, como uma perda patológica completa ou parcial da habilidade de recordar experiências passadas (amnésia retrógrada) ou de formar novas memórias (amnésia anterógrada).
Esta condição pode ser de origem orgânica ou psicológica. As formas orgânicas de amnésia estão normalmente associadas com disfunção do Diencéfalo ou Hipocampo.
AMNÉSIA RETRÓGRADA Perda patológica completa ou parcial da habilidade de recordar experiências passadas.
Esquece de tudo de um trauma para traz. Ex.: Não lembra de nada antes do acidente.
AMNÉSIA ANTERÓGRADA Perda da habilidade de criar novas memórias e absorver novas informações. Esquecimento dos fatos transcorridos depois da causa determinante do distúrbio.
🌌 AMNÉSIA PSICOGÊNICA OU DISSOCIATIVA Hoje é conhecida como Dissociativa, sendo definida pelo DSM.IV como uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza traumática ou estressante, demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento normal, envolve um prejuízo reversível da memória, no qual recordações da experiência pessoal não podem ser recuperadas em uma forma verbal (ou, se são temporariamente recuperadas, não podem ser completamente retidas na consciência).
Causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Apresenta-se, com maior frequência, como uma lacuna ou série de lacunas relatada retrospectivamente, na recordação de aspectos da história de vida do indivíduo. Essas lacunas habitualmente estão relacionadas a eventos traumáticos ou muito estressantes.
Alguns indivíduos podem ter amnésia para episódios de automutilação, ataques violentos ou tentativas de suicídio. Com menor frequência, apresenta-se como um episódio exuberante com aparecimento súbito. Esta forma aguda é mais provável em tempos de guerra ou em resposta a um desastre natural.
DIVERSOS TIPOS DE DISTÚRBIOS DE MEMÓRIA FORAM DESCRITOS NA AMNÉSIA DISSOCIATIVA DE ACORDO COM O DSM.IV
AMNÉSIA LOCALIZADA O indivíduo não consegue recordar eventos que ocorreram durante um período limitado de tempo, em geral as primeiras horas após um evento profundamente perturbador.
Ex.: O sobrevivente que saiu ileso de um acidente automobilístico no qual um membro da família morreu, pode não ser capaz de recordar coisa alguma do que aconteceu desde o momento do acidente até 2 dias mais tarde.
AMNÉSIA SELETIVA (recortes de informação) A pessoa consegue recordar alguns, mas não todos os eventos durante um período limitado de tempo.
Ex.: Um veterano de guerra consegue recordar apenas algumas cenas de uma série de experiências de combate violento.
TRÊS OUTROS TIPOS DE AMNÉSIA
AMNÉSIA GENERALIZADA O fracasso em recordar abrange toda a vida da pessoa. Os indivíduos com este raro transtorno em geral se apresentam à polícia, a salas de emergência ou a serviços de consultoria-ligação de hospitais gerais.
AMNÉSIA CONTÍNUA É definida como uma incapacidade de recordar eventos subsequentes a um momento específico (inclusive) até o presente.
AMNÉSIA SISTEMATIZADA Representa a perda de memória para certas categorias de informações, tais como todas as recordações envolvendo a própria família ou uma determinada pessoa.
ESTRUTURAS CEREBRAIS LIGADAS À MEMÓRIA
HIPOCAMPO A remoção bilateral do Hipocampo leva à incapacidade de formação de novas memórias, no entanto, não interfere em aquisição, mas sim na consolidação dos dados.
Provavelmente esta estrutura está relacionada à transferência de informações da memória de curto prazo para a memória de longo prazo.
Lesões de Hipocampo não tornam o indivíduo debilitado intelectualmente ele somente não consegue armazenar novas experiências.
Curiosamente parece não interferir no armazenamento de informações auditivas, que ficam descontextualizadas.
CÓRTEX LOBO FRONTAL Está associando às áreas sensitivas primárias (tato, visão e audição) as demais áreas corticais e ao Hipocampo.
