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Centro Territorial de Educação Profissional do Piemonte Norte do Itapicuru – CETEP Extensão: Colégio Estadual de Andorinha Disciplina: Geologia Geral Professora: Ana Selma Alves INTEMPERISMO São processos geológicos que agem na elaboração do relevo e na transformação dos materiais rochosos, por agentes diversos junto à superfície da crosta terrestre, in situ, ou seja, sem deslocamento do material. Diversos são os fenômenos que agem em íntima correlação para a efetivação do intemperismo. Eles podem ser de natureza física, química ou biológica, separados ou conjuntamente, a depender das condições climáticas e da própria rocha em si. O processo de intemperismo é influenciado principalmente, pelo tipo de material (rocha fonte), clima, topografia, cobertura vegetal e tempo de exposição das rochas. O intemperismo pode ser: • Físico (mecânico) • Químico e, • Biológico. Intemperismo Físico As rochas que se fraturam, favorecem a degradação por outros agentes que conduzem à desagregação da rocha sem que haja alteração química maior dos minerais constituintes. Por exemplo: quando uma única rocha é dividida em duas partes, ela sofreu uma alteração física e não química, pois as duas partes não tiveram sua composição química alterada pela simples quebra da rocha. Os principais agentes do intemperismo físico são: a) Variação da temperatura: Com o aumento da temperatura, os minerais sofrem dilatação, desenvolvendo pressões internas que desagregam os minerais e desenvolvem microfraturas, por onde penetrarão a água, sais e raízes vegetais. Exemplo a temperatura do vulcão. Os mais diversos materiais submetidos a variações de temperatura experimentam variações de diferentes intensidades, conforme seu coeficiente de dilatação térmica. Como a maioria das rochas são constituídas por minerais com diferentes coeficientes de dilatação, a variação de temperatura produzida pela insolação durante o dia e resfriamento durante a noite pode ser muito grande. Acresce ainda que a superfície da Terra iluminada pelo Sol aquece 1,5 a 2,5 vezes mais que a atmosfera. Na zona da caatinga na Bahia foram observados os seguintes dados (Leinz e Amaral). NATUREZA As 17 horas 5 horas Temperatura da Atmosfera 36 oC 22 oC Temperatura do Norito (rocha preta) 63 oC 26 oC Temperatura do gnaisse (rocha clara) 55 oC 23 C b) Congelamento da água - O esforço causado pelo crescimento de cristais de gelo ao longo de fendas e entre os grãos das rochas, pode também ser responsável pela desagregação destas. Em climas polares e altas montanhas este processo ocorre em função do congelamento da água nas fraturas das rochas. Intemperismo Químico No tipo de intemperismo químico, implica transformações químicas dos minerais que compõem a rocha. O principal agente do intemperismo químico é a água. O intemperismo químico, a atuação é mais profunda do que a do intemperismo físico, tendo sua ocorrência em áreas úmidas e quentes. Os feldspatos e micas são transformados em argilas, ao passo que o quartzo permanece inalterado. A cor vermelha do solo se deve aos óxidos de Ferro e Manganês liberados pela alteração da biotita e outros minerais que possuem estes elementos químicos em sua fórmula. Reações: Hidrólise é a mais importante reação de Intemperismo: - destrói a estrutura mineral - libera cátions e ânions que são removidos pela drenagem e recombinados em novos minerais. Hidratação Entrada de H2O na estrutura dos minerais Anidrita + H2O = gipsita O que acontece durante o INTEMPERISMO? 1. transformações FÍSICAS O material coeso = material fraturado, friável, 2. transformações QUÍMICAS Reações químicas = material intemperizado difere química e mineralogicamente do material original. Lixiviação Termo original refere-se a ação solubilizadora de água misturada com cinzas dissolvidas (lixívia) constituindo uma solução alcalina eficaz na limpeza de objetos, mas, em geoquímica ou geologia de modo geral, usa-se para indicar qualquer processo de extração ou solubilização seletiva de constituintes químicos de uma rocha, mineral, depósito sedimentar, solo, etc.. pela ação da água ou fluido. Intemperismo Biológico São os processos de decomposição e desagregação de rochas relacionadas à atividade de organismos vivos. Os fatores que controlam a atuação destes processos estão também relacionados aos que determinam o desenvolvimento de organismos vivos (clima, nutrientes, iluminação). As raízes de árvores podem trabalhar como agentes intempéricos. Elas atuam como forma motriz para abrir canais para que outros agentes intempéricos atuem nas rochas e minerais. Há também a "escavação" de insetos em rochas mais fracas. ESTÁGIOS DA EVOLUÇÃO INTEMPÉRICA DE UMA ROCHA A evolução do intemperismo na superfície da crosta terrestre tomemos, por exemplo, uma