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TRAB TRIBUTARIO UNID 02

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FACULDADE DA CIDADE DO SALVADOR
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
JULIANA MONTEIRO PASSINHO
IMPOSTOS EM ESPÉCIE
SALVADOR
2013
JULIANA MONTEIRO PASSINHO
IMPOSTOS EM ESPÉCIE
Trabalho destinado à avaliação curricular da disciplina Direito Tributário, ministrada pelo Profº. Marcos Cunha no Curso de Administração de Empresas.
SALVADOR
2013
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................03
DESENVOLVIMENTO................................................................................................04
ENTREVISTA : Dr. LICIO BASTOS NETO.................................................................08
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................16
�
 INTRODUÇÃO
Brasil, república democrática de direito onde o Estado, em pleno exercício de seu poder de império, cria para si o poder de tributar, possibilidade esta entendida por alguns como um poder-dever, entretanto esse mesmo Estado com vistas ao bem-estar do cidadão comum, se auto-limita, abrindo mão de uma, ainda que pequena, parcela de sua supremacia sobre o particular, instituindo limites a sua competência tributária e assim nascem as restrições ao poder de tributar. Hugo Machado de Brito, por sua vez, afirma que o Direito impõe limitações à competência tributária, alternadamente, no interesse do cidadão, da comunidade ou ainda no interesse do relacionamento entre as próprias pessoas jurídicas titulares de tal competência. 
Os impostos se apresentam, por assim dizer, como a mais genuína fonte de arrecadação estatal e suas espécies – claras demonstrações do intento desse mesmo ente ao institui-los, sem necessariamente imputar-lhes destinação específica. 
O Código Tributário Nacional, em seu artigo décimo sexto, nos apresenta a seguinte definição para imposto: “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte”. Diz-se por isto que o imposto é uma exação não vinculada, entretanto vale salientar que a expressão não vinculada com que se qualifica o imposto é diferente da qualificação da atividade administrativa vinculada, na definição legal de tributo. Não obstante a isso, os impostos são largamente utilizados com vistas à interferir na economia, incentivando tanto atividades quanto setores econômicos; desestimulando ou não o consumo de certos bens e assim produzindo efeitos diversos no cenário econômico e por isso lhes cabe a alcunha de produto moderno do intervencionismo estatal.
Quanto à competência para instituição dos impostos, estes podem ser federais: Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR, IRPF e IRPJ), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativa a Título ou Valores Imobiliários (IOF) e Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR); estaduais (o Distrito Federal inclusive): Impostos sobre Transmissão Causa Mortis e por Doação de Bens ou Direitos (ITCMD), Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e municipais: Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos (ITBI), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Cada desses impostos é dotado de critérios materiais, temporais e espaciais, com base de cálculo específica, alíquotas variáveis e tipos diferentes de lançamentos, o que concede ao nosso sistema constitucional tributário o título de ser um dos mais complexos do mundo.
O ente tributante, ao instituir um tributo, visa obter receitas para a realização de suas atividades. No caso dos impostos, alguns possuem função extrafiscal isto é, uma interferência do Estado no domínio econômico a fim de atingir determinado objetivo que não a simples arrecadação de recursos financeiros. São exemplos desses impostos o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), II (Imposto de Importação) e o IE (Imposto de Exportação) e como exemplo recente do usufruto da natureza extrafiscal do tributo, tem-se a redução do IPI dos automóveis. O governo federal, percebendo uma queda na venda de carros e, para fomentar a indústria automobilística, reduziu o valor do IPI sobre tais bens por determinado prazo, abaixando, em conseqüência, o preço final ao consumidor. As vendas aumentaram, empregos foram mantidos e as indústrias engrenaram suas produções, aquecendo a economia. 
Além da função extrafiscal, os impostos também podem ser de natureza fiscal, cujo objetivo é a arrecadação de recursos financeiros e parafiscal, tendo como meta principal a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, à princípio não constituem funções próprias do Estado, contudo este as desenvolve através de entidades específicas. A olhos despercebidos, tais funcionalidades podem ser confundidas com a destinação específica a que se atribui, por exemplo, às contribuições, o que culminaria por certo na declaração de sua inconstitucionalidade de acordo com as regras ditadas pela Carta Magna, entretanto uma análise mais detalhadas das mesmas é o suficiente para neutralizar qualquer especulação nesse sentido uma vez que, por exemplo, as taxas, que tem necessariamente uma destinação específica, todavia não possuem o condão de interferir no domínio econômico, bem como não são parafiscais, haja vista não serem destinadas a certas atividades. 