Memória explícita ou declarativa: Hipocampo, amígdala, três regiões corticais temporais mediais (córtex entorrinal, córtex para-hipocampal e córtex perirrinal), prosencéfalo basal, tálamo, córtex pré-frontal, neocórtex. 
Memória implícita ou não declarativa: Gânglios basais, córtex pré-motor, tálamo, substância negra.
Obs.: Diversas doenças psiquiátricas simulam a demência.
BIOLOGIA MOLECULAR E MEMÓRIA
DEPRESSÃO HOMOSSINÁPTICA Uma estimulação repetida leva a uma habituação da resposta.
Fisiologicamente ocorre declínio progressivo no potencial de ação registrado nos neurônios resultante de uma redução na quantidade de neurotransmissores liberada nos terminais dos neurônios sensoriais.
É dita homossináptica uma vez que os fenômenos ocorrem nas mesmas sinapses que são ativadas pela estimulação.
FACILITAÇÃO HETEROSSINÁPTICA Um estímulo sensibilizante leva à ativação dos neurônios sensoriais, com liberação do neurotransmissor. Ocorre indiretamente, através do recrutamento de neurônios facilitadores.
Inclui a ativação de sinapses adicionais ao circuito neural primário da reação de defesa. Por isso é chamada de facilitação heterossináptica.
PLASTICIDADE NEURONAL A experiência produz alterações plásticas no cérebro, incluindo o crescimento de dendritos e a formação de sinapses.
É uma propriedade que permite um desenvolvimento de alterações estruturais dos circuitos neurais em resposta à experiência e como adaptação a condições diversas e a estímulos repetidos.
AULA 5 – MECANISMOS DA EMOÇÃO
Objetivos
1. Descrever as teorias da emoção.
2. Identificar o papel do sistema límbico para o comportamento emocional.
3. Descrever a fisiologia básica do medo e da ansiedade.
4. Descrever a fisiologia básica da raiva e da agressão.
5. Descrever a fisiologia básica do reforço e recompensa.
TEORIAS DAS EMOÇÕES E SEUS PRINCIPAIS TEÓRICOS
JAMES (1842-1910) E LANGE (1834-1900) Na teoria, divulgada em 1894, eles propuseram que não existe emoção sem expressão e que a experiência subjetiva é causada por ela, ou seja, eles sugeriram que nós experimentamos a emoção em respostas as alterações fisiológicas que ocorrem em nosso organismo, assim, por exemplo, ficaríamos tristes porque estamos chorando e não o contrário.
A princípio parece estranha essa colocação, mas se você analisar com calma verificará que caso retirássemos todas as alterações fisiológicas de nosso corpo ficaria complicado sentir qualquer emoção. 
Explicando, imagine um indivíduo muito irritado, agora retire suas alterações fisiológicas: acalme seus batimentos cardíacos, tranquilize a respiração, relaxe a sua musculatura. Ele ainda estaria irritado? Pois é... foi avaliando desta forma que eles desenharam essa teoria. Hoje sabemos que não é bem assim.
Acreditavam que os elementos fisiológicos eram os mais importantes.
CANNON (1871-1941) E BARD (1898-1977) Apresentada pela primeira vez em 1927, logo se tornou popular entre os cientistas e propunha que a experiência emocional pode ocorrer independente de uma expressão emocional fisiológica.
Para embasarsua teoria eles apresentaram estudos em pessoas que possuíam lesões na medula que as impediam de perceber as sensações e que, no entanto, preservavam a capacidade de sentir emoções.
Outra questão apresentada por essa nova teoria era de que as mesmas alterações fisiológicas ocorriam em emoções bem diversas, como o palpitar rápido do coração de uma pessoa irritada e de um apaixonado. 
Para eles o tálamo seria o grande ativador das emoções. 
Acreditavam que os elementos cerebrais eram os mais importantes.
