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4. BENS

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	Material de Apoio da Disciplina de Direito Civil I 
	Direito Civil – Parte Geral 
	Câmpus Frederico Westphalen/RS
Dos Bens
1. Conceito
Segundo Cezar Fiúza, “bem é tudo aquilo que é útil às pessoas. Coisa, para o Direito, é todo bem econômico, dotado de existência autônoma, e capaz de ser subordinado ao domínio das pessoas”. Assim, para o referido doutrinador, “coisa, nesse sentido, é sinônimo de bem, mas nem todo bem será coisa. Assim, não são coisas os bens chamados jurídicos, como a vida, a liberdade, a saúde etc”.
Conforme Orlando Gomes bem e coisa não podem ser confundidos. Bem seria o gênero, coisa, a espécie. A ideia de bem abrangeria o que pode ser objeto de direito desprovido de valor econômico, ao passo que coisa limita-se ao que apresenta valor pecuniário. Pontes de Miranda afirma que bem é o objeto do direito, é mais amplo do que coisa, é ao conceito de bens que se prendem a distinção entre públicos e particulares.
Para Caio Mário salientado que os bens jurídicos são objeto dos direitos, bem é tudo aquilo que agrada ao homem, como o dinheiro, uma casa, a o nome de alguém, o nascer do sol. Dentre todos os bens existem aqueles que foram escolhidos pelo direito devido a sua relevância para o homem e se tornaram bens jurídicos. A distinção apontada pelo autor residiria na questão da materialidade: na sua especificidade, os bens são imateriais ou abstratos, enquanto que as coisas são materiais ou concretas. 
À luz do atual Código Civil perdeu importância a diferenciação entre bens e coisas, diferença comum na doutrina, que qualifica, com alguma controvérsia, coisa como gênero e bens como espécie, ligando a noção de coisa à ideia de substância, algo fisicamente delimitado, e a de bens à ideia de valores materiais e imateriais, abrangendo, para alguns, coisas e direitos (aí os bens seriam o gênero). Essa parece ser a visão sistemática do Código Civil, que intitula seu Livro II “Dos Bens” e abrange, em seus dispositivos, coisas materiais e imateriais (direitos), não mais utilizando o legislador a expressão ‘coisas’.
2. Importante diferenciar os seguintes conceitos
a) Coisas comuns:
 insuscetíveis de apropriação pelo homem (ex.: ar atmosférico e o mar). Em princípio não podem ser objeto de relação jurídica, salvo se possível destacar em partes limitadas, como a água fornecida pela Administração Pública).
b) Coisa sem dono (res nullius):
 coisas que nunca foram apropriadas e estão à disposição (ex.: peixes, caça solta), considerada eventual limitação de natureza ambiental.
c) Coisa abandonada (res derelicta): abandonada intencionalmente pelo titular. Pode ser apropriada por qualquer pessoa. Coisa abandonada não se confunde com coisa perdida, que deve ser devolvida ao dono (art. 1233 CC).
3. Classificação
Inicialmente, a diferenciação entre bens corpóreos (aqueles que têm existência material, como a casa, automóvel, rebanho, terreno, etc) e bens incorpóreos (têm existência abstrata, mas com valor econômico, sendo relativos aos direitos que as pessoas têm sobre as coisas, sobre os produtos do intelecto ou contra outra pessoa, a exemplo do direito autoral e o direito à sucessão aberta) não está prevista em lei, sendo apenas apontada pela doutrina. Vale dizer que os primeiros podem ser objeto de compra e venda; os segundos, somente de cessão.
O Código Civil Brasileiro de 2002 fez uma clivagem na classificação. Primeiro operou a classificação dos bens considerados em si mesmos e depois fez a classificação dos bens reciprocamente considerados. Vejamos cada uma delas.
4. Dos bens considerados em si mesmos 
4.1. Dos bens móveis e bens imóveis
a) Imóveis:
Bens que não podem ser transportados de um lugar para outro sem destruição de sua substância, conceito que não abrange os imóveis para efeitos legais (art. 80). 
I) Imóveis por natureza (art. 79:) solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo (na altura e profundidade útil ao exercício do direito pelo proprietário, conforme art. 1229). Tudo mais que a ele adere deve ser classificado como imóvel por acessão, que significa justaposição de uma coisa a outra.
II) Imóveis por acessão natural: as árvores e frutos pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências naturais.
III) Imóveis por acessão artificial ou industrial: tudo o que o homem puder incorporar permanentemente ao solo e cuja retirada não se possa dar sem destruição da substância (sementes, tijolos, canos, concreto, madeira). São as construções e plantações. 
Em havendo demolição de prédios sem reutilização, os bens retomam a sua condição de móveis (art. 84). Sendo destinados à reutilização no mesmo imóvel, não perdem seu caráter de imóvel (art. 81, II). Igualmente não perdem a condição de imóveis as edificações que, separadas do solo, conservam a sua unidade e são removidas para outro local, com p. ex. as casas pré-fabricadas.
IV) Imóveis por determinação legal (art. 80, CC): direitos reais de gozo e garantia sobre imóveis e ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta. Todos são bens incorpóreos ou imateriais, mas são considerados imóveis para maior proteção jurídica. Importante referir que, sendo imóveis, a renúncia à herança (sucessão aberta), deve ser feita mediante escritura pública ou termo nos autos, com vênia conjugal, forma necessária em se tratando de bens imóveis.
No atual Código Civil não existe referência à espécie bens imóveis por acessão intelectual, que se referiam aos imóveis por destinação do proprietário. Isso porque o CC seguiu orientação doutrinária mais moderna, adotando o conceito de pertença, adiante conceituada.
b) Móveis:
Bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância e da destinação econômico-social, conceitos últimos que representam inovação do atual CC.
I) Móveis por natureza: coisas corpóreas que se pode remover sem dano, por força própria ou alheia, com exceção das coisas que acedem aos imóveis. As coisas que se removem por sua própria força são semoventes (vg. animais). Há, no entanto, coisas móveis por natureza que a lei transforma em imóveis para fins específicos, de hipoteca (NAVIOS E AERONAVES), conforme art. 1473, VI e VII, CCB.
II) Móveis por determinação legal: direitos reais sobre móveis, direitos patrimoniais e respectivas ações e energia de valor econômico (art. 83 do CC).
III) Móveis por antecipação: bens incorporados ao solo, mas com intenção de separação futura e conversão em móveis. São árvores destinadas ao corte e frutas destinadas à coleta. Mesmo que venha a aderir ao solo, a árvore destinada ao abate, para ser comerciada, não necessita dos cuidados relativos à coisa imóvel. A tônica é a destinação do bem. 
4.2. Importância da distinção entre móveis e imóveis:
a) Forma de aquisição ou perda da propriedade: bens imóveis são adquiridos pela transcrição do título de transferência de domínio no Registro de Imóveis. Já os bens móveis são adquiridos pela tradição. 
b) Bens imóveis não podem ser alienados, sem a outorga uxória (exceto no regime de separação de bens). Já os bens móveis podem ser alienados sem qualquer consulta.
c) A alienação de bem imóvel de incapaz só poderá ser feita em casos excepcionais.
d) O tempo de aquisição por usucapião é maior para os imóveis (5, 10, 15 anos), do que para os móveis (3 ou 5 anos). 
e) Os direitos reais de garantia são diferentes para os bens móveis (penhor) e imóveis (hipoteca).
f) Somente os bens imóveis estão sujeitos à concessão de superfície e apenas os bens móveis podem ser objeto do contrato de mútuo.
g) Em caso de alienação, os imóveis estão sujeitos ao ITBI e os móveis ao ITCMD.
4.3 Bens consumíveis e inconsumíveis
a) Bens consumíveis: se terminarem logo no primeiro uso, havendo imediata destruição ou desafetação de sua substância, caso da consuntibilidade natural dos alimentos e do dinheiro (consumíveis de fato). Fala-se em bens consumíveis de direito quando juridicamenteconsumíveis (livro em uma livraria; produto de um armazém) – na realidade são inconsumíveis, mas tornadas consumíveis - hipótese de consuntibilidade jurídica;
b) Bens inconsumíveis: se puderem ser usados continuadamente, possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem atingir sua integridade. 
A consuntibilidade não depende da natureza da coisa, como a fungibilidade, mas sim de sua destinação. Então, coisas consumíveis, pela vontade humana, podem ser tornadas inconsumíveis, e vice-versa. Pode haver bem infungível que seja consumível (ao menos juridicamente), como um ‘Dali’ colocado à venda.
