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Judo Pedagogia e Cognição.pdf

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ADRIANO GONZAGA BRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUDÔ, PEDAGOGIA E COGNIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
2016 
ADRIANO GONZAGA BRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUDÔ PEDAGOGIA E COGNIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
RESUMO 
 
Este estudo teve como objetivo discorrer a respeito dos preceitos do judô 
associando-os a um caráter pedagógico e cognitivo, explanando, neste sentido, 
concepções e embasamentos que promovam uma maior compreensão acerca desta 
intrínseca relação estabelecida entre as atividades judoísticas e nos princípios 
pedagógicos de ensino-aprendizagem de judô. De tal modo, para a concretização do 
estudo foi utilizado como procedimento metodológico uma análise de cunho 
essencialmente bibliográfico e documental, ou seja, seus embasamentos se 
encontraram em fundamentações teóricas localizadas em livros e documentos já 
foram publicados acerca assunto a ser assunto trabalhado. Com o resultado da 
pesquisa foi possível concluir que a atividade designada de judô, através de seus 
embasamentos de ordem cultural e educativa, poderá, expressivamente, incidir em 
umas das modalidades esportivas a compor o segmento do esporte, auferindo, 
deste modo, um desempenho pedagógico dentro de seu processo de ensino-
aprendizagem para a iniciação ao esporte aos alunos que se interessarem pela 
prática do judô, o que justifica, de forma indubitável, o caráter pedagógico do judô. 
 
Palavras-chave: Judô; pedagogia; ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
3 
 
 
Figura 1 – Vestimenta do Judô (kimono). .................................................................... 8 
Figura 2 – Jigoro Kano – criador do Judô.................................................................. 13 
Figura 3 – Judô no processo de aprendizagem. ....................................................... 20 
Figura 4 – A ludicidade verificada no judô. ................................................................ 28 
Figura 5 – Aula de judô ministrada com a aplicação da ludicidade. .......................... 29 
Figura 6 – O judô como uma prática pedagógica ...................................................... 35 
Figura 7 - Passos da aprendizagem do esporte. ....................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 
1 JUDÔ: CONCEPÇÕES, FUNDAMENTAÇÕES E PRINCÍPIOS BASAIS. ............... 7 
1.1 Fundamentações históricas a respeito do judô ................................................... 10 
1.2 O Judô no Brasil e seus princípios ...................................................................... 14 
1.3 O processo de aprendizagem do judô ................................................................. 17 
2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO JUDÔ E SEU CARÁTER PEDAGÓGICO ........ 21 
2.1 O judô e seu processo lúdico .............................................................................. 23 
2.2 O judô e a pedagogia do esporte ........................................................................ 31 
2.3 O processo de ensino-aprendizagem do judô por meio da realização de jogos . 40 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 49 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
Há que se considerar que o esporte, dentro de uma percepção inicial, 
compreende em um acontecimento que marca expressivamente as bases do século 
XXI, onde, com um cunho sociocultural, distingue-se de outros segmentos em 
decorrência de sua pluralidade de fatores. 
O esporte cresce atualmente em dimensões consideráveis, e, assim sendo, 
quando inserido em um processo de caráter pedagógico, o esporte denota a 
aplicação de procedimentos que sejam fundamentados na efetivação da atividade 
daqueles que a realizam, incitando uma maior identificação de possíveis problemas. 
A pedagogia do esporte, neste contexto, demonstra os embasamentos 
relacionados ao treinamento esportivo, e, igualmente, iniciação e educação, seja 
esta de caráter formal ou não formal, que abrange um índice considerável de setores 
da sociedade com o escopo fundamental de promover, de forma sistemática, a 
aprendizagem social. 
Em paralelo, pondera-se que a atividade cognominada de judô incide em uma 
atividade trazida por Jigoro Kano, este que aplicava as técnicas judoísticas a partir 
de fundamentos explanados na escola denominada de Kodakan. 
O judô, visualizado como uma arte marcial, demonstra, além de flexibilidade, 
uma finalidade arraigada ao desenvolvimento das pessoas de um modo geral, que, 
através da introdução de uma prática coligada à defesa e ataque, coopera de forma 
indubitável nos processos de melhora tanto no corpo quanto na mente. 
Entende-se, nesta exposição, que o processo pedagógico inserido aos 
sistemas de ensino de judô torna-se basal, com seus fundamentos ligados nas 
questões éticas e morais. 
Assim sendo, considera-se como importante que o judô seja ensinado a partir 
da aplicação de uma recomendação associada à introdução efetiva da 
aprendizagem dos alunos com o intuito de ordenar adequadamente condições por 
meio de uma prática conexa à conscientização. 
Destarte, este estudo acadêmico apresenta como desígnio basilar discorrer a 
respeito dos preceitos do judô associando-os a um caráter pedagógico, explanando, 
 
 
6 
 
neste sentido, concepções e embasamentos que promovam uma maior 
compreensão acerca desta intrínseca relação estabelecida entre as atividades 
judoísticas e os baldrames arregimentados nos princípios pedagógicos de ensino-
aprendizagem de judô. 
De tal modo, para a concretização do estudo utilizar-se-á como procedimento 
metodológico uma análise de cunho essencialmente bibliográfico e documental, ou 
seja, seus embasamentos encontrar-se-ão em fundamentações teóricas localizadas 
em livros e documentos já foram publicados acerca assunto a ser assunto 
trabalhado. 
Destaca-se que no transcorrer do trabalho, as informações bibliográficas 
serão cotejadas entre si de maneira que o trabalho oriente em acordo com 
pressupostos acadêmicos. Incidirá igualmente em uma pesquisa que opera com 
uma função qualitativa, visto como irá centrar-se a partir de concepções teóricas 
acerca do objeto de estudo, levantando informações pertinentes às estruturas 
discutidas durante todo o processo de investigação. 
Em sequência, o primeiro capítulo irá discorrer a respeito das bases teóricas 
do judô, discutindo concepções e embasamentos a respeito do dos conteúdos 
históricos inerentes à atividade em questão, de maneira que se compreenda sua 
relevância em dias atuais. 
O capítulo dois, finalizando a abordagem, aporta com a finalidade de 
discursar a propósito do judô e seu caráter pedagógico, enfocando suas bases 
centrais, discussões sobre as questões de ludicidade no esporte cognominado no 
judô com seus princípios e conceitos, e, arrazoando acerca das funções 
pedagógicas do judô, com seu processo de ensino-aprendizagem, o que, 
indubitavelmente, justifica esta pesquisa acadêmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
1 JUDÔ: CONCEPÇÕES, FUNDAMENTAÇÕES E PRINCÍPIOSBASAIS. 
 
Inicialmente analisa-se que o judô consiste na designação inserida por Jigoro 
Kano ao procedimento ministrado pelo mesmo na escola da Kodakan, uma 
instituição de ensino do caminho que foi ordenada no ano de 1882. (ARAÚJO, 2005) 
A denominação judô, segundo os estudos efetivados por Jigoro Kano, possui 
um significado de princípio gentil ou natural, ou mesmo, por um entendimento 
arraigado à flexibilidade. (ARAÚJO, 2005) 
O judô, atualizou e padronizou o ju-jitsu ensinado pelos samurais, uma ação 
de ataque e defesa por meio do emprego de mãos livres, o judô extrai o preceito 
arraigado à não resistência uma sinopse direcionada à educação física, onde aplica 
um método de combate sem a utilização de armas, além de uma disciplina moral. 
(CORDEIRO JÚNIOR; FERREIRA, RODRIGUES, 1999) 
Entende-se que o judô, embora incida como uma modalidade olímpica, 
denota-se como uma arte marcial que possui o escopo de aprimorar as pessoas, o 
qual, através da inserção de uma prática de defesa e do ataque melhora o corpo, e, 
logo, o espírito. 
Nas práticas de ensino do judô, é necessário que se introduza um processo 
pedagógico fundamentado na ética e na moral. (ARAÚJO, 2005) 
Assim sendo, o judô versa em um esporte no qual indivíduos de ambos os 
sexos combatem de forma separada, sendo categorizados conforme faixa etária e 
peso. (CORDEIRO JÚNIOR; FERREIRA, RODRIGUES, 1999) 
Os praticantes do judô possuem vestimentas na cor branca, sendo disposto 
de casaco, calça e uma faixa, esta que varia de acordo com a graduação do judoca. 
(SANTOS, 2007) 
A figura a seguir demonstra a vestimenta utilizada pelos praticantes de judô. 
 
 
 
8 
 
 
Figura 1 – Vestimenta do Judô (kimono). 
Fonte: Santos, 2007, p.22. 
 