CHARLES DARWIN (1809-1882) Observou as semelhanças entre indivíduos de diversas espécies (cães, gatos, homens...) na expressão emocional da raiva e caracterizou que as expressões faciais e corporais mostravam uma determinação inata que persiste com a evolução das espécies, revelando deste modo grande importância para a manutenção/sobrevivência das espécies.
Para Darwin, as emoções permitem:
A sobrevivência do indivíduo O predador tem que conseguir matar a presa e a presa tem que conseguir fugir do predador. Desta forma ocorre equilíbrio nas populações duas espécies. Como? Alguns predadores morrem de fome e algumas presas sobrevivem.
A sobrevivência da espécie Os machos disputam as fêmeas para reprodução de modo que os mais fortes, atraente e possuidores de bons genes conseguem filhotes saudáveis. Desta forma eles estabelecem uma hierarquia e demarcam áreas seguras para as fêmeas e filhotes.
Comunicação social Todos os animais do grupo não precisam apanhar do macho dominante para compreender que ele é o líder, somente aqueles que se julgarem mais fortes farão um desafio. Por quê? Porque os outros assistem às demonstrações de força e recebem sinais visuais que lhes sugerem sua posição hierárquica do grupo. Na nossa espécie a comunicação visual é muito utilizada.
PAPEL DO SISTEMA LÍMBICO PARA O COMPORTAMENTO EMOCIONAL
Antes de iniciarmos nossos estudos específicos cabe ressaltar a origem do termo Lobo Límbico.
Paul Broca 
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 Descreveu o Lobo Límbico
(Córtex Cerebral localizado ao redor do Corpo Caloso)
Ele foi descrito por Paul Broca, em artigo publicado em 1878, que designou que o córtex cerebral localizado ao redor do corpo caloso formaria um lobo límbico (borda), principalmente o giro cingulado e o córtex na superfície medial do lobo temporal, incluindo o Hipocampo. Naquela época suspeitava-se de forte envolvimento dessas estruturas com o olfato. 
Depois, em torno de 1930, descobriram o envolvimento com nossas emoções.
As emoções em nosso organismo estão em um conjunto de estruturas localizadas na região do Lobo Límbico, em volta do Hipocampo. Um conjunto de áreas cerebrais que trabalha junto, sinergicamente para que possamos expressar as emoções diante dos estímulos do meio ambiente. É uma luta constante por um ajuste do comportamento emocional frente às situações que enfrentamos envolvendo aspectos fisiológicos e cerebrais.
Os ajustes fisiológicos (rubor na face, batimentos cardíacos, respiração) são semelhantes tanto na raiva quanto na paixão, por exemplo. Mas, quando é feito uma aferição detalhada, apesar dos sintomas serem os mesmos, a frequência é diferente. Então, a ativação simpática que ruboriza a face, acelera os batimentos cardíacos, eleva a respiração é um pouco diferente. A caracterização é parecida, mas não está funcionando exatamente da mesma forma.
Hoje já se sabe também que pessoas que sofreram lesões na medula espinal têm certo embotamento emocional. Elas não são indiferentes aos estágios emocionais diante dos estímulos do meio, elas possuem expressões emocionais, mas quando comparadas a pessoas não lesionadas, a intensidade emocional é diferenciada.
MEDO E ANSIEDADE
As emoções são as funções mais complexas que o sistema nervoso humano processa. Elas possuem três componentes principais:
Sentimentos Podem ser positivos e negativos.
.
Comportamentos Atos motores específicos de cada emoção.
Ajustes fisiológicos específicos Hormônio e neurormônios secretados.
Atualmente áreas neurais da emoção estão agrupadas sob a denominação de Sistema Límbico.
ANSIEDADE Definida por uma sensação de aflição, receio ou agonia, sem causa aparente e costumeiramente está associada ao medo.
As emoções negativas são mais conhecidas e estudadas do que as positivas. Dentre estas, destacamos, por ser o mais estudado, o:
MEDO É um estado subjetivo que ocorre diante de ameaças e determina reações das mais diversas: luta, fuga, ativação do SNA e etc.