4.4. Bens fungíveis e infungíveis
a) Bens fungíveis: os que podem ser substituídos por outro da mesma espécie, quantidade e qualidade (gerando especial problema na preempção e na aplicação da regra genus nunquam perit (o gênero nunca perece). Ex.: grãos, material de construção. É a regra geral das coisas móveis ser de natureza fungíveis. A fungibilidade resulta da natureza do bem e da vontade das partes. É possível que pela manifestação de vontade coisas fungíveis sejam tornadas infungíveis (coisas emprestadas para ornamentação com cláusula de restituição, sem que possam ser substituídos).
b) Bens infungíveis: não podem ser substituídos por outro, POIS NÃO HÁ EQUIVALÊNCIA - caso típico de um quadro de ‘Dali’, joia de família, casa. É regra geral nas coisas imóveis. Os bens infungíveis podem ser por natureza, ou seja, em sua essência são infungíveis, como uma casa ou um animal reprodutor, e podem ser por convenção, isto é, as partes acordaram em considerá-los dessa forma, embora sejam fungíveis (ex. locação em locadora de fita de videocassete).
4.4.1. Importância da distinção entre bens fungíveis e infungíveis:
a) O mútuo é o contrato de empréstimo de coisa fungível, ao passo que o comodato será de coisa infungível.
b) O depósito de coisas fungíveis regula-se pelas mesmas regras do mútuo.
c) A compensação somente poderá ser efetuada em relação a dívida líquida, vencida e de coisa fungível. Não há compensação quando a coisa for infungível. 
d) Se o legado for de bem móvel que se determine por gênero e espécie, será cumprido, ainda que tal coisa não exista entre os bens deixados pelo testador.
e) O credor de coisa certa (infungível) não poderá ser obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa (art. 313, CC).
f) O contrato de locação de coisas visa o uso de coisa infungível. 
4.5. Dos bens divisíveis e indivisíveis
a) Bens divisíveis: se puderem ser fracionados em partes homogêneas e distintas, sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor (conceito introduzido pelo atual CC) ou prejuízo do uso a que se destinam, formando cada qual um todo perfeito. Assim, ao repartir uma saca de café, vê-se que as partes têm a mesma qualidade do todo. César Fiúza afirma que são “divisíveis os bens que se podem fracionar em porções distintas, formando, cada qual, todo perfeito, sem que tal fracionamento importe em alteração de sua substância, diminuição considerável de seu valor ou prejuízo para o uso a que se destinam” (ex. terreno). Já os indivisíveis, para o referido autor, “são os bens que se não podem partir sem que seja alterada sua substância ou seu valor econômico” (ex. automóvel). 
b) Bens indivisíveis: quando não puderem ser fracionados sem alteração de qualidade ou desvalorização. Dividem-se em: 
I) indivisibilidade por natureza: quando não puderem ser fracionados sem alteração de qualidade ou desvalorização. Ex.: um computador. Impende lembrar que a indivisibilidade por natureza também pode decorrer da economia, eis que, p. ex.: imóvel fracionado ao extremo, não tem a possibilidade se ser aproveitado economicamente, motivo pelo qual o Estatuto da Terra impede a venda de terras em metragem inferior ao módulo rural da região; a Lei nº 6.766/79 proíbe lotes inferiores a 125m2;
II) indivisibilidade por determinação legal: servidões prediais em relação ao prédio serviente (art. 1386, CC); hipoteca, pois ainda que haja cumprimento parcial da obrigação, o bem gravado se mantém onerado por inteiro; direito à herança é indivisível até a partilha dos bens.
III) indivisibilidade por vontades das partes: a manifestação de vontade humana é apta a determinar a indivisibilidade (obrigações indivisíveis com prestação cujo objeto é divisível). A indivisibilidade, neste caso, quando resultar da vontade das partes, não pode ultrapassar o prazo de 05 anos, suscetível de prorrogação ulterior (art. 1320, parágrafo 1º). Se a indivisibilidade foi estabelecida pelo doador ou testador, não poderá ultrapassar 05 anos (parágrafo 2º). 
4.5.1. Importância da diferenciação:
a) As obrigações são divisíveis ou indivisíveis, dependendo do objeto da prestação. Assim se indivisível a prestação, cada codevedor está obrigado por toda a dívida.
b) Na extinção do condomínio, se divisível o bem, cada comunheiro recebe o seu quinhão. Se indivisível, não sendo viável a adjudicação a um só deles com a correspondente indenização dos demais, será vendido o bem e repartido o preço. 
c) O condômino de coisa divisível poderá alienar sua parcela a quem quiser, sem ter qualquer obrigação para com seus consortes. Se indivisível o bem, não poderá vendê-lo a estranho quando algum comunheiro se dispuser a pagar o mesmo preço. Se mesmo assim o bem indivisível for vendido, a venda está sujeita a ser resolvida se o consorte não consultado depositar o preço e requerer a rescisão do contrato em 180 dias (art. 504, CC).
d) Sendo dois ou mais os depositantes de coisa divisível, cada um entrega a respectiva parte, salvo se houver solidariedade. 
e) Mesmo em se tratando de transação de coisa indivisível, ela não aproveita ou prejudica os que nela não intervieram (art. 844, CC).
f) A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em proveito próprio, salvo se for INDIVISÍVEL o objeto do direito ou da obrigação comum (art. 105, CC).
4.6. Dos bens singulares e coletivos
a) Bens singulares: são os que embora reunidos se consideram de per si, independentemente dos demais, podendo ser simples ou compostos. Simples são as coisas que formam um todo homogêneo, cujas partes são unidas em razão da natureza ou da ação humana (cavalo, folha de papel), podendo ser coisas materiais ou imateriais (crédito). Coisas singulares compostas são aquelas cujas partes são heterogêneas, sendo ligadas por ação humana, caso em que se têm objetos independentes que se unem sem que desapareça a condição jurídica de cada parte, p. ex.: materiais de construção que estão ligados na edificação.
b) Bens coletivos: constituídos por várias coisas singulares, consideradas em conjunto, formando um todo único, que passa a ter individualidade própria, distinta dos seus objetos componentes que conservam sua autonomia funcional. Bens coletivos como universalidade de fato: bens singulares, corpóreos-homogêneos, ligados entre si pela vontade humana para a consecução de um fim, ex.: biblioteca, rebanho, galeria de quadros. Bens coletivos como universalidade de direito: constituída de bens singulares, corpóreos-heterogêneos ou incorpóreos, a que a norma jurídica, com o intuito de produzir certos efeitos, dá unidade, vg. o patrimônio, a massa falida, a herança, o dote o fundo de negócio. 
5. Dos bens reciprocamente considerados
Importa o conceito de coisa principal e coisa acessória.
Principal é a coisa que existe por si, abstrata ou concretamente, exercendo a sua finalidade de forma independente. 
Acessória é aquela cuja existência supõe a da principal. O conceito de acessório decorre da norma e se aplica a bens corpóreos (árvore em relação ao solo) e incorpóreos (cláusula penal em relação ao crédito). É, portanto, relação meramente funcional, estabelecendo relação de subordinação (PONTES DE MIRANDA). Há, assim, o princípio da gravitação jurídica.
5.1. Importância da divisão: 
a) O acessório segue o principal, salvo disposição especialem contrário: se for bem móvel, o acessório é móvel; se for obrigação nula, nula será a acessória.
b) A coisa acessória pertence ao titular da principal (arts. 233, 237, 287, 1209, 1248, CC), tendo o credor o direito de reclamar os acessórios, quando lhe for devido o principal. 
c) A natureza do acessório é a mesma do principal.
d) A cessão de crédito, salvo disposição em contrário, abrange todos os seus acessórios (art. 287, CC). 
5.2. Espécies de acessórios:
a) Frutos: são as utilidades que a coisa produz periodicamente, cuja percepção mantém intacta a substância do bem principal (periodicidade, inalterabilidade da substância e separabilidade são as características, consoante ORLANDO GOMES). 
a1) Quanto à origem se classificam da seguinte forma:
I) Naturais: advém do fato da natureza, se desenvolvem e renovam periodicamente em razão da força orgânica da coisa. Ex.: ovos, frutos de árvores, leite.
II) Industriais: são os frutos que se originam do trabalho humano. Ex.: a produção das fábricas, as construções.
III) Civis: nascem de uma relação jurídica, são os rendimentos oriundos da coisa frutífera por outrem que não o proprietário (rendas, aluguéis, juros, dividendo (divisão do lucro entre os acionistas das SA)). É sinônimo de rendimento, é o lucro. 
a2) Quanto ao estado os frutos se classificam em:
I) Pendentes: quando estão ligados à coisa que os produziu (ver §único do art. 1.214 do CC).
II) Percebidos ou Colhidos: quando já separados da coisa que os produziu (ver §único do art. 1.214 do CC).
III) Estantes: armazenados em depósito para expedição ou venda.
IV) Percipiendos: frutos que deviam ter sido percebidos, mas não foram (ver art. 1.216 do CC)
V) Consumidos: os que não mais existem, já foram utilizados ou aproveitados.
