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AÇÃO PENAL 5 periodo

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AÇÃO PENAL
1) Direito de ação;
- Em face da regra da vedação à autodefesa, o Estado confere ao indivíduo o direito subjetivo de provocar a atividade jurisdicional do Estado.
- Definido como o direito público subjetivo de pedir ao Estado juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto.
- Lide (Carnelutti) é o conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida. Contudo, a doutrina ensina que no processo penal não deve ser usado a expressão lide, tendo em vista o fato de que: a) não há no processo penal um conflito de interesses (liberdade de locomoção é um direito indisponível, pois ao Estado também incumbe a proteção da liberdade de locomoção, notadamente pelo fado da acusação poder pedir a absolvição do individuo; b) outro fato é o de que no processo penal a defesa é obrigatória, a resistência é obrigatória.
- No processo penal é preferível o uso da expressão exercício da pretensão punitiva (o poder-dever do Estado de exigir de quem comete o delito a submissão à sanção penal).
2) Condições da ação(Liebman):
- Apesar de o direito de ação ser abstrato e autônomo, o ordenamento jurídico impõe o cumprimento de certos requisitos formais para o exercício desse direito, denominados de condições de ação, verdadeiro exercício regular do direito de ação.
- Segundo Liebman, direito de ação é o direito ao julgamento do mérito (conflito/pedido) da causa, que fica condicionado ao preenchimento ao de certas condições, aferíveis à luz da relação jurídica material deduzida em juízo.
- A análise das condições da ação não está sujeita à preclusão, podendo ser reconhecidas a qualquer momento no curso do processo, art. 485, par. 3º NCPC.
- No novo CPC foi suprimido o termo condições da ação, mantendo apenas as espécies legitimidade e interesse, sem que, com isso, segundo a doutrina majoritária, tenha sido extintas as condições da ação, com exceção da possibilidade jurídica do pedido.
- Quando o juiz criminal analisa essas condições? De acordo com o próprio Código, sua presença é analisada por ocasião do oferecimento da peça acusatória. Art. 395, II, CPP c/c art. 485 NCPC.: 
Ausente uma condição da ação, deve o juiz rejeitar a peça acusatória, sentença terminativa de carência de ação (julgamento sem apreciação do mérito), coisa julgado formal, podendo ser ajuizada nova demanda, desde que removido o óbice que deu origem à decisão.
Constatada a presença das condições da ação o autor passa a ter direito ao julgamento do mérito da causa, favorável ou desfavorável.
- Teoria da Asserção: A presença das condições da ação deve ser analisada pelo juiz com base nos elementos fornecidos pelo autor em sua inicial, que devem ser tomados por verdadeiro, sem nenhum desenvolvimento cognitivo. Se o juiz constatar a ausência de uma das condições da ação mediante uma cognição sumária, deverá extinguir o processo sem resolução do mérito por carência de ação; se houver necessidade de cognição mais aprofundada para a análise da presença das condições da ação, a carência de ação será analisada como mérito, gerando uma sentença de rejeição do pedido do autor, com a formação da coisa julgada formal e material. Ex.: denuncia oferecida contra a testemunha, o juiz verifica, pela própria narrativa da PI que houve equivoco.
- O exercício do direito de ação está vinculado a algumas condições genéricas e específicas.
- Sinônimo de condição da ação: condição de procedibilidade.
3.1) espécies de condições da ação no processo penal
Genéricas;
Específicas:
3.2) Consequências da ausência de uma das condições da ação
Verificada por ocasião do juízo de admissibilidade (art. 395, II do CPP): rejeição da peça acusatória;
Verificada no curso do processo:
1C) Nulidade absoluta do processo (art. 564, II CPP);
2C) Extinção do processo sem resolução do mérito (art. 485 do NCPC). (STJ RESP 1318.180).
4) Espécies - Condições da ação: Genéricas e específicas
4.1) Genéricas: são as condições presentes em toda e qualquer espécie de ação, sendo indispensáveis. 
	3.1.1) Possibilidade Jurídica do pedido (REVOGADO PELO NOVO CPC)
- O pedido formulado pela parte deve se referir a uma providência admitida no direito objetivo, no âmbito civil era sempre configurada negativamente p.ex.: é proibida a cobrança de dívida de jogo ou aposta (art. 814 CC/02); ao contrario do processo penal, que é configurado positivamente, p.ex.: denuncia por fato atípico, ou contra menor de 18 anos.
- Hoje, com base no NCPC a possibilidade jurídica do pedido deixou de funcionar como condição autônoma, subsistindo apenas a legitimidade e interesse de agir, ou seja, a partir de agora essa análise é feita por um juízo de mérito, inclusive no âmbito do processo penal, cujo pedido não gaza da mesma relevância que tem no processo civil. 
- Agora, com base na nova orientação do NCPC, a solução é apresentada pela absolvição sumária (art. 397, III do CPP), de maneira antecipada, decisão de mérito. Ora se o NCPC admite o julgamento liminar diante da improcedência, o CPP também deve seguir semelhante providência.
- A apreciação deve ser feita sobre a causa de pedir, abstratamente considerada, desvinculada de qualquer analise probatória. O pedido não é o foco, mas sim os fatos. Pelo menos em tese o fato narrado na peça acusatória deve referir-se a conduta típica, ilícita e culpável.
- OBS.: no Processo Penal o acusado defende-se dos fatos que lhe são imputados e pode o juiz corrigir eventual classificação equivocada feita pelo MP. Também frisa que caso seja oferecida denúncia por uma conduta atípica deverá ocorrer verdadeiro julgamento antecipado do mérito, com a formação de coisa julgada formal e material. Ao contrário, do processo civil, aqui fará coisa julgada formal e material, em consonância com o CPP, no art. 397. Vejamos:
Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:  ...    III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
	3.1.2) Legitimidade para agir:
- Legitimatio ad causam: é a pertinência subjetiva da ação, ou seja, a situação prevista em lei que, com base na relação jurídica material, permite a um sujeito propor a demanda, e a outro figurar no seu polo passivo.
 Legitimidade (pólo ativo no processo penal):
Ação Penal Pública: MP
Ação Penal iniciativa privada: ofendido ou seu representante legal.
- Ex: Tício e Mévio são candidatos a deputado federal e durante a propaganda eleitoral começam a trocar ofensas. Mévio oferece queixa crime contra Tício imputando-lhe o crime previsto no art. 138, CP.
- OBS: Crimes contra honra praticados durante propaganda eleitoral são crimes eleitorais, e em regra, eles são de ação penal pública incondicionada. Assim, Mévio não tem legitimidade para propor/ocupar o pólo ativo rejeição da peça acusatória (art. 395, II, CPP). Se por ventura for oferecida uma queixa pelo ofendido – deve se rejeitar, mas se verificar isso no curso do processo penal nada impede a aplicação subsidiária do art. 485, VI, NCPC, deve ser reconhecida a ausência da legitimatio ad causam (STJ RESP 1318.180).
*ofendido vem a óbito sucessão processual CADI – cônjuge, ascendente, descendente e irmão. Alguns doutrinadores acrescem o companheiro. Logo, seria o CCADI, contudo professor discorda, haja vista que não é caso de analogia.
 Legitimidade (pólo passivo no processo penal): deve ser ocupado pelo provável autor do fato delituoso com 18 anos completos ou mais.
- Não confundir a legitimidade passiva com o mérito, de preferência trabalhar com a questão da legitimidade passiva no mérito, com base na teoria da asserção. 
- A ilegitimidade passiva apenas poderá ser reconhecida quando reclamar apenas um juízo de cognição sumário/superficial, com efeito, demandando uma cognição mais aprofundada terá natureza de decisão de mérito.