No que tange aos impostos de natureza fiscal, destaca-se a figura do IR (Imposto de Renda), considerado instrumento fundamental da política de redistribuição de rendas. Não são poucos os contribuintes que duvidam se tal intuito efetivamente se concretiza e quanto a isso pode se citar a previsão constitucional de que os impostos teriam caráter pessoal e seriam graduados segundo a capacidade econômica do sujeito passivo, o que significa, em tese, de que haveria uma maior incidência para os contribuintes situados nos patamares superiores da pirâmide de rendimentos. Por outro lado, essa mesma Carta Maior, ao estipular as características gerais do Imposto de Renda, determinou que o mesmo seria instituído tendo como parâmetros os critérios da universalidade (sem distinção entre contribuintes, independentemente da nacionalidade, sexo, raça, idade ou qualquer outro critério), da generalidade (sem distinção entre diferentes tipos de rendas ou proventos – o imposto é devido inclusive quando resultante de atividades ilícitas) e o da progressividade (tributar com maiores alíquotas quem ganha mais). Este último critério é o que tem justamente a função social de buscar uma melhor distribuição de renda no país: quem ganha mais irá pagar mais imposto e, de modo inverso, quem ganha menos pode até não pagar qualquer valor a título de IR e a despeito de uma melhora na aplicação do critério da progressividade de alíquotas, os especialistas entendem que deveria haver ainda mais faixas (atualmente são cinco), para que, efetivamente, tal instituto seja aplicado em sua plenitude. 
O Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Atualmente, ela corresponde a, aproximadamente, 37% do PIB (Produto Interno Bruto) e isso se contar que a estrutura do nosso sistema constitucional tributário tem quase cinquenta anos e há muito se fala em reforma tributária. Somente por este estes fatos, tem-se como imprescindível a instalação de uma reforma político-econômica que vise a mudança da atual estrutura de legislação de impostos, taxas e outras contribuições vigentes no Brasil. Neste sentido, a discussão deveria passar, dentre outras, desde a divisão de receitas entre osEntes da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), a atualização dos tributos em espécie, a materialização normativa de direitos dos contribuintes, como, por exemplo, a impossibilidade de sanções políticas para a cobrança de tributos e a exclusão do nosso ordenamento daqueles tributos pouco utilizados ou sequer instituídos com destaque ao polêmico IGF, existente em nosso ordenamento jurídico desde a promulgação da atual Constituição em 1988, mas ainda não implementado devido a dificuldade que o Congresso ainda tem em relação a sua regulamentação prática, mais especificamente no que tange ao seu critério material, uma vez que ainda não se chegou a um consenso sobre o que seria para a Lei uma grande fortuna, isso sem falar na insegurança que a instituição de tal imposto geraria principalmente para os grandes contribuintes que, certamente, para se livrarem da tributação poderiam ocultar patrimônio, o que ensejaria em uma evasão fiscal, com reflexos, inclusive, no próprio Imposto de Renda. De fato, a reforma tributária tem sido um dos temas mais discutidos nos últimos tempos pela doutrina, pois refletirá em as áreas produtivas, nos entes tributantes e também, é claro, nos próprios contribuintes. De outro lado, o impacto que a mesma causaria em nossa sociedade dependeria exclusivamente do tamanho das alterações implementadas após o final de todo o processo legislativo, donde se conclui que um evento dessa magnitude não acontecerá tão cedo. Nota-se certo consenso entre governo e setor privado acerca das mudanças substanciais às quais o sistema de tributação nacional carece sofrer, contudo parece que a consensualidade entre esses dois atores da sociedade morre aí. Os objetivos a serem alcançados são, de certo modo, conflitantes ou incompatíveis, pois cada grupo tem concepções distintas sobre o que deve ser implementado e/ou modificado, mas apesar disso, vê-se crescer a cada dia um inconformismo generalizado com a falta de resolução desse impasse. Entretanto necessário se faz destacar que, em meio a esse longo e conflituoso debate, poucos têm buscado uma compreensão mais técnica e isenta acerca do tema.