Hoje, sabemos que as amígdalas cerebrais são estruturas importantes no entendimento do comportamento emocional, ela dispara emoções a partir da interpretação de informações sensoriais ou internas desencadeando ajustes que serão realizados no tronco encefálico e Hipotálamo.
Lesões nas amígdalas estão diretamente relacionadas com redução da reação emocional, incluindo o medo.
O circuito neural utilizado para o medo aprendido foi mapeado através de experimentos realizados sob monitoramento de ressonância magnética.
Veja a imagem que se relaciona a estímulos auditivos ⇝
RAIVA E AGRESSÃO
Para compreender esses circuitos, vamos primeiramente definir o porquê destes comportamentos. Animais das mais variadas espécies atuam de forma agressiva por diversos motivos: Conseguir alimento, repreender um adversário, defesa da prole, conquista reprodutiva.
Sabemos hoje que a presença de andrógenos (hormônios sexuais masculinos) está diretamente relacionada a esse comportamento. Todos já devem ter conhecido um caso de animal doméstico masculino que foi castrado e ficou dócil. Em humanos algumas pesquisas já comprovaram altos níveis de testosterona em homens que cometeram crimes muito violentos.
A AGRESSÃO PODE SER DIVIDIDA EM 2 PADRÕES DE COMPORTAMENTO NOS ANIMAIS
 AGRESSÃO PREDATÓRIA (ou ataque silencioso com mordida) Caça (ataque contra membro de outra espécie para obter alimento).
É um comportamento planejado que é realizado com pouca ativação simpática. O ataque é direcionado para pontos fatais na vítima, como cabeça e pescoço e geralmente silencioso. Está relacionada com o Hipotálamo Lateral.
 AGRESSÃO AFETIVA (ou ataque com ameaça) Defesa de território (exibição, geralmente ruidosa, de seus atributos físicos).
Neste comportamento há expressiva ativação da divisão simpática do Sistema Nervoso Vegetativo. Está relacionada com o Hipotálamo Medial.
Experimentos com remoção total do Telencéfalo (hemisférios cerebrais), em que se preservavam parcialmente o Diencéfalo, revelaram a participação do Hipotálamo na regulação destes comportamentos. 
Os animais que sofriam essa remoção apresentaram o que os pesquisadores chamaram de raiva simulada, uma vez que respondiam de forma agressiva a estímulos não irritantes, como carinhos. Isso ocorria sempre que o Hipotálamo Posterior era preservado na cirurgia. Quando ele era retirado o comportamento de raiva simulada não aparecia.
Experimentos em macacos demonstram que a retirada das amígdalas reduz o comportamento agressivo, enquanto que sua estimulação simula a agressão efetiva.
Outros estudos correlacionaram os níveis de serotonina com a agressividade, sendo a relação inversamente proporcional, ou seja, quanto mais serotonina, menor agressividade.
REFORÇO E RECOMPENSA
Os estudos que mapearam as áreas cerebrais relacionadas com reforço e recompensa datam da década de 50 e têm como pioneiros James Olds e Peter Milner. 
Eles implantavam cirurgicamente eletrodos no cérebro de ratos de modo a poder disparar descargas elétricas e estimular o funcionamento do cérebro para observar o que acontecia com os animais. 
Algumas áreas, quando estimuladas, provocavam um comportamento interessante: o animal parecia querer receber novamente o estímulo repetindo o comportamento que havia levado os pesquisadores a disparar a descarga elétrica (eles iam para um lado da caixa de observação, por exemplo).
AULA 6 – PENSAMENTO
Objetivos
1. Compreender a organização do pensamento.2. Explicar o papel do córtex pré-frontal.
3. Explicar o papel do córtex límbico.
4. Explicar o papel do córtex parietotemporoccipital.
5. Explicar algumas bases biológicas de transtornos mentais.
ORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO
Nosso pensamento pode ser definido de diversas formas, por exemplo, de acordo com a capacidade de nosso cérebro para formular e evocar ideias diversas.
