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Estágio VII Marizil 2

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A Dependência emocional em uma visão psicanalítica
Marizil de Oliveira
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Trabalho apresentado ao Departamento de Psicologia da PUC Goiás como requisito parcial para a disciplina Estágio Básico Supervisionado VII, ministrada pela Professora: Elizabeth Cristina Landi
Goiânia, 2016
A Dependência emocional em uma visão psicanalítica
Marizil de Oliveira
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
O atendimento individual psicológico a uma paciente da Clínica Escola Vida ensejou questões que nortearam o presente estudo: o desejo de se tornarem independentes de suas famílias; os conflitos com a figura materna; e a ênfase em trilhar um caminho que fosse diferente daquele feito pela mãe, devido ao receio de repetir a história da mesma, considerada difícil e sofrida. Em sua família, a mãe aparecia como a figura de referência por ser a autoridade em casa, ocupava a posição fálica e, por isso, era com quem tinham mais dificuldades. Em alguns casos, os conflitos ocorriam devido à incompatibilidade entre as suas escolhas e o que a mãe pretendia para ela, principalmente quando não se sentia ainda em condições de assumir responsabilidades pela própria vida.
Suas queixas iniciais eram de que em sua vida nada dava certo e não conseguia terminar o que começava, principalmente no que se referia a sua vida afetiva. Se encontrava em seu quarto casamento, que apesar de recente, já estava fadado ao insucesso, e o rompimento é eminente.
Assim, buscou-se no presente trabalho compreender, à luz da teoria psicanalítica, a chamada “dependência emocional” catalogada no DSM-5 como Transtorno de Personalidade Dependente, fazendo uma discussão, não muito minuciosa, sobre os conceitos da compulsão, da pulsão, da repetição e da compulsão a repetição na tentativa de explicar a tendência de o sujeito buscar reiteradamente na vida adulta, a satisfação dos desejos que lhe fora castrado na infância. 
Segundo a Mental Health América uma associação americana sem fins lucrativos, citado por Souza (2014), “a co-dependência ou a dependência emocional é uma condição emocional ou comportamental que afeta a habilidade do indivíduo de ter um relacionamento saudável e mutualmente satisfatório”. De acordo com Bacron (2015), “a dependência emocional ou afetiva é uma condição psicológica ou um relacionamento no qual a pessoa é controlada ou manipulada por outra que é afetada por uma condição patológica” (p. 12). Neste sentido, a dependência emocional já poderia ser considerada um transtorno de personalidade marcado pela carência excessiva de amor e afeto que exige cuidados e tratamento.
Assim, ainda segundo Bacron (2015), o comportamento dependente pode ser desenvolvido dentro da própria família, como uma resposta a formas variadas de abusos, falta de carinho, vícios, violência, etc. ou trauma. Ou seja, “os fatores ambientais são a condição necessária para o desenvolvimento da dependência emocional” (p.13).
Segundo a Teoria Psicanalítica, após o nascimento, a relação mãe-bebê é de dependência absoluta. O recém-nascido precisa de sua cuidadora para alimentá-lo, para vesti-lo, para nomear suas sensações e os objetos de seu mundo externo. Esse vínculo forma o alicerce para o seu desenvolvimento psíquico. É a partir da organização psíquica desenvolvida nessa relação, que o bebê conquistará sua capacidade de se relacionar. É a qualidade do amor materno e não a quantidade que determinará a qualidade de todas as relações do indivíduo quando ele se desligar da mãe.
Portanto, se as primeiras vivencias afetivas forem frustrantes, insatisfatórias e frias, poderá influenciar o modo de funcionamento do indivíduo adulto, que passará atuar de forma disfuncional e inconsciente, na busca da gratificação dos desejos infantis insatisfeitos. 
A Teoria oriunda da experiência clínica de Freud, nos apresenta os conceitos de compulsão, pulsão, repetição e compulsão a repetição que podem explicar a tendência de o sujeito buscar, reiteradamente, na vida adulta o que lhe foi castrado na infância. 
A compulsão é basicamente um conceito energético, remete à força da pulsão. Quanto a pulsão, ela é pura intensidade, não tem qualidade, simplesmente pulsa em busca da descarga. A conceituação Freudiana refere-se a pulsão “como sendo um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático" (Freud, 1915, p. 127). Portanto, de maneira sucinta, podemos dizer que compulsão é uma pulsão com mais intensidade.
A noção de repetição remete à própria origem da psicanálise quando Freud (1895), postula que a circulação da energia se faz preferencialmente pelas vias mais investidas, levando à tendência de percorrer o mesmo caminho. 
Freud (1915), ensina que o desejo é a mola propulsora do psiquismo. Assim sendo, o princípio do prazer, mobilizado pelo desejo, busca o reencontro com a vivência primária de satisfação, ou seja, é através da experiência primária de satisfação, criadora do estado de desejo, que toda a repetição busca percorrer as trilhas já conhecidas, que propiciem esse reencontro. 
Quanto ao conceito de repetição, necessário se faz uma ligeira reflexão sobre o fenômeno do recalcamento. Bergeret (2006) define o recalcamento como um processo ativo, destinado a conservar fora da consciência as representações inaceitáveis. Freud (1915), deixa claro que a própria história do recalque, fundante do inconsciente recalcado, nos seus três tempos, vai se fazer acontecer devido à força de repetição do desejo recalcado primariamente (primeiro tempo). O recalque propriamente dito (segundo tempo) instala-se para reforçar a proibição do recalcado vir à tona, enquanto o retorno do recalcado (terceiro tempo) é a repetição transformada na busca de satisfação do desejo proibido, que ganha manifestação nos sintomas, sonhos, transferência, atos falhos. Assim, pode-se afirmar que o retorno do recalcado é marca, por excelência, da dinâmica repetidora do aparelho psíquico. 
Freud (1914), apresenta o conceito da compulsão à repetição quando centrado nas manifestações do retorno do recalcado, em especial a transferência, vai se apercebendo desse fenômeno, que se caracteriza pela impossibilidade de o sujeito recordar, tendo que repetir. Lembrando que toda repetição opera como resistência, que está a serviço do recalcado, que negocia, mas nunca renuncia à busca da satisfação do desejo. Mas essa repetição tem uma intensidade tal, que faz com que ganhe o adjetivo de compulsão. 
Nesse momento, para Freud (1914), o psiquismo é regido pelo princípio do prazer versus o princípio da realidade, sendo a busca do prazer a grande meta das representações desejantes da pulsão sexual. Com essa convicção mais a ideia de pontos de fixação da libido no decorrer do desenvolvimento libidinal, tem-se estabelecido que a compulsão à repetição é produto da história erótica de cada sujeito. E está comprometida com a busca do prazer, visando reviver o que foi gratificante em algum momento do passado esquecido. Portanto, essa compulsão à repetição está a serviço do princípio do prazer, calcada no processo primário.
Mais tarde, Freud (1920), vai propor um novo modelo para pensar a gênese da compulsão à repetição, tendo ela sua origem no trauma, em impressões psíquicas precoces, decorrentes do caráter demoníaco da pulsão de morte. Diante desse novo contexto, surge uma repetição do que nunca foi prazeroso para o sujeito. É uma repetição da vivência de dor, e o que era, até então, motivo de repulsa, vira polo de atração. Eis aí o que literalmente diz Freud: 
“O fato novo e impressionante que iremos descrever em seguida é que a compulsão à repetição também faz retornar certas experiências do passado que não incluem nenhuma possibilidade de prazer e que, de fato, em nenhum momento teriam proporcionado satisfações prazerosas, nem mesmo para as moções pulsionais recalcadas naquela ocasião do passado. ” (Freud, 1920, p. 145)
A partir de então, ficou estabelecida uma dicotomia da compulsão à repetição. De um lado, uma repetição governada pelo princípiodo prazer, centrada na força do desejo, a partir dos pontos de fixação; e, de outro, uma repetição do que nunca foi prazeroso, centrada na força do traumático.
Método
Participante
- M. C., 65anos. – Paciente da Clínica Escola Vida - PUC
Materiais
- Consultório número 01 da Clínica Escola Vida, cadeiras e mesa.
Procedimento
- Número de Sessões: 06 (seis) com duração de aproximadamente, uma hora cada;
- Técnica Analítica: É um conjunto de procedimentos que particulariza o método com que opera o tratamento psicanalítico em relação aos demais procedimentos terapêuticos.
- Associação Livre: É a regra fundamental do tratamento psicanalítico. Freud a inventou em substituição ao hipnotismo no tratamento das neuroses e que consistia em deitar o paciente no divã e encorajá-lo a dizer o que viesse à sua mente, sendo também este convidado a relatar seus sonhos.
- Atenção Flutuante: É a regra técnica à qual o psicanalista tenta se conformar, ao não privilegiar em sua escuta, nenhum dos elementos particulares do discurso do analisando. Pressupõe-se a supressão momentânea de seus pré-julgamentos conscientes e de suas defesas inconscientes.
-Transferência: (...) o paciente não recorda coisa alguma do que esqueceu e recalcou, mas expressão pela atuação ou atua-o (acts it out). Ele o reproduz não como lembrança, mas como ação; repete-o, sem, naturalmente, saber que o está repetindo. (Freud, 1914, p. 165).