- Exemplos de ilegitimidade passiva: denúncia contra testemunha; denuncia contra homônimos; denuncia contra menor de 18 anos. 
 Legitimidadeda pessoa jurídica no processo penal:
- Pólo ativo: p.ex: em crime de difamação.
- Pólo passivo: quanto a pessoa jurídica no pólo passivo; tribunais tem adotado a Teoria da Dupla Imputação; ou seja, os tribunais tem admitido o oferecimento de denuncia em face da pessoa jurídica pela prática de crimes ambientais desde que haja imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou benefício. ATENÇÃO: STF RE 548.181/PR 1º turma – PRECEDENTE ISOLADO: Supremo relativizou a T. Dupla Imputação.
 Legitimidade ordinária e extraordinário no Processo Penal:
- Legitimidade ordinária: legitimidade ordinária é a regra. Alguém postula em nome próprio na defesa de interesse próprio.
- Legitimidade extraordinária: extraordinária é aquela que se dá quando alguém age em nome próprio na defesa de interesse alheio (ex: queixa-crime oferecida pelo ofendido) – possível somente nos casos previstos em lei. Vale observar o art. 6º do CPC.
Art. 6o  Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
Vejamos algumas situações/exemplos disso no processo penal:
- Ex1: Na ação penal privada, pois o interesse de punir é do Estado, que, todavia, transfere ao ofendido o direito de ação. Isto é, o direito de punir pertence ao Estado, apenas o direito de ação é transferido ao ofendido, a possibilidade de ingressar em juízo; 
- Ex2: No caso do ofendido pobre, pode o MP propor a ação civil ex delicto (indenizatória) proposta pelo MP em favor de vítima pobre ou ação executória em seu nome, na tutela de interesses individuais (art. 68 do CPP). Nesta exceção, o interesse que o MP esta concorrendo é patrimonial, sendo direito disponível. Ocorre que, a CF não permite que o MP defenda interesse disponível, incumbindo tal atribuição a Defensoria Pública. Porém, não são todas as comarcas que possuem Defensoria Pública. Portanto, o art. 68 do CPP***, segundo o STF é dotado de uma inconstitucionalidade progressiva (um dia será inconstitucional), ou seja, enquanto nas comarcas em que ainda não houver Defensoria Pública, o art. 68 continua válido (STF – RE 135.328 – julgado bem interessante). Se a comarca tiver defensoria, MP não pode propor.
*** Art. 68.  Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.
- Ex3: Nomeação de curador especial, art. 33, CPP.
 Legitimação ativa concorrente: a legitimidade ativa concorrente ocorre quando mais de uma parte tem autorização legal para agir, ingressar em juízo. Neste caso, quem ajuizar a ação por 1º a ação, afastará a legitimidade do outro, evitando assim, a litispendência. 
- Ex1: casos de sucessão processual o direito de ação é transmitido ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31 do CPP).
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão
Tal direito é transmitido para todos. Qualquer um desse poderá ajuizar. Mesmo que o cônjuge não queira... o ascendente pode.
- Ex2: ação penal privada subsidiária da pública, depois do decurso do prazo do MP para oferecer denúncia. Contudo, o MP pode repudiar a queixa-crime, assim, oferecendo denúncia substitutiva. 
- Ex3: crime contra a honra de servidor público em razão de suas funções, caberá ação penal pública condicionada de titularidade do MP ou ação penal privada de titularidade do servidor público (Súmula 714 do STF); 
Súmula 714. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.
- A ofensa tem a ver com as funções que a pessoa exerce. Ex: juiz corrupto. 
- Atenção para a decisão do STF – no inquérito 1939: para o STF oferecida a representação ao MP estará preclusa a via da ação penal privada. Logo, isso não é legitimação concorrente, mas sim LEGITIMAÇÃO ALTERNATIVA. 
- Se o crime depende de representação enquanto ela não for oferecida o MP não pode agir. Portanto, cabe ao ofendido escolher entre a representação ou pelo oferecimento da queixa-crime. 
	3.1.3) Interesse de agir
- Necessidade: não é possível a imposição de pena sem a existência de um processo (nulla poena sine judicio). Portanto na ação penal a necessidade é presumida, pois não há pena sem processo, salvo no JECrim tendo em vista que a pena pode ser aplicada por meio da transação.
- Adequação: ajustamento da providencia judicial solicitada com a solução do conflito. Não tem muita relevância no processo penal, pois não há diferentes espécies de ações penais condenatórias. Súmula 693 STF.
Somente tem relevância nas ações penais não condenatórias, p. ex.: impetração do HC para questionar o constrangimento ilegal no processo por porte de droga.
- Utilidade: consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor.
Prescrição em perspectiva ou prescrição virtual ou prescrição hipotética: consiste no reconhecimento antecipado da prescrição, em virtude da constatação de que no caso de eventual condenação a pena a ser imposta estará fulminada pela prescrição da pretensão punitiva retroativa, tornado inútil a instauração do processo penal.
Ex.: 23/05/2005 ocorreu o fato delituoso (art. 155, CP); menor de 21 anos.
 12/08/2008 Inquérito; vista ao MP.
- Doutrina: o MP deve requerer o arquivamento, não com base na extinção da prescrição, em face da ausência de previsão legal, mas com fundamento na ausência de interesse de agir, pois não há utilidade em se levara a diante processo fadado à prescrição.
- Tribunais superiores: Não é possível sua aplicação, em face da ausência de previsão legal, bem como ofende o principio da presunção da inocência, pois parte do pressuposto que o indivíduo será condenado. Súmula 438 STJ; STF RE 602.527 RG-QO/RS.
- Lei 12.234/10, entrou em vigor em 06/05/2010. Colocou fim a prescrição retroativa entre a data do fato delituoso e o recebimento da peça acusatória. Se o crime foi cometido antes da lei, tem esta prescrição.
	3.1.4) Justa causa
- É um lastro probatório mínimo indispensável para o início de um processo penal, o qual é composto pela prova da materialidade e indícios de autoria (art. 395III do CPP).
- Tudo isso a fim de afastar causas temerárias. Ex: queixa oferecida contra um ministro do STJ porque teria assediado sexualmente a funcionária – o único elemento probatório era a palavra dela – será que o depoimento deve ser considerado? Sim, deve. Mas com cautela. 
- O STF entendeu que a palavra da vítima isolada não é suficiente para deflagrar o início da ação penal. Não se pode admitir que o MP ofereça a denúncia sem um lastro mínimo de provas, para se evitar lides temerárias.
- Não se confunde com a justa causa prevista no art. 648, I CPP para fins de impetração de HC, pois aqui a expressão é usada em sentido amplo, fundamento de direito fático probatório.
Natureza jurídica:
1C: Integrante do interesse de agir;
2C: Condição da ação autônoma, ao lado da legitimidade e do interesse de agir. Criticada pois segundo a doutrina, as três condição da ação de liebman tiveram origem nos elementos da demanda (partes, causa de pedir, pedido), Afrânio da Silva Jardim).
3C:Fenômeno distinto das condições da ação (Gustavo Badaró).
O Art. 395 trata justa causa no inciso II das condições da ação no inciso III, conclui-se que o legislador quis conferir a elas natureza diversa.
- Justa causa duplicada: aplicada nos crimes de lavagem de capitais, consiste na necessidade de um lastro probatório mínimo que revele a presença da justa causa não somente para revelar a ocultação ou a dissimulação no crime da lavagem de capitais, mas também no crime precedente (art. 2º, parag. 1º da Lei 9.613/98).4) Específicas: são as condições necessárias em relação a certos acusados, de determinados crimes, de procedimentos específicos.
- Exemplos: representação do ofendido; requisição do Ministro da Justiça; laudo pericial no crimes contra propriedade imaterial; laudo preliminar em caso de drogas; qualidade de militar no crime de deserção.
5) Distinção entre condições da ação (procedibilidade) e condições de prosseguibilidade: 
	