A partir de nossas experiências e da nossa criatividade, podemos relacionar conceitos, impor nosso julgamento, alterar e inventar fatos e etc.
O pensamento pode ainda ser relacionado à nossa capacidade de reflexão e criação a iniciarem-se de ideias pré-existentes.
Diferindo de nossas sensações, que são bem estruturadas e dependem de um estímulo para que sejam percebidas, as nossas imagens mentais surgem de forma espontânea e voluntária, independendo de um estímulo sensorial específico.
Geralmente elas estão ligadas aos conceitos que temos dos objetos e ao significado dos mesmos.
O cérebro pode evocar, combinar e mesmo criar novos conceitos e hipóteses diante de uma cena e isso dá ao nosso pensamento a habilidade de antecipar probabilidades relativas aos acontecimentos.
Sempre devemos ter claro que, somente a partir de elementos fornecidos por nós e pelo ambiente que nos cerca, através de nossas sensações (em alguns casos, percebidos desde a vida fetal, como os estímulos auditivos), é que formamos essa série de objetos mentais. No entanto, no momento em que iniciamos a formação deste banco de dados mentais, as possibilidades de combinação de elementos são infinitas.
Talvez você já tenha experimentado a agradável sensação de dormir com um problema e acordar com uma solução. O que acontece é que, ao se deitar, você pensa no problema que trouxe do trabalho e para o qual você não tem uma solução viável. Ao acordar: Bingo! É isso que devo fazer!
Seu cérebro pode e, corriqueiramente, faz uma série de combinações de assuntos relacionados ao tema de seu problema, ao comparar com outras situações vividas por você, ou compartilhada com amigos, ele pode ou não encontrar uma boa solução.
O PAPEL DAS ÁREAS RELACIONADAS ÀS FUNÇÕES SUPERIORES
🌠 CÓRTEX PRÉ-FRONTAL Esta região do cérebro está principalmente relacionada com as ações motoras, no entanto, o córtex frontal, onde ela se encontra, participa de uma série de questões interessantes, como a capacidade de avaliar as consequências de planejamentos e ações futuras (Diretamente relacionado com o PLANEJAMENTO das consequências de nossas ações. Compara com situações anteriores e planeja a resposta maios adequada para o momento). Nosso córtex pré-frontal integra as informações que o ambiente está oferecendo com as nossas experiências anteriores para poder programar as respostas motoras apropriadas para cada estímulo.
O objetivo desta área é simples: reunir informações sensoriais e experiências emocionais, de modo a produzir percepções conscientes que resultem em comportamentos específicos, que atendam a nossas necessidades em cada momento.
Lesões desta área parecem desligar planejamento e ação, de modo que a pessoa, apesar de aparentemente compreender bem o que lhe é informado pelo ambiente, não realiza os ajustes motores necessários à realização de tarefas.
🌠 CÓRTEX PARIETOTEMPOROCCIPITAL Integração dos Lobos: Parietal relacionado com as sensações, temporal, relacionado com o auditivo e Occiptal relacionado com as informações visuais. 
Região responsável por promover uma análise detalhada das diferentes modalidades sensoriais, integrando-as e traduzindo como uma função mental superior.
Integração das vias sensoriais. Integra as sensações, imagens, sons relacionados. Integra os estímulos recebidos e processados pelas áreas pré-frontais e límbicas, levando à expressão complexa de nossas ações.
🌠 CÓRTEX LÍMBICO Relacionado com o ENVOLVIMENTO EMOCIONAL, afetividade ligada ao pensamento. Relacionado com a memória, emoção e aspectos motivacionais relacionados a um dado comportamento.
O estado de nosso meio interno (homeostase alimentar, sexual, emocional e etc.) está diretamente relacionado com a nossa habilidade de perceber estímulos sensoriais do meio ambiente.
Conexões entre nosso córtex pré-frontal e límbico permitem que tenhamos uma percepção do colorido emocional relacionado a cada experiência. 
Regiões do córtex de associação límbico:
• Córtex Orbitofrontal. • Porções do Lobo Temporal. • Giro de Cíngulo.
As lesões do Córtex Orbitofrontal promovem redução da raiva e do comportamento agressivo e redução da dor crônica. Esse fenômeno foi observado experimentalmente em animais de laboratório e posteriormente em homens com lesões devidas a acidentes traumáticos.
BASES BIOLÓGICAS DE TRANSTORNOS MENTAIS
A partir do esclarecimento dos processos mentais normais, fica mais fácil compreender uma série de desordens mentais, ou seja, se um desvio acontece em alguma área cerebral, há a grande possibilidade de que ocorra um transtorno.
Estudos sobre as funções superiores, como o pensamento e, principalmente, a linguagem, vêm contribuindo de forma significativa neste sentido.
Pelo que temos estudado até aqui em nossa disciplina, já podemos compreender que uma determinada percepção pode ser desdobrada em diversos aspectos no entendimento dos processos mentais.
BASES BIOLÓGICAS DA ESQUIZOFRENIA
Esquiso = Dividido. Na alucinação do esquizofrênico neurônios do córtex Pré-Frontal param e se comunicar entre si, ou seja, não há mais interação entre os hemisférios, há uma separação entre eles, assim o córtex esquerdo passa a funcionar independente do córtex direito. Essa é a divisão que a palavra esquiso se refere. O pensar do esquizofrênico está dividido, fragmentado e ele passa a ouvir vozes por exemplo. Na verdade o hemisfério esquerdo do seu cérebro, ao perceber pensamentos do hemisfério direito, interpreta como sendo externo ao seu corpo. Então ele tem um hemisfério que está funcionando com uma super ativação dopaminérgica, com a super ação de um neurotransmissor e um outro hemisfério que para ele é estranho ao corpo, é considerado uma outra pessoa. Então tudo o que é processado, pensado, criado, projetado pelo hemisfério direito é interpretado pelo esquerdo como uma intervenção externa.
Nesta psicopatologia as áreas do córtex Pré-Frontal e o polo do Lobo Temporal estão significativamente comprometidos, com uma clara disfunção do hemisfério esquerdo cerebral. Além disso, verifica-se um déficit de comunicação entre os hemisférios cerebrais. Com esses problemas, o indivíduo passa a usar principalmente o hemisfério esquerdo (que está precário) e começa a interpretar as mensagens oriundas do hemisfério direito como externas ao seu corpo (delírios e alucinações).
Estudos mais detalhados revelaram o papel da Dopamina nesta patologia, onde ela está com uma hiperfunção: há um aumento da transmissão dopaminérgica em esquizofrênicos. Não podemos esquecer que a alteração na fisiologia de uma rede neural interfere em outras, o que leva a complexidade da terapia destes pacientes.
AULA 7 – LINGUAGEM
Objetivos
1. Relacionar comunicação e linguagem.
2. Identificar as áreas encefálicas relacionadas à linguagem.
3. Descrever algumas afasias.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Hoje sabemos que o uso da linguagem é uma característica unicamente humana, que engloba a fala, a compreensão e a nomeação, permitindo expressar o nosso pensamento, por meio, por exemplo, da comunicação falada.
Essa exclusividade humana se dá devido à complexidade e sofisticação do nosso sistema nervoso, que distingue nossa espécie das demais. Muito mais do que emitir apenas sons, como fazem centenas de espécies para se comunicar, a nossa linguagem compreende um sistema de sons, gestos e símbolos que permitem nossa intercomunicação, com uso criativo de palavras de acordo com regras gramaticais sofisticadas que independem de situações estereotipadas.
Você pode estar pensando: Os macacos usam sons, gestos e símbolos, então devem teruma linguagem como a nossa? A resposta é não, pois, esse conjunto de ações sempre ocorre em situações-chave: avisar o grupo da presença de adversários, demarcar território, defender a posição de macho alfa (dominante no grupo) etc. Eles aparentemente não se comunicam uns com os outros sem um motivo claro e necessário ao bem-estar do grupo ou de um membro. Pelo menos é o que mostram os estudos atuais. Pode ser que no futuro se comprovem outras ideias.
Outra questão relevante a cerca de nossa linguagem é o fato de que uma criança que não conviva com pessoas que falam, apresente sérias dificuldades para utilizar a linguagem falada.
Escutar e interagir com pessoas que falam dos 12 meses até os seis anos de idade é determinante para o desenvolvimento pleno da fala.
ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS À LINGUAGEM 
📢 ÁREA DE BROCA
Pesquisando em diversos pacientes com dificuldade para utilizar a linguagem falada, Paul Broca propõe em 1861 que lesões nos lobos frontais do cérebro eram importantes para a explicação destas limitações na comunicação. Na época o assunto foi polêmico, pois, de certa forma, propunha a existência de uma área da linguagem específica no cérebro. Em 1863 ele complementa suas colocações indicando o hemisfério esquerdo do lobo frontal com a área mais crítica nestes casos.
📢 ÁREA DE WERNICKIE
Karl Wernickie, em 1874, descreve outras áreas no hemisfério esquerdo que também estavam envolvidas com a linguagem falada. Estas áreas ficam no lobo temporal (entre o córtex auditivo e o giro angular).
Estudando as afasias, ou seja, a perda parcial ou completa das habilidades da linguagem a partir de lesões no encéfalo, fica mais fácil de compreender a importância das áreas de Broca e Wernickie para a linguagem. Cabe ressaltar que em muitas afasias não há perda de qualquer faculdade cognitiva ou habilidade para mover os músculos faciais envolvidos com a fala.
AFASIAS
📢 AFASIA DE BROCA
O portador apresenta grande dificuldade em falar, mesmo que tenha capacidade de entender o que escuta ou lê. Ou seja, a inteligência geralmente está preservada, mas a habilidade de se expressar pela linguagem falada não.
Curiosamente há uma preferência por substantivos, verbos (não conjugados) e adjetivos e uma indiferença aos artigos e pronomes.
Podemos resumir que nessa afasia a linguagem geralmente é entendida, mas não é produzida pelo portador.
Lesões na Área de Broca interferem diretamente na produção da fala, pois os sinais corretos não podem ser enviados para o córtex motor.
A compreensão permanece normal, pois a Área de Wernickie está intacta.
A Área de Broca é responsável pela programação da atividade motora relacionada com a expressão da linguagem.
📢 AFASIA DE WERNICKIE
Diferindo significativamente da afasia de Broca, na Afasia de Wernickie a fala é fluente, no entanto a compreensão é precária.
Neste caso, como a região é responsável por transformar sons em palavras, o entendimento do que é dito fica significativamente prejudicado.
Como a área de Broca está intacta o indivíduo fala, no entanto, a produção verbal não passa de uma locução de frases sem sentido.
📢 AFASIA DE CONDUÇÃO
Ocorre por lesão nas fibras do fascículo arqueado, que comunica a Área de Broca com a Área de Wernickie.
Nesta afasia de condução, as áreas estão preservadas, apenas as fibras que as comunicam estão lesionadas.
O portador desta afasia compreende bem e fala bem, no entanto, apresenta dificuldades de repetição de palavras.
📢 AFASIA ANÔMICA
Dificuldade de encontrar os nomes, estando poupadas as restantes capacidades.
A nível não verbal, não há qualquer problema e os pacientes têm tendência a substituir a palavra que não conseguem dizer, ou por palavras como 'coisa', ou descrevendo a sua função.
AFASIA EM BILÍNGUES
Pessoas que dominam dois idiomas ao serem acometidas, por exemplo, por um AVC (acidente vascular cerebral) podem desenvolver uma afasia curiosa, geralmente elas tendem a apresentar dificuldades com o idioma aprendido secundariamente, enquanto a língua-mãe pode ficar apenas parcialmente prejudicada, de acordo com a gravidade da lesão.
