Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CÓDIGO DE MANU CÓDIGO DE MANU Origem: Na índia, em torno de 1.500 a.C. Promulgado: Aproximadamente 1300 a.C. a 800 a.C. Criado com o propósito de estabelecer normas norteadoras do convívio social. Percebemos que as leis constantes deste Código, possuem forte influencia religiosa. CÓDIGO DE MANU QUEM FOI MANU? PORQUE A NOMENCLATURA CÓDIGO DE MANU? Manu era uma figura simbólica, não existiu realmente. Os Hindus acreditavam que Manu era descendente do Deus Brahma. Lenda: Sarasvati foi a primeira mulher criada por Brahma da sua própria substância. Desposou-a depois e do casamento nasceu Manu. Este foi considerado o pai da humanidade, a quem se atribuiu o mais popular Código de leis reguladoras da convivência social. CÓDIGO DE MANU Percebemos que as leis constantes deste Código, possuem forte influencia religiosa. MAS QUAL ERA A RELIGIÃO QUE PREVALECIA NA ÉPOCA NA ÍNDIA?? HINDUÍSMO CÓDIGO DE MANU HINDUÍSMO A religião que prevalecia na Índia era o Hindu. É uma das mais antigas religiões, onde se acredita que a vida é um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos. Ou seja, todo ser humano renasce cada vez que morre. Mas se o ser humano conseguir cumprir uma vida exclusivamente voltada para o bem conseguirá se libertar desse ciclo. O Hinduísmo interfere na estrutura social, porque divide a sociedade em castas. CÓDIGO DE MANU SOCIEDADE DE CASTAS X SOCIEDADE POR ESTAMENTOS X SOCIEDADE POR CLASSES CÓDIGO DE MANU SOCIEDADE DE CASTAS Caracterizava a sociedade daquela época, na Índia, onde vigorava o Código de Manu, na qual não havia mobilidade social. (Ver pirâmides) Na atualidade, mesmo com as novas religiões e mudança cultural, nas sociedades em que a religião predominante é o Hindu, ainda há a divisão por castas. CÓDIGO DE MANU SOCIEDADE DE CASTAS Efetivamente, a maioria dos Hindus não consegue encarar com naturalidade a idéia de que as pessoas sejam iguais e que todos mereçam progredir socialmente, uma vez que naquele país se fixou, desde milênios, a crença de que cada um deve viver no nível em que nasceu por deméritos de vidas passadas (caso dos membros das castas mais desprestigiadas) ou méritos de vidas passadas (para os membros das castas mais elevadas) para que uns e outros alcancem o paraíso após a morte. É a presença forte da religião na vida diária de cada um. (MARQUES, 2003, p. 4) CÓDIGO DE MANU SOCIEDADE DE CASTAS Mobilidade social – não há na sociedade dividida por castas O sistema de castas não admitia mudanças (ao menos em vida); o nascimento determina a casta que o indivíduo permanecerá por toda a sua existência. Portanto, nascer em uma casta significa crescer nela, casar-se com alguém dessa mesma casta, ter filhos somente dessa casta e morrer permanecendo a ela. CÓDIGO DE MANU 1ª Casta - Brâmanes: Casta superior (a mais pura) tinha funções como administradores, médicos, lideres espirituais, etc. Era-lhes devida obediência. A creditava-se que eram originários da boca do Deus Brahma. Art. 733º Instruído ou ignorante, um Brâmane é uma divindade poderosa, do mesmo que o fogo consagrado ou não consagrado é uma poderosa divindade. CÓDIGO DE MANU 2ª Casta - Ksatryas (Xátrias): Casta dos guerreiros, eram inferiores ao Brâmanes. Acreditava-se que eram originários dos braços do Deus Brahma. 3ª Casta – Varsyas (Vaicias): Casta dos comerciantes, lavradores, artesãos. Eram originários das pernas do Deus Brahma. CÓDIGO DE MANU 4ª Casta - Sudras: Casta inferior, mão de obra da índia. Servos e Escravos. Eram obrigados a trabalhar para as outras castas. Acreditava-se que eram originários dos pés do Deus Brahma. Art. 410º Mas, que ele obrigue um Sudra, comprado ou não, a cumprir as funções servis; porque ele foi criado para o serviço de Brâmane pelo ser existente por si mesmo. Art. 411º Um Sudra, ainda que liberto por seu senhor, não é livre do estado de servidão; porque este estado, lhe sendo natural, quem poderia dele isentá-lo? CÓDIGO DE MANU PÁTRIAS: Era o resto da população, quem não pertencia a nenhuma casta. Considerado de fato “resto”. O “resto” era chamado Chandalas ou pátrias, que não eram considerados castas; na prática, não eram considerados nem gentes. Eram classificados como os mais impuros, cabendo a eles as tarefas também consideradas demasiado impuras para que um membro de uma casta as executasse. Eles eram os sapateiros, os limpafossas, os curtidores etc. Ou seja, exerciam funções que lidavam com restos humanos ou de animais. CÓDIGO DE MANU EXCERTOS DO CÓDIGO DE MANU Capítulo I – Dos Ofícios dos Juízes Leitura do artigo 1º - O rei se sujeitava aos brâmanes e conselheiros. Quando o Código não disciplinava alguma conduta/conflitos, eram os brâmanes que decidiam sobre o caso (Art. 2) Leitura do artigo 3º e 13. Leitura artigo 22. Artigo 23 – Tesouro, diferenciação