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Agravo de instrumento- NCPC

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2	
Este material de apoio foi especialmente preparado por monitores capacitados 
com base na aula ministrada. No entanto, não se trata de uma transcrição da 
aula e não isenta o aluno de complementar seus estudos com livros e 
pesquisas de jurisprudência. 
 
MÓDULO IV 
 
Aula 03 (Agravo de Instrumento) 
 
Professor Luiz Manoel Gomes Jr. 
 
Esclarecimentos introdutórios: o agravo de instrumento é um recurso que 
permite o acesso ao sistema recursal para atacar um ponto específico da 
decisão. Isso não quer dizer que, nele, não possam ser discutidas mais teses, 
mas, na grande maioria das vezes, o agravo objetiva a discussão de um ponto 
específico da decisão. E o grande segredo é delimitar o ponto específico que 
está será discutido no recurso. 
 
Análise histórica do agravo de instrumento no ordenamento jurídico 
brasileiro: vejamos como o recurso de agravo de instrumento foi tratado no 
Brasil desde o CPC/39. 
 
Código de Processo Civil de 1939 (Decreto-Lei n° 1.608/39): o agravo de 
instrumento era cabível nas estritas hipóteses contidas no art. 842 do CPC/39 
(numerus clausus) para impugnar decisões interlocutórias com força definitiva e 
era assim denominado pois dava origem a um instrumento, formado pelas 
cópias das principais peças dos autos. 
 
Decreto-Lei n° 1.608/39 (CPC/39), art. 842. Além dos casos em 
que a lei expressamente o permite, dar-se-á agravo de 
instrumento das decisões: 
I, que não admitirem a intervenção de terceiro na causa; 
II, que julgarem a exceção de 
incompetência; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/1937-1946/Del4565.htm	-	art36 
III, que denegarem ou concederem medidas requeridas como 
preparatórias da ação; 
IV - que receberem ou rejeitarem “in limine” os embargos de 
terceiro. 
V, que denegarem ou revogarem o benefício de gratuidade, 
	
	
3	
VI, que ordenarem a prisão; 
VII, que nomearem ou destituírem inventariante, tutor, curador, 
testamenteiro ou liquidante; 
VIII, que arbitrarem, ou deixarem de arbitrar a remuneração 
dos liquidantes ou a vintena dos testamenteiros; 
IX, que denegarem a apelação, inclusive de terceiro 
prejudicado, a julgarem deserta, ou a relevarem da deserção; 
X, que decidirem a respeito de erro de conta ou de cálculo; 
XI, que concederem, ou não, a adjudicação, ou a remissão de 
bens; 
XII, que anularem a arrematação, adjudicação, ou remissão 
cujos efeitos legais já se tenham produzido; 
XIII, que admitirem, ou não, o concurso de credores, ou 
ordenarem a inclusão ou exclusão de créditos; 
XV, que julgarem os processos de que tratam os Títulos XV a 
XXII do Livro V, ou os respectivos incidentes, ressalvadas as 
exceções expressas; 
XVI, que negarem alimentos provisionais; 
XVII, que, sem caução idônea, ou independentemente de 
sentença anterior, autorizarem a entrega de dinheiro ou 
quaisquer outros bens, ou a alienação, hipoteca, permuta, sub-
rogação ou arrendamento de bens. 
 
O mais curioso é perceber que, no CPC/39, para a formação do instrumento, 
as peças eram copiadas de forma manuscrita, vez que, na época, eram 
raridades as máquinas de escrever. Curiosamente, a primeira sentença 
datilografada foi anulada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo sob o 
argumento de que não seria possível perceber se o juiz a tinha elaborado por 
inteiro. Essas dificuldades para a formação e tramitação do instrumento 
contribuíram para que o agravo fosse pouco utilizado à época. 
 
Código de Processo Civil de 1973 (Lei Federal n° 5.869/73): como grande 
inovação, o CPC/73 criou dois regimes de livre escolha do jurisdicionado 
quanto ao recurso cabível em face de decisão interlocutória, quais sejam: o 
agravo de instrumento (formava um instrumento) e o agravo retido (o recurso 
ficava retido nos autos do processo, aguardando o julgamento final, com a 
finalidade básica de evitar a preclusão). 
 
Nessa sistemática inicial do CPC/73, o agravo de instrumento era formado, em 
média, no prazo de 06 (seis) a 12 (doze) meses, pois o agravante, ao recorrer, 
indicava as peças que seriam utilizadas, mas a transcrição ou cópia das peças 
essenciais era feita pelo cartorário, que deveria intimar o agravante para pagar 
	
	
4	
as custas referentes a essas cópias antes de fazê-las. Somente após a 
comprovação do recolhimento dessas custas, o agravado era intimado para se 
manifestar e, se indicