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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE Faculdade de Direito ______________________________________________ Aluna Acadêmica: Andrienne Leão Professsor : Felipe Miranda 21/06/2016 Princípios Processuais 01) Levando em conta o que dispõe a CF/88, art. 5º, inciso LX, e art. 93., inciso IX LEIA atentamente o fragmento de doutrina abaixo transcrito, e responda à questão que se segue. “O princípio da publicidade dos atos processuais tem direta relação com a legitimidade do exercício do poder de punir pelo Estado. Os processos secretos são típicos de Estados autoritários. O desconhecimento da existência do processo, ou mesmo de alguns de seus atos, é uma forma de esconder as arbitrariedades do exercício do poder. Quando se faz algo errado ou ilegal, quando menor o número de pessoas que tiverem conhecimento de tal ato, menor será a possibilidade de criticá-lo ou demonstrar o equívoco do ato abusivo”. (BADARÓ, Gustavo Henrique. Processo penal. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 63-64). Considerando a importância da publicidade para o processo, DÊ ao menos 04 (quatro) exemplos, dois aplicáveis ao processo penal e outros dois aplicáveis ao processo civil, de como a publicidade processual poderá restringida no caso concreto. E é pelo princípio da publicidade dos atos processuais que se faz a fiscalização e o controle desse instrumento tão importante para a sociedade. A publicidade constitui um poderoso instrumento de fiscalização popular tanto dos atos dos magistrados, quanto dos membros do Ministério Público como dos próprios advogados. Sendo uma preciosa garantia do indivíduo no exercício da jurisdição. Dessa forma, a publicidade dos atos processuais tem como uma de suas vantagens permitirem o controle dos atos processuais, evitando abusos, constituindo-se num mecanismo de segurança e garantia contra a falibilidade humana. A regra da publicidade dos atos processuais está prevista no Código de Processo Civil no seu art. 155 – numa acepção mais geral – e nos artigos 815, 823, 841. Estes artigos nos mostram que prevalece no processo civil a regra da publicidade dos atos judiciais – em consonância com o sistema constitucional -, fixando não só a regra geral da publicidade, mas prevendo as hipóteses em que o princípio pode ser limitado. Assim, demonstram que o princípio da publicidade dos atos processuais só pode sofrer restrições nas hipóteses em que a lei estabelecer. O Brasil está longe de tutelar e proteger os juízes da publicidade abusiva da mídia, que não apenas julga os casos, mas a própria justiça estatal, com horizontes imprecisos se institucionalizando como quarto poder, como ficou evidenciado no editorial da Folha de São Paulo, ao afirmar sobre o caso do mensalão (16) que "o STF chegou ao apogeu do espetáculo obscuro e bizantino; tamanha verbosidade seria reflexo do interminável processo? O Judiciário precisa pautar-se por uma retórica objetiva, direta sucinta". Portanto, como pode se observar a mídia, além de criticar as instituições, ainda orienta a sua forma de proceder Processual Civil O art. 5º, inciso LX, afirma que “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. E segundo o art. 93, IX, “Todos os julgamentos dos órgãos” do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentados todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. Esta elevação constitucional de alguns princípios, como o da publicidade dos atos processuais, passou a garantir maior segurança jurídica.Para evitar esses abusos midiáticos, em certas causas e situações há exceções ao princípio da publicidade plena, como quando a divulgação da informação ou diligência represente risco à defesa do interesse social ou do interesse público; à defesa da intimidade, imagem, honra e da vida privada das partes; e à segurança da sociedade e do Estado. Ex: art. 37, caput, da CF – destina-se especificamente às questões de índole administrativa da atuação estatal, pelo que não será abordado no presente ensaio, por refugir ao objeto da análise do presente trabalho. Contudo, diante da presença desses quatro dispositivos, é possível afirmar que o princípio da publicidade possui consistente embasamento constitucional. Ex: Também vale registrar a presença do princípio da publicidade no âmbito dos procedimentos dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, disciplinados pela Lei n.