Entrevista – Tema: Direito Tributário – Impostos em espécie
Entrevistado: Dr. Lício Bastos Silva Neto, OAB/BA. 17.392. Advogado atuante na área tributária empresarial e pós-graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) 
Qual sua visão, de uma maneira geral, a respeito de nossas espécies de impostos?
O Código Tributário Nacional define como tributo "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada". De outro lado, o artigo 5º do referido diploma legal menciona explicitamente como espécies de tributos: impostos taxas e contribuições de melhoria.
De outro lado, tais espécies tributárias foram alargadas pela Constituição Federal de 1988 que, ao dispor sobre o do Sistema Tributário Nacional, evidenciou duas novas espécies tributárias: o empréstimo compulsório e as contribuições especiais.
Cada uma das nossas espécies tributárias apresenta características específicas que, em resumo, são estas: 
Impostos: não exige qualquer contraprestação específica, sem necessidade de comprovação da destinação. A aplicação posterior da arrecadação dos impostos será para o custeio da administração e para serviços em benefício de toda a comunidade.
São exemplos de impostos: Imposto sobre a Renda (IR), Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU). 
 
Taxas: São tributos relacionados com a prestação de algum serviço público, específico e divisível, destinado para um beneficiário identificado ou identificável. O serviço pode ser efetivo ou potencial, considerando-se como potencial o serviço posto à disposição, ainda que não utilizado. 
São exemplos de Taxa: Taxa de Licenciamento Anual de Veículo e Taxa de Limpeza Pública. 
Contribuição de Melhoria – É sempre instituída para restituir parte do custo de obras públicas, através das quais exista uma valorização imobiliária ao contribuinte. Assim sendo, tem uma destinação específica. 
Contribuições especiais – São espécies tributárias também denominadas de especiais ou parafiscais e destinados à arrecadação de recursos específicos para certas áreas de interesse do Poder Público, tanto na Administração direta quanto na indireta. 
Assim sendo, têm destinação certa, sendo recolhida para uma finalidade determinada, sendo que a Constituição Federal prevê três modalidades de contribuições: as interventivas, as corporativas e as sociais.
São exemplos de contribuições sociais: contribuições para a seguridade social (CF, art. 149, para o salário-educação (CF, art. 212, § 5°), para órgãos profissionais como a OAB (CF, art. 149) ou para outros entes de colaboração com o Poder Público, como o SENAI, SESC e o SEBRAE. 
Empréstimos Compulsórios – É um tributo previsto pelo nosso ordenamento jurídico constitucional que somente pode ser criado, excepcionalmente, pela União, nos casos de guerra externa, ou sua iminência; calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Como o próprio nome já deixa transparecer, a União institui o tributo, cobra de determinado contribuinte, utiliza para auxiliar em determinada situação e, depois, devolve ao contribuinte o valor inicialmente recolhido. 
Verificado as espécies tributárias, em relação aos impostos, os mais comuns, nas esferas são estes: 
Impostos Municipais – São exemplos de impostos instituídos pelos Municípios brasileiros: Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos (ITBI), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 
Impostos Estaduais – São exemplos de impostos instituídos pelos Estados brasileiros e pelo Distrito Federal: Impostos sobre Transmissão Causa Mortis e por Doação de Bens ou Direitos (ITCMD), Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Impostos Federais – São exemplos de impostos instituídos pela União: Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR, IRPF e IRPJ), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativa a Título ou Valores Imobiliários (IOF) e Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). 
Cada um destas espécies de impostos têm seus critérios materiais, temporais e espaciais, bem como base de cálculo específica, alíquotas variáveis e tipos diferentes de lançamentos. Daí porque, nosso sistema constitucional tributário é um dos mais complexos do mundo. 
 
Em sua opinião, a função extrafiscal de determinados impostos da União tem de fato efeito regulador/auxiliador em nossa economia?