Paralelamente, pode-se considerar o judô como um esporte pautado na arte e 
filosofia de vida, sendo entendido como um dos mais completos esportes que se 
pratica atualmente, visto que desenvolve o físico de todos os membros do corpo 
humano, alcançando força e flexibilidade. (ARAÚJO, 2005) 
 
 
9 
 
Em termos filosóficos, os preceitos do judô, bem como sua disciplina 
acrescentam expressivamente no processo de desenvolvimento integral de uma 
pessoa. (SANTOS, 2007) 
Em decorrência de suas singularidades, o judô consegue alçar, de um modo 
geral, um volume notável de adeptos à prática do esporte, que em dimensão 
mundial, cresce gradativamente em todas as faixas etárias e sexo. 
No que tange ao Brasil, observa-se que o número de praticantes de judô 
ultrapassa milhões de praticantes, emergindo seu potencial através de sua 
relevância enquanto colaborador na formação da personalidade. (ARAÚJO, 2005) 
Discorre-se que a prática de judô abarca distintos meios de trabalho, como os 
kata, que consistem em meios clássicos de cumprimento de movimentos das 
técnicas de judô, com as inúmeras diferenças dos procedimentos inseridos para o 
resultado de combate alcunhado de waza. (SANTOS, 2007) 
A atividade esportiva denominada judô transpôs os limites do Japão, 
consistindo atualmente em propósito de distintas análises em âmbito mundial. 
(PEREIRA JÚNIOR, 1999) 
Pereira; Júnior (1999) iniciam as considerações explanando que a atividade 
denotada de Judô, foi, em suas bases filosóficas, criada por Jigoro Kano, que 
abordava os seres humanos em sua totalidade, com o escopo de impulsionar o 
desenvolvimento da cultura dos indivíduos, abordando, de tal modo, sua aspiração, 
ética e sua habilidade para competir de forma vitoriosa. 
Os preceitos fundamentais relativos à filosofia defendida por Jigoro Kano 
foram ordenados em prol da atividade designada de judô, que indica a maior eficácia 
do corpo e do espírito a partir do menor gasto de energia, associando bem-estar e 
vantagens recíprocas. 
Avalia-se que após a ocorrência da Segunda Guerra Mundial, observa-se 
uma maior notoriedade do judô, que começou a se desenvolver em um processo 
gradativo. 
Assim sendo, este capítulo apresenta o desígnio de discorrer a respeito das 
bases teóricas do judô, apresentando concepções e fundamentações basilares, 
enfocando sua relevância e expressividade diante da temática trabalhada. 
 
 
10 
 
 
1.1 Fundamentações históricas a respeito do judô 
 
Santos (2007) discorre que o judô moderno igualmente apresenta seus 
pressupostos históricos em métodos de arte guerreira a partir de lutas efetivadas 
corpo a corpo, estas que possuíram seu ápice no século XVI, por meio do 
feudalismo nipônico, que geralmente eram designadas de ju-jitsu, uma técnica de 
agilidade. 
Pode-se observar que determinados estudiosos da história do judô inserem 
explanações acerca da existência do ju-jitsu há aproximadamente 600 a.C, porém, 
verifica-se exposições acerca de dois lutadores no ano de 230 a.C, estes 
cognominados de Nomi-No-Sukume e Taima-No-Kuemaya, que lutaram entre si 
empregando-se procedimentos arraigados ao sumo, karatê e ju-jitsu. (PEREIRA 
JÚNIOR, 1999) 
Vale lembrar que no período em questão as lutas não atendiam às regras, 
mas, com o transcorrer dos anos novas técnicas foram sendo ordenadas, algumas 
empregadas como lutas simples e outras pautando-se em inteligência, agilidade e 
técnica. 
Santos (2007) analisa que o processo de desenvolvimento destas técnicas 
ocasionalmente ocorreu em razão de preceitos históricos visualizados a partir de 
lendas, estas pertencentes aos séculos XIV e XVI. A primeira lenda relacionada à 
criação efetiva do judô advém da constatação de um médico japonês de que os 
males humanos poderiam ser curados por meio de um emprego adequado do corpo 
e do espírito. (SANTOS, 2007) 
Com este pensamento, o médico em questão passou a estudar os 
procedimentos terapêuticos chineses, como acupuntura, taoismo, e wu-chu, uma 
luta de origem chinesa que utilizava golpes, projeções e luxações. 
Voltando novamente ao Japão, o médico Shirobei-Akyama passou suas 
técnicas taoístas aos seus discípulos, com o preceito de que o mal se opunha ao 
mal, assim como a força se opunha a si mesma. (PEREIRA JÚNIOR, 1999) 
 
 
11 
 
No entanto, estas considerações só eram inseridas em situações onde se 
tinha uma luta mais fraca, não apresentando resultados significativos em situações 
onde os oponentes eram mais fortes. (PEREIRA JÚNIOR, 1999) 
Assim, o médico e filósofo, se retirou a um templo de maneira a praticar cem 
dias de meditação, e, com isso, passou a ponderar sobre o ying e yang, acupuntura, 
métodos de combate, e, deste modo, rematou que ao positivo precisava contrapor o 
seu complemento ao fator negativo, e para a força seria necessário reagir com 
flexibilidade. 
“Com esta observação e reflexão o médico aperfeiçoou o ataque e defesa na 
luta corpo a corpo e criou centenas de golpe e o seu método foi chamado de 
YOSHIN-RYU ou Escola do Coração de Salgueiro.” (SANTOS, 2007, p.10) 
Sequencialmente, tem-se a lenda que data do ano de 1650, quando um 
bonzo da China se abrigou em um templo próximo a Tóquio, com uma proposta de 
ministrar aulas aos japoneses de cultos, caligrafia e filosofia chinesa. 
Nesta região de Tóquio, Edo, constantemente haviam visitas de samurais, 
estes considerados notáveis guerreiros, e, igualmente, outra classe de samurais 
frequentava Edo, estes denominados de kachis, que eram inferiores, que 
conservavam a ordem na cidade em tese, em combates corpo a corpo. Após um 
combate ocorrido nas muralhas da China, com lutas corpo a corpo, onde o bonzo 
Chen Yunag aplicou suas técnicas e com isso, os samurais que o acompanhavam 
passaram difundir seus métodos. (SANTOS, 2007) 
Araújo (2005) analisa que no oriente, pode-se observar que a filosofia se 
encontra focada em uma reflexão interna, na união do espírito,corpo e mente, 
tornando-se complexo o conhecimento a propósito de religião e filosofia, preceitos e 
cotidiano. 
Neste sentido, no oriente a cultura torna-se distinta da que verifica no 
ocidente, visto que a primeira repta esta lógica pela substância na qual é constituída, 
e, no ocidente as pessoas são incentivadas a experimentar, conhecer a si mesmo e 
trabalhar em prol de sua energia interna. 
Logo, o intenso processo histórico do Japão acabou por compor uma cultura 
expressivamente distinta de outros países, onde explica-se pelo fato de misturar 
 
 
12 
 
integralmente uma tradição nativa com arquétipos chineses e ocidentais. (ARAÚJO, 
2005) 
Contudo, pondera-se que as colaborações basais dos preceitos filosóficos 
japoneses advém de uma cultura milenar que se verifica na China e na Índia, sendo 
enfatizados teorias discorridas por Confúcio (Confucionismo) e Lao-Tsé (Tao) 
relativos à China, e, conexão do Xintoísmo1 com o Budismo2, o Taoísmo3, o 
Confucionismo4, o que estabelece a arte Zen. (ARAÚJO, 2005) 
Assim, incluía a esta aliança o idealismo presente nos preceitos dos samurais 
e método do jiu-jitsu, estudado e examinado por Jigoro Kano, este considerado 
como criador do judô. 
Santos (2007) analisa que em fevereiro do ano de 1882, Jigoro Kano, com 22 
anos, acomodou-se em um pequeno templo budista de Eishosi pertencente à seita 
Jôdo, sendo neste templo observada a origem do judô, onde Jigoro Kano insere seu 
primeiro dojô. 
A ilustração a seguir explicita a figura de Jigoro Kano: 
 
 
1 O Shintoísmo (Xintoísmo) é uma religião essencialmente japonesa e que retrata bem a maneira de 
ser daquele povo. O Xintoísmo é a religião japonesa mais antiga, o seu início é obscuro, mas tudo 
indica que já existia na metade do primeiro milênio a.C., mas que somente a partir do sexto século 
d.C., quando o povo japonês começou lentamente a integrar com as demais civilizações continentais, 
foi que os registros foram sendo conhecidos fora do Japão. Informações em < 
http://www.joselaerciodoegito.com.br/site_xinto_01.htm >. 
2 O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda 
para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo. Quando pregava, o Buda 
não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las. É uma religião de sabedoria, onde 
conhecimento e inteligência predominam. O Budismo trouxe paz interior, felicidade e harmonia a 
milhões de pessoas durante sua longa história de mais de 2.500 anos. O Budismo é uma religião 
prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu cotidiano, de maneira a leva-la à paz, 
serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. É uma maneira de viver que extrai os mais altos 
benefícios da vida. Informações em < http://www.templozulai.org.br/budismo.htm >. 
3 O Taoísmo se baseia no sistema politeísta e filosófico de crenças que assimilam os antigos 
elementos místicos e enigmáticos da religião popular chinesa, como: culto aos ancestrais, rituais de 
exorcismo, alquimia e magia. A origem da filosofia do Taoísmo é atribuída aos ensinamentos do 
mestre chinês Erh Li ou Lao Tsé (velho mestre), um contemporâneo de Confúcio, nos anos 550 a.C., 
segundo o Shih-chi (Relatos dos Historiadores). Apesar de não ser uma religião mundialmente 
popular, seus ensinos têm influenciado muitas seitas modernas. Informações em < 
http://www.sepoangol.org/taoismo.htm >. 
4 O Confucionismo foi a doutrina oficial na China durante quase 2 mil anos, do século II até o início do 
século XX. Filosofia, ideologia política, social e religiosa do pensador chinês Confúcio (551-479 a.C.), 
grafia latina do nome Koung Fou Tseu (ou mestre Kung). O princípio básico do confucionismo é 
conhecido pelos chineses como junchaio (ensinamentos dos sábios) e define a busca de um caminho 
superior (tao) como forma de viver bem e em equilíbrio entre as vontades da terra e as do céu. 
Informações em < http://www.amcbr.com.br/Confucionismo.pdf >. 
 
 
13 
 
 
Figura 2 – Jigoro Kano – criador do Judô. 
Fonte: Santos, 2007, p.15. 
 