Ao tempo em que cessa a boa-fé (representa um estado de consciência do indivíduo em que o possuidor crê possuir legitimamente, não pode ser só psicológica, as circunstâncias devem provar a boa-fé e conferir verossimilhança à situação), os frutos pendentes devem ser devolvidos pelo possuidor ao reivindicante (art. 1214, CCB). Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos assim que forem separados, e os civis, dia por dia, sem necessidade da prática de qualquer ato material.
b) Produtos: são utilidades que se pode retirar da coisa, alterando sua substância, com a diminuição da quantidade até o esgotamento, porque não reproduzem periodicamente, ao contrário do que acontece com os frutos que nascem e renascem. Ex.: pedras da pedreira, metais preciosos da mina, petróleo do poço.
c) Pertenças: (incluído pelo novo Código Civil no rol de bens acessórios – art. 93), mas foram distinguidas dos acessórios e das benfeitorias, embora se destinem a acrescentar um elemento de utilidade ou valor a outros bens. São os bens móveis que, não constituindo partes integrantes (como as benfeitorias, frutos e produtos), estão afetados de forma duradoura ao serviço ou ornamentação de outro (exemplo: tratores destinados a melhor exploração da propriedade agrícola e os objetos de decoração da residência, moldura em relação ao quadro). 
Distinção entre parte integrante e pertença – art. 94: a regra de que o acessório segue o principal somente se aplica às partes integrantes e não às pertenças. 
d) Benfeitorias: são obras ou despesas que se fazem em um bem já existente (diferença em relação às acessões), com a finalidade de conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. 
Não são benfeitorias os melhoramentos ocorridos sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor, Ex.: aluvião (aumento lento decorrente do depósito de detrito, avulsão (decorre de força natural violenta. Retira a propriedade de um e concede a outra. O prejudicado tem um ano para reivindicar a indenização. Se o novo proprietário não quiser, pode admitir que leve de volta. Também não são benfeitorias as acessões artificiais (construção, plantação, etc.), uma vez que criam coisa/bem novo; benfeitorias são obras ou despesas realizadas em bem já existente. Também não são benfeitorias a pintura em relação à tela e a escultura em relação ao barro, eis que caso de especificação, sem eximir o especificador da indenização pelo bem utilizado. 
As benfeitorias classificam-se em: 
I) benfeitorias necessárias: têm por fim conservar a coisa ou evitar que se deteriore, Ex.: o reforço da fundação, a substituição de vigamento apodrecido, a desinfecção de pomar, a aposição de cerca.
II) benfeitorias úteis: as que aumentam e facilitam o uso da coisa. Ex.: a instalação de aparelho hidráulico moderno, a construção de garagem.
III) benfeitorias voluptuárias: não aumentam o uso habitual da coisa, embora o torne mais agradável, traduzindo-se em mero deleite ou recreio. Ex.: a construção de quadra de tênis, a decoração do quarto, a construção de um quiosque, piscina (divergente). 
A importância da distinção reside:
a) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização e ao direito de retenção em relação às benfeitorias necessárias e úteis, e, quanto às voluptuárias, o direito de levantá-las quando possível e sem detrimento da coisa (art. 1219, CC). O possuidor de má-fé tem direito ao ressarcimento somente das benfeitorias necessárias, NÃO tendo direito de retenção destas, nem o direito de levantamento das voluptuárias (1220). Além disso, as benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam o ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem (art. 1221, CCB) e o reivindicante obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo (porém, ao possuidor de boa-fé indenizará pelo seu valor atual) – art. 1222.
b) O condômino com benfeitorias mais valiosas prefere aos demais condôminos na compra do bem, em igualdade de valor, quando da extinção do condomínio de coisa indivisível (art. 1322, CCB).
c) No regime da comunhão parcial de bens, as benfeitorias dos bens dos cônjuges são incluídas na comunhão (art. 1660, IV).
d) No direito das obrigações o locatário não poderá reter a coisa alugada, exceto no caso de benfeitorias necessárias, ou úteis, se estas foram feitas com anuência expressa do locador.
Observações importantes
Acessão: é modo originário de aquisição, uma vez que fica pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou se incorpora ao seu bem. 
Partes integrantes: são acessórios que, unidos ao principal, formam com ele um todo, sendo desprovidas de existência material própria, embora mantenham sua identidade. Ex.: lâmpada do lustre, rodas em relação ao carro, motor em relação ao carro, etc.
6.Dos bens públicos 
6.1. Bens públicos: são os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno conforme art. 98 do CCB e art. 41 do CCB
6.2. Espécies de bens públicos (quanto à destinação):
I) Bem de uso comum do povo: são bens afetados a determinada função, podem ser utilizados, sem restrição, de forma gratuita ou onerosa, por todos, sem necessidade de qualquer permissão especial, ex.: praças, jardins, ruas. O doutrinador Hauriou entende que é uma propriedade sui generis, podendo o titular reivindicar a coisa, no caso de o particular pretender o seu uso exclusivo em detrimento do grande público, pois a posse do poder público se dá em nome do interesse coletivo. 
II) Bem de uso especial: são afetados (É a atribuição a um bem público de sua destinação específica) a determinada função, sendo utilizados pelo próprio poder público, constituindo-se por imóveis aplicados ao serviço ou estabelecimento público, como prédios, escolas, secretarias, etc. A tônica é a destinação especial de tais bens. 
III) Bem dominical: não possuem afetação, sendo tão-só meros componentes do patrimônio público, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas jurídicas. Podem ser convertidos em bens de uso comum do povo ou de uso especial por determinação legal. Não se impede a particular o uso de bens dominicais,desde que em acordo com a regulamentação administrativa. (arts. 99 e 101)
6.3. Características dos bens públicos
Os de uso comum e os de uso especial são bens do domínio público do Estado, apresentando características de inalienabilidade, imprescritibilidade e impenhorabilidade, enquanto afetados. 
Inalienabilidade: é característica original do bem público que restringe de forma efetiva a possibilidade de sua alienação. Esta característica não se apresenta de modo absoluto, ou seja, pode ser mudada atraáves de lei. 
Imprescritibilidade: decorre como consequência lógica de sua inalienabilidade originária. E é fácil demonstrar a assertiva: se os bens públicos são originariamente inalienáveis, segue-se que ninguém os pode adquirir enquanto guardarem essa condição. Daí não ser possível a invocação de usucapião sobre eles. 
Impenhorabilidade: os bens públicos não estão sujeitos a serem utilizados para satisfação do credor na hipótese de não-cumprimento da obrigação por parte do Poder Público. Decorre de preceito constitucional que dispõe sobre a forma pela qual serão executadas as sentenças judiciárias contra a Fazenda Pública, sem permitir a penhora de seus bens. Admite, entretanto, o sequestro da quantia necessária à satisfação do débito, desde que ocorram certas condições processuais ( através de precatório. 
Não-oneração: É a impossibilidade dos bens públicos serem gravados com direito real de garantia em favor de terceiros. Os bens públicos não podem ser objeto de Hipoteca. “Só aquele que pode alienar poderá hipotecar ou empenhar. Só as coisas que se podem alienar poderão ser dadas em penhor ou hipoteca” (CC, art. 756).
A inalienabilidade, porém, não é absoluta, a não ser com relação aos bens que, por sua natureza, não podem ser alienados, como os mares, as praias. Os que são sujeitos à valoração patrimonial podem perder a inalienabilidade pela desafetação (art. 100). Os bens dominicais, por sua vez, são do domínio privado e, de regra, são alienáveis (porém, tal alienabilidade não é absoluta, pois podem perdê-la pela afetação, sendo que a alienação depende das exigências legais – art. 101). O art. 102 dispõe que os bens públicos não estão sujeitos à usucapião (inclusive os bens dominicais) – Súmula 340 do STF.
6.4. Bem de família: César Fiúza dispõe que “bem de família é todo bem imóvel que, por força de lei ou da própria vontade do dono, se torna impenhorável e/ou inalienável, ficando reservado para a residência da família”. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. Está disciplinado no CCB e também pela Lei 8.009/90.
6.2. Bem de família voluntário e bem de família legal.
I) Bem de família voluntário (art. 1.711 a 1.722): podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial. Terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. Deve ser feito registro no Registro de Imóveis. É isento de execução de dívidas posteriores a instituição, salvo despesas de condomínio ou tributos relativos ao prédio. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela;
II) Bem de família legal: é regulado na Lei nº 8.009/90, que teve como idealizador o jurista Álvaro Villaça Azevedo a partir de estudos de direito comparado no direito norte-americano. A lei contém somente oito artigos, mas com grande amplitude prática, pois protege de forma automática o imóvel que serve de residência da família. Tem fundamento na ideia de proteção de um patrimônio mínimo, que advém do princípio da dignidade da pessoa humana. A impenhorabilidade abrange os bens móveis que guarnecem a residência, desde que essenciais à família.
As exceções à impenhorabilidade constam do art. 3º da Lei n. 8.009/1990. Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo. 