Condição de proceDIbilidade
	
Condição de prosseGUIbilidade
	
È uma condição que deve está presente para que o processo possa ter início. Processo ainda não começou. Ex: Laudo preliminar (Lei de Drogas), sem ele não posso iniciar o processo.
	
Nesse caso o processo já está em andamento e a condição deve ser implementada para que o processo possa seguir seu curso normal.
Ex: Representação nos crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa. Antes da Lei 9.099/95 era pública incondicionada; depois da lei 9.099/95 passou a ser pública condicionada a representação. Assim, para os processos que já estavam em andamento a representação tem natureza funcional como condição de prosseguibilidade (art. 91, Lei 9099/95); para os processos que ainda não tinha começado, a representação funcionou como condição de procedibilidade (art. 88, Lei 9.099/95).
6) Classificação das Ações penais condenatórias
7.1) Ação Penal Pública
- Titular: Ministério Público (art.129, I)
- Peça Acusatória: Denúncia.
 Espécies:
Ação Penal Pública Incondicionada: a atuação do MP não depende de representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça. Ação Penal Pública Incondicionada é a regra geral, diante do silencio da lei.
Ação Penal Pública Condicionada: a atuação do MP depende de representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça, nas hipóteses previstas na lei, disposto, em geral, nas disposições finas que tratam do delito.
Ação Penal Pública subsidiária da pública: 
- Ex ¹: DL 201/67 (art. 2º, §2º):
“Se as previdências para a abertura do inquérito policial ou instauração da ação penal não forem atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério Público estadual, poderão ser requeridas ao Procurador-Geral da República”.
Este dispositivo não foi recepcionado pela CF/88; a maioria da doutrina entende que atenta contra a autonomia dos Ministérios Públicos Estaduais.
- Ex ²: Art. 357, §§ 3º e 4º, do Código Eleitoral. Dispositivo plenamente válido.
“Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.
...
        § 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
        § 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
...”
- Ex ³: Art. 109, V-A, CF/88 incidente de deslocamento de competência. (único exemplo verdadeiro existente acerca da ação publica subsidiária da pública).
“Art. 109. Aos juízes federbais compete processar e julgar
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal”.
7.2) Ação Penal de Iniciativa Privada
- Titular: ofendido, ou seu representante legal
- Peça Acusatória: Queixa-crime.
 Espécies:
Ação Penal Privada Personalíssima: a queixa só pode ser oferecida pelo próprio ofendido, não sendo cabível sucessão processual.
- A morte da vítima, em regra, não é causa de extinção da punibilidade, SALVO na hipótese de Ação Penal Privada Personalíssima, p.ex.: art. 236 do CP.
Ação Penal Exclusivamente Privada: admite sucessão processual.
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: somente é cabível diante da inércia do MP.
8) Princípios da Ação Penal 
	
Princípios da Ação Penal Pública
	
Princípios da Ação Penal Privada
	
- Princípio da inércia: (Ne procedat iudex ex officio)
- Ao juiz não é permitido dar início a um processo penal condenatório de ofício.
- Art. 129, I, CF/88: “São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei”.
- Processo judicialiforme (ação penal ex officio) O art. 26 do CPP não foi recepcionado pela CF: o processo tinha início a partir do auto de prisão em flagrante ou portaria expedida pelo delegado ou juiz; em se tratando de contravenções penais, homicídio culposo e lesão corporal culposa.
- Obs: Nada impede a concessão de ordem de HC de ofício. 
CPP - “Art. 654.  O habeas corpus (ação penal não condenatória de natureza constitucional) poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 2o  Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal”.
- A execução penal deve ser iniciada pelo juiz pode agir de oficio, expedindo a guia de execução.
	