Santos (2007) complementa acerca do papel de Jigoro Kano: 
 
Vivendo nas dependências do templo com alguns alunos e uma velha 
criada, dedicou-se pacientemente a elaborar um novo método, um sistema 
de educação física e formação de caráter, baseado no ju-jitsu. Mas, por 
outro lado, o ju-jitsu possuía, a par de muitas qualidades, enormes defeitos. 
Era preciso podá-los e organizar, simultaneamente, um método de treino 
similar ao de certos desportos ocidentais. Kano fez a síntese das melhores 
técnicas, escolheu os golpes mais eficazes e os mais racionais; eliminou as 
práticas perigosas e incompatíveis com o fim elevado que visava. 
Aperfeiçoou a maneira de cair e inventou o principio das quedas de 
amortecimento. Criou uma vestimenta especial de treino (judogui), pois o 
antigo traje do ju-jitsukas provocava frequentemente ferimentos. Dedicou-
se particularmente aos métodos de projeção, aperfeiçoando vários de sua 
autoria. (SANTOS, 2007, p.13) 
 
 
Ainda conforme Santos (2007) o ju-jitsu compreendia em uma prática 
guerreira embasada na agilidade do corpo e do espírito, e, de tal modo, Kano 
raciocinou que a arte que estava desenvolvendo, necessariamente, deveria 
 
 
14 
 
apresentar outra designação, uma vez que sua finalidade incidia como integralmente 
distinta dos preceitos do ju-jitsu. 
Jigoro Kano almejava conseguir um verdadeiro modo de viver, fundamentado 
em um coerente emprego de energia humana, denotando à esta ciência o nome de 
Judô. (ARAÚJO, 2005) 
Neste sentido, no ano de 1882, foi ordenado por Jigoro Kano, uma escola 
denominada Kodokan, esta que iniciou um processo de difusão da arte titulada judô, 
tendo sido disciplinada e delineada por Jigoro Kano, e com escopos voltados para 
“cultura e desenvolvimento do físico; cultura e desenvolvimento da vontade e da 
moral; capacidade de competir vitoriosamente.” (SANTOS, 2007, p.13) 
Dentro desta fundamentação, insere-se como relevante discorrer a propósito 
do judô no Brasil, com suas características, relevância e princípios judoísticos. 
 
 
1.2 O Judô no Brasil e seus princípios 
 
 
Santos (2007) analisa que o judô no Brasil foi inserido no período de 1920 por 
meio da imigração japonesa no país, conquanto tenha sido realizado de maneira 
imprecisa e sem a inclusão de um sistema de planejamento, apesar de no Brasil ter 
aparecido eminentes lutadores, como Eisei Maeda, Takashi Saigo e Géo Omori. 
Salienta-se que no período em questão o judô era praticado de maneira 
individualista, sem que houvesse maior atenção em organizar um trabalho de 
solidez. 
O Brasil, entre os anos de 1924 e 1935, auferiu aproximadamente 190.000 
imigrantes japoneses, tendo a maioria fixado-se em São Paulo, esta que consistiria 
no lugar de origem do judô brasileiro. (SANTOS, 2007) 
“Era tudo improvisado e os professores não seguiam qualquer tipo de método 
educativo, pois não possuíam formação pedagógica, de sorte que os brasileiros não 
conseguiam seguir disciplina tão ferrenha, além do misticismo que envolvia as 
aulas.” (SANTOS, 2007, p.16) 
 
 
15 
 
Neste período o judô consistia em uma prática poucamente conhecida entre 
as pessoas, onde era mencionado ju-jitsu ou mesmo o sistema Kano de ju-jitsu. 
No ano de 1940, observa-se que o judô iniciou um processo de disseminação 
no Brasil, e no ano de 1950, já se verificava um número expressivo de praticantes de 
judô, e, em 1958 ordenava-se a primeira Federação de Judô no Brasil, a Federação 
Paulista de Judô, tendo o senhor José Lúcio Moreira da Franca o título de primeiro 
presidente da federação, com duração no cargo por dez anos. 
Em conseguinte, estadosbrasileiros como Minas Gerais e Paraná ordenaram 
igualmente Federações de Judô, e, por meio da criação da Confederação Brasileira 
de Judô, no dia 16 de março de 1969, o judô no Brasil foi impulsionado, e, em 
momento posterior, a confederação afiliou-se à Federação Internacional e à União 
Panamericana de Judô. (ARAÚJO, 2005) 
Em dias atuais, o judô no Brasil é visualizado como um esporte notável, com 
respeito diante de todas as modalidades esportivas presentes no país, consistindo 
em um dos esportes que apresenta maior crescimento e destaque no que tange às 
competições de caráter internacional. 
Paralelamente, discorre-se que o judô, em suas distintas colocações, 
igualmente pode ser delineado como uma arte de combater sem o emprego de 
armas, e ainda como uma maneira potencial de o fraco superar o forte. (ARAÚJO, 
2005) 
Nos princípios explanados pelo judô, Jigoro Kano enfatizou dois considerados 
como basais, Seiryoku Zenyo, ou seja, o melhor emprego da energia, além de Jita 
Kyoei, significando prosperidade e benefícios mútuos. (SANTOS, 2007) 
Entende-se, nesta fundamentação, que o princípio denominado de Seiryoku 
Zenyo foi ordenado fundamentado-se em uma análise realizada pelo filósofo 
japonês, reconhecido também como um principio voltado para a doçura ou da não 
resistência, ou mesmo ceder para vencer. 
O princípio Seiryoku Zenyo é inserido novamente mais ao físico, porém, em 
acordo à ideologia de Jigoro Kano este deveria ser aumentado igualmente ao plano 
intelectual, moral e espiritual. 
 
 
16 
 
Assim, o meio mais adequado para se conseguir a vitória não abarca um 
sistema de oposição de resistência à força, porém, contraditoriamente, abdicar 
visivelmente, habituar-se, desvirtuar seu desígnio e usar o mesmo em benefício 
próprio. 
Santos (2007) pondera que a prática de judô instrui a empregar ao máximo, e 
dentro de um âmbito de maior eficiência no que se refere á energia física e mental. 
Considera-se que este preceito é apropriado não apenas para o judô, mas, 
sobretudo, em todos os momentos e conjunturas do cotidiano das pessoas, sendo 
este significado transmitido a iniciantes e praticantes de judô, expondo todas as suas 
abrangências e incluindo-o como uma prática útil na vida de seus praticantes. 
(ARAÚJO, 2005) 
Assim sendo, pode-se analisar a presença no judô de nove princípios que 
constitui a essência do judô, estes que abalizam os meios de cursar um suave 
caminho, onde avalia-se que seus baldrames proporcionam maior compreensão 
acerca do processo de desenvolvimento do judô. (ARAÚJO, 2005) 
Santos (2007) insere como princípios do judô: 
 
 
Conhecer-se é dominar-se e dominar-se é triunfar; quem teme perder já 
está vencido; somente se aproxima da perfeição quem a procura com 
constância, sabedoria e, sobretudo humildade; quando verificares que nada 
sabes, terás feito teu primeiro progresso na aprendizagem; nunca te 
orgulhes de haver vencido um adversário. Ao que venceste hoje, poderá 
derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre 
a própria ignorância; o judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se 
aperfeiçoar; o judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo 
que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus 
semelhantes; saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber para o 
bem, este é o caminho do verdadeiro judoca; praticar o Judô é educar a 
mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como o corpo a obedecer 
com justeza. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com 
que se usa a inteligência. (SANTOS, 2007, p.18) 
 
 
Santos (2007) pondera que estes princípios demonstram o percurso do 
desenvolvimento das noções acerca da prática do judô, sendo denotado aos 
 
 
17 
 
princípios mencionados uma notável importância para os judocas, estes que inserem 
na prática e no cotidiano os preceitos discorridos no judô. 
Distintos materiais de caráter histórico demonstram o espírito e o escopo do 
judô que foi idealizado pelo fundador da prática, sendo explanada a atenção de 
Jigoro Kano de empregar adequadamente a inteligência e moderadamente a 
energia, sem desgastá-los desmedidamente, mesmo em situações em que o 
adversário, ou entraves que porventura possam vir a ocorrer, expor uma vitória 
simples e segura. 
Jigoro Kano em seus ensinamentos insere pautas que deveriam ser adotadas 
por todos os praticantes de judô, estas que versam: 
 
 
Vencer o hábito de usar a força conta força é uma das coisas mais difíceis 
do treinamento do Judô. Caso não se consiga isto, não se pode esperar 
progresso; a ideia de considerar os outros como inimigos só pode ser 
loucura e fonte de regressos; o Judô é uma arte e uma ciência. Ele deve 
ser mantido acima de toda escravidão artificial e deve ser livre de qualquer 
influência financeira comercial e pessoal; a medida que se progride no 
estudo do Judô, o sentido de confiança em si mesmo, base do equilíbrio 
mental, se desenvolve; o Judô pode ser considerado como uma arte, ou 
uma filosofia do equilíbrio, bem como um meio para cultivar o sentido e o 
estado de equilíbrio; a simplicidade é a chave de toda a arte superior, da 
vida e do Judô; o Judô deve existir para o benefício do homem e não o 
homem para o Judô. (SANTOS, 2007, p.19) 
 
 
Dentro destes preceitos enfatizados por Jigoro Kano pode-se notar o quão o 
judô abarca benefícios, tornando-se importante não somente inserir os 
conhecimentos na prática, mas, essencialmente, no sistema de formação do caráter, 
empregando todas estas circunstancias dentro do dia a dia. 
 