º 9.099/95, cujo artigo 12 determina que, no cível, “os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária”. Quanto ao juizado especial criminal, é o artigo 64 que acolhe a publicidade ao dispor que “os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciárias”. Processual Penal O processo e os atos processuais são públicos. Este Princípio não é absoluto, pois é possível restringir a publicidade do processo em casos especiais. Art. 792 do CPP, Parágrafo 1º: “Se da publicidade da audiência”, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes. Os atos processuais, via de regra, devem ser publicados para serem considerados válidos e legítimos perante o nosso ordenamento jurídico, exceto, nos casos em que a publicidade dos atos possa violar o direito fundamental dos cidadãos à sua intimidade e também quando a publicidade dos atos possa prejudicar o interesse público. Ex.: Violação da intimidade: casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão da separação em divórcio, alimentos e guarda de menores. Interesse público – segurança nacional, despesas do Presidente da República com os cartões corporativos.. Ex. de sigilo: artigo 2o CPP (no inquérito policial). Existe algum ato processual sigiloso? Sim, votos dos jurados em sala secreta.. CASO 1: Zé Pequeno, 19 anos de idade, morador de um pequeno vilarejo no interior do país, foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 217-A do CP por manter relações sexuais com sua namorada Josefa, menina com 13 anos de idade. A denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, revoltada quando descobriu a situação, noticiou o fato à delegacia de polícia local. Zé Pequeno foi processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. Á luz do sistema acusatório diga quais são os direitos de Zé Pequeno durante o processo penal, mencionando ainda as características do nosso sistema processual. Resp: Zé pequeno teria direito a defesa técnica feita por meio de um advogado constituído ou por um advogado dativo. Como o processo correu sem advogado restaram violados os princípios do contraditório e da ampla defesa; acarretando a nulidade do processo. (nulidade absoluta quando viola a constituição). As características do sistema penal brasileiro são: a figura do acusador e a figura do julgador em pessoas diferentes, os atos processuais são públicos. As mesmas normas constitucionais acima que instituem os princípios da publicidade processual autorizam a edição das leis que restrinjam a publicidade dos processos judiciais e estabelecem os valores constitucionais que justificariamtal restrição; a defesa da intimidade ( arts 5º , lx e 93, IX ) e o interesse social ( art. 5º ,LX). Na redação originaria do artigo. 93 IX – X, o interesse publica podia se invocado para limitar a presença do publico as sessões de julgamento. Com alteração trazida pela emenda constitucional Nº 45, não se fala em interesse publico n restrição á publicidade, mas sim interesse publico na própria publicidade ( interesse á informação) A nova redação do artg 93. IX, da maior acento a publicidade, quando prever a possibilidade a intimidade seja sacrificada pelo direito á informação . 02) Levando em conta o que dispõe a CF/88, art. 93, inciso IX, LEIA atentamente o fragmento de doutrina abaixo transcrito, e responda à questão que se segue. “A motivação permite às partes controlar se as razões e provas por elas apresentadas foram devidamente consideradas na decisão. Seria inútil assegurar o direito de ação e o direito de defesa, se as alegações e provas trazidas aos autos pelas partes não precisassem ser obrigatoriamente examinadas pelo juiz no momento da decisão”. (PINHO: 2015, v.1, p. 105-106). Considerando a importância da publicidade para o processo, DÊ ao menos 02 (dois) exemplos, de como a referida garantia processual poderia ser violada no caso concreto. A proteção dos direitos da personalidade tem relevante interesse na medida em que a mídia invade a intimidade das pessoas, entre os bens do direito da personalidade estão àqueles próprios da pessoa ou as suas projeções para o mundo externo, de modo que são considerados direitos da personalidade a honra, a intimidade e a imagem, fundamentais para garantir a dignidade humana. A dignidade pode ser considerada como o valor espiritual e moral inerente ao ser humano A vida privada abrange todos os aspectos que, por qualquer razão, não gostaríamos que caísse no domínio público. A intimidade restringe-se ao núcleo familiar, é um sentimento que existe no interior de cada pessoa para ser possível amar, pensar, rir, chorar, etc., sem qualquer interferência alheia. Portanto, a intimidade está contida no conceito de privacidade em um círculo concêntrico menor. Por isso, podemos formular argumentos contrários à publicidade da mídia nos julgamentos penais. 