A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: 
I) em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias: A Lei Complementar nº 150/2015 revogou este inciso!!!!!. Surge a seguinte questão: é possível penhorar a casa do “patrão” por dívidas trabalhistas que este tenha com sua empregada doméstica ou por débitos relacionados com a contribuição previdenciária desta funcionária? Até o advento da LC nº 150/2015 era possível. Atualmente, o bem de família não pode mais ser penhorado para pagamento de dívidas de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias. Vale ressaltar, no entanto, que, se o devedor possuir mais de um bem imóvel, apenas um deles será considerado bem de família e o outro poderá ser penhorado. De igual forma, poderão ser penhorados bens móveis do “patrão” executado, como carros, motocicletas, joias, além, é claro, da penhora on line de dinheiro que esteja depositado em instituições financeiras.
Quanto ao direito intertemporal surge a seguinte questão: a revogação do inciso I se aplica mesmo que as dívidas tenham surgido antes da LC 150/2015? Sim, salvo se já foi efetivada a penhora do bem de família. No entanto, se a penhora não foi realizada até o dia 02 de junho de 2015 ela não mais pode ser realizada, mesmo que a dívida seja anterior.
O art. 46 da LC 150/2015 o qual revogou o inciso I é uma norma de caráter processual e assim tem aplicação imediata aos processos em curso. A aplicação imediata é diferente de aplicação retroativa. Significa que a lei processual é aplicada imediatamente aos processos em curso, mas não retroage para alcançar atos processuais validamente praticados antes de sua vigência. A doutrina se ampara na teoria dos atos processuais isolados, a qual dispõe que cada ato processual deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de se determinar qual a lei que o rege. Assim, a lei que disciplina o ato processual é aquela em vigor no momento em que ele é praticado, ou seja, a entrada em vigor de nova lei processual não altera os atos processuais que já foram praticados. Se a penhora já foi realizada e, no momento de sua efetivação, a lei permitia a constrição do bem de família, a mudança processual não pode ter caráter retroativo para desfazer este ato processual que foi validamente consumado segundo a lei vigente ao tempo de sua prática (tempus regit actum).
Uma LC pode revogar uma LO, pois algumas leis complementares tem natureza de lei ordinária, como é o caso em apreço. 
II) pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; 
III) pelo credor de pensão alimentícia: houve alteração via Lei n.° 13.144/2015!!!!!!!. A redação passou a ser a seguinte: Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: (...) pelocredor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida. 
Dessa forma, hoje a regra é se o indivíduo for devedor de pensão alimentícia, o bem de família que a ele pertencer poderá ser penhorado para pagar a dívida, mas há a ressalva no sentido de que se o devedor for casado ou manter união estável e seu cônjuge ou companheiro também for proprietário do bem de família, deverá ser respeitada a parte do imóvel que pertencer a esse cônjuge ou companheiro. Ex.: João e Maria são casados em regime de comunhão universal de bens; João deve pensão alimentícia para seu filho, fruto de outro relacionamento anterior; se ele não pagar, a casa em que mora com Maria poderia, em tese, ser penhorada; no entanto, Maria é meeira desse imóvel, ou seja, tem direito à metade do bem; logo, o novo inciso III diz que deverão ser “resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário”; deverão ser resguardados os direitos de Maria sobre o bem.
Isso significa que não poderá ser penhorada a parte do imóvel que pertence ao coproprietário (no exemplo Maria). Então é possível penhorar a outra parte? Não, pois o STJ entende que, se houver meação do bem de família e se o(a) meeiro(a) não tiver responsabilidade pela dívida, não se poderá alienar a casa porque senão atingiria, indiretamente, o cônjuge/companheiro que não tem nada a ver com o débito (Nesse sentido ver no STJ os seguintes julgados: REsp 1227366/RS, AgRg no REsp 866.051/SP, REsp 931.196/RJ, REsp 507.618/SP).
O cônjuge que não é devedor poderá apresentar embargos de terceiro e alegar que não tem nenhuma relação com a dívida, e sua parte do bem não serve para pagar o débito. 
Vale dizer que a inovação legislativa veio na sombra do que já era decidido pela jurisprudência, pois mesmo antes do advento da Lei n.º 13.144/2015, o cônjuge ou companheiro que não tivesse responsabilidade pelo pagamento dos alimentos já podia invocar a intangibilidade de sua parte no bem de família. A alteração é importante, pois deixa a situação mais clara e serve de defesa para o cônjuge ou companheiro que não tiver obrigação com a pensão alimentícia cobrada.
IV) para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar (REsp. 1.324.107 SP, Min. Nancy Andrigui, 13/11/2012, não é possível penhorar o bem de família para adimplir a dívida referente à mensalidade junto à associação de moradores. Segundo o STJ a impenhorabilidade não pode ser afastada para a cobrança de dívidas fundadas em contribuições criadas por associações de moradores. As taxas de manutenção não podem ser comparadas a despesas condominiais. A taxa de condomínio tem natureza legal e é uma obrigação propter rem); 
V) para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; 
VI) por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. 
VII) por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. STF: em caso de fiança locatícia, em decisão do plenário, os onze ministros reunidos (RE 407688/SP, Min. Cezar Peluso, 2006), o fiador de locação pode ter o seu imóvel de residência penhorado. STJ: Súmula 549 É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. A súmula foi editada em outubro de 2015. Doutrina: amparada na proteção da moradia (art. 6º CF) é norma de aplicação imediata, não pode ser tida como programática, fere a isonomia porque o locatário, que é o devedor principal, faz jus à proteção e o fiador não, a fiança é um contrato acessório e não pode ter mais prejuízos do que o contrato principal. Capitaneiam esse posicionamento, entre outros, Flávio Tartuce, José Fernando Simão, Anderson Schreiber, Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho, Marcelo Junqueira Calixto, Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias.
6.3. Questões discutidas acerca do assunto:
a) O que é “família” a ser considerada como merecedora de proteção relacionada ao bem de família? Nos termos do art. 226 da CF, a família seria decorrente do casamento, da união estável ou da entidade monoparental (constituída entra ascendentes e descendentes), mas o STJ entendendo que a lista é meramente exemplificativo decidiu que o imóvel em que residem duas irmãs é bem de família impenhorável. Súmula 364 do STJ: o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
b) Imóvel locado a terceiro: é bem de família desde que os rendimentos de aluguéis sejam utilizados para pagar outro aluguel destinado a residência da família.
c) Se o bem de família for ofertado pelo próprio devedor: por exemplo: Praxedes é executado por dívida, está sem assistência de advogado, e oferece o seu único bem, que serve de residência da família, para pagar a dívida, dá em penhora. Depois ele procura um advogado que lhe orienta a opor embargos a penhora, sob o fundamento de o bem ser impenhorável. Duas correntes doutrinárias surgem para responder à questão. Primeira corrente: os embargos opostos pelo devedor devem ser rejeitados pelo juiz, o devedor não pode se beneficiar da própria torpeza, interpreta-se restritivamente a lei, é vedado o comportamento contraditório do devedor, pois fere a boa-fé objetiva, a lealdade que deve existir nas relações jurídicas, a proteção constante na lei é disponível e pode ser renunciada, a autonomia privada prevalece sobre a proteção legal conferida pela lei. Segunda corrente: os embargos devem ser acolhidos pelo juiz. O bem de família legal envolve o direito à moradia (direito fundamental). O que se protege é a dignidade da pessoa humana. As normas constitucionais protegem também as relações privadas.
6.4. Julgados importantes:
I) Bem de família de pessoa solteira: “Penhora. Bem de família. Contrato bancário. Em execução ajuizada por banco para cobrança de dívida de devedor e avalista representada por nota promissória, realizada a penhora, os embargos à execução informaram que, após partilha de bens em processo de separação judicial, o bem constrito passou a pertencer exclusivamente ao devedor, constituindo bem de família nos termos da Lei n. 8.009/90. Para o Ministro Relator, realizada a partilha no processo judicial de separação devidamente homologado por juiz competente, independentemente de registro, o formal de partilha considera-se documento público capaz de comprovar que o devedor foi aquinhoado com o imóvel, portanto não cabe a penhora do bem. Também este Superior Tribunal, conforme a Súmula n. 364 do STJ, entende que conceito de bem de família pode ser estendido ao imóvel no qual resida o devedor solteiro. Por outro lado, destaca que não procede a alegação de inaplicabilidade do CDC, visto que a Súmula n. 297 do STJ afirma aplicar-se o CDC às instituições financeiras. Também observa que o acordo entre as partes firmado nos autos de execução, quanto ao pagamento do débito, não tem o condão de extinguir o feito, mas de suspendê-lo até o adimplemento da obrigação; porém, findo o prazo, retomado o curso do processo de execução, não há motivo para alegar a impossibilidade de revisão do contrato firmado (Súmula n. 286 do STJ). Quanto aos outros questionamentos formulados, aplicaram-se as Súmulas n. 30 e 296 do STJ. Ante o exposto, a Turma conheceu em parte o recurso e, nessa parte, deu-lhe provimento para afastar a limitação dos juros remuneratórios (Súmula n. 596 do STF). Precedentes citados: REsp n. 848.070/GO, DJe, 25.03.2009; REsp n. 1.112.143/RJ, DJe, 09.11.2009. REsp n. 471.903/RS, rel. Ministro Luis Felipe Salomão, j. em 06.05.2010” (ver Informativo n. 433).