rocha granítica, composta principalmente de quartzo, feldspatos e mica. O primeiro estágio de alteração é caracterizado pelo ataque químico aos feldspatos e micas. Inicialmente eles perdem seus brilhos característicos. A textura da superfície da rocha ainda permanece a mesma, inalterada. No segundo estágio, os minerais da superfície das rochas são totalmente decompostos mas percebe-se, ainda, a textura original da rocha. No último estágio a rocha encontra-se totalmente decomposta, não mais se percebendo sua textura, originando o solo. FORMAÇÃO DOS SOLOS A ação do intemperismo, através de seus processos, é a de transformar a rocha em solo. A formação do solo ocorre através do intemperismo físico, químico e biológico. O solo varia de lugar para lugar em dependência de fatores relacionados com a sua formação (tipo de rocha original, clima, relevo). Assim, em regiões úmidas e florestadas, o solo pode ser bem profundo e com todos os horizontes, enquanto que em regiões semi-áridas, apresentando solos mais rasos. Fatores que atuam na formação do solo: 1. Clima: temperatura, precipitação e umidade determinamo grau do intemperismo das rochas; diferentes rochas podem produzir o mesmo solo, dependendo do clima. A mesma rocha original pode produzir solos diferentes, em climas diferentes. 2. Tipo de Rocha: ricas em solúveis, pobres, etc. 3. Vegetação: cobertura, proteção contra a erosão, fornecimento de ácidos húmicos, facilita a infiltração de água. 4. Relevo: inclinado, dificulta a penetração de água e facilita a solifluxão e destruição do solo. 5. Tempo: tempo que os materiais originários ficam expostos aos agentes de intemperismo, é necessário muito tempo (milhares de anos) para evolução do solo. Um perfil completo de solo O solo é dividido em camadas horizontais, chamados de horizontes. As características que podem ser levadas em conta para diferenciação dos horizontes dependem do conhecimento da pessoa que está realizando o trabalho e são baseados em alguns critérios como textura, cor, consistência, estrutura, atividade biológica, tipo de superfície dos agregados, etc. Normalmente o solo possui três horizontes bem fáceis de distinguir, o horizonte O, que representa a matéria orgânica presente na superfície; o horizonte A, que representa a região em que o solo perde material para as camadas mais profundas e o horizonte B, local em que se acumulam os materiais perdidos pelo horizonte A. Outras camadas importantes para se distinguir um perfil de solo são o horizonte C, e R, caracterizados pela rocha matriz decomposta (C) e não decomposta (R). No exame do perfil do solo três variáveis são de fácil identificação, podendo ser realizadas no campo e por pessoas sem experiêncianesta área. A cor é uma das características que mais chamam a atenção, devido às várias tonalidades de coloração existentes no perfil, permitindo uma rápida delimitação dos horizontes. A textura do solo refere-se às proporções dos grupos de grãos que formam o solo, ou seja, à proporção de argila, silte e areia. Na prática o conhecimento da textura é feito mediante a manipulação do solo úmido entre os dedos, o que dará uma idéia, pela manipulação táctil, da predominância das frações granulométricas finas e grosseiras. A consistência do solo é a última variável de fácil identificação no campo e é dividida em seca, úmida, molhada e cimentada. Estas classes são expressas pelo grau de adesão ou pela resistência à deformação. HORIZONTES DO SOLO Horizonte O - nível superficial de acumulação de material orgânico (animal e vegetal), de restos de plantas e animais (humus), expressivo em diferentes graus de decomposição. Horizonte A - Contém as raízes da planta. Apresenta maior quantidade de matéria orgânica decomposta e misturada com elementos minerais. Sofre perdas de minerais (ferro, alumínio) através da lixiviação. Horizonte B - é o subsolo. Pouco afetado pela ação do homem, pouca matéria orgânica, muita matéria mineral e cor geralmente vermelha ou amarela. Horizonte C - nível da rocha parcialmente alterada, podendo manter vestígios da estrutura e mesmo textura da rocha que deu origem ao solo. Horizonte R - rocha não alterada, rocha-mãe (rocha matriz) CORES DO SOLO Na determinação da cor do solo são fatores predominantes; a matéria orgânica, que confere uma cor escura; o ferro, que confere um tom avermelhado e a quantidade de sílica (quartzo), que clareia o horizonte. Ou seja, quanto mais escuro (negro) for o solo, mais matéria orgânica ele possui; quanto mais vermelho, mais compostos de ferro e quanto mais claro (branco), mais quartzo terá. Cores Escuras: Vermelhas, amarelas e marrons = óxidos de ferro; Cores Claras: pouca matéria orgânica, CaCO3, AlO3; Grande parte do ferro foi removido do sistema;
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