1) o direito à informação não é absoluto, tampouco a liberdade de expressão, pois podem afetar os direitos da personalidade; 2) o conceito de interesse público que muitas vezes é invocado para acessar a informação judicial possui um conceito difuso, pois carece de uma definição única e a lei pouco se preocupa em defini-lo; 3) não se trata de questionar o papel dos meios de comunicação, o que se discute é sobre os perigos que essa função social da mídia pode causar caso se desvirtue; e 4) a publicidade é uma forma de controle, mas não um meio de instaurar um julgamento midiático influindo sobre o tribunal e o processo . O processo e os atos processuais são públicos. Este Princípio não é absoluto, pois é possível restringir a publicidade do processo em casos especiais. Art. 792 do CPP, Parágrafo 1º: “Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.” No direito brasileiro, muito embora a regra da publicidade tenha sido elevada, a partir de 1988, a estatura constitucional, a lei processual, quer civil, quer penal, é relativamente lacônica ao cuidar das restrições àquele princípio. A Constituição Federal, em seu art. 93, inciso IX, estabelece que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes”. No Bill of Rights de nossa Carta Magna (art. 5º), prevê o inciso LX que “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. Caberia, então, à lei infraconstitucional definir as hipóteses em que, já pelo “interesse público”, já pelo “interesse social”, ou, ainda, pela necessidade de preservar a “intimidade” de alguém, a publicidade pudesse ser restringida. No âmbito do Código de Processo Civil, o tema é tratado nos artigos 155 e 444, que apenas vedam a publicidade total (externa) quando “o exigir o interesse público” (art. 155,inc. I) ou em causas relativas a “casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores” (art. 155, II), hipóteses em que a intimidade determina o segredo de justiça. Na esfera penal, além de algumas normas do Código de Processo Penal, existem leis extravagantes que cuidam da matéria, sendo possível afirmar que, na maior parte das vezes, o que se pretende é assegurar a intimidade, a honra, a imagem da pessoa submetida ao constrangimento de participar, como réu ou vítima (e excepcionalmente até como testemunha), de um processo criminal. Analisemos, então, essas hipóteses de restrições à publicidade no inquérito policial e no processo criminal brasileiros. EX: . NO INQUÉRITO POLICIAL Dispõe o art. 20 Código de Processo Penal que “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”. A redação desse dispositivo legal parece indicar que o sigilo das investigações policiais apenas visa a assegurar o êxito do inquérito, tendo como norte o interesse da sociedade em que as infrações penais sejam apuradas sem peias. No entanto, a par do interesse público na descoberta de condutas ilícitas, apresenta-se com igual ou superior importância a necessidade de que, durante essas investigações policiais, se preservem a imagem, a honra e a intimidade do investigado e eventualmente da vítima do crime. Essa preocupação nem sempre tem sido observada na atuação das autoridades policiais, que, por falta de vedações legais ou mesmo internas, e estimuladas por uma mídia sensacionalista, acabam por expor os protagonistas da investigação à execração e à humilhação popular. , “... O homem, quando é suspeito de um delito, é jogado às feras... Logo que surge o suspeito, o acusado, a sua família, a sua casa, o seu trabalho são inquiridos, investigados, despidos na presença de todos. O indivíduo, assim, é feito em pedaços... embora fosse o único valor que deveria ser protegido”. Em verdade, quando se fala em “sigilo no inquérito”, o que se tem em mente, na mor das vezes, é o segredo do andamento das investigações em relação ao investigado, que não toma conhecimento do andamento dos atos policiais e que, portanto, não tem possibilidade de opor-se a eles ou deles participar, ainda que através de seu advogado. .EX: NO PROCESSO CRIMINAL No tocante, agora, à fase judicial da persecução penal, mas ainda tendo como referência o próprio Código de Processo Penal, a regra da publicidade vem excepcionada no art. 792, cujo “§ 1º estabelece que “Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes”. Percebe-se, assim, que a restrição à publicidade terá como causa, basicamente, a proteção do interesse público na correta realização do ato processual, deixando para segundoplano a preservação da intimidade das pessoas, que virá ser objeto de proteção legal através de normas extravagantes, como se mencionará adiante. No que concerne ao procedimento do Tribunal do Júri, os artigos 480, 481 e 483 do CPP regulam a restrição externa e interna à publicidade, que, dadas as peculiaridades desse modelo de julgamento (por pessoas leigas, que votam segundo sua consciência, sem motivação e em sigilo), impõem a vedação à assistência das deliberações dos jurados não apenas pelo público, mas também pelo próprio acusado.
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