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M A G N E T O M E T R I A A TERRA FUNCIONA COMO UM GRANDE IMÃ • Hipótese mais aceita: correntes elétricas originadas no núcleo da Terra produzem o magnetismo • Anomalias magnéticas: produzidas por corpos ou estruturas na crosta terrestre, que são objeto de medição pela magnetometria • Equipamentos: magnetômetros, medem a intensidade do campo magnético em locais de interesse O magnetismo terrestre deve ser separado em duas partes: 1. campo magnético principal: produzido no núcleo; 2. campo magnético anômalo: produzido na crosta. NATUREZA DO MAGNETISMO A força ( f ) atuando entre dois pólos P1 e P2, separados por uma distância r é expressa, segundo a Lei de Coulomb: f P P r = 1 1 22µ onde: µ é a permeabilidade magnética do meio CAMPO MAGNÉTICO ( H ) Definido como a força que experimenta um pólo magnético ( P1 )devido à presença no espaço de outro pólo magnético considerado: H f P P r = = 1 2 2 1 µ onde: P1 é um pólo magnético fictício no espaço onde o sensor está localizado Campo magnético entre dois dipolos Representação vetorial do campo magnético gerado por um dipolo. A direção dos vetores é aquela do campo e a intensidade é representada pelo comprimento. Representação do campo magnético entre dois dipolos por linhas de força. A direção do campo em qualquer ponto é indicado pela direção das linhas e a intensidade é representada pelo espaçamento entre as linhas. INDUÇÃO MAGNÉTICA Quando um material é submetido ao efeito do campo H, ele adquire uma intensidade de magnetização ou imantação M, proporcional ao campo: M H= κ. onde: K é a susceptibilidade magnética do material • A susceptibilidade magnética é um dos parâmetros fundamentais no Método Magnético. Para um mesmo valor do campo, os materiais com maior susceptibilidade estão aptos a a se magnetizarem mais fortemente. Em alguns materiais ela pode ser positiva e em outros negativa refletindo o sentido da intensidade de magnetização, em relação ao campo. • A magnetização de um material por um campo externo, se faz através do alinhamento dos momentos dos dipolos internos provocando o aparecimento de um campo adicional que somado ao campo externo H gera um campo conhecido por indução magnética. O “campo indução magnética” B é relacionado ao campo externo H da seguinte forma: B = µ .H Representação do fenomeno da indução magnética UNIDADES DE B No Sistema Internacional ⇒ Tesla ( T ) No Sistema C.G.S. ⇒ Gaus ( G ) 1 G = 10-4 T Para propósitos geofísicos usa –se o gamma ( γ ) 1 γ = 10-5 G 1 γ = 10-9 T CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA · O campo magnético da Terra pode ser aproximado pelo campo produzido por um momento de dipolo localizado no seu centro. Este momento aponta para o pólo sul geográfico e se localiza sobre um eixo que forma um ângulo de 11.5o com o eixo de rotação da Terra. · O eixo do dipolo terrestre intercepta a superfície da Terra nas coordenadas aproximadas de 78.5oN - 69oW e 78.5oS - 111oE, determinando o que se chama de pólos geomagnéticos. · Os pólos magnéticos verdadeiros, definidos nas posições onde uma agulha magnetizada inclina-se com ângulo de 90o com a superfície da Terra, localiza-se nas coordenadas: 75oN - 101oW (NE do Canadá) e 67oS - 143oE (Antártida), o que indica que não são diametralmente opostos. O campo magnético terrestre, num determinado ponto de observação, pode ser representado na forma de um vetor, a partir da combinação de 7 quantidades, denominadas de elementos geomagnéticos: - declinação magnética ( m ); - inclinação ( i ); - intensidade total do campo ( F ); - componente vertical ( Z ) - componente horizontal ( H ); - componente de intensidade ( X ); - componente de intensidade ( Y ). Combinando-se estes 7 elementos obtem-se: F2 = H2 + Z2 = X2 + Y2 +Z2 F = H/cos i = Z/sen i Elementos geomagnéticos Mapa de intensidade do campo total (milhares de nT). Campo magnético principal da Terra (em contornos inteiros) e variação secular anual (em contornos interrompidos) (em gammas) Inclinação do campo magnético da Terra (em graus) Mapa de declinação magnética. ORIGEM DO CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE • A teoria mais moderna para explicar a parte principal do campo baseia-se no funcionamento de um dínamo. O campo seria produzido por correntes elétricas que circulam no núcleo líquido da Terra, o qual acredita-se ser constituído principalmente por ferro. As correntes elétricas