II) É possível renunciar à proteção do bem de família? Divergência.
a) Primeira corrente: a favor da renúncia: conforme julgamento no recurso especial n.º 554.622/RS,de 2005, cujo relator foi o Min. Ari Pargendler a impenhorabilidade resultante do art. 1º da Lei n. 8.009, de 1990, pode ser objeto de renúncia válida em situações excepcionais, tendo em vista a prevalência do princípio da boa-fé objetiva. Da mesma forma, há outro precedente no STJ, REsp n. 249.009/SP, de 2001, cujo relator foi o Min. Antônio de Pádua Ribeiro, onde ficou assente que se o executado fez cair o gravame sobre imóvel considerado bem de família, perdeu por sua vontade o benefício legal. 
b) Segunda corrente: contra a renúncia: há diversos precedentes do STJ no norte de inadmitir a renúncia ao benefício do bem de família. Um caso que foi julgado, cuja relatoria coube ao Min. Aldir Passarinho, em 2005, dizia respeito a um bem imóvel indicado para penhora pelo devedor, situação que foi considerada sem efeito, tendo em vista a norma de ordem pública, cogente, que impera sobre o bem que serve de moradia à família (REsp n. 684.587/TO). Há outros precedentes no mesmo norte: REsp 242.175/PR, rel. Ministro Ruy Rosado de Aguiar; REsp 205.040/SP, rel. Ministro Eduardo Ribeiro. Recentemente, em 2011, o Min. João Otávio de Noronha, no AgRg no REsp n.º 884.654/ES, sustentou que a proteção legal conferida ao bem de família pela Lei n. 8.009/1990 não pode ser afastada por renúncia do devedor ao privilégio, pois é princípio de ordem pública, prevalente sobre a vontade manifestada.
III) Bens que guarnecem o imóvel: os móveis que guarnecem a residência (aparelho de som, televisão, forno micro-ondas, computador, impressora, ar condicionado, etc) são abrangidos pela impenhorabilidade do bem de família, excluindo-se os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos, de acordo com os arts. 1º, parágrafo único, e 2º, caput, da Lei n. 8.009/1990. O STJ considerou impenhoráveis aparelho de som, televisão, forno micro-ondas, computador, impressora e “bar em mogno com revestimento em vidro”, bens que usualmente são encontrados em uma residência e que não possuem natureza suntuosa. Ver julgados: REsp n. 402.896/PR, 225.194/SP, 198.370/MG, 691.729/SC, REsp n. 589.849/RJ.
IV) O imóvel de pessoa jurídica, mas em que resida pessoa física, pode ser penhorado? Segundo o Min. Humberto Martins, no julgamento do REsp n. 1.024.394, em 2008, é impenhorável do único imóvel único imóvel onde reside a família do sócio, apesar de ser da propriedade da empresa executada, tendo em vista que a empresa é eminentemente familiar. O Ministro aduziu que a Lei n. 8.009/90 estabeleceu a impenhorabilidade do bem de família, incluindo o imóvel destinado à moradia do casal ou da entidade familiar, e tem por finalidade a proteção da habitação familiar.
V) Penhorabilidade de imóvel por débito condominial (despesas do condomínio): o único imóvel que serve de residência da família pode ser penhorado, pois a exceção contemplada pelo inc. IV do art. 3º da Lei n. 8.009/1990 abrange a dívida oriunda das despesas de condomínio. REsp n. 99.685/RS, rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4a Turma, j. em 30.04.1998, DJ, 22.06.1998, p. 83)”.
VI) Penhora de bem imóvel em execução de ação indenizatória: pode? 
É possível que alguém seja condenado a prestar alimentos a outrem por conta de responsabilidade civil. Nesses casos, não é possível a penhora do único bem imóvel que serve de residência da família. A exceção prevista no art. 3º, VI, da Lei n.º 8.009/90 não deve ser aplicada em ilícito civil, quando não houver expressamente sentença penal condenatória, como lá previsto. REsp n. 711.889-PR, rel. Ministro Luis Felipe Salomão, 2010
VII) Penhora bem de valor elevado: pode? “Penhora. Bem de família. Valor vultoso. Na espécie, o mérito da controvérsia é saber se o imóvel levado à constrição situado em bairro nobre de capital e com valor elevado pode ser considerado bem de família para efeito da proteção legal de impenhorabilidade, caso em que não há precedente específico sobre o tema no STJ. Ressalta o Ministro Relator que, nos autos, é incontroverso o fato de o executado não dispor de outros bens capazes de garantir a execução e que a Lei n. 8.009/1990 não distingue entre imóvel valioso ou não, para efeito da proteção legal da moradia. Logo o fato de ser valioso o imóvel não retira sua condição de bem de família impenhorável. Com esse entendimento, a Turma conheceu em parte do recurso e lhe deu provimento para restabelecer a sentença. Precedentes citados do STF: RE n. 407.688-8/SP, DJ, 06.10.2006; do STJ: REsp n. 1.024.394/RS, DJe, 14.03.2008; REsp n. 831.811/SP, DJe, 05.08.2008; AgRg no Ag n. 426.422/PR, DJe, 12.11.2009; REsp n. 1.087.727/GO, DJe, 16.11.2009, e REsp n. 1.114.719/SP, DJe, 29.06.2009. REsp n. 715.259/SP, rel. Ministro Luis Felipe Salomão, j. em 05.08.2010 (Informativo n. 441)”.
VIII) Súmula n. 449 do STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.
IX) Imóvel locado: Súmula n. 486 do STJ: “É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família”. Processual civil. Execução. Penhora de imóvel. Bem de família. Locação a terceiros. Renda que serve a aluguel de outro que serve de residência ao núcleo familiar. Constrição. Impossibilidade. Lei n. 8.009/90, art. 1º. Exegese. Súmula n. 7-STJ. I. A orientação predominante no STJ é no sentido de que a impenhorabilidade prevista na Lei n. 8.009/90 se estende ao único imóvel do devedor, ainda que este se ache locado a terceiros, por gerar frutos que possibilitam à família constituir moradia em outro bem alugado. II. Caso, ademais, em que as demais considerações sobre a situação fática do imóvel encontram obstáculo ao seu reexame na Súmula n. 7 do STJ. III. Agravo improvido (AgRg no Ag n. 385.692/RS, rel. Ministro Aldir Passarinho Junior, 4a Turma, j. em 04.02.2002, DJ, 19.08.2002, p. 177).
X. Penhora do bem de família por má-fé do devedor: não se deve desconstituir a penhora de imóvel sob o argumento de se tratar de bem de família na hipótese em que, mediante acordo homologado judicialmente, o executado tenha pactuado com o exequente a prorrogação do prazo para pagamento e a redução do valor da dívida que contraíra em benefício da família, oferecendo o imóvel em garantia e renunciando expressamente ao oferecimento de qualquer defesa, de modo que, descumprido o acordo a execução prosseguiria com a avaliação e praça do imóvel. (Resp 1.461.301, rel. Ministro João Noronha, julgado em 5 de março de 2015, informativo 558). 
XI- Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.
Exercícios para fixação sobre Bens:
1. É considerado bem móvel, de acordo com o Código Civil:
As energias que tenham valor econômico.
O direito à sucessão aberta.
Os direitos reais sobre imóveis.
O solo.
Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
2. Paulo transitava com seu veículo pela Rua do Comércio, em Frederico Westphalen/RS e foi buscar o seu filho na Escola Estadual Afonso Pena. No caminho passou defronte ao fórum da cidade, vizinho de um terreno desocupado de propriedade da Prefeitura Municipal. De acordo com o Código Civil Brasileiro de 2002 a Rua do Comércio, a Escola Estadual Afonso Pena, o Fórum da Comarca de Frederico Westphalen/RS e o terreno desocupado, todos bens públicos, classificam-se, respectivamente como:
a) de uso comum do povo, dominical, dominical e dominical.
b) de uso comum do povo, uso especial, uso comum do povo e dominical.
c) de uso comum do povo, uso especial, uso especial e dominical.
d) de uso especial, uso especial, uso especial e uso comum do povo.
e) de uso comum do povo, dominical, dominical e uso especial.
3. Considere:
I) uma Biblioteca;
II) um Rebanho;
III) uma Frota de automóveis;IV) uma Herança;
V) uma Esquadrilha.
De acordo com o Código Civil brasileiro, constitui apenas uma universalidade de fato os bens indicados APENAS em:
I, IV e V.