 
	Segundo Freud (1914), na transferência ao invés de recordar, de associar, o paciente age, sem saber o que faz ou porque faz. Desta forma, repete em ato o clichê estereotípico com o analista, o que constitui uma resistência ao trabalho da análise, porque o objetivo da mesma é colocar o sujeito para falar, elaborando suas questões relacionadas a representações e fantasias inconscientes. Quando não fala e age, o paciente resiste ao trabalho da análise, à regra fundamental da mesma: a livre associação.
 - Manejo da transferência: É quando o analista conduz o paciente se dá conta do que fez e atuou, questionando sobre o ato, levando-o a elaborar as questões que determinaram essa atuação. É justamente essa elaboração das resistências, que se apresentam como transferência, que constitui a parte do trabalho que dá os maiores resultados e que faz com que a psicanálise seja uma prática completamente diferente de todas as outras.
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Resultado e Discussão
A paciente M. C., tem aproximadamente, 65 anos de idade, vaidosa, cheia de vitalidade. É formada em técnica de magistério tendo exercido durante algum tempo a profissão de professora. Dentro do atendimento mostrou-se altamente colaborativa. Não faltava aos encontros e indicava muito interesse em continuar sendo atendida. Percebi, como transferência, a sua tendência a atuar de forma muito submissa e dependente em relação a mim. Freud (1912) concebeu a importância da transferência para o processo analítico, esclarecendo que se tratava de um fenômeno banal, automático, que acoplava o passado e o presente por meio da sobreposição do objeto original do passado ao presente. Por isso, dei a esse movimento da paciente o nome de “transferência passivo-dependente”, relacionando-o a suas histórias infantis traumáticas pois, Freud (1920), ensina que “Os pacientes repetem na transferência todas essas situações indesejadas e emoções penosas, revivendo-as com a maior engenhosidade” (p. 32).
Na fala da paciente, surge uma história infantil marcada pela indiferença materna, traduzida em falta do contato afetivo, corporal e verbal com a mãe, além da deficiência no reconhecimento, pelos pais, das necessidades materiais e afetivas básicas da criança. Tal indiferença, só cedia lugar as exigências de sua mãe, para ela cuidar das obrigações domésticas e atender as necessidades de seus irmãos menores oferecendo-lhes o seu zelo e amparo, sem ter ninguém para lhe oferecer o mesmo. Sua mãe, muito autoritária e controladora, anulava a presença paterna, o qual se lhe submetia passivamente à vontade.
Logo nos primeiros contatos, percebi na fala da paciente a sua insegurança quanto a autoimagem quando me disse “Eu não consigo terminar nada que começo, sou um fracasso em tudo”. Diante disso, e face a minha inexperiência no trabalho analítico, resolvi adotar uma postura mais acolhedora possível na presunção de que ela pudesse se sentir mais confortável e segura. Pesquisei um pouco sobre a postura do analista e encontrei respaldo teórico em Ferenczi (1929), que aponta que, com o paciente traumatizado sexualmente ou por elementos de malevolência ou de tratamento desprovido de tato advindos das relações parentais, o analista deve se posicionar de maneira diferenciada, mais flexível e permissível. Por outro lado, Freud (1920), ressalta que “a perda do amor e o fracasso deixam atrás de si um dano permanente à autoconsideração” (p. 31), o que explicaria os seus manifestos sentimentos de inferioridade. “Daí as queixas posteriores, tais como ‘não consigo realizar nada; não tenho sucesso em nada’ (Freud, 1920, p. 31)
No correr das demais sessões M. C., expressou toda a sua angústia existencial revelando uma infância cercada de um clima de abandono, de inexistência de si e de extrema servidão as vontades de sua mãe. Situação essa, chamada por Ferenczi (1929) de terrorismo do sofrimento. Parece que a sua mãe a submeteu por muito tempo a uma rotina de trabalho pesado e inapropriado para a sua idade. Aqui podemos pensar, com base no autor citado, na instalação da prematuração patológica, que não só se apresenta como uma defesa que desperta precocemente disposições latentes na criança, mas também ativa um impulso de cuidar das outras pessoas, especialmente dos adultos próximos.
Na minha modesta opinião de aprendiz, a tendência da paciente em “cuidar” da família resultou da sua identificação inconsciente com a posição na qual a mãe a colocou e que provavelmente, a ocupou para garantir que fosse amada. Essa tendência a “cuidar”, também se deslocou para outras figuras de sua vida. Nesse sentido, Freud (1920) esclarece que as atividades instintuais infantis destinadas a levar à satisfação, mas, que ao contrário, só conduziram ao desprazer e que apesar disso, são repetidas no adulto sob a pressão de uma compulsão. Por isso, M. C. casou-se quatro vezes com homens que lhe requeria muitos cuidados, mas que, paradoxalmente, apesar de satisfazer ao seu desejo, os seus anseios de ser tratada com respeito e dignidade não eram alcançados, vivendo a repetição de humilhação e maus tratos de sua sofrida infância, o que é coerente com a teoria freudiana:
“Essa perpetua recorrência da mesma coisa não nos causa espanto quando se refere a um comportamento ativo por parte da pessoa interessada, e podemos discernir nela um traço de caráter essencial, que permanece sempre o mesmo, sendo compelido a expressar-se por uma repetição das mesmas experiências” (Freud, 1920, p. 33).