- Princípio da inércia: ao juiz não é permitido dar início a um processo penal condenatório de ofício.
	
- Princípio do ne bis in idem processual: 
	
- Princípio do ne bis in idem processual: 
	
- Ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação (mesmo fato). CADH, art. 8º, nº 4.
“O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos”.
- Decisão absolutória ou declaratória extintiva da punibilidade, ainda que proferida por juiz absolutamente incompetente, é capaz de transitar em julgado e produzir seus efeitos regulares, dentre eles o de impedir novo processo pela mesma acusação (STF HC 86.606/MS)
	
- Principio da Intranscendência 
	
- Princípio da Intranscendência
	
- A denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas em face do suposto autor do fato delituoso.
- OBS: em se tratando de responsabilidade não penal, como a obrigação de reparar o dano, é possível que os sucessores respondam no caso de morde do condenado. Art. 5º, XLV, CF.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
	
- Princípio da Obrigatoriedade ou Princípio da legalidade processual
- Presentes as condições da ação penal e havendo lastro probatório suficiente o MP é obrigado a oferecer denúncia. 
- Art. 24 CPP “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”.
- Mecanismos de controle do principio da obrigatoriedade: art. 28, CPP Juiz exerce uma função anômala de fiscal do principio da obrigatoriedade / principio da devolução.
- Art. 28, CPP: “Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designaráoutro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender”.
- Art. 29.  “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal”.
- Art. 385, CPP  Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
- Exceções ao princípio da obrigatoriedade:
Em face da sua natureza infraconstitucional, o princípio da obrigatoriedade pode ser relativizado por outra norma da mesma natureza.
1) Transação Penal (art. 76, Lei 9.099/95): principio da obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada.
2) Acordo de leniência ou acordo de brandura ou acordo de doçura (Lei 12.529/11, art. 87): é um tipo de colaboração premiada nos crimes contra ordem econômica e financeira.
3) Termo de ajustamento de conduta nos crimes ambientais, previsto na lei de Ação Civil Pública.
 - Obs: Caso haja a reiteração da conduta delituosa o MP poderá oferecer denuncia (STF HC 92.921).
- Obs: (STJ – HC 187.043) Não admite essa possibilidade, pois o TAC não obsta a instauração da ação penal.
4) Parcelamento do débito tributário (art. 83 da Lei 9.430/96): fica suspensa a pretensão punitiva, se o parcelamento for realizado até do recebimento da denuncia.
5) Colaboração Premiada, na lei de organização criminosa (art. 4º, parag. 4º da Lei 12.850/13).
	
- Principio da oportunidade e conveniência
- Mediante critérios próprios de oportunidade e conveniência o ofendido pode optar pelo oferecimento ou não da queixa-crime.
- Se aplica antes do início do processo.
- Caso o ofendido não queira exercer o seu direito de queixa, há duas possibilidades: Decadência ou renúncia.
- OBS: na ação penal privada subsidiária da pública, nada impede que o MP opine pela absolvição do acusado.
	
- Principio da Indisponibilidade ou principio da indesistibilidade
- O MP não pode dispor/desistir do processo em andamento.
Art. 42.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
- MP não pode desistir de recurso que haja interposto.
- EXCEÇÃO: art. 89 da lei 9.099/90 suspensão condicional do processo.
	
- Princípio da disponibilidade
- O querelante pode dispor do processo em andamento:
Perdão do ofendido;
Perempção;
Desistência do processo em virtude de reconciliação. 
Art. 522, CPP:  No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada.
	
- Princípio da (in)divisibilidade:
STF/STJ Divisibilidade: O MP pode oferecer denúncia contra alguns acusados sem prejuízo do prosseguimento das investigações em relação aos demais.
Indivisibilidade (Tourinho e Aury Lopes Jr.) Havendo lastro probatório o MP é obrigado a oferecer denúncia contra todos os autores do delito.
	
- Principio da Indivisibilidade
- O processo penal de um, obriga ao processo penal de todos.
- Conseqüências:
Renúncia concedida a um dos coautores estende-se aos demais.
Perdão concedido a um dos acusados estende-se aos demais, mas desde que haja aceitação.
- Fiscal: MP; Art. 48, CPP:  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
- Ao MP não é permitido aditar queixa para incluir coautores, pois não tem legitimidade para tanto. Verificando-se que a omissão do querelante foi voluntária = renúncia tácita em relação àquele que não foi incluído na queixa, renuncia esta que se estende aos demais. Verificando que a omissão foi involuntária = deve o MP requerer a intimação do querelante para que promova o aditamento, sob pena de renúncia tácita ao direito de queixa.
9) Representação do ofendido
- Conceito: é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do fato. 
- A representação é exigida naquelas infrações penais em face de vítima determinada. CUIDADO: art. 154-A, parag. 1º do CP (nesta hipótese deve ser interpretado de forma restritiva, com efeito o crime do parag. 1º do CP deve ser tratado como crime da ação penal pública incondicionada, sob pena de inviabilizar a persecução penal).
- Obs.: para os tribunais não há necessidade de formalismo na representação, basta que a vítima dê um indicativo de que deseja a persecução penal. Ex: registro B.O; exame pericial no caso do estupro – isso basta para demonstrar que a vítima tem interesse na representação. STJ 89.475; STF HC 86.122
9.1) Natureza Jurídica:
- Em regra, trata-se de condição específica de procedibilidade para os processos penais que ainda não tiveram início. 
CUIDADO: Se o processo já estiver em andamento e a lei passar a exigir representação, trata-se de condição de prosseguibilidade. Art. 91, Lei 9.099/95
Obs.: em relação à representação vige o princípio oportunidade/conveniência. A pessoa é livre para representar ou não. Autonomia da vontade.
9.2) Destinatário da representação: 
Autoridade policial
MP
Juiz
- Doutrina mais moderna entende que a representação deverá ser feita perante autoridade policial e MP, e deixar o juiz “de lado”, em virtude da imparcialidade do magistrado.
Art. 39 CPP:  “O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1o  A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
 § 2o  A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.
       
