Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CASOS CONCRETOS DA PROVA DE CIVIL III 1.Marcos emprestou uma casa de praia de sua propriedade a Fábio, seu amigo de infância, para ele passar as férias de verão com a família. As chaves da casa foram entregues a Fábio no início das férias, ficando acertada a restituição do bem imóvel após 30 dias. Escoado o prazo ajustado, Fábio se recusou a devolver o bem sob o argumento de que ele deveria ser reembolsado das despesas feitas com o uso e o gozo da casa, tendo direito de retenção. Marcos tentou amigavelmente a restituição do bem, não tendo obtido êxito. Nessa situação hipotética, que espécie de negócio jurídico foi realizada entre Marcos e Fábio? Justifique sua resposta, indicando a medida judicial cabível para assegurar a pretensão de Marcos e a responsabilidade de Fábio pela mora, conforme as disposições do Código Civil e doCódigo de Processo Civil. RESPOSTA: Deve ser elucidado que, na espécie, ocorreu contrato de comodato (art. 579 do CC), devendo o comodatário, Fábio, devolver a coisa no prazo ajustado. Em face da recusa de Fábio, é cabível a propositura de ação de reintegração de posse em seu desfavor, cumulado com o pedido principal de aluguel da coisa até sua restituição (art. 582 do Código Civil), visto que Fábio é responsável pela mora. 2.Exame 136- OAB/SP Pedro, locatário de um veículo automotor de propriedade de Juarez, foi citado, em nome próprio, em ação reivindicatória proposta por Sebastião, na qual este pede, além da restituição do veículo locado, a condenação de Pedro em perdas e danos, honorários de advogado e o ressarcimento das despesas processuais. Em face da situação hipotética acima descrita, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Pedro, indique a medida processual a ser intentada simultaneamente, em peça autônoma, ou no âmbito da própria contestação, com o objetivo de se prover o pagamento de eventuais perdas e danos em benefício de Pedro, caso haja.impossibilidade de cumprimento do contrato de locação ao seu termo final. Além das argumentações fáticas, apresente os fundamentos legais pertinentes ao caso. RESPOSTA : Pedro, primeiramente, poderá oferecer contestação em que deverá esgotar todas as defesas pessoais, processuais e/ou de mérito, que detenha contra Sebastião. Além disso, na mesma peça de contestação ou em petição autônoma, deverá denunciar a lide em desfavor de Juarez (art. 70, inciso II, do CPC) e, quanto a este, deve informar a sua condição jurídica de proprietário-locador do bem objeto da ação reivindicatória, bem como requerer a condenação do denunciado por eventuais prejuízos materiais ou morais, desde que decorrentes da procedência ou improcedência da ação reivindicatória proposta por Sebastião. 3. Sueli, pessoa solteira e sem filhos, adquiriu, mediante financiamento, móveis em uma grande loja de departamentos. Paga em dia a última parcela do financiamento, Sueli faleceu, vítima de acidente automobilístico. Seu pai, Lúcio, viúvo, passou a receber cobrança da referida loja contra Sueli. Sabedor da retidão do caráter da filha, Lúcio procurou e achou os comprovantes de pagamento e quitação da dívida e os levou até a loja. Contudo, tempos depois, recebeu a comunicação de que o nome de Sueli havia sido indevidamente negativado. Em face dessa situação hipotética, indique, de forma fundamentada, a providência judicial que deverá ser tomada para a compensação do prejuízo sofrido, assim como a legitimação para tanto. RESPOSTA: O pai da falecida poderá ingressar com ação de indenização por danos morais c/c com obrigação de fazer para a retirada do nome da filha do cadastro de inadimplentes, com pedido de antecipação de tutela contra a referida loja, haja vista estar sendo atingido o bom nome da família. Tal ação deve ser ajuizada pelo pai, em nome próprio, e não em nome da falecida, de acordo com o parágrafo único do art. 20 do Código Civil: “Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. (TJ/PA 2009 adaptada) Mévio realiza, com a instituição financeira K e K S/A, contrato de mútuo no valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), sendo que Túlio figura como fiador, pela quantia total ajustada. O devedor possuía vasto patrimônio à época do negócio referido. Posteriormente, faltando o pagamento de dez prestações, o devedor tem sua insolvência decretada, fato que foi comunicado ao fiador e à instituição financeira. Após isso, a instituição financeira pretende cobrar a dívida do fiador. Túlio não renunciou ao benefício de ordem. Diante do narrado, responda:a) Tendo sido Mévio declarado insolvente, é cabível o vencimento antecipado das dez prestações? Explique sua resposta.b) Poderá o fiador requerer que antes de ser cobrado o banco busque bens do devedor para satisfazer o seu crédito? Explique sua resposta.c) O fiador ao pagar a dívida do afiançado, terá algum direito de reaver o que despendeu? Explique sua resposta. a) Tendo sido Mévio declarado insolvente, é cabível o vencimento antecipado das dez prestações? Resposta: A declaração de insolvência gera o vencimento antecipado das dívidas do insolvente, conforme o art. 333, I, CC. d) Poderá o fiador requerer que antes de ser cobrado o banco busque bens do devedor para satisfazer o seu crédito? Resposta. O fiador só pode exercer o benefício de ordem se indicar bens do devedor livres e desembargados, situados no mesmo Município e suficientes para pagar a dívida (art. 827, parágrafo único, CC). Então, diante a insolvência declarada do devedor, possivelmente o fiador não conseguirá indicar bens livres para exercer o benefício de ordem. e) O fiador ao pagar a dívida do afiançado, terá algum direito de reaver o que despendeu? Explique sua resposta. Resposta: O fiador, sendo terceiro interessado, sub-roga-se nos direitos do credor, conforme art. 346, III, CC.
Compartilhar