I e IV
I, II e III
I, II, III e V
II, III e V
4. De acordo com a classificação dos bens adotada pelo Código Civil brasileiro, é correto afirmar:
a) Os rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados bens públicos de uso especial.
b) Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram.
c) Consideram-se bens imóveis para os efeitos legais, as energias que tenham valor econômico.
d) São infungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
e) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
5. O estabelecimento é definido como o “complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”. A partir dessa definição, extrai-se que a natureza jurídica do estabelecimento é a de:
universalidade de fato, entendida como conjunto de bens pertencentes à mesma pessoa, com destinação unitária..
universalidade de direito, entendida como o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
bem coletivo, entendido como o conjunto de bens singulares no qual são mantidas as características individuais deste.
bem indivisível, entendido como aquele que se pode fracionar sem alteração na sua substância ou diminuição considerável de valor.
pertença, entendido como bem que se destina, de modo duradouro, ao uso, serviço ou aformoseamento de outro.
6. Os irmãos José e Pedro receberam por doação de seus pais um terreno loteado com área de 210m². Pretendendo cada qual construir uma residência no terreno, firmaram escritura pública de divisão, onde ficou localizada a parte de cada um, com 105m², sendo levada ao Serviço de Registro de Imóveis, mas o registro foi negado, porque a Lei 6.766/79 (art. 4º, II) exige área mínima de 125 m². A negativa de registro foi:
arbitrária, porque a escritura tem fé pública e só poderá ser recusada por ordem judicial.
incorreta, porque o Serviço de Registro de Imóveis não pode interferir na autonomia privada.
correta, pois a divisão, no caso, só poderia ocorrer com a anuência dos doadores.
incorreta, porque o terreno doado comporta divisão geodésica.
correta, porque o terreno doado é indivisível.
7. Considere as seguintes assertivas sobre os bens, de acordo com o Código Civil em vigor:
I) Os bens públicos de uso comum do povo, os de uso especial e os dominicais são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
II) As energias que tenham valor econômico são consideradas bens móveis para os efeitos legais.
III) Constitui universalidade de direito a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
IV) Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações são considerados bens móveis para os efeitos legais.
É correto o que se afirma apenas em:
a) I e II
b) II e III
c) II e IV
d) I, II e III
e) II, III e IV
8. Um quilo de ouro é um bem:
a) móvel, fungível e indivisível.
b) imóvel, infungível e divisível.
c) móvel, fungível e divisível.
d) imóvel, infungível e indivisível.
e) móvel, infungível e divisível.
9. A respeito dos bens públicos, é correto afirmar:
a) Os bens públicos dominicais não podem ser alienados, por expressa vedação legal.
b) Os bens públicos de uso comum do povo, enquanto conservarem a sua qualificação, podem ser alienados, observadas as exigências legais.
c) Os bens públicos de uso especial, enquanto conservarem a sua qualificação, podem ser alienados, observadas as exigências legais.
d) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
e) Os edifícios destinados a serviço ou estabelecimento de autarquias municipais não se incluem dentre os bens públicos de uso especial.
10. Mário possui direito real sobre imóvel; João direito à sucessão aberta e Maria direito pessoal de caráter patrimonial. Neste caso, de acordo com o CC brasileiro, os direitos de Mário, João e Maria são considerados, para os efeitos legais, respectivamente, bem:
a) imóvel, imóvel e móvel.
b) móvel, imóvel e imóvel.
c) imóvel, móvel e imóvel.
d) imóvel, móvel e móvel.
e) móvel, móvel e imóvel.
11. Dentre outros, considera-se bem imóvel para os efeitos legais:
a) o direito à sucessão aberta.
b) a energia que tenha valor econômico.
c) o direito real sobre objetos móveis.
d) o direito pessoal de caráter patrimonial.
e) a ação correspondente a direitos pessoais de caráter patrimonial.
12. De acordo com a classificação dos bens adotada pelo CC brasileiro, é correto afirmar que:
a) os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei, mas não por vontade das partes.
b) o direito à sucessão aberta é considerado bem móvel para os efeitos legais, havendo, expressa determinação legal neste sentido.
c) são infungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
d) as energias que tenham valor econômico são consideradas bens imóveis para os efeitos legais, havendo, expressa determinação legal neste sentido.
e) são singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
13. De acordo com o CC, constitui universalidade de fato:
a) a pluralidade de bens singulares que, pertinentes a duas ou mais pessoas, tenham destinação unitária.
b) o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico expressivo.
c) a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
d) o complexo de relações jurídicas, de duas ou mais pessoas, dotadas de valor econômico expressivo.
e) o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas ou não de valor econômico.
14. O edifício sede do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul integra a categoria dos bens:
a) de uso comum do povo, já que destinado legalmente à fruição exclusiva por parte da Administração Pública.
b) dominicais, que podem ser desafetados para integrar o patrimônio disponível da Administração Pública.
c) de uso especial, uma vez que se destina ao uso da Administração para consecução de seus objetivos.
d) dominicais, posto que destinado, por sua natureza, ao uso coletivo ou exclusivo por parte do poder público.
e) de domínio nacional, pois se encontra afetado a dominialidade da pessoa jurídica de direito público interno.
15. Considere:
I) Praças, ruas e estradas.
II) Edifícios destinados a estabelecimentos da administração pública estadual.
III) Terrenos destinados a serviços de autarquia municipal.
IV) Rios e mares.
São bens públicos de uso especial os indicados apenas em:
I, II e III
I e IV
II
II e III
III
16. Segundo classificação adotada pelo CC, o conjunto dos materiais resultantes da demolição de uma casa, o direito a sucessão aberta, o saco de 60 kg de feijão preto, e uma escultura de Leonardo da Vinci, são considerados, respectivamente, bens:
a) móvel, móvel, consumível, e infungível
b) móvel, imóvel, infungível, e fungível
c) imóvel, móvel, fungível, e infungível
d) móvel, imóvel, fungível, e infungível
e) imóvel, móvel, consumível e fungível
17. José, ao reformar sua casa, resolveu demolir dois cômodos e cortar duas árvores frutíferas do quintal para possibilitar o aumento de área de uma edícula ali existente. Os galhos e troncos foram serrados, enfeixados e amontoados próximos à churrasqueira, com o fim de servirem como lenha. As janelas retiradas dos cômodos demolidos foram encostadas no miro da divisa, para serem reaproveitadasna edícula. Nesse caso:
a) a casa de José é um bem imóvel, assim como as duas árvores frutíferas, apesar de cortadas, uma vez que eram acessórios do solo.
b) apenas a casa de José é um bem imóvel.
c) a casa de José é um bem imóvel, assim como os galhos, os troncos e as janelas.
d) as árvores, porque frutíferas, são bens móveis por antecipação
e) a casa de José é um bem imóvel, assim como as janelas.
18. A respeito das diferentes classes de bens, é correto afirmar:
a) São fungíveis os bens móveis que não podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
b) São móveis os bens suscetíveis de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
c) São bens móveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
d) Consideram-se bens móveis para os efeitos legais, dentre outros, o direito à sucessão aberta.
e) Consideram bens imóveis para os efeitos legais, dentre outros, as energias que tenham valor econômico.
19. Paulo herdou um relógio de bolso fabricado em 1930, contendo em sua parte interna gravação feita por seu falecido pai. Esse relógio é um bem:
a) fungível, inconsumível e indivisível.
b) fungível, consumível e indivisível.
c) fungível, inconsumível e divisível.
d) infungível, inconsumível e divisível.
e) ifungível, inconsumível e indivisível
20. Considerando-se bens imóveis
a) os materiais provenientes da demolição de algum prédio.
b) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados.
c) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reintegrarem.
d) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
e) as energias que tenham valor econômico.
21. Dentre outros, consideram-se bens imóveis,
a) as energias que tenham valor econômico e os direitos pessoais de caráter patrimonial.
b) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem utilizados em outras obras.
c) os materiais em boas condições provenientes da demolição de algum prédio, enquanto não forem utilizados em outras obras.
d) as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local.
e) os bens suscetíveis de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
22. Os edifícios onde estão instalados os arquivos dos Tribunais Federais e as ruas onde os mesmos se localizam são, respectivamente, bens públicos:
a) de uso especial e dominical.
b) dominical e de uso comum do povo.
c) de uso comum do povo e dominical.
d) de uso comum do povo e de uso especial.
e) de uso especial e de uso comum do povo.
23. Em razão de obras de restauração de uma igreja, foram cuidadosamente retirados da parede azulejos portugueses do Século XVIII, para tratamento da umidade e posterior recolocação. Durante as obras, enquanto separados do prédio da igreja, tais azulejos são bens:
a) móveis, infungíveis e consumíveis.
b) imóveis, infungíveis e inconsumíveis.
c) móveis, fungíveis e consumíveis.
d) imóveis, fungíveis e inconsumíveis.
e) móveis, fungíveis e inconsumíveis.