são mantidas pelo movimento de partículas no núcleo líquido, explicando tanto a variação secular com inversões de polaridade do campo. •·Os valores normais do campo recebem adição, localmente das concentrações de minerais magnéticos que ocorrem nos primeiros 5 km da crosta as quais constituem-se nas anomalias do campo magnético objeto de prospecção pelo Método Magnetométrico. •·A esses dois efeitos superpõem-se campos produzidos por fontes externas à Terra, cuja característica básica é a rápida variação com o tempo. A causa desses campos são as correntes elétricas que fluem na ionosfera[1] ; (colocadas em movimento pela “tidal force”) e resultantes da interação entre o campo magnético principal com a ionosfera a magnosfera[2] e o vento solar [1] Camada gasosa parcialmente ionizada situada entre 60 e 1000 km acima da superfície da Terra. [2] Camada de gás completamente ionizada portadora de campo magnético, que situa-se entre 1.000 e 64.000 km acima da superfície da Terra. Mecanismo gerador do campo geomagnético Fonte: Decifrando a Terra, São Paulo, Of. Textos, 2000 VARIAÇÕES DO CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA • Variações seculares: são as variações que sofrem o campo magnético da Terra, e seus elementos, ao longo de um tempo grande. Estas variações foram constatadas no século XV através de medidas da declinação magnética na cidade de Londres. Além disso foram também constatadas inversões de polaridade do campo, isto é, mudanças de 180 no sentido do momento do dipolo. Nos dias atuais estas variações são acompanhadas por redes de informações de vários observatórios, produzindo mapas de contorno que representam as mudanças. • Variações diurnas: são pequenas variações que o campo magnético da Terra sofre ao longo do dia. A quantidade destas mudanças é da ordem de poucas dezenas de gammas sendo mais pronunciada nas regiões equatoriais e diminuindo nas altas latitudes. Observa-se também uma variação sazonal uma vez que a variação diurna é maior no verão do que no inverno. Escala de inversões de polaridade ou reversões do campo magnético nos últimos 80 milhões de anos. Faixas escuras representam a polaridade norma e faixas claras a polaridade inversa. Padrão “zebrado” de anomalias magnéticas no assoalho oceânico. A medida que novas porções de basalto são adicionados ao fundo oceânico nas cadeias meso-oceânicas, eles são magnetizados de acordo com o campo magnético da Terra existente na época. Esquema mostrando a reversão do campo magnético preservada em fluxos de lavas de várias idades em vulcões. Variações Diurnas PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS MATERIAIS GEOLÓGICOS Diamagnetismo: propriedade de alguns minerais de adquirirem magnetização de intensidade fraca e cujos momentos magnéticos tendem a se opor à polaridade de um campo indutor aplicado. A fraca intensidade da magnetização provém do pequeno valor da susceptibilidade magnética destes materiais, enquanto que o sentido contrário do campo resulta em valores negativos de susceptibilidade. Exemplos: quartzo, calcita, halita. Paramagnetismo: propriedade de alguns minerais cujos momentos atômicos tendem a se alinhar com a polarização do campo indutor, embora a magnetização ainda seja fraca em função de sua baixa susceptibilidade, que no entanto é positiva.Exemplos: silicatos, olivinas, piroxênios, anfibólios. Ferromagnetismo: as substâncias ferromagnéticas tem susceptibilidade magnética muito elevada e positiva, o que lhes permite uma magnetização com intensidade muito forte, no mesmo sentido do campo. O valor da susceptibilidade nestas substâncias dependem da intensidade do campo externo. Suportam 3 classificações: ferromagnetismo verdadeiro: apresentam momento magnético com a mesma orientação (ferro, cobalto, níquel); antiferromagnetismo: os momentos magnéticos não são igualmente orientados e possuem uma resultante nula (hematita, troilita, ilmenita); ferrimagnetismo: os momentos não são igualmente orientados mas existe uma resultante em alguma direção (magnetita, titanomagnetita, maghemita e pirrotita). Para a prospecção magnética este é o grupo mais importante MAGNETIZAÇÃO DAS ROCHASMAGNETIZAÇÃO DAS ROCHAS A magnetização observada nas rochas, como resultado da presença de minerais magnéticos na sua composição, pode ser classificada em dois tipos: Magnetização induzida e Magnetização remanente Magnetização induzida: provocada pelo campo atual da Terra Magnetização