Uma pessoa que aprendeu dois idiomas ao mesmo tempo (por exemplo, o paterno e o materno, que eram diferentes) tende a apresentar dificuldades em ambos em casos de AVC.
Essa particularidade é interessante e se dá pela utilização de células nervosas diferentes, quando aprendemos línguas em tempos distintos.
SURDEZ
Estudos em indivíduos surdos, usuários da linguagem de sinais, revelam dados interessantes: 
 Lesões do hemisfério esquerdo podem promover sintomas semelhantes às afasias de Broca, o indivíduo compreende bem a linguagem de sinais, mas não consegue se expressar utilizando-a.
O problema não é motor, a habilidade motora das mãos está preservada, o que está complicado é a construção da linguagem.
 Afasias semelhantes às de Wernickie também são observadas, o indivíduo não compreende bem a linguagem de sinais e, apesar de realizar os diversos movimentos que correspondem a determinados sinais, não constrói sentenças adequadamente e não consegue se comunicar.
AULA 8 – ATENÇÃO
Objetivos
1. Definir atenção.
2. Diferenciar os processos explícitos e implícitos.
3. Compreender o TDAH.
Nossa atenção é selecionada por nosso cérebro, que pode pré-programar o sistema para procurar alvos que atendam nossos desejos.
A atenção está diretamente relacionada com a SELETIVIDADE do processamento de informações, podendo estar correlacionada, por exemplo, com uma dada posição no espaço ou a uma característica física do ambiente: uma cor, som, odor, textura ou objeto interessante.
ATENÇÃO SENSORIAL OU PERCEPÇÃO SELETIVA
Processo de seleção da atenção, sensibilizando áreas específicas do cérebro que executam essa tarefa e inibem ou reduzem a tarefa das demais.
(Tendência de ver e ouvir somente os fatos que apoiam nossas crenças e referenciais socioculturais).
As neurociências têm obtido resultados interessantes em suas pesquisas, principalmente com a atenção visual.
TIPOS DE ATENÇÃO
🔔 ATENÇÃO EXPLÍCITA
 
É ABERTA ⇾ Você sabe exatamente o que está requisitando sua atenção.
É evidente, a fixação visual coincide com o objeto, está claro onde está o foco de atenção.
É AUTOMÁTICA ⇾ Independe de sua escolha. O objeto de desejo atrai sua atenção.
O foco da atenção coincide com a fixação visual e com os movimentos oculares, no centro da fóvea.
🔔 ATENÇÃO IMPLÍCITA
É OCULTA ⇾ Você busca algo que sabe o que é, mas não está com o objeto de desejo focado.
Você sabe o que está procurando, mas não está no seu foco.
Busca: Visão periférica.
É VOLUNTÁRIA ⇾ Você direciona seu olhar para pontos específicos, por exemplo, na multidão, para procurar objetos vermelhos e com o formato de um boné.
A atenção está direcionada a buscar pelo objeto de desejo, não há fixação no centro da fóvea e, sim, em sua periferia ou no próprio campo visual.
As vias da atenção estão diretamente relacionadas com a seleção de aspectos do cenário em que estamos inseridos.
Essa sequência de eventos pode ser observada na ilustração ao lado.
Note que os estímulos do ambiente externo desencadeiam reações primárias, que são traduzidas como nosso registro sensorial de um estímulo;
Esse evento levará a reações secundárias, quando identificado (análise perceptual) e, posteriormente,
reações terciárias revelarão o seu significado para nós, de acordo com a experiência de cada um (codificação e análise do significado).
O registro e identificação determinam a seleção precoce de nossa atenção.
A identificação e significado levarão a uma seleção tardia.
Da integração das seleções precoce e tardia construiremos nosso comportamento adequado a cada situação, considerando nossas experiências particulares, nossa habilidade cognitiva e envolvimento emocional.
DÉFICIT DE ATENÇÃO / HIPERATIVIDADE
Observe os cinco critérios principais que são considerados para a caracterização do

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