 
1.3 O processo de aprendizagem do judô 
 
 
 
 
18 
 
Discorre-se, em linhas iniciais, que os mestres da escola Kodocan procuraram 
desde a ordenação do judô maneiras de asseverar um adequado desenvolvimento 
da aprendizagem, e, examina-se que no ano de 1920, os mestres que possuíam 
maior qualificação estabeleceram o que foi designado de cinco princípios voltados 
para o período de aprendizagem. (ARAÚJO, 2005) 
Santos (2007) menciona que cada período de aprendizagem abarca oito 
métodos, dentro de uma totalidade de quarenta, sendo, ministrado ao principiante a 
primeira técnica pertencente ao primeiro período, e no momento em que este 
mostrar que já apresenta domínio acerca da técnica, é transmitido a aprendizagem 
de outras técnicas seguintes. 
A agilidade deste desenvolvimento encontra-se relacionado, sobretudo da sua 
aptidão para assimilação e de sua competência para condicionar a uma prática 
estudada. (ARAÚJO, 2005) 
O processo de aprendizagem possui cinco ciclos, designados de 
Gokyonowaza, onde cada aprendiz demonstra determinadas preferências por alguns 
procedimentos, e com a prática vai se aperfeiçoando de maneira a se obter um 
melhor desempenho. 
“A prática do Judô por ser um esporte de características físicas e psíquicas, 
deve ser conduzida de forma a aumentar e reforçar características positivas, tais 
como: audácia, vontade, humildade, sociabilidade, tendência a superação, ao 
trabalho, ao estudo.” (CARRILO apud SANTOS, 2007, p.20) 
E, em contrapartida, a prática do judô diminui “tendências negativas, como 
complexos, orgulho, individualismo excessivo, agressividade.” (CARRILO apud 
SANTOS, 2007, p.20) 
Neste sentido, acredita-se que a prática de judô precisa ser realizada de 
maneira formativa, e, deste modo, precisa ser desenvolvida de maneira crescente, 
ordenada, pautando-se no respeito e adaptando à individualidade biológica daqueles 
que o praticam. 
No que tange ao processo de esportivização do judô avalia-se que este pode 
ser discorrido conforme dois fatores, um com um enfoque nas ideias de Jigoro Kano 
 
 
19 
 
em alusão ao judôcompetitivo, onde seu desígnio basal versa em promover o judô 
em âmbito mundial dentro de uma ótica educacional e de formação humana. 
O outro fator incide em examinar as fundamentações históricas do judô, tanto 
dentro da dimensão japonesa como no mundo em que o judô transcursou, e assim, 
compreender como o judô se delineou dentro das ocorrências das duas guerras 
mundiais, bem como os primeiros campeonatos de judô acontecidos até se alcançar 
uma categoria esportiva olímpica que incidiram no ano de 1964 no Japão e quais as 
transformações advieram a partir de influências de ordem políticas, econômicas e 
culturais até a situação que se verifica atualmente por meio de seu processo de 
institucionalização. (ARAÚJO, 2005) 
Segundo Araújo (2005) o judô começa a ser ensinado oficialmente nas 
escolas, onde as pessoas começam a ter vontade de se fortalecer a partir de uma 
arte voltada para o viver, pautada na sobriedade e disciplina. 
A figura a seguir demonstra o judô sendo ensinado como um meio de 
aprendizagem. 
 
 
 
20 
 
 
Figura 3 – Judô no processo de aprendizagem. 
Fonte: Santos, 2007, p.01. 
 
 
 
Acredita-se que a cultura do corpo e do espírito começa a consistir como uma 
necessidade, e, neste sentido, indica-se a atividade denotada de judô, visto que 
colabora em razão de seu valor interno, além de atuar como um meio de 
restauração de distintas artes marciais e como uma espécie de currículo nas 
instituições japonesas. 
Dentro desta perspectiva o judô é singularizado como uma arte de valor 
educativo. 
Como um procedimento voltado para a educação, o judô passa a ser 
entendido a partir de três procedimentos: 
 
 
 
21 
 
 
Método de luta: renovar o método didático tradicional de ju-jitsu que é o da 
transmissão de pensamento, explicando cientificamente a força da 
gravidade, segundo rigorosas leis da dinâmica, advertindo contragolpes 
baseados na força que contrariem tais leis. Método de educação física: 
treinar para se ter um desenvolvimento harmonioso de cada parte do 
corpo, evitando golpes perigosos. Método de Desenvolvimento Moral: dar 
importância à postura de respeito entre os aprendizes e transmitir a relação 
entre os ensinamentos da Moral e o judô. (ARAÚJO, 2005, p. 28-29) 
 
 
Assim sendo, diante destas explanações, coloca-se como importante 
discorrer a propósito das relações estabelecidas entre o judô, seu processo de 
aprendizagem e relevância dentro de uma perspectiva pedagógica, o que 
indubitavelmente justifica este estudo acadêmico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO JUDÔ E SEU CARÁTER PEDAGÓGICO 
 
Paes (2006) inicialmente analisa que o esporte, compreendido como uma 
espécie de fenômeno sociocultural incide-se como, certamente, um dos mais 
relevantes acontecimentos ocorridos no início do século XXI, distinguindo-se, entre 
outros elementos, em razão de sua pluralidade, visto que novos conceitos acerca de 
sua prática surgem a cada dia. 
Dentro de distintas transformações acontecidas no esporte no que concerne 
às suas possibilidades, observa-se uma constância diante do enlevo que o mesmo 
incita, crescendo em proporções consideráveis e oferecendo aos praticantes uma 
 
 
22 
 
convivência mais adequada com este acontecimento, tornando-se, assim, 
importante, inserir ao esporte em si, um tratamento de caráter pedagógico. 
O esporte que se verifica atualmente passa por influências em distintos 
segmentos do conhecimento, colaborando para o processo em questão, como 
ocorre área de engenharia, que colabora por meio da construção de espaços físicos 
para a prática dos esportes, bem como a medicina, que, a partir da efetivação de 
diagnósticos e intervenções precisas coopera para com o esporte, a psicologia que 
na dimensão do esporte se insere como um segmento da pesquisa científica, a 
tecnologia, que abarca as ciências do esporte, com o escopo de angariar relevantes 
contribuições, ou mesmo a sociologia, que verifica no esporte um elemento 
facilitador para se analisar a respeito das teorias sociológicas. 
Seguindo esta abordagem, o esporte, igualmente como acontece com outros 
segmentos do conhecimento, associa-se às ciências, e, entre os diferentes 
contextos relativos às ciências que avaliam os conteúdos acerca do esporte, tem-se 
a pedagogia. 
No atual século pode-se perceber que o esporte não precisa ser abordado a 
partir de parâmetros simplistas, visto que se assim fosse concebido, sua prática 
estaria limitada às sequências pedagógicas de ordem técnica fundamentadas nos 
aspectos técnicos que se encontram atentos apenas com as funções de 
decomposição e reprodução de movimentos, conduzindo, deste modo, a prática 
esportiva apenas ao processo de iniciação, o que limitaria o oferecimento de uma 
aprendizagem esportiva. 
Assim, entende-se que o processo evolutivo do esporte recomenda uma 
prática pedagógica que apresente como primazia, além de técnicas e procedimentos 
onde a atenção basal consista na ação de quem realiza o gesto, incitando-o a 
apontar e resolucionar problemáticas, proporcionando a ordenação de novos gestos. 
De tal modo, a pedagogia do esporte encontra-se situada nos preceitos da 
iniciação, e, igualmente, no treinamento esportivo, educação formal e não formal, 
abrangendo, neste sentido, todos os segmentos da sociedade, com o escopo de 
promover a aprendizagem social. 
Paes (2006, p.01) pondera acerca da “a necessidade de dar ao esporte um 
tratamento pedagógico que consista em organizar, sistematizar, aplicar e avaliar 
 
 
23 
 
procedimentos pedagógicos nos processos de ensino-aprendizagem e treinamento 
esportivo. ” 
Assim sendo, este capítulo apresenta como escopo analisar as questões 
inerentes ao judô com seu caráter pedagógico, discorrendo a respeito de suas 
concepções e fundamentações basais, bem como analisando os preceitos 
arraigados à ludicidade no judô, de maneira que se compreenda a relevância das 
abordagens diante deste estudo acadêmico. 
 
 
2.1 O judô e seu processo lúdico 
 
 
Em linhas iniciais pode-se compreender que a natureza do lúdico pode 
colaborar de forma indubitável no sistema para o desenvolvimento de ensino-
aprendizagem do judô, cooperando expressivamente para o alcance de novos 
conhecimentos a respeito deste processo. (QUINTARELI, 2010) 
A ludicidade, atualmente, é compreendida como uma base essencial no 
processo de ensino-aprendizagem de judô, visto que estudos sobre o lúdico como 
colaborador para o desenvolvimento humano, vem aumentando em proporções 
consideráveis, onde pesquisadores passam a avaliar a amplitude do comportamento 
humano de modo que se encontre novos meios para a intervenção pedagógica 
como uma ação que beneficia todo este processo. (QUINTARELI, 2010) 
Entende-se que “qualquer que seja a atividade física, ela pode e deve ser 
lúdica, mas é de suma importância que oriente o aluno no sentido das descobertas 
de si mesmo, o que por si só é libertador, ao ampliar de forma considerável o seu 
mundo interno e sua existência. ” (SUGAI apud ARAÚJO, 2005, p.47) 
Contudo, essa ordenação de pesquisas de caráter científico acerca da 
ludicidade, embora ainda pouco efetivada, dentro do ambiente da sociedade, o 
entendimento sobre as questões lúdicas geralmente não é tão claro para a esfera 
educacional bem como todos os setores sociais, como organizações empresariais, 
 