24. Considerar-se-ão, também, bens imóveis para os efeitos legais:
a) as energias que tenham valor econômico.
b) os direitos pessoais de caráter patrimonial e suas respectivas ações.
c) os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram.
d) os direitos reais sobre objetos móveis e as ações que correspondentes.
e) os materiais provenientes de demolição de algum prédio, mesmo sem objetivo do reemprego.
25. No que tange à classificação dos bens adotada pelo CC, é incorreto afirmar que são:
a) móveis, os suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia.
b) consumíveis, os móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, dentre outros.
c) indivisíveis, os que se não podem se partir sem alteração na sua substância.
d) fungíveis, os móveis que não podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
e) considerados imóveis, dentre outros, os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele mesmo se reempregarem.
26. Assinale a assertiva correta sobre bens.
(A) Os bens públicos estão sujeitos a usucapião.
(B) Os bens de uso comum do povo são, por exemplo, rios, mares, praças, ruas e estradas, exceto quando houver retribuição por sua utilização.
(C) Os bens públicos dominicais constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real.
(D) Os bens públicos dominicais não podem ser alienados.
(E) O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito, não podendo haver retribuição.
27. No que se refere às normas relativas aos bens e a suas classificações, assinale a opção correta:
a) Os bens públicos dominicais são disponíveis e alienáveis. 
b) A energia elétrica e os direitos autorais são considerados bens móveis.
c) Imóveis por acessão intelectual é tudo aquilo que o homem incorporar permanentemente ao solo, de modo que não se possa retirar sem destruição.
d) A moeda é coisa incerta e fungível.
28. Consideram-se Imóveis para os efeitos legais:
a) O direito à sucessão aberta.
b) As energias que tenham valor econômico.
c) Os direitos pessoais de caráter patrimonial.
d) Os materiais definitivamente separados de um prédio.
29. Quanto aos bens responda corretamente: 
a) A cadeira de balanço é bem móvel por sua própria natureza e indivisível.
b) As frutas de um pomar são bens infungíveis e acessórios da árvore que é o bem principal.
c) O solo é bem imóvel por sua natureza, tal como as árvores destinadas ao corte.
d) A energia elétrica é bem imóvel por determinação legal. 
30. Quanto aos frutos correlacione: 
1. Pendentes
2. Percebidos
3. Percipiendos
4. Consumidos
(......) Deveriam ter sido colhidos, mas ainda não foram.
(......) Não existem mais.
(......) Ligados à coisa principal.
(......) Destacados da coisa principal, mas ainda existentes.
Marque a alternativa correta:
A. 3, 4, 1, 2
B. 4, 2, 1, 3
C. 2, 3, 1, 4
D. 1, 3, 2, 4
31. Analise as assertivas abaixo e assinale V ou F:
(......) Os juros são frutos civis.
(......) Os semoventes são bens que se movem for força da intervenção humana.
(......) A hipoteca é considerada bem imóvel.
(......) A praça é bem público de uso especial.
(......) Os bens universais podem ser de fato e de direito, como o rebanho de gado e o patrimônio, respectivamente.
(......) São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie e quantidade.
32. Com relação aos bens, julgue os itens a seguir:
1. (......) São bens imóveis por acessão física tudo que está ligado ao solo.
2. (......) O sapato, a camisa, o livro são bens inconsumíveis.
3. (......) Os frutos e os produtos são considerados bens acessórios, que advêm do bem principal. A percepção dos frutos não causa a destruição da coisa principal, mas a percepção ou extração dos produtos diminui a existência e a substância do bem principal.
4. (......) Os bens singulares podem ser simples e coletivos. 
33. São bens imóveis, para os efeitos legais,
a) os direitos reais sobre quaisquer objetos.
b) o direito real de hipoteca e as ações que o asseguram.
c) as energias que tenham valor econômico.
d) os direitos pessoais de caráter patrimonial.
e) o direito real de penhor e as ações que o asseguram.
34. Para os efeitos legais, é considerado bem móvel
a) o direito à sucessão aberta.
b) o direito pessoal sobre bem imóvel.
c) o direito real sobre objeto móvel.
d) a apólice da dívida pública onerada com a cláusula de inalienabilidade.
35. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
a) o direito a sucessão aberta
b) os direitos e as obrigações de caráter pessoal e as ações respectivas
c) os direitos dos autores
d) as açõescorrespondentes aos direitos reais sobre objetos móveis
e) os materiais provenientes da demolição de algum prédio.
36. Não perdem o caráter de bens imóveis:
a) Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados.
b) Os materiais provenientes da demolição de algum prédio.
c) Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes.
d) As energias que tenham valor econômico.
e) Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
37. Exame da OAB fevereiro de 2012: Fulano de Araújo, proprietário de um único imóvel em que reside com a sua esposa, no município do Rio de Janeiro, é réu em execução fiscal promovida pela Fazenda Pública Municipal por falta de pagamento do IPTU. Tendo em vista as disposições gerais contidas no CTN acerca do crédito tributário, assinale a correta:
O imóvel residencial próprio do casal é impenhorável, não devendo responder por qualquer tipo de dívida.
Os bens e rendas do sujeito passivo respondem pelo pagamento de todo o crédito trabalhista, sem comportar exceções.
Bens gravados por ônus real ou por cláusulas de inalienabilidade não podem ser alcançados para saldar dívidas tributárias.
A impenhorabilidade do bem de família não é oponível em face da cobrança do IPTU.
38. Julgue os seguintes itens, que dizem respeito aos bens.
(____)1. (DELEGADO/PCAC/2008) As pertenças, destinadas a conservar ou a facilitar o uso de outro bem, ou a prestar serviço, ou, ainda, a servir de adorno ao bem principal, apesar de serem bens acessórios, conservam sua individualidade e autonomia, por isso não seguem necessariamente o bem principal.
(____) 2. (DELEGADO/PCAC/2008) Os bens divisíveis são os que podem ser repartidos em porções reais e distintas, formando cada uma delas um todo perfeito, sem que isso altere sua substância. A indivisibilidade do bem pode resultar da própria natureza do objeto ou da determinação da lei ou, ainda, da convenção das partes.
39. (DELEGADO/PCMS/2006) Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto abaixo:
Segundo o Art. 93 do Código Civil, são __________ os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
A) treliças.
B) pertenças.
C) parecenças.
D) cedências.
E) tenças.
40. (DELEGADO/PCMS/2006) Consoante o Art. 83 do Código Civil, consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico.
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes.
III - os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
IV - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
V - os imóveis rurais.
Assinale a alternativa correta:
A) os itens III e V são falsos.
B) apenas o item III é falso.
C) os itens I e III são falsos.
D) apenas o item V é falso.
E) apenas o item II é falso.
41. (DELEGADO/PCMS/2006) A Autoridade Policial que se vê na atribuição de tipificar uma ocorrência apresentada durante o plantão, identifica-a como sendo crime de dano, no entanto deve considerar “a priori” se trata ou não de crime contra o patrimônio público que qualifica aquele delito. Para tanto deve ter conhecimento inequívoco acerca da distinção entre os bens elencados na legislação civil. Considerando a afirmação acima e ainda a correta definição dos Bens prevista no Código Civil, assinale a alternativa incorreta.
A) Consideram-se bens móveis, os suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social e aqueles considerados públicos, se danificados dolosamente tipificam aquela qualificadora.
B) Consideram-se bens públicos de uso especial os prédios locados, que se destinam a estabelecer órgão públicos e qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora.
C) As praças e ruas são consideradas bens públicos de uso comum do povo e qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora.
D) Os materiais empregados para a construção de uma escola municipal enquanto não forem empregados, são considerados bens imóveis e qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora.
E) São classificados com bens públicos os dominicais que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades e qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora.
42. Em relação aos bens jurídicos, assinale a opção correta.
A) O direito à sucessão aberta é considerado como bem imóvel, ainda que a herança seja formada por bens móveis ou abranja apenas direitos pessoais.
B) São pertenças os bens acessórios que se incorporam ao bem principal para que este atinja suas finalidades. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal abrangem
as pertenças, pois essas não podem ser negociadas autonomamente. 
C) Infungíveis são os bens móveis que não se identificam pela sua individualidade, mas pela quantidade. Por isso, podem ser fracionados em partes distintas, sem alteração de suas qualidades essenciais e sem prejuízo ao uso a que se destinam.
D) Bens móveis por antecipação são aqueles que eram imóveis, mas que foram mobilizados por uma intervenção humana. Essa mudança de natureza, no entanto, não dispensa os requisitos para a transmissão da propriedade imóvel.
E) Os bens dominicais são bens públicos disponíveis à utilização direta e imediata do povo ou dos usuários de serviços, não se submetendo a qualquer tipo de discriminação ou fruição.