de acordo com a casta a que pentence. CÓDIGO DE MANU EXCERTOS DO CÓDIGO DE MANU Capítulo II – Dos meios de provas Quem pode testemunhar? (Art. 44) Quem não pode testemunhar? (Art. 45) As mulheres somente podiam prestar testemunho para as mulheres (Art. 50) – Exceção no artigo 51. Uma testemunha não pode, de maneira alguma, ficar calada, pois isso é considerado equivalente a um falso testemunho. Os brâmanes poderiam mandar o rei para o inferno se eles não aplicassem os castigos legais estipulados pelos seus conselheiros (Art. 109) CÓDIGO DE MANU EXCERTOS DO CÓDIGO DE MANU Leitura dos dispositivos a seguir: Capítulo III – Da moedas Capítulos dos depósitos Das empresas comerciais feitas por associados Das questões sobre limites Das Injurias Das ofensas físicas CÓDIGO DE MANU EXCERTOS DO CÓDIGO DE MANU Diferença entre roubo e furto (Art. 324); O Adultério era condenado com veemência, porque da mistura de castas é que vem todo o caos na sociedade. O rei punia o sedutor com amputações dos órgãos sexuais e bania do reino. (Art. 349 e 350); CÓDIGO DE MANU EXCERTOS DO CÓDIGO DE MANU É possível perceber que a situação da mulher nesse Código é de subordinação. E, não obstante vários códigos antigos e modernos colocarem a mulher nessa mesma posição. (Art. 415). Levirato: Na falta de descendência poderia haver a relação sexual da esposa com um parente ou cunhado, desde que o fato fosse realizado discretamente a noite, regado de manteiga liquida e mantendo completo segredo (Art. 471/472) CÓDIGO DE MANU EXCERTOS DO CÓDIGO DE MANU Herança: A herança teve nesse Código um cuidado bastante especial. Era previsto, por exemplo, que aqueles que por impedimento não podiam cuidar de seus próprios bens recebidos em herança teriam como tutor da mesma o Rei. Na morte dos pais a herança ia, geralmente, para o irmão mais velho – que ficaria responsável pelos irmãos - desde que este não renunciasse a esse direito. (Art. 516 e 517 e 596) Art. 598, 599, 600 – Quando não há herdeiros. Art. 612 – Não são admitidos como herdeiros. CÓDIGO DE MANU EXCERTOS DO CÓDIGO DE MANU Primogênito: Artigos 518, 519, 537 Questão do filho homem – Artigo 538 Filhos – Artigos 548, 554, 563, 584, 589 CÓDIGO DE MANU QUESTÕES IMPORTANTES (Material de apoio) • Casamento: Nessa sociedade muitas crianças já nasciam “prometidas em casamento” e, especialmente no caso da mulher, não era uma escolha pessoal, até mesmo porque, na maior parte das vezes, elas casavam-se ainda muito crianças. CÓDIGO DE MANU QUESTÕES IMPORTANTES • Juros: O Código de Manu legisla sobre juros, inclusive impondo diferenças entre a possibilidade de cobrança para as diferentes castas. • Ofensas Físicas: Seguem o princípio da pena de Talião de forma muito próxima e, às vezes, extrapolam-no na medida que consideram não somente que o culpado deve ser ferido à mesma forma que feriu, mas também deveter mutilado o órgão usado para ferir o outro, indiferentemente do tipo de ferimento que causou. CÓDIGO DE MANU RESUMO – CONSIDERAÇÕES FINAIS •Pelo Código de Manu, estabelecia-se um sistema no qual se permitia a SEGREGAÇÃO SOCIAL, pois se determinava a função das pessoas dentro da sociedade indiana. Essa segregação resulta da DESIGUALDADE SOCIAL, que é explicada pelo fato de um individuo não poder ascender para uma casta superior. •O direito vai sendo estruturado em cima do saber dos brâmanes, eram este que criavam as leis. O rei estava subordinado aos brâmanes. CÓDIGO DE MANU RESUMO – CONSIDERAÇÕES FINAIS •Os sudras não poderiam ler os livros sagrados, tinham somente que trabalhar; •Doutrina da “Transmigração das almas”. Não havia revolta com relação a falta de mobilidade social. As castas deveriam respeitar as leis impostas para em outra vida, possivelmente, mudar a posição social; •Cada casta possuía a sua lei, mas quem aplicava era o Rei. •As testemunhas eram muito importantes e fonte de comprovação, porém eram os Brâmanes que decidiam quem era digno de confiança para testemunhar; CÓDIGO DE MANU RESUMO – CONSIDERAÇÕES FINAIS •Adultério era condenado; •Diferenciação entre roubo e furto; •Figura do Levirato – na falta de descendência hierárquica; •A maior parte das normas estabelecidas na sociedade eram voltadas para os brâmanes, não visavam o bem estar de todas as castas; •Saber qual a diferença da sociedade por castas e o que a caracteriza; •A organização familiar era centralizada no homem, marido ou filho mais velho; CÓDIGO DE MANU RESUMO – CONSIDERAÇÕES FINAIS •A mulher jamais devia conduzir-se a sua vontade, era submissa. Estava sob a guarda do seu pai na infância, do marido na juventude e dos filhos na velhice; •As mulheres só podiam prestar testemunho para outras mulheres. E na falta de uma testemunha masculina o depoimento de uma mulher poderia ser recebido; •Aplicabilidade da lei de talião.
Compartilhar