 
24 
 
recreação, dentre outros, uma que se questiona em que consiste o lúdico e sua 
relação com a atividade de judô. (ARAÚJO, 2005) 
A ludicidade, neste sentido, incide em uma ação que apresenta um denodo 
educacional inerente, tendo sido empregada como um tipo derecurso pedagógico. 
Em acordo ao jogo, o lúdico, dentro de suas concepções apresenta uma 
definição de tal modo complexa, sendo compreendida como uma ação de caráter 
humano, não se restringindo a apenas uma espécie de determinismo 
essencialmente biológico. 
A elocução denominada lúdica possui uma natureza associada ao vocábulo 
latino “ludus”, que, dentro de uma percepção etimológica, que significa jogo, porém, 
se limitasse apenas a sua origem, a terminologia lúdica, estaria fazendo menção 
somente ao ato de jogar, de brincar, ou mesmo, à realização de um movimento 
espontâneo. (QUINTARELI, 2010) 
Assim, Araújo (2005) discorre que o preceito inicial parte do conceito dentro 
de um sentido lúdico da origem perto de uma infantilidade, demonstrando-se por 
meio de inúmeras e distintas formas de jogo, “algumas delas sérias e outras de 
caráter mais ligeiro, mas todas elas profundamente enraizadas no ritual e dotadas 
de uma capacidade criadora de cultura, devido ao fato de permitirem que se 
desenvolvessem em toda a sua plenitude as necessidades humanas inatas de ritmo, 
mudança, alternância. ” (ARAÚJO, 2005, p.48) 
O autor acrescenta que dentro desta acepção lúdica encontra-se uma 
atenção que almeja renome, decoro, preeminência e perfeição. 
Discorre que o jogo associa o advento lúdico de um modo geral, bem como 
este abarca-se na ação humana, e, a partir deste princípio, insere-se na conjuntura 
de uma totalidade humana. 
Assim, Araújo (2005) enfatiza que: 
 
 
O judô que compõe uma cultura, mesmo oriental, deve ter a ludicidade 
como ponte facilitadora da aprendizagem se o professor de judô pudesse 
repensar e questionar-se sobre sua importância, possibilitando ambiente 
propício para que o “espírito lúdico” ocorra, sabendo-se que a ludicidade 
 
 
25 
 
está ligada ao desenvolvimento da sociedade desde os tempos primitivos 
havendo o enriquecimento do conhecimento e do aprendizado de forma 
agradável. Não se trata de dominar o fenômeno lúdico através de 
conceitos, definições ou violações da intimidade lúdica, mas de garantir-lhe 
o espaço necessário para continuar sendo uma fonte de inspiração e de 
liberdade para o potencial criador da imaginação e da fantasia, para 
continuar sendo o tempo da alegria. No processo de ensino-aprendizagem, 
as atividades lúdicas ajudam a construir umas práxis emancipadora e 
integradora ao tornarem-se um instrumento de aprendizagem que favorece 
a aquisição do conhecimento em perspectivas e dimensões que perpassam 
o desenvolvimento do educando. O lúdico é uma estratégia insubstituível 
para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano e 
na progressão das diferentes habilidades operatórias, além disso, é uma 
importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos 
institucionais. (SANTIN apud ARAÚJO, 2005, p.48-49) 
 
 
Ainda conforme o autor, o lúdico dispõe de dois fatores que o distingue, estes 
que versam no prazer e no esforço espontâneo, este entendido como uma espécie 
de deleite em razão de sua aptidão para concentrar o ser humano de maneira clara 
e absoluta, ordenando um ambiente de sobressalto. 
É neste fator de envoltura de cunho emocional que o lúdico se transforma em 
uma ação com intenso conteúdo motivacional, que é hábil para produzir uma 
circunstância de oscilação e euforia. (ARAÚJO, 2005) 
Em face deste ambiente voltado para o prazer onde se desenvolve, a 
ludicidade consiste como um tipo de portadora de uma motivação inerente, 
direcionando as pujanças no sentido integral para conseguimento do escopo 
determinado. (QUINTARELI, 2010) 
Neste sentido, as ações de caráter lúdico passam a ser compreendidas como 
instigantes, e, igualmente, acabam por denotar um empenho espontâneo, onde as 
questões arraigadas à ludicidade são visualizadas como imaginação e ilusões que 
são estabelecidos como um crivo de conjuntos ordenados a partir de elementos 
simbólicos. 
De tal modo, segundo Araújo (2005, p.49) a ludicidade versa em uma “tecitura 
simbólica fecundada, gestada e gerada pela criatividade simbolizadora da 
imaginação de cada um. Brincar acima de tudo é exercer o poder criativo do 
imaginário humano construindo um universo, do qual o criador ocupa o lugar central, 
através de simbologias originais e inspiradas no universo real de quem brinca. ” 
 
 
26 
 
O lúdico consiste em uma obrigação basal relativa à personalidade, corpo e 
mente do ser humano, integrando ações fundamentais para o processo de dinâmica 
humana, distinguindo-se em razão de versar como natural, operacional e regular, 
onde acredita-se que nem todo elemento lúdico compreende-se como esporte, 
assim como todo esporte precisa ser conexo no aspecto lúdico. (QUINTARELI, 
2010) 
O lúdico, para o autor, é observado como a atividade de brincar realizada pelo 
adulto, sendo uma probidade moral que condiciona o bom humor e jovialidade, 
tornando o convívio humano algo escarnecido e, logo, agradável. 
Dentro desta atmosfera que incide em alcançar uma maior convivência 
através da ludicidade, entende-se que o esporte teria a possibilidade de empregar 
esta modalidade com o intuito de promover o processo de ensino-aprendizagem, 
tornando-se importante a utilização da ludicidade nas aulas de iniciação do esporte 
de judô. (ARAÚJO, 2005) 
Avalia-se, no contexto, a existência de noções de cunho teórico acerca de 
brincadeiras e jogos, a respeito de ações lúdicas de um modo geral, com sua 
relevância no cotidiano das pessoas, sejam crianças, jovens ou mesmo adultos, com 
o intuito de incitar a inserção dos mesmos no âmbito dos esportes. 
Discorre-se que as atividades do judô lúdico consistem como oportunidades 
de socialização e influência mútua. 
Paralelamente, Quintareli (2010) analisa que o lúdico se apresenta como uma 
necessidade do corpo e da mente, sendo entendida como o principal elemento que 
coopera com o processo de aprendizagem. 
Assim, o docente em educação física que atua com a atividade de judô 
precisa reanalisar seus métodos de ensino, empregando o curso denotado de 
motricidade humana que pondera acerca do uso do lúdico como um aspecto que 
incentiva a efetivação de qualquer que seja a aula. 
É relevante, neste contexto, que o professor de educação física que opera no 
judô possua como estratégia a ludicidade, adotando uma função mais extensa a 
respeito de educar e incitar o desenvolvimento do educando, promovendo os três 
 
 
27 
 
segmentos intrínsecos aos comportamentos relativos à natureza do ser humano, de 
acordo com uma percepção pedagógica de cunho cognitivo, afetivo e psicomotor. 
Quintareli (2010) menciona que: 
 
 
A ludicidade é um fazer humano mais amplo, que se relaciona não a 
presença das brincadeiras ou jogos, mas também a um sentimento, atitude 
do sujeito envolvido na ação, que se refere a um prazer de celebração em 
função do envolvimento genuíno com a atividade, a sensação de plenitude 
que acompanha as coisas significativas e verdadeiras. A importância da 
ludicidade, como fator motivacional e incentivador, justifica um maior 
estudo sobre o seu uso como estratégia de ensino nas aulas de Judô para 
crianças, onde o professor deve questionar-se quanto a sua postura e 
conduta em relação ao objetivo maior de proporcionar aos praticantes de 
Judô um desenvolvimento globalizado e não apenas físico-técnico, 
transformando-os não em grandes campeões, mas em verdadeiros 
cidadãos. (BARROS apud QUINTARELI, 2010, p.08) 
 
 
A importância da reprodução do conteúdo de aprendizagem de qualquer 
índice de complexidade consiste-se como notável, como igualmente se protege os 
preceitos de que a monotonia de reprise da aprendizagem destina-se a ser 
promovida a partir da diminuição dos movimentosespecializados, quiçá dotadas de 
um maior prolongamento entre elementos e repetições das atividades. 
O enfado incitado em razão de respostas constantemente semelhantes 
consiste como um elemento nocivo ao processo de aprendizagem de um 
determinado embasamento técnico e a efetivação de ações lúdicas, colaborando 
para a ordenação de espaçamento considerado relevante que é estabelecido entre 
as atividades, e, logo, majorando de forma significativa o processo de 
aprendizagem. 
Segundo Sousa (2008) na ludicidade, o professor que se interessa em 
provocar mudanças, terá a possibilidade de encontrar no lúdico uma relevante 
metodologia, esta que colaborará para que haja uma diminuição nos elevados 
índices de falha em âmbito escolar, bem como evasão de alunos na escola. 
 
 
28 
 
Assim sendo, o lúdico torna-se educativo no sentido em que se categoriza 
como um elemento que incita a curiosidade no que tange ao ambiente em que se 
vive, de um modo geral. 
A figura a seguir explana o processo de ludicidade no judô. 
 
 
 
Figura 4 – A ludicidade verificada no judô. 
Fonte: Sousa, 2008, p.31. 
 
 
 
O emprego de atividades de caráter lúdico nas escolas pode vir a cooperar 
para uma melhoria nos resultados alcançados pelos alunos, e, de tal modo, estas 
atividades igualmente podem colaborar na procura por resultados positivos por parte 
dos professores que buscam por mudanças significativas no âmbito escolar. 
O lúdico possui valores singulares para todas as etapas da vida do ser 
humano, e, neste sentido, na fase infantil e na adolescência o escopo consiste como 
basicamente pedagógico, visto que nesta etapa as crianças e adolescentes 
 
 
29 
 
apresentam uma resistência, quase considerada natural, à escola e ao ensino, uma 
vez que não é visualizada como lúdica ou mesmo prazerosa. (SOUSA, 2008) 
Araújo. Sacco; Silva (2005) analisam que o emprego do lúdico nos preceitos 
iniciais do judô consistem em elementos basais para um processo de iniciação que 
observe sistematicamente a autonomia do indivíduo. 
Para Sousa (2008), a ludicidade aplicada às atividades inerentes ao judô 
consiste em um caminho que facilita a aprendizagem dos conteúdos judoísticos, 
estes que serão devidamente delineados por meio de desígnios estabelecidos pelos 
alunos e professores, estes denotados de senseis. 
A figura a seguir demonstra a realização de uma aula de judô com a inclusão 
da ludicidade. 
 