Sem sombra de dúvidas. A função principal do tributo é arrecadatória, ou seja, a pessoa jurídica busca com sua instituição obter receitas para realização das suas atividades. 
Contudo, existem determinados tributos que da função fiscal apresenta, também, uma função extrafiscal que, em poucas palavras, pode ser entendido como uma interferência do Estado no domínio econômico, buscando atingir determinado objetivo que não a simples arrecadação de recursos financeiros. 
Bons exemplos de impostos que podem ter cunho extrafiscal são o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), II (Imposto de Importação) e o IE (Imposto de Exportação). Recentemente temos um exemplo nítido em relação à função extrafiscal do tributo: a redução do IPI dos automóveis.O governo federal percebeu uma queda na venda dos carros e para fomentar a indústria automobilística, reduziu o valor do IPI sobre tais bens por determinado prazo, abaixando, em consequência, o preço final ao consumidor. As vendas aumentaram, empregos foram mantidos e as indústrias engrenaram suas produções, aquecendo a economia. 
O Imposto de Renda é considerado um instrumento fundamental de redistribuição de rendas. Como especialista, acha que isso de fato acontece?
A nossa Constituição Federal previu, no § 1º do art. 145, que os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, assim entendida como a possibilidade econômica de pagar impostos. Dito em outras palavras, em tese, haveria uma maior incidência para os contribuintes situados nos patamares superiores da pirâmide de rendimentos. 
De outro lado, na mesma Carta Maior, o inciso I do § 2º do seu artigo 153, ao estipular as características gerais do Imposto sobre a Renda, determina que o mesmo será instituído tendo como parâmetros os critérios da universalidade (sem distinção entre contribuintes, independentemente da nacionalidade, sexo, raça, idade ou qualquer outro critério), da generalidade (sem distinção entre diferentes tipos de rendas ou proventos – o imposto é devido inclusive quando resultante de atividades ilícitas) e o da progressividade (tributar com maiores alíquotas quem ganha mais). 
Este último critério (progressividade) tem, justamente, a função social de buscar uma melhor distribuição de renda no país, ou seja, quem ganha mais irá pagar mais imposto e, de modo inverso, quem ganha menos pode até não pagar qualquer valor a título de IR. 
Entre os anos de 1988 e 2009, somente existiam 03 faixas de rendas e este critério não vinha conseguindo ser um instrumento eficaz de redistribuição de rendas, pois somente estas poucas faixas para aplicação de alíquotas não tinham o condão de efetivar tal política. Contudo, a partir de 2010, tal situação começou a melhorar com o advento de 05 faixas de renda para aplicação das alíquotas do IR. Em 2013, eis a tabela: 
	Base de Cálculo em R$ 
	Alíquota % 
	Parcela a Deduzir do Imposto em R$
	Até 1.710,78
	-
	-
	De 1.710,79 até 2.563,91 
	7,5 
	128,31
	De 2.563,92 até 3.418,59
	15
	320,60
	De 3.418,60 até 4.271,59
	22,5 
	577,00
	Acima 4.271,59
	27,5 
	790,58
	Dependentes : R$ 171,97 por Dependente . 
	Vigência a partir de 01/01/2013. 
A despeito de uma melhora na aplicação do critério da progressividade de alíquotas, entendo que deveria existir ainda mais faixas, para que, efetivamente, tal instituto seja aplicado sem sua plenitude. 
Como especialista, qual sua análise quanto a implantação do IGF ainda não ter ocorrido?
O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), é um imposto existente em nosseo ordenamento jurídico desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, mas ainda não regulamentado e, em consequencia, implementado. Pelo Texto Maior, trata-se de um imposto federal que tem como critério material da Regra Matriz de Incidência Tributária as “grandes fortunas”. Dito em outras palavras, somente será tributado quem tiver uma grande fortuna. 
Entendo que tal tributo ainda não foi aprovado pela dificuldade que o Congresso terá em relação a uma regulamentação prática do imposto, principalmente em relação ao seu critério material: o que, para a Lei, será uma grande fortuna? 