§ 3o  Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
     
§ 4o  A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
       
 § 5o  O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias”.
9.3) Titularidade para oferecimento da representação (e também queixa-crime).
Ofendido com 18 anos completos ou mais. A doutrina processual penal acabou adotando o artigo 5º, CC/02).
Ofendido menor de 18 anos, mentalmente enfermo ou retardado mental, quem oferece a representação é o representante legal (qualquer pessoa que de algum modo seja responsável pelo menor ou enfermo). Se não tiver representante ou se colidirem os seus interesses com o do menor ou enfermo (ex: o pai é o autor do delito), o juiz nomeará CURADOR ESPECIAL. Esse curador não é obrigado a oferecer queixa-crime ou a representação, pois o próprio artigo 33 do CPP denota faculdade. Vejamos:
“CPP - Art. 33.  Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal”.
- Inércia do representante legal e decadência do direito de queixa e representação:
- 1ª Corrente: Capez, Mirabete e Nucci: cuidando de incapaz, não há o que se falar em decadência de um direito que não podeser exercido. Portanto, a decadência para o representante legal não atinge o direito do menor. O prazo só começaria a contar quando a pessoa atingisse a capacidade. No caso de um menor, a partir do momento que fizer 18 anos.
- 2ª Corrente: LFG e Pacelli de Oliveira: a decadência para o representante legal acarreta a extinção da punibilidade, mesmo que o menor não tenha completado 18 anos.
No caso da vítima menor de 18 anos casada: busca-se nomeação de um curador especial ou aguarda-se o alcance da maioridade. Obs.: a emancipação não repercute no Processo Penal.
No caso de morte do ofendido: salvo no caso da ação penal personalíssimo, ocorre a chamada sucessão processual ao (CADI) cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. O direito de oferecer a representação ou o dir. de oferecer a queixa-crime é repassado ao CADI, consoante art. 31, CPP, in verbis: 
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
- Por fim, a maioria da doutrina entende que é (CCADI) – cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão -, contudo, o professor frisa que isso é uma analogia prejudicial, pois quanto menos pessoas eu tiver nesse rol melhor para o acusado.
- Observações:
- C.A.D.I essa ordem é preferencial. 
Art. 36, CPP:  Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
- Havendo divergência entre os sucessores, prevalece a vontade daquele que deseja dar início a persecução penal.
- Qual o prazo que possui o sucessor? É também prazo decadencial de 6 meses. Se o sucessor tomou conhecimento da autoria na mesma data que a vítima terá direito ao prazo restante, contado imediatamente após a morte; agora se o sucessor não tinha conhecimento da autoria, o prazo restante só começará a correr a partir do momento em que adquirir essa consciência. 
9.4) Prazo decadencial para oferecimento da representação
- É o mesmo para oferecer a representação (idem no caso da queixa-crime). É o prazo decadencial de 6 (seis) meses e, em regra, a contagem começa a partir do conhecimento da autoria.
Art. 38, CPP:  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier, a saber, quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
- 
- Obs1: Prazo fatal e improrrogável. Não se suspende nem é interrompido com o pedido de instauração de inquérito policial. 
- Obs2: Prazo do direito penal em que o dia do início já está valendo A natureza jurídica da decadência é a causa extintiva da punibilidade penal. 
Art. 10, CP - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
- Obs3: O pedido de instauração de IP não interrompe ou suspende o prazo decadencial para oferecimento da queixa-crime
- Obs4: O termo inicial do prazo decadencial é o dia do conhecimento da autoria do delito.
ExceçãoA: com o crime do art. 236 do CP (Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento).
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior.
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos
 Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
A ação penal neste caso, só pode ser ajuizada depois do trânsito em julgado da sentença do cível que anule o casamento. Logo, neste caso o prazo não se conta a partir do conhecimento da autoria. O prazo também é de seis meses, decadencial, mas a contagem é diferente. 
ExceçãoB: Na ação penal privada subsidiária da pública o termo inicial é o dia do esgotamento do prazo que o MP tem para ferecer a denúncia, ou seja, nos 15 dias após receber os autos.
ATENÇÃO: Embora se sujeita ao prazo decadencial, o não exercício do direito de queixa no prazo pelo ofendido, não terá o condão de acarretar a extinção da punibilidade (Decadencia imprópria).
- Obs5: Proposta a ação no prazo legal, ainda que perante juízo incompetente, não há que se falar em decadência. 
- Decadência é um não exercício do direito.
- Lei de imprensa (revogada) - art. 41: prazo decadencial: 3 meses. 
9.5) Retratação da representação
- Retratar: significa voltar atrás, arrepender; pressupões o prévio exercício de um direito.
- É possível, até o OFERECIMENTO da denúncia (cuidado, no concurso cai “RECEBIMENTO” da denúncia). A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia, em regra.