 
 
Figura 5 – Aula de judô ministrada com a aplicação da ludicidade. 
Fonte: Sousa, 2008, p.38. 
 
 
Deste modo, entende-se que toda a atividade que se encontrar dentro do 
alcance de crianças e adolescentes e, sobretudo, de maneira apropriada e 
 
 
30 
 
gradativa, faz com que seja possível uma adaptação de opções a respeito do 
esporte em si. 
“O desenvolvimento de metodologia de ensino na iniciação esportiva é um 
processo que envolve mais do que o ensino-aprendizagem de gestos motores, isto 
é, envolve uma pedagogia esportiva, ainda pouco explorada pela pesquisa e 
intervenção profissional. ” (ARAÚJO; SACCO; SILVA, 2005, p.01) 
O lúdico, conforme os autores incidem em uma importância para o 
desenvolvimento do ser humano, e, para o aprendizado, o lúdico torna-se um 
instrumento utilizado pelos professores para criar oportunidades que favoreçam o 
processo de ensino-aprendizagem. 
Dentro dos preceitos tradicionais, observa-se que o ensino tem sido 
fundamentado em um processo de repetição de movimentos que acabam por 
restringir as probabilidades de alternativas que versam em decorrências do 
desenvolvimento da autonomia e argúcia no jogo. 
Neste contorno, avalia-se que inúmeros docentes se equivocaram ao 
assumir, como adequados, determinados modelos singulares acerca dos 
movimentos, como padrões ideais de realização de técnicas esportivas, 
especialmente na execução do judô. 
Para os autores em discussão, é importante compreender que o fato de ser 
distinto não significa que consista como equivocado, porém, pode ser compreendido 
como um meio de se obter escopos, e, consequentemente, resultados. 
No processo de iniciação esportiva é importante considerar estes fatores, 
avaliando e registrando o processo pedagógico, e, neste sentido, o emprego de 
técnicas corporais em prol da solução de problemáticas acerca de jogo versa em 
características principais em um processo de iniciação que considere 
sistematicamente a autonomia do sujeito. 
“Assim, toda a atividade que estiver ao alcance das crianças e adolescentes, 
de forma adequada e progressiva, torna possível a adequação de escolhas dentro o 
esporte. O que é simples para alguns pode ser complexo para outros, portanto, na 
medida do possível, a aprendizagem deve levar em conta o sujeito. ” (ARAÚJO; 
SACCO; SILVA, 2005, p.02) 
 
 
31 
 
Todavia, a essência do judô precisa atuar de forma a animar o judoca em 
todas as conjunturas cotidianas, e, assim, é necessário que se conquiste todos 
esforços para se obter os valores sociais fundamentados no judô, visto que uma 
metodologia que discorre acerca da ludicidade consiste no percurso para se resgatar 
estes valores de modo eficaz. 
Além disso, coloca-se, igualmente, apropriado que haja a inclusão de uma 
educação esportiva que seja capaz de incitar a cidadania e ética no processo de 
formação humana, o que pode ser alcançado por meio da introdução de sistemas 
inteligentes relativos ao judô dentro da iniciação esportiva. 
Salienta-se que as experiências pedagógicas passam a ser ponderadas como 
aspectos fundamentais para o ensino de um esporte pautado na qualidade. 
 
 
 
2.2 O judô e a pedagogia do esporte 
 
Araújo (2005) analisa que os segmentos tradicionais se encontram propensos 
a valorizar o papel educativo do judô e seus preceitos pedagógicos simbolizados, 
dentro de sua percepção, em razão de seus ritos e formalidade, com a finalidade de 
resguardar a caracterização estabelecida entre o “verdadeiro judô” e o esporte 
propriamente dito, com significados traduzidos de maneira peculiar. 
O judô precisa ser ensinado, inicialmente, a partir de uma proposta voltada 
para a aprendizagem dos alunos em prol de ordenar convicções por meio de uma 
prática de conscientização, onde acredita-se que o relevante consiste em 
compreender os princípios de ordem filosófica, bem como “os movimentos e 
aprender a desenvolver estratégias para vencer a resistência de seu companheiro 
que está se movimentando e oferecendo resistência à sua frente durante todo o 
treinamento. ” (ARAÚJO, 2005, p.33) 
Assim, estas aulas precisam ser promovidas por meio de um ambiente 
agradável, apresentando elementos arraigados à coletividade e companheirismo, 
 
 
32 
 
inserindo ao bem-estar comum a função de convergir todo o processo de 
programação didática. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Na aprendizagem do judô, Araújo (2005) analisa que a criança tem a 
oportunidade de conhecer a si mesmo, diferenciar os defeitos e qualidades. 
Aprendendo, essencialmente, a disciplina e a vontade de esforçar-se, valorizando 
seus companheiros, com a transformação ocorrida entre os mesmos, fazendo com 
que o judô seja compreendido como uma alternativa viável para o condicionamento 
de energia dos alunos. 
Segundo o autor, o judô integral compreende em uma atividade que 
proporciona tudo o que os alunos procuram, porém, há que se salientar que os 
judocas que observam apenas as competições não são mais capazes de conhecer o 
elemento filosófico da arte em si, limitando-se ao conhecimento de um mínimo 
componente do judô. 
Acresce-se que Jigoro Kano, recomenda, por meio do judô, um caminho de 
abdicação no sentido de um aperfeiçoamento de carátermoral e espiritual, 
valorizando também os aspectos físicos e intelectuais, como um meio de se 
colaborar no processo de formação do ser humano. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Nos sistemas metodológicos de ensino que são inseridos ao judô, pode-se 
observar uma predominância do modo de comando, estilo este tendo sido 
caracterizado como de comando, descoberta guiada e descoberta convergente. 
(OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Este tipo de avaliação faz menção aos conteúdos das afirmações acerca da 
metodologia de ensino que é aplicada no judô, onde as aulas passam a ser 
ministradas de maneira mais objetiva, e, de tal modo, o judoca acaba percebendo a 
relação que pode existir entre a prática e a vida cotidiana. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Paralelamente, Araújo (2005) pondera que: 
 
 
As raízes do ensino tecnicista sustentam um ideário conservador, uma 
concepção de esporte para poucos e por isso torna o ensinar e o aprender 
um processo desgastante e penoso, já que a realização objetiva do esporte 
é a vitória (a incessante busca pela vitória nesse processo desgasta). 
Historicamente o esporte se associa a processos de trabalho repetitivos, 
 
 
33 
 
reforça a alienação e o estranhamento (relação trabalhador-produto) e 
camufla o sofrimento por meio dos êxitos nas competições. Nessa 
perspectiva, busca-se novo caminho para a pedagogia do judô em que 
favoreça a formação humana dos alunos e a consciência da essência 
filosófica dessa arte, que vem perdendo seu significado pela 
institucionalização em virtude de fundação e organização de Federação e 
Confederação que tem como objetivo central: os resultados de 
competições em detrimento do processo pedagógico que o judô pode 
oferecer em sua totalidade. Assim, o judô foi fragmentado em função do 
interesse do esporte de alto rendimento: competir sem nenhum significado 
educacional em função dos interesses capitalistas. (ARAÚJO, 2005, p.34) 
 
 
Nos baldrames analisados pelo autor, entende-se que o judô versa em uma 
espécie de força que arraiga interessados a cada dia, compreendendo assim em um 
produto seleto que se encontra presente na mente ocidental e atua em acordo às 
finalidades alvitradas, ou seja, constrói vencedores a partir de competições. 
Assim sendo, o judô esportivo precisa ser reavaliado visto que beneficia um 
ínfimo segmento da sociedade, onde observa-se que aqueles que apresentam 
maiores condições de pagar pela prática do esporte em questão, ou mesmo que 
recebem bolsas de estudos em razão dos resultados positivos obtidos em 
campeonatos federados, e, neste sentido, passam a ser inseridos ao esporte. 
(OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Dentro do âmbito escolar, no momento em que o judô é sistematizado, e seu 
ensino é célere atuando, geralmente, como uma prática que condiciona os 
professores a procurar em distintas metodologias de ensino, acaba por ordenar uma 
prática pedagógica que combina com a realidade da escola, ou seja, compreende-se 
que o ensino-aprendizagem do judô nas escolas se coliga a uma luta denotada de 
judô, inutilizando assim determinadas singularidades em sua integralidade. 
(OTÁVIO, WEISS, 2004) 
“Verificando essas duas realidades, tanto escolar como nas academias, foi 
que surgiu a proposta de uma unidade de ensino do judô para a formação humana. 
Nessa unidade seria necessário não apenas transmitir e ensinar técnicas do judô 
com vistas a competições, mas transformá-lo didaticamente. ” (ARAÚJO, 2005, p.35) 
Esta percepção abarca um entendimento e a importância de transformações 
de concepções, denodos e escopos, onde este curso ocasiona em uma análise 
 