De outro lado, a instituição de tal impostos poderia gerar uma insegurança no país, principalmente em relação aos grandes contribuintes. Estes, certamente, para se livrarem do impotos poderiam ocultar patrimônio, o que ensejaria uma evasão fiscal, com reflexos, inclusive, no próprio Imposto de Renda.
A natureza fiscal, parafiscal, e extrafiscal das quais são dotadas nossas espécies de impostos, qualidades estas que, por assim dizer, revelam a “intenção” do Estado ao arrecadar, correm o risco de serem confundidas com a destinação específica a que se atribui, por exemplo contribuições?Por quê? 
Em verdade, os tributos têm funções próprias que podem ser: fiscal, extrafiscal ou parafiscal. Em síntese, assim podemos determinar tais funções: 
Função Fiscal: o objetivo do tributo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. 
Função Extrafiscal: o objetivo principal para instituição, aumento ou diminuição do tributo é a interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da simples arrecadação de recursos financeiros. 
Função Parafiscal: o objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas que este as desenvolve através de entidades específicas.
A título exemplificativo, podemos citar o imposto de renda exercendo função fiscal, as alterações do IPI, como função extrafiscal e por fim, as contribuições anuais pagas pelos profissionais à órgãos como OAB e o CREA, CFC como parafiscal.
De outro lado, entendo que a destinação específica de determinados tributos, como não se confunde com a função extrafiscal ou parafiscal do tributo. Vamos usar como exemplo as Taxas que têm, necessariamente, uma destinação específica, mas não têm o condão de interferir no domínio econômico nem são parafiscais, pois não são destinadas à determinadas atividades. Como exemplificação prática, temos a Taxa de Limpeza Pública instituída pelo Município de Salvador que tem destinação específica (custear o recolhimento de lixo) e só. A mesma não interfere no domínio econômico e nem será destinada para uma categoria específica. 
Há muito que se fala em reforma tributária. Na sua visão, qual seria o impacto desta nas três esferas de governo bem como em suas respectivas competências tributárias?
O nosso Código Tributário Nacional foi instituído pela Lei 5.172 em 1966 e a nossa Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830) foi instituída em 1980, sendo que ambos foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988. Dito em outras palavras, no âmbito do Direito Tributário, os nossos diplomas legais mais importantes não foram promulgados sob a égide da nossa atual Constituição. É bem verdade que ao longo dos anos, através de votações pelo Poder Legislativo, alguns de seus dispositivos foram modificados, mas a estrutura do nosso sistema constitucional tributário é antiga, com quase 50 anos. 
Somente por este estes fatos, tem-se como imprescindível a existência em nosso ordenamento jurídico constitucional tributário de reforma político-econômica que vise a mudança da atual estrutura de legislação de impostos, taxas e outras contribuições vigentes no Brasil. Neste sentido, a discussão deve passar desde a divisão de receitas entre os Entes da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), a atualização dos tributos em espécie, exclusão do nosso ordenamento daqueles tributos pouco utilizados ou sequer instituídos, a materialização normativa de direitos dos contribuintes, como, por exemplo, a impossibilidade de sanções políticas para a cobrança de tributos. Estes são alguns dos pontos que poderão ser discutidos em uma reforma tributária, dentre diversos outros. 
Daí porque a demora da instituição de tal reforma que se dá em decorrência da sua amplitude e dos diversos assuntos a ela inerentes. De outro lado, o impacto que a mesma causará na nossa sociedade, dependerá, exclusivamente do tamanho das alterações que serão implementadas após o final de todo o processo legislativo que, acredito, não acontecerá tão cedo. 
Como citado anteriormente, a reforma tributária em nosso país, por termos uma legislação de quase cinquenta anos, deve ser bastante discutida e estudada. Daí porque, sem sombra de dúvidas, é um dos assuntos mais abordados pela doutrina, pois trará reflexos em todas as áreas de produtividade, nos Entes Tributantes e nos próprios contribuintes. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Vade Mecum Compacto Saraiva 2013, 9ª Edição.
MACHADO, Hugode Brito. Curso de Direito Tributário, Malheiros, 29ª Edição, 2008.
http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/Premio_TN/vpremio/financas/2tefpVPTN/VIOL_Andrea.pdf
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/impostos.htm

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