43.Considere:
I. Títulos de dívida pública.
II. Energia térmica.
III. Direitos pessoais de caráter patrimonial. 
IV. Direito à sucessão aberta.
De acordo com o Código Civil, considera-se bem móvel, seja para efeitos legais ou propriamente ditos, os indicados SOMENTE em:
A) I, II e III.
B) II, III e IV.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e IV.
44. (Magistratura/MS – FCC/2010). A propósito das diferentes classes de bens, é correto afirmar que:
A) Os considerados em si mesmos podem ser principais ou acessórios.
B) Os reciprocamente considerados podem ser móveis ou imóveis.
C) Os bens naturalmente divisíveis não podem ser considerados indivisíveis por declaração de vontade das partes, nem por testamento.
D) Os bens fungíveis são aqueles cujo uso importa destruição imediata da própria substância.
E) As pertenças são bens acessórios que se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
45. (Procurador – TCE/AP – FCC/2010). Considera-se bem imóvel para os efeitos legais:
A) o direito pessoal de caráter patrimonial.
B) o direito autoral.
C) o direito de propriedade industrial.
D) o direito à sucessão aberta.
E) a energia que tenha valor econômico.
46. (Analista Judiciário – Área Administrativa/Direito Civil/Bens – TRE/RS – FCC/2010). De acordo com o Código Civil brasileiro, com relação aos bens públicos é INCORRETO afirmar:
A) São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno.
B) São bens públicos de uso comum do povo os rios, mares, estradas, ruas e praças.
C) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
D) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
 E) Em regra, consideram-se bem de uso especial os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, constituindo seu patrimônio, a que se tenha dado estrutura de direito privado.
47. (Delegado de Polícia/DF – UNIVERSA/2009). A respeito dos bens, assinale a alternativa correta:
A) Os bens reciprocamente considerados são classificadoscomo singulares e coletivos.
B) São pertenças as telhas que servem de cobertura de um imóvel residencial.
C) Consideram-se benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
D) Os direitos reais sobre bens imóveis e as ações que os asseguram são considerados bens imóveis.
E) Por determinação legal, a propriedade industrial constitui exemplo de bem imóvel.
48. (Procurador do BACEN – CESPE/2009). Laura e Ricardo são casados sob regime de comunhão parcial de bens e possuem dois imóveis: um em São Paulo e um em Campinas. O casal passa a maior parte do tempo no imóvel de São Paulo, utilizando o de Campinas quando viaja a trabalho e no período de férias. Com base nessa situação hipotética e na disciplina do bem de família, assinale a opção incorreta:
A) Se o casal tiver instituído um dos imóveis como bem de família, o efeito será não só a impenhorabilidade como também a restrição de sua comerciabilidade.
B) Se o casal não tiver instituído um dos imóveis como bem de família, em um possível processo de execução movido contra eles, a penhora recairá sobre o de maior valor.
C) Para que seja promovida a instituição de um dos imóveis como bem de família, é dispensável a outorga conjugal.
D) Caso tenha sido instituído como bem de família um dos dois imóveis, a morte de um dos cônjuges acarretará a extinção desse bem, se o casal não tiver filhos menores.
E) Para que o casal institua um dos bens como de família, não será necessária a comprovação de solvência de ambos os cônjuges.
49. (Juiz do Trabalho – TRT 8a Região – 2011) Em relação aos bens, assinale a alternativa INCORRETA:
A) A impenhorabilidade do bem de família legal abrange as pertenças.
B) Não perdem o caráter de imóveis as telhas, provisoriamente separadas de um prédio, para nele se reempregarem.
C) Consideram-se móveis para os efeitos legais, as energias que tenham valor econômico.
D) São consumíveis os bens móveis cujo uso importe destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
E) Os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico, desde que separados do bem principal.
50. (Magistratura do Trabalho – TRT – 21a Região – 2010). Em relação ao bem de família, considere as assertivas a seguir e assinale a resposta correta:
I . O terceiro também poderá instituir bem de família, devendo fazê-lo por testamento ou doação, sendo que a eficácia do ato dependerá da aceitação dos cônjuges ou da entidade familiar beneficiados.
II. O bem de família visa à proteção desta, e é isento de execução por dívidas de qualquer natureza posteriores à sua instituição, inclusive aquelas oriundas de despesas de condomínio. A isenção durará enquanto viver um dos cônjuges ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade.
III. O bem de família não pode abranger bens móveis, e consistirá sempre em prédio residencial urbano ou rural, destinado ao domicílio familiar.
IV. A mera dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
A) Todas as assertivas estão corretas.
B) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
C) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
D) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
E) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
51. (Fiscal de Rendas – SEFAZ/RJ – FGV/SP/2010). Para os efeitos legais, consideram-se bens móveis:
A) As energias que tenham valor econômico.
B) As edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local.
C) Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
D) O direito à sucessão aberta.
E) As coisas artificialmente incorporadas ao solo.
52. (Magistratura PE – FCC/2011) Os imóveis a seguir mencionados pertencem: Imóvel 1 a uma pessoa jurídica de direito privado, mas de que o Estado é acionista; Imóvel 2 a uma autarquia, onde funciona hospital para atendimento gratuito da população; Imóvel 3 a um loteamento urbano aprovado e registrado, para servir de praça pública, mas cujo terreno não foi objeto de desapropriação; Imóvel 4 ao município que o recebeu, por ser a herança vacante, e que permanece sem destinação. Esses imóveis são classificados, respectivamente, como bens:
A) particular; público de uso especial; público de uso comum do povo; público dominical.
B) público de uso especial; público de uso especial; particular por falta de desapropriação; público dominical.
C) particular; público de uso comum do povo; público de uso comum do povo; público de uso especial.
D) público dominical; público de uso especial; particular, por falta de desapropriação mas que se tornará público pela usucapião; público dominical.
E) particular; público de uso especial; particular que só se tornará público por desapropriação; público dominical.
53. No que tange à disciplina do direito civil referente aos bens, julgue o item a seguir.
De acordo com a sistemática adotada pelo direito civil, constitui objeto da relação jurídica todo bem que puder ser submetido ao poder dos sujeitos de direito. 
(_____________________).
54. O Código Civil Brasileiro estabelece um regime jurídico específico para tratar dos bens. Por outro lado, os tratados de direito civil, ao tratar dos bens reciprocamente considerados, classificam-nos quanto à dependência em relação a outro bem. Segundo este regime e esta orientação teórica, é CORRETO afirmar:
a) Em razão da relação de pertinencialidade, o negócio jurídico referente ao bem principal abrange obrigatoriamente a pertença. 
b) as pertenças são partes integrantes de um bem principal, seguindo a regra geral de que o acessório segue o principal. 
c) a relação de pertinencialidade surge de negócio jurídico e se estabelece entre bens e entre direitos.
d) a relação de pertinencialidade entre os bens é econômica e submete a coisa a serviço de outra. 
55. Maria está na praça Beija Flor, em frente ao prédio da prefeitura da cidade de Lagoas, ao lado direito de um terreno baldio que é patrimônio da prefeitura e ao lado esquerdo do prédio da autarquia federal W. De acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, a praça, o prédio da Prefeitura, o terreno baldio e o prédio da autarquia federal W são considerados, respectivamente, bens públicos 
a)Parte superior do formulário
 dominical, de uso comum do povo, dominical e de uso especial. 
b) de uso comum do povo, de uso comum do povo, dominical e de uso especial. 
c) de uso comum do povo, dominical, de uso especial e dominical. 
d) de uso comum do povo, dominical, dominical e de uso especial. 
e) de uso comum do povo, de uso especial, dominical e de uso especial. 
56. Concurso Magistratura Goiás, março 2015. Já sabendo estar insolvente, Cristiano transferiu sua residência para imóvel mais valioso, decorando-a com obras de arte. Não se desfez do imóvel anterior, que ficou desocupado. Executado, alegou impenhorabilidade do imóvel e também das obras de arte, invocando proteção legal conferida ao bem de família. De acordo com a Lei nº 8.009/1990, esta proteção:
a) não terá o alcance pretendido por Cristiano, porque, embora abranja ambos os imóveis, as obras de arte são penhoráveis.
b) não terá o alcance pretendido por Cristiano, porque as obras de arte são penhoráveis e porque a impenhorabilidade do bem de família pode ser transferida para o imóvel anterior, liberando-se o mais valioso para execução. 
c) beneficiará Cristiano, porque o direito à moradia deve ser interpretado da maneira mais ampla possível, abrangendo o imóvel de maior valor e as obras de arte, liberando-se para penhora apenas o imóvel anterior. 
d) não terá o alcance pretendido por Cristiano, porque, embora abranja o imóvel de maior valor, as obras de arte são penhoráveis, assim como o imóvel anterior. 
e) em nada beneficiará Cristiano, porque as obras de arte são penhoráveis e porque, em caso de má-fé,

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