 
34 
 
dialética acerca do esporte, crescendo-se em prol de um significado único a respeito 
do ensino-aprendizagem do judô. 
Concebendo o judô a partir de sua totalidade e como um esporte, percebeu-
se a probabilidade de incluí-lo como um projeto de caráter escolar, proporcionando 
novas direções pedagógicas para o ensino do judô por intercessão dos interesses e 
colaborações da participação da sociedade para o desenvolvimento efetivo desta 
prática. 
Assim sendo, Araújo (2005) pondera que o processo educacional no judô 
apenas acontecerá no momento que o corpo docente em associação com os pais 
passarem a ter maior consciência da ocorrência de um processo pedagógico em um 
período médio e longo, proporcionando, deste modo, alternativas para os judocas. 
Logo, o judô nas escolas começa a ser compreendido não apenas como um 
discurso utópico e idealizador, mas sim uma prática de realização efetiva da 
realidade, sobrepujando obstáculos e dificuldades. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Acredita-se que o judô apresenta a basal potencialidade de ser incluído na 
pedagogia do esporte, onde entende-se que o esporte escolar consiste em um 
suplemento da educação física escolar, esta de cunho mais regular, todavia, 
observa-se que o jogo e o esporte ordenam uma espécie de unidade de ensino. 
(OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Araújo (2005, p.35-36) avalia que “o judô, como iniciação esportiva para os 
estudantes, forma junto com a sua prática social (academias, clubes, condomínios 
etc) e a Escola uma unidade de ensino e é essa a busca para a (re) significação do 
judô de uma forma geral. ” 
O autor menciona que como uma prática pedagógica, os jogos associados ao 
lúdico podem vir a consistirem como elementos fundamentais para o processo de 
ensino aprendizagem no sistema de iniciação do judô. 
A figura a seguir explana o judô concebido a partir de uma prática 
pedagógica. 
 
 
 
 
35 
 
 
Figura 6 – O judô como uma prática pedagógica 
FONTE: Araújo, 2005, p.36. 
 
 
Entende-se que a procura pela valorização do ser humano arraigado à 
percepção de que o esporte pode apresentar um papel educativo e inclusivo, incide 
em uma nova visão acerca do ensino em prol do esporte por meio de jogos que 
possuam a finalidade de priorizar o processo de formação humana, e, dentro da 
pedagogia do judô, pode-se observar uma preocupação constante a respeito da 
prática pedagógica do ensino do esporte com sua relevante colaboração para a 
sociedade de um modo geral. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
 
 
36 
 
Na prática pedagógica do judô há que se considerar questões inerentes à 
pedagogia do esporte, que, por distintas ocasiões, pode ser enleada com a 
educação física, mas que, sobretudo, ainda versa em um segmento genuíno com 
expressivo potencial de desenvolvimento. 
E, com o escopo de alçar novas direções, a pedagogia do esporte transcursa 
e é embasada por meio da inclusão de uma educação física de qualidade, ou seja, o 
artefato curricular precisa de um setor de base, um ambiente para o esporte, onde o 
desenvolvimento é explanado a partir de uma unidade educacional, que abarca a 
educação física e escolar. 
Neste sentido, a pedagogia do judô, igualmente em índice de 
desenvolvimento e ordenação, segue estes preceitos da pedagogia do esporte, com 
a possibilidade de colaborar de maneira efetiva com o sistema de ensino do esporte 
como um componente coligado e integrado da educação física. (OTÁVIO, WEISS, 
2004) 
A partir do momento em que a pedagogia do esporte alvitra a inclusão de 
uma unidade de ensino educacional, o judô, por meio de seus fundamentos culturais 
e educativos, poder-se-á vir a consistir em uma das categorias esportivas a constituir 
o grupo do esporte, recebendo assim uma atuação pedagógica em seu processo de 
ensino-aprendizagem para a iniciação ao esporte por parte dos alunos interessados 
em praticar a atividade designada de judô. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Outra questão discorrida por Araújo (2005) incide no rendimento pessoal e 
profissional, estes que precisam ser buscados pela pedagogia do esporte com o 
intuito de ser capaz de colaborarcom os estudantes que se sobressaem e, logo, 
interessam-se pelo esporte em tese. 
Deste modo é necessário promover maior densidade às concepções acerca 
do rendimento, visto que além da combinação comum ao trabalho desgastante, 
competidor e de consternação para se obter resultados satisfatórios, o rendimento 
apresenta uma amplitude humana de procura conscienciosa de concretização 
completa, “de esforço permanente da qualidade da atividade. Isto não significa 
privilegiar, segregar e selecionar a partir da educação física realizada na escola, 
mas criar novas oportunidades de ensino, de acesso e permanência no esporte. ” 
(ARAÚJO, 2005, p.37) 
 
 
37 
 
Araújo (2005) acrescenta que: 
 
O rendimento também é o resultado do aprendizado e da evolução de 
qualquer esporte, o judô pedagogicamente trabalhado enfatiza e valoriza o 
rendimento dos judocas na perspectiva da totalidade humana em seus 
aspectos educacionais, sociais, e de aprimoramento das técnicas, aliando 
a todos os setores ou grupo sociais contribuindo para a formação da 
cidadania dos alunos. Não obstante, o rendimento não é caracterizado em 
formar “atletas máquinas”, programados para ganhar, mas sim atletas 
humanos, criativos, questionadores, conscientizadores da sua prática e de 
sua função na sociedade. (ARAÚJO, 2005, p.37-38) 
 
 
O autor ainda menciona que o esporte escolar não compreende uma 
extensão da educação física, onde o papel do esporte que é planejado de forma 
estratégica pode vir a cooperar para com a educação dos alunos, a partir da 
ordenação de um projeto pedagógico integral que procure a formação humana dos 
alunos. 
Além disso, o autor discorre que o esporte de cunho não escolar que é 
praticado em clubes, academias e associações, igualmente incide como educativo, 
e, de tal modo, pode ser inserido dentro do sistema de educação esportiva. 
Por meio destas probabilidades e realizando um paralelo com o judô, é 
relevante que se conscientize tanto as pessoas que atuam no ambiente escolar, 
como àqueles que trabalham em clubes ou academias, que o judô pedagógico, “no 
qual busque a formação humana através do seu embasamento filosófico e prático 
que influencia e participa para a transformação da sociedade podendo ser incluído 
no ensino-aprendizagem dessa modalidade japonesa que busca o 
autoconhecimento e desenvolvimento dos valores humanos dos alunos.” (ARAÚJO, 
2005, p. 38) 
Assim sendo, o esporte pode ser oferecido em dimensão gradativa para os 
alunos, e não apenas como uma extensão da educação física, tornando-se um 
acessório fundamental no processo de formação humana. 
Neste sentido, Araújo (2005) analisa que: 
 
 
 
38 
 
 
A arte do judô e o esporte podem formar uma unidade que valorize os 
princípios dessa arte bem como o aspecto educativo que o esporte re-
significado pode proporcionar para a formação humana. Contudo, no 
Ocidente o judô ganhou uma forma esportiva independente dos princípios 
que seu fundador sempre pautou, ou seja, os pilares éticos e morais do 
Suave Caminho. [...] arte ou competição, em dado momento, se torna um 
conflito para quem se dedica a ensinar a arte do Judô. Entendendo que 
dentro da área de educação física os conhecimentos relativos ao ensino 
dos esportes pertencem à pedagogia do esporte, essa pedagogia é 
responsável pelo desenvolvimento de metodologias adequadas para 
atividades individuais e / ou coletivas. Nesse desenvolvimento, deve-se 
levar em consideração que as turmas são heterogêneas com finalidades e 
interesses diferentes, ou seja, nem todo aluno quer ser atleta, por isso o 
professor deve priorizar a totalidade da realidade. (ARAÚJO, 2005, p.38) 
 
 
O escopo do esporte escolar não versa no processo de formação de atletas, 
mas, essencialmente, na formação humana de cidadãos, e, o judô, dentro deste 
preceito da pedagogia do esporte como uma categoria, integraria o currículo em 
dimensão escolar, sem que haja uma fragmentação de seu processo de ensino. 
(OTÁVIO, WEISS, 2004) 
O curso encontra-se no planejamento do projeto político pedagógico da 
escola, provindo da ação do professor de que o esporte escolar tem a possibilidade 
de ser efetivado externamente ao meio escolar, como clubes, associações e 
ambientes apropriados para sua adequada prática. 
Entende-se que esta inclusão somente poderá ser realizada na situação em 
que o professor abordar o esporte por meio de seu caráter pedagógico, alertando a 
comunidade, de um modo geral, acerca da importância da educação esportiva, 
atuando de forma a persuadir os proprietários de clubes que a iniciação ao esporte 
pode ser proporcionada para a obtenção de conhecimentos em prol da formação do 
ser humano, sem deixar de avaliar o rendimento, mas, essencialmente, abordando 
de forma pedagógica o ensino-aprendizagem do esporte, ou seja, o judô. 
Assim, não se menciona apenas a prática do judô em si, mas o ensino e o 
entendimento por parte dos alunos, fazendo com que os judocas se tornem 
decisivos, inventivos e portadores de maior consciência acerca do mundo global, 
doutrinando esporte a partir das bases da compreensão. 
 