        Art. 25, CPP:  A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Exceção: Lei 11.340/06 – no art. 16 (Lei Maria da Penha).
Art. 16.  Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei (p.ex.: estupro; ameaça), só será admitida a renúncia (direito não exercido) à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
A lei usa a expressão “renúncia” de maneira equivocada, pois não se pode renunciar a um direito que já foi exercido. Na verdade, trata-se de RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO, que pode ser feita até o recebimento da denúncia, em audiência especialmente designada para tanto.
- Obs.: a audiência para a retratação não deve ser realizada “ex oficio”, sob pena de constrangimento ilegal da mulher (STJ RMS 34.607/MS)
- CUIDADO: (STF ADI 4.424) Segundo a Corte, EXCLUSIVAMENTE, nas hipóteses de lesão corporal leve ou lesão culposa é que se passou a entender que a ação penal nos crimes de violência domestica é de natureza publica incondicionada, nas demais hipóteses (p.ex.: estupro; ameaça), continua ação publica condicionada à representação.
Retratação da retração da representação: nada mais é que uma nova representação. Maioria da doutrina entende que é possível desde que seja feita dentro do prazo decadencial.
9.6) Eficácia objetiva da representação
1º Representação por lesão corporal ocorrida em 12/03/15 supostamente praticada por Tício;
2º Investigação constata ocorrência de duas lesões corporais ocorridas em 12/03/15 e 19/03/2015 contra acusado Tício e Mévio.
- Feita a representação por um fato delituoso (p.ex.: dia 12/03), ela abrange todos os coautores e participes. Contudo não alcança outros fatos delituosos (STF HC 98.237). ou seja, se a vitima não aparecer para oferecer representação o MP não pode oferecer denuncia pelos demais fatos (p.ex.: dia 19/03). (STF HC 98.237/SP) 
- Para cada crime que depende de representação deve ela ser oferecida, não abrangendo outros fatos.
- Feita a representação contra apenas um dos coautores esta se estende aos demais. Por outro lado, feita a representação contra um fato delituoso esta NÃO se estende aos demais crimes. R HC 83.009
10) Requisição do Ministro da Justiça
- É a manifestação de vontade do Ministro de Justiça, demonstrando que possui interesse na persecução penal.
- A natureza jurídica é de condição específica de procedibilidade. Ex: crime contra honra contra o Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro (art. 145, parágrafo único, CP).
- A requisição não é sinônimo de ordem, porque o titular da ação penal continua sendo o MP, o qual vai averiguar a presença das condições da ação para mover a denúncia.
- Prazo para a requisição: não está sujeita a prazo decadencial (contudo, o crime, obviamente, estará sujeito ao prazoprescricional – do art. 109, CP). 
- Retratação da requisição:
1ª corrente (Capez e Rangel): não é possível a retratação da requisição; e
2ª corrente (LFG, Nucci, Pacelli, Denílson Feitosa): é possível a retratação da requisição, até o oferecimento da denuncia.
11) Ação Penal Privada Subsidiária da Publica / Ação Acidentalmente privada / Ação Supletiva
CF, art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal.
- Só é cabível em face da inércia do MP.
- Deve-se perguntar se o crime possui uma vítima determinada, ou seja, um indivíduo que possa ser individualizado. 
Em regra: é necessária a presença de um ofendido individualizado, já que a falta impede o exercício da queixa subsidiária. Ex: embriaguez ao volante; crimes de perigo; tráfico de drogas – são crimes que não têm um ofendido individualizado.
Exceção: por força de lei, temos uma exceção a isso, certas pessoas têm legitimidade.
Ex¹: art. 80, 82 do CDC (podem propor a queixa subsidiária o PROCON e associações de defesa do consumidor.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: 
        I - o Ministério Público,
        II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
        III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,      especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
        IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
        § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
Ex²: art. 184, parágrafo único, da lei 11.101/05 (Lei de Falências e recuperação judicial). Qualquer credor habilitado e também o administrador judicial possam ingressar com a ação penal privada subsidiária.
Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1o, sem que o representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses.
11.1) Prazo decadencial para o oferecimento da queixa subsidiaria (substitutiva)
- Prazo decadencial do querelante para o oferecimento da queixa subsidiária: 6 meses contados a partir do momento que ficar caracterizada a inércia do MP (esgotamento do prazo para o MP oferecer a denúncia p.ex. 15 dias para investigado solto e 5 dias para investigado preso). 
A perda do prazo decadencial por parte da vítima, neste caso, acarreta a extinção da punibilidade?
Não, pois tal ação penal, em sua essência é pública. A vítima perde o direito dela de propor a ação privada subsidiária. Assim, o MP até o momento da extinção da punibilidade pode oferecer a denúncia.
 