remanente: adquirida ao longo da história geológica da rocha Vários processos podem produzir magnetização remanente: Magnetização termo-remanente: desenvolve-se a partir do resfriamento da rocha abaixo da temperatura de Curie, na presença do campo magnético terrestre da época. Magnetização isotérmica: campo magnético aplicado ao material e depois retirado aparecendo uma magnetização residual; localmente queda de raios por exemplo. Magnetização química: transformações químicas ou crescimento de grãos ferromagnéticos (ainda que abaixo da temp. de Curie), durante a formação de rochas metamórficas e sedimentares. Magnetização deposicional: ocorre durante a deposição de sedimentos finos Magnetização piezo-remanente: ocorre como resultado da aplicação conjunta de pressão e de um campo magnético (fenômeno de magnetostrição); rochas submetidas a esforços tectônicos Susceptibilidade magnética de alguns minerais Susceptibilidade magnética de alguns minerais Susceptibilidade magnética de algumas rochas MAGNETOMETRO DE PRÓTONS •Sensor contendo fonte de prótons •Baseia-se no movimento de precessão •Sensor é submetido a um campo artificial muito mais forte que o terrestre e perpendicular •Prótons são polarizados segundo a resultante dos campos – virtualmente paralela ao artificial •Remoção do campo artificial – prótons voltam a se orientar pelo campo terrestre •Número de ciclos do spin por tempo = freqüência de precessão (f) ππ 22 GF L Mf == onde G (raio giromagnético) = 0.2675 G fF π2= F = 23,4874 x f TÉCNICAS DE LEVANTAMENTO MAGNETOMÉTRICO As medidas magnéticas são normalmente realizadas na superfície do terreno ou com o auxílio de aeronaves. Com menor freqüência são efetuadas medidas em poços ou na superfície marinha. Os levantamentos terrestres aplicam-se a trabalhos de maior detalhe, auxiliando o mapeamento geológico e trabalhos de prospecção mineral. Os levantamentos aéreos são empregados nos trabalhos de reconhecimento regional em auxílio por exemplo à prospecção de petróleo ou a trabalhos que visem a delineação de grandes estruturas uma vez que as fontes destas anomalias são de grandes dimensões. Levantamento terrestre Representação esquemática do levantamento aeromagnetométrico Magnetometria aerotransportada TRATAMENTO DOS DADOSTRATAMENTO DOS DADOS 1.correções para eliminar as variações devidas a causas não geológicas (variação diurna e o desnível dos pontos) 2.filtragem para eliminação de efeitos geológicos indesejáveis (heterogeneidades próximas da superfície ou interferência de fontes rasas ou profundas) •correção da variação diurna com 2 magnetômetros: um registra numa estação base e o outro nas estações de interesse -com um magnetômetro:estação base deve ser reocupada periodicamente •correção topográfica •correção de latitude · •remoção do IGRF •redução ao polo Representação vetorial da soma do campo magnético da Terra com um campo anômalo Representação esquemática da soma vetorial do campo magnético principal da Terra com um campo anômalo e a respectiva anomalia INTERPRETAÇÃO DE DADOS MAGNETOMÉTRICOS A interpretação pode variar desde a simples identificação de locais anômalos em termos de contrates entre propriedades físicas, em subsuperfície, até a completa caracterização da fonte da anomalia, em termos de modelos tri- dimensionais. INTERPRETAÇÃO DE DADOS MAGNETOMÉTRICOS SEQUÊNCIA 1. utilização de técnicas para localizar as anomalias residuais, de eventual interesse. A interpretação qualitativa esgotar-se-ia aqui; 2. uso de técnicas para destacar e isolar uma eventual anomalia residual; 3. proceder a uma aproximação preliminar, para uma primeira caracterização das fontes; 4. emprego de ambos os modelamentos direto e inverso, com iterações sucessivas, para a determinação das características físicas da fonte da anomalia; 5. tradução, em termos geológicos, das características computadas. Representação esquemática da forma das anomalias do campo magnético total de diferentes corpos em diferentes latitudes AEROMAG – SUDESTE DO BRASIL Anomalia magnética de intensidade total gerada por concentração de minerais magnéticos em corpo ígneo intrusivo na região de Juquiá – SP Fonte: Decifrando a Terra, São Paulo, Of. Textos, 2000. Exemplo de modelamento de dados magnetométricos e gravimétricos - Geosoft Exemplo de modelamento de dados magnetométricos e gravimétricos - Geosoft Magnetometria aerotransportada
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