 
39 
 
Destarte, a função do professor compreende-se como essencial dentro deste 
processo, onde acredita-se que se não há a existência de um ponto de vista de uma 
intervenção ativa no ambiente metodológico, necessariamente não se observa a 
possibilidade de se conservar o vínculo do esporte escolar em um ambiente externo 
à escola. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Araújo (2005) analisa que como um suplemento da educação física, o esporte 
escolar não pode ser concebido como apenas o ato de realizar, nem também ser um 
processo de direcionamento aos alunos que apresentarem maior destaque nas 
aulas de educação física. 
Atualmente, a partir das possibilidades de se planear o sistema de política 
social do esporte, este modelo, mesmo que ainda discutido constantemente, integra 
uma nova concepção, de um novo período para a educação no Brasil. 
“Na mesma direção cabe salientar que o caráter de currículo ampliado 
desdobrado a partir das ênfases citadas, ora na educação física, ora no esporte 
escolar deve ter continuidade no processo sob pena de se perder caso a 
fragmentação vença a perspectiva unitária. ” (SADI apud ARAÚJO, 2005, p.39) 
Esta situação ocasiona em um indeferimento acerca do esporte escolar como 
uma espécie de atividade de caráter extracurricular, visto que não se pode analisá-la 
como externa ao currículo no momento em que se concebe a integralidade, sendo 
“antes o currículo é o rumo das possibilidades concretas dos estudantes e como um 
bloco heterogêneo e amplo destas possibilidades só pode agregar se os temas 
educativos forem tratados de forma inclusiva, não exclusiva. ” (SADI apud ARAÚJO, 
2005, p.39) 
Assim sendo, acredita-se na possibilidade de inserção do judô inclusivo 
dentro da visão ponderada, tornando-se, neste sentido, um componente integrante 
do currículo escolar. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
2.3 O processo de ensino-aprendizagem do judô por meio da realização de 
jogos 
 
 
Araújo (2005) inicialmente discorre que no processo de ensino-aprendizagem 
do judô é necessário que haja compreensão, da finalidade e avaliação para uma 
prática pedagógica estabelecida previamente. 
Os jogos, nas aulas de judô, precisam ser recomendados sem que se 
desperdice a base central das aulas, impetrando, deste modo, maior qualificação por 
parte dos professores, visto que o jogo aparece com o intuito de promover uma 
combinação entre o desenvolvimento da aprendizagem. 
Todavia, o judô consiste ainda como o elemento basal e, neste sentido, o jogo 
versa na colaboração para ordenar o contexto das aulas. (OTÁVIO, WEISS, 2004)Os jogos, segundo o autor, precisam ser empregados como uma espécie de 
alvitre de caráter pedagógico apenas no momento em que a programação das aulas 
permitir e na ocasião de se compor como uma assistência eficaz à obtenção de um 
desígnio que esteja ligado aos preceitos do judô. 
Araújo (2005) menciona que a ordenação de um determinado programa 
precisa ser antecedida de noções acerca de jogos específicos para cada preceito 
relacionado ao judô, uma vez que este surge por meio de uma proposta pedagógica 
aplicável, dentro de fundamentos pautados na intenção crítica de conservar estes 
programas, modificar ou mesmo substituir os mesmos por outros em situações em 
que ocorrer um distanciamento dos escopos que foram propostos inicialmente com a 
elaboração dos programas em questão. 
Destarte, acredita-se que o jogo, inserido ao processo de ensino-
aprendizagem apenas regulariza-se efetivamente quando empregado no momento 
adequado, sendo determinada em razão de seu cunho provocativo, bem como pelo 
interesse do aluno de judô ao objetivo alvitrado. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
A inclusão do jogo no sistema de ensino-aprendizagem, segundo Araújo 
(2005), nunca deve ser feita em um momento anterior à revelação do educando no 
 
 
41 
 
que tange à maturidade e disposição para alcançar os objetivos, sem se preocupar 
com cansaço e resultados. 
Araújo (2005) explana que: 
 
 
Nas aulas de judô na perspectiva para o ensino, a utilização dos jogos é de 
suma importância, porque sua definição é complexa em seus termos 
conceituais, sendo importante considerar o jogo em sua significação 
primária. O jogo é uma função da vida, mas não é passível de definição 
exata em termos lógicos, biológicos ou estéticos. Contudo, o jogo favorece 
funções importantes nas realizações das relações e atividades humanas 
em diferentes ocasiões como no trabalho, lazer, como estratégia ou 
conteúdo de ensino-aprendizagem no ambiente educacional e nas outras 
esferas do cotidiano, ou seja, o jogo relaciona-se com a cultura 
acompanhando as transformações ocorridas no processo de 
desenvolvimento de um povo. (ARAÚJO, 2005, p.40-41) 
 
 
O autor menciona que o jogo fez com que distintos pesquisadores se 
interessassem por sua origem e singularidades, onde verifica-se que anteriormente 
houve uma dificuldade em se estudar os jogos e que, diante disto, tornaram-se 
fontes de inúmeros trabalhos. 
Assim sendo, pode-se observar o levantamento de distintos questionamentos 
acerca dos jogos, como a maneira com a qual o jogo se concretiza, o local onde se 
realiza os jogos, o momento de se jogar, a finalidade do jogo, instruções acerca do 
modo como se joga, dentre outras questões. 
Conseguir responder à estas questões corresponde à inclusão de maior 
motivação para os pesquisadores do assunto, uma vez que os mesmos passam a 
ter maior conhecimento dentro deste ambiente, revisando, deste modo, concepções 
propostas e fundamentos a propósito da realização do jogo. (OTÁVIO, WEISS, 
2004) 
Discorre-se que “O jogo tem a propriedade de trazer as experiências do 
mundo exterior para o espírito humano, de maneira que, jogando com elas, a cultura 
possa ser criada, revista, corrigida, ampliada, garantindo o ambiente de nossa 
existência. ” (FREIRE apud ARAÚJO, 2005, p.41) 
 
 
42 
 
Em face a este preceito é que estudos de diversos pesquisadores acerca da 
finalidade dos jogos inserido na sociedade apresentam semelhanças comuns no que 
concerne à caracterização dos jogos. 
Araújo (2005) menciona elementos usuais que conectam a procedência dos 
jogos: 
 
 
1 - Liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário, de motivação 
interna e episódica da ação lúdica; prazer (ou desprazer), futilidade, o “não-
sério” ou efeito positivo; 2 - regras (implícitas ou explícitas); 3 - relevância 
do processo de brincar (o caráter improdutivo), incerteza de resultados; 4 - 
não-literalidade, reflexão de segundo grau, representação da realidade, 
imaginação; 5 - contextualização no tempo e no espaço. (KISHIMOTO 
apud ARAÚJO, 2005, p.41-42) 
 
 
Logo, há que se salientar que estas especificidades é que são capazes de 
apontar os elementos que competem à basal origem dos jogos, consistindo o jogo 
como um meio empregado como conteúdo ou mesmo estratégia em prol do ensino 
relacionado ao desenvolvimento do conhecimento e mesmo aprendizado, tornando-
se de extrema relevância sua utilização nas aulas de iniciação do esporte de judô, 
sobretudo na etapa infantil, com o escopo de incitar o interesse pelo aspecto lúdico 
dos alunos, o que acaba por colaborar no processo de assimilação epistemológica 
do conhecimento. (ARAÚJO, 2005) 
Acerca dos procedimentos empregados para o ensino de jogos focados no 
judô, são incluídas concepções discutidas nas teorias da pedagogia do esporte, que 
possui o desígnio de alcançar o conhecimento e entendimento em relação ao 
esporte em si, não se limitando apenas à sua execução técnica. 
As desenvolturas dos judocas precisam ser compreendidas através das 
noções que os mesmos já possuem a respeito do conteúdo a ser abordado, como 
em situações de amortecimento de quedas, rolamentos, saltos, lutas, dentre outros 
pontos, o que, consequentemente, estimula-se o jogo para a aprendizagem. 
O que se entende é que o aprendizado surge a partir da realização concreta 
do jogo, e, observa-se a vontade dos alunos em praticar o jogo, sem que haja a 
 
 
43 
 
necessidade dos professores inicialmente explicarem a técnica executada no jogo 
para, posteriormente, jogá-los efetivamente. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Assim, “esta relação pode ser modificada pela aprendizagem através de jogos 
com regras adaptadas, muito próximas dos fundamentos do judô, que podem 
estimular a participação dos alunos por serem menos complexas e adequadas às 
suas possibilidades e nível de compreensão.” (ARAÚJO, 2005, p.42) 
Por meio de uma percepção voltada para o ensinamento de jogos pelos 
entendimentos, acredita-se que os docentes precisam estimular os discentes a 
raciocinarem acerca do jogo, e, depois, majorar estes alunos em razão de sua 
compreensão. (OTÁVIO, WEISS, 2004) 
Dentro desta fundamentação avalia-se o jogo como um meio de se intervir 
pedagogicamente em prol do desenvolvimento e aprendizagem do judô, e, deste 
modo, a função dos senseis, ou seja, professores, consiste inicialmente em 
“conhecer a prática social de seus alunos para estimular o ensino-aprendizagem, 
valorizando o que os alunos já sabem para alcançar e superar novos conhecimentos 
através de mediadores do ensino, isto é, buscando aprender facilmente 
fundamentos novos para sua vida, com o aumento da sua assimilação.” (ARAÚJO, 
2005, p.42) 
Esta é a finalidade dos jogos, que se apresentam como um instrumento de 
interação de desenvolvimento que passa a ser denotado como área de 
desenvolvimento proximal. 
Sobre esta zona de desenvolvimento proximal, Araújo (2005) discorre: 
 
 
A zona de desenvolvimento proximal refere-se ao caminho que o individuo 
vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de 
amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas estabelecidas no 
seu nível de desenvolvimento real. Portanto a zona de desenvolvimento 
proximal é um domínio psicológico em constante transformação: aquilo que 
uma criança é capaz de fazer com assistência hoje, ele será capaz de fazer 
sozinha amanhã (VYGOTSKI apud ARAÚJO, 2005, p.43) 
 
 
 
 
44 
 
Segundo o autor o jogo beneficia os momentos favoráveis ao processo de 
aprendizagem do judô, visto que emprega métodos que os alunos se interessam, e, 
deste modo, acabam por aprender jogando. 
Neste sentido, os jogos incidem em um ambiente vantajoso para a inclusão

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