 Tal decadência é chamada de decadência imprópria, ou seja, não extingue a punibilidade, mas tão somente a perda do direito de oferecer a queixa subsidiária.
Qual o prazo para entrar com a ação subsidiária? É também de 6 meses, mas o termo inicial é diferente. Começa do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia – 15 dias. Leva em conta o início da contagem do direito penal (inclui o dia início).
Durante este prazo de 6 meses o MP está impossibilitado de agir? Durante o prazo de 6 meses existem co-legitimados. O MP pode agir. Durante esse prazo o MP e a vítima podem agir. Após os 6 meses volta para o MP.
Esse prazo de 6 meses é decadencial? Admite decadência sem, no entanto, extinguir a punibilidade. É um exemplo de decadência que não extingue a punibilidade.
11.2) Poderes do MP na ação penal privada subsidiária da pública
Art. 29, CPP.  Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao MP aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva (denúncia substitutiva), intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal(Ação Penal Indireta.) .
Opinar pela rejeição da peça acusatória;
Repudiar a queixa-crime, hipótese em que é obrigado a oferecer denúncia substitutiva;
Aditar queixa: tanto para incluir corréus, outros fatos delituosos, como para incluir circunstancias de tempo e lugar;
Intervir em todos os temos do processo.
- OBS: Verificada a negligência do querelante, o MP retoma o processo como parte principal, o que denominado Ação Penal Indireta.
12) Peça Acusatória
- Denuncia: crimes de ação penal publica, oferecido pelo MP
- Queixa-crime: crimes de ação penal privada, oferecida pelo ofendido, representante legal ou sucessores.
- É perfeitamente possível conexão ou continência entre crimes o que poderá implicar na simultaneidade de denúncia e queixa no mesmo processo.
12.1) Requisitos
Art. 41, CPP:  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
12.1.1) Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstancias:
- Deve o titular da ação penal narrar o fato delituoso, com todas as suas circunstâncias, sob pena de inviabilizar o direito de defesa, pois no processo penal o acusado defende-se dos fatos que lhe são imputados.
- Observa-se que a denúncia não tem nada a ver com a tradicional petição inicial em outra seara. Por meio da denúncia, se faz a imputação: é a atribuição a alguém da prática de determinada infração penal, não há aqueles detalhes todos de um petição numa reclamação trabalhista, p.ex. A peça inicial deve responder p.ex: o que aconteceu? Como aconteceu? Onde? Quando? Quem praticou? Contra quem? Porque o delito foi praticado? 
- Em crimes culposos, é imprescindível a prescrição da modalidade culposa, devendo o MP falar em que consistiu a negligência, a imprudência e a imperícia. Ex: garota x celular x em alta velocidade, no celular.
Qual a conseqüência de uma peça acusatória que não expõe o fato criminoso? Gera a inépcia da peça acusatória. O juiz deve rejeitar a peça acusatória (art. 395, I, CPP =   Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:    I - for manifestamente inepta; ... ). Caso o juiz não rejeite a peça acusatória, de acordo com a jurisprudência, a inépcia da peça acusatória pode ser argüida pela defesa (acusado ou defensor) até o momento da sentença, sob pena de preclusão. 
É possível oferecer denúncia sem a data do crime? Seria caso de inépcia? Sim, é possível. Para entendermos isso devemos diferenciar os elementos essenciais da peça acusatória dos elementos acidentais. Vejamos: 
Elementos essenciais (ou necessários): são aqueles necessários para identificar a conduta como fato típico. A ausência desses elementos causa evidente prejuízo à defesa e, portanto, será caso de nulidade absoluta.
Elementos acidentais (ou secundários): são aqueles relacionados às circunstâncias de tempo ou de espaço, cuja ausência nem sempre prejudica a defesa. Portanto, eventual vício quanto ao elemento acidental pode produzir no máximouma nulidade relativa. Devem constar da peça acusatória, desde que conhecidos.
 CRIPTOIMPUTAÇÃO? É uma imputação contaminada por grave deficiência na narrativa do fato delituoso, causando evidente prejuízo à defesa, o que enseja a inépcia formal da PI
 Agravantes da parte geral do CP precisam constar da denúncia? Para os tribunais superiores as agravantes podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz mesmo que não tenham constado da peça acusatória, art. 385, CPP. Já para a doutrina isso viola o contraditório e a ampla defesa, logo, se faz necessário narrar a agravante na peça acusatória.
12.1.2) Qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais possam identifica-los:
- De acordo com o art. 41, CPP, não havendo a qualificação completa do acusado, e não sendo possível sua identificação criminal é possível que se aponte esclarecimentos pelos quais o acusado possa ser identificado. O art. 41, CPP guardava correspondência com o art. 363 II do CPP, que foi expressamente revogada pela Lei 11.719/08, o que demonstra que não poderá ser oferecida denuncia contra pessoa incerta. Atentar para o art. 259, CPP.
12.1.3) Classificação do crime
- A classificação do crime equivocada não autoriza rejeição da peça acusatória pois o acusado defende dos fatos que lhes são imputados.
- O erro de tipificação não prejudica a ação penal, eis que o réu se defende dos fatos que lhes são imputados, e não da tipificação. Assim, não é caso de inépcia da denúncia. A tipificação só era analisada pelo juiz na sentença.
12.1.4) Rol de testemunha
Não é um requisito obrigatório, pois alguns crimes não dependem de testemunhas (ex: crimes tributários). O rol deve ser apresentado quando necessário.
O momento correto para o arrolamento é na denúncia, então há preclusão. Mas na prática, pede-se que o juiz ouça as testemunhas esquecidas como testemunhas do juízo, de acordo com o princípio da busca pela verdade pelo juiz (ou verdade real).
	Rito
	Cabimento
	Nº de testemunhas
	Ordinário
	Aplicado quando a infração tiver pena máxima = ou > a 04 anos (ex.: furto)
	08 testemunhas (8rdinário), para a acusação são 08 testemunhas por fato delituoso, para a defesa, são 08 testemunhas por réu.
	Sumário
	Aplicado quando o crime tiver pena máxima < a 04, e > 02 anos 
	05 testemunhas 
	Sumaríssimo
	Contravenções e crimes cuja pena máxima seja = ou < a 02 anos 
OBS.: cumulada ou não com multa e sujeita ou não a procedimento especial
	03 testemunhas (há divergência: há quem diga que são 3 testemunhas e há quem diga que são 5 testemunhas. O ideal falar que são 3 testemunhas, em razão da celeridade)
- 1ª fase do júri: 8 testemunhas
- 2ª fase do júri: 5 testemunhas
- Lei de drogas: 5 testemunhas
- O número de testemunhas deve ser levado em conta por FATO DELITUOSO. No caso de crime conexo, vale o número de testemunhas da cada crime. OBS.: o rol de informantes e vítimas não entre nessa contagem.
- Obs: número de testemunhas: não entram as testemunhas referidas, as que não prestam compromisso e aquelas que nada sabem a respeito da causa. STJ HC 55.702.
12.1.5) Peça acusatória deve ser redigida em vernáculo (redação em português)
12.1.6) Peça acusatória deve ser subscrita pelo MP ou advogado:
- Ausência de assinatura não é causa de rejeição da peça acusatória, caso não haja dúvida acerca da autenticidade da denuncia ou queixa.
13) Procuração da queixa-crime
Art. 44, CPP. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante (“querelado”) e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
- A queixa deve ser oferecida por procurador com poderes especiais.
- Exige-se na procuração o nome do querelante e a menção do fato criminoso, com a indicação do artigo de lei ou referência a denominação do crime. Apesar de o art. 44 do CPP mencionar que o instrumento do mandato deve conter “o nome do querelante” entende a doutrina haver um equívoco, uma vez que não existe mandato sem o nome do mandante (o ofendido ou seu representante legal). O que deve constar do mandato é, na verdade, o nome do “querelado”.
- A exigência de “poderes especiais” e a “menção ao fato criminoso” no mandato se justificam na medida em que sérias conseqüências podem advir da ação penal, inclusive a possibilidade do responsável ser denunciado pelo crime de denunciação caluniosa. Serve, portanto, para fixar a responsabilidade do mandante e do mandatário.
- A ausência dessa procuração pode ser suprida pela assinatura do querelante em conjunto com seu advogado na petição inicial (STJ - REsp 663.934).
- Eventuais omissões ou deficiências da procuração consideram-se sanadas se o ofendido assina a queixa juntamente com o advogado. Caso não assine em conjunto a queixa, eventuais irregularidades da procuração podem ser sanadas a qualquer momento mediante ratificação, inclusive após o decurso do prazo decadencial, por força do artigo 568 do CPP. HC 83.412 STF.
Art. 568 do CPP. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
- Se o ofendido for pobre e não tiver condições de arcar com as despesas, poderá requerer ao juiz a nomeação de um advogado dativo para promover a ação penal.
Art. 32 do CPP. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
- É pobre quem não pode prover as despesas do processo sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. A comprovação da situação de pobreza é feita através de um atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial da circunscrição em que residir o ofendido (art. 32, § 2º, do CPP). Todavia, outros meios de prova são admitidos.
14) Prazo para o oferecimento da peça acusatória
	Prazos
	Oferecimento da denúncia
	Lei de drogas
	10 dias – réu preso ou solto
	Lei dos crimes contra economia popular
	2 dias – réu preso ou solto
	Lei do crime de abuso de autoridade
	48 horas – réu preso ou solto
	Código eleitoral
	10 dias – réu preso ou solto
	CPP
	réu preso 05 dias; e
réu solto 15 dias.
	CPPM
	réu preso 05 dias; e
réu solto 15 dias.
	Queixa-crime
	Réu preso 05 dias; e 6 meses réu solto (prazo decadencial, contado a partir do conhecimento da autoria.
15) Conseqüências da inércia do MP
- Cabimento de ação penal privada subsidiária da pública.
- Perda do subsídio de tantos dias quantos forem os excedidos (art. 801 do CPP); e
- Em se tratando de réu preso, caso o excesso seja abusivo, deve a prisão ser relaxada, sem prejuízo da continuidade do processo.
16) Causas extintivas da punibilidade relativas a ação penal exclusivamente privada e privada personalíssima.
16.1) Renúncia ao direito de queixa
- Conceito: é um ato unilateral e voluntário por meio do qual a pessoa legitimada abre mão do seu direito de queixa (ates do processo).
- Âmbito de aplicação: Ação penal exclusivamente privada ou personalíssima.
- A renúncia é desdobramento dos princípios da oportunidade e da conveniência. 
- Natureza jurídica da renúncia: Extinção da punibilidade.
- A renúncia independe de aceitação; trata-se de ato unilateral. Frisa-se que o momento da renúncia se dá antes do início do exercício do direito de queixa.
- A renúncia pode ser:
Expressa: (declaração inequívoca da vontade de renunciar – art. 50, CPP). 
Art. 50.  A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Tácita: é a prática de ato incompatível com a vontade de processar (ex: convite do agressor para ser o padrinho de casamento).
- Em regra, o recebimento de indenização não importa em renúncia ao direito de queixa. 
CP - Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercidoquando renunciado expressa ou tacitamente.
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.  
- Atenção: em regra não cabe renúncia ao direito de representação, a lei não prevê, salvo na hipótese de composição civil dos danos: no JECRIM há possibilidade de composição dos danos civis, prevista no parágrafo único do art. 74, a qual acarreta a renúncia ao direito de queixa ou de representação. Ex: crime de dano é crime de ação privada, aplicando-se a Lei do JECRIM.
- Pelo princípio da indivisibilidade, a renúncia concedida a um dos coautores estende-se aos demais (extensabilidade da renúncia).
16.2) Perdão do ofendido.
- Conceito: é o ato bilateral e voluntário pro meio do qual o querelante no curso do processo resolve não prosseguir com a demanda, perdoando o acusado com a conseqüente extinção da punibilidade. 
- Natureza jurídica: Extinção da punibilidade.
- Âmbito de aplicação: Ação penal exclusivamente privada ou personalíssima.
- Perdão do ofendido (vale para a ação penal exclusivamente privada ou personalíssima) não tem nada a ver com o chamado perdão judicial (vale para qualquer crime nas hipóteses previstas em lei). A única coisa em comum é a extinção da punibilidade. Ex: hipótese de homicídio culposo – pai sem querer matou o filho – esqueceu o bebê no carro. 
- O perdão do ofendido só pode ser concedido durante o curso do processo (dentro ou fora dele), até o trânsito em julgado da sentença (art. 106 do CP). Na fase de execução não mais é possível o perdão, pois o que foi transferido à vitima foi a “persecutio criminis”, e não a execução.
- Está atrelado ao princípio da disponibilidade da ação penal.
- O perdão depende de aceitação (ato bilateral).
- O perdão pode ser expresso ou tácito. A aceitação do perdão pode ser expressa (declaração inequívoca) ou tácita (o silêncio do querelado pode ser interpretado como aceitação; o silêncio do querelado, após o prazo de 3 dias, importa aceitação do perdão, consoante o art. 58 do CPP).
- Em virtude do princípio da indivisibilidade, o perdão concedido a um dos autores estende-se aos demais, desde que haja aceitação. Aqueles que não aceitarem o perdão, em relação a estes, o processo continuará. 
O perdão concedido por um dos querelantes não prejudica o direito dos demais.
OBS.: perdão e renúncia não admitem retratação.
16.3) Perempção.
- Conceito: é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal exclusivamente privada ou personalíssima em razão da desídia do querelante.
-Natureza jurídica? A perempção é causa extintiva da punibilidade, assim como a renúncia e o perdão.
-Não cabe perempção como causa extintiva da punibilidade na ação penal privada subsidiária da pública, pois em caso de desídia, o MP assume o pólo ativo.
 Qual é a diferença entre perempção e decadência? Perempção é a perda do direito de prosseguir, enquanto decadência é a perda do direito de iniciar a ação penal privada pelo seu não-exercício no prazo legal.
-Hipóteses de perempção (art. 60 do CPP):
Inércia por 30 dias;
Quando, falecendo o querelante ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo para prosseguir no processo dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo. É necessária a intimação dos sucessores ou já é automática a sucessão? Trata-se de sanção automática, ou seja, não é necessária a intimação dos sucessores, naturalmente (seria inviável a intimação de todos);
Deixar de comparecer sem motivo justificado, a qualquer ato a que deva estar presente. Questões: o não comparecimento do querelante, nos crimes contra a honra, na audiência de conciliação, gera perempção? Não, porque quando não comparece o querelante, significa somente que não quer se conciliar (STF, HC 71.219). Em crimes de ação penal privada (personalíssima, exclusiva), a ausência do pedido de condenação é causa de perempção.
Não formular pedido de condenação nas alegações finais. Obs.: Na hipótese de ação penal privada subsidiária da pública, o MP reassume a titularidade no pólo ativo no caso de ausência do advogado do querelante a sessão de julgamento do júri;
Extinção da pessoa jurídica sem deixar sucessor.

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