 Apesar das poucas sessões que tivemos, pode-se dizer também, que a paciente em questão repete sua maneira de se portar no mundo, buscando encontrar ou reencontrar o objeto perdido primariamente, missão esta que está fadada ao fracasso contínuo visto a nossa essência de seres faltantes. Ainda assim, as tentativas continuam, como aponta Sousa (1996), lançando-se mão de objetos substitutos. O autor afirma então que “a compulsão à repetição se estrutura em torno de uma perda, na medida em que o que se repete não coincide com o que isso repete” (Sousa, 1996, p. 449). 
Considerações Finais
	Segundo a teoria freudiana, desde o início da vida somos dependentes de alguém que nos cuide, nos alimente, nos proteja. Papel exercido na maioria das vezes pela mãe ou por alguém que cumpra tal função de cuidador. Esse momento materno é fundamental para a constituição do sujeito, que necessita dessa transmissão de afetos. Inicialmente, a criança torna-se objeto de desejo da mãe, aquilo que, em certo sentido, a completa. A mãe passa a traduzir afetos e emoções vividospelo bebê, ou seja, torna-se uma espécie de mediadora entre ele e o mundo externo. 
Com o tempo, o bebê percebe que não é mais o único objeto de desejo da mãe. A mãe passa a direcionar seus desejos a outras pessoas ou atividades além do bebê, permitindo que a criança possa adquirir independência e fazer suas próprias escolhas. Tal processo de separação e desvinculação com o cuidador é sempre doloroso, mas extremamente necessário. É essa ideia de completude que nos leva a buscar um companheiro, um amigo, enfim. Desejamos atenção, carinho e reconhecimento do outro. 
M. C., não vivenciou plenamente essa completude necessária a um bom desenvolvimento psíquico. Os episódios traumáticos de sua infância a coloca nesta condição de carência afetiva, se submetendo aos caprichos do outro de forma insistente e repetida, na esperança de ser amada, de reencontrar-se com o “amor objetal”, como emergem na escuta dos relatos de sua história de vida. Por isso, sugeri a paciente continuar em processo de análise para, a partir da fala, encontrar significantes que a tirem desse lugar de dependente e fracassada, o qual ela mesmo se coloca.
Referências
Bacron, R. (2015), O drama de quem se sujeita ao outro. Expresso News. 467, pp, 12, 13. Apucarana: PIEditora. 
Bergeret, J. (2006), O problema das defesas. In: Bergeret, J. ...[et al.]. Psicopatologia: teoria e clínica. Porto Alegre: Artmed.
Ferenczi, S. (1929) “A criança mal-acolhida e sua pulsão de morte”. In: Obras completas, vol. IV. Trad. Á. Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
Freud, S. (2006a). Projeto para uma psicologia científica. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol. 1, pp. 347-400). Rio de Janeiro: Imago (Trabalho original publicado em (1895)
Freud, S. (2006b). Recordar, repetir e elaborar. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol. 12, pp.193-203). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1914)
Freud, S. (2006c) A dinâmica da transferência. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol. 12, pp. 129-143.) Rio de Janeiro: Imago (Trabalho original publicado em 1912)
Freud, S. (2006d) Os instintos e suas vicissitudes. In S. Freud Edição Standard das Obras Psicológicas Completas. (vol. 15, pp. 117-149). Rio de Janeiro: Imago (Obra original publicada em 1915)
Freud, S. (2006e). Além do princípio do prazer. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol. 18, pp. 11 -75.) Rio de Janeiro: Imago (Trabalho original publicado em 1920)
Freud, S. (2006). Além do princípio do prazer. In S. Freud, Escritos sobre a psicologia do inconsciente de Sigmund Freud (L. A. Hans, trad., vol 2, pp. 135-198). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1920)
Sousa, A. E. L. (1996), Os conceitos. In: Kaufmann, Pierre (Org.). Dicionário enciclopédico de psicanálise: o legado de Freud e Lacan. pp.448-453. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 
Souza, F. de (2014), Dependência emocional: 5 formas para ser menos dependente. Recuperado em 08/06/2016, de http://www.psicologiamsn.com/2014/08/dependencia-emocional-5-formas-para-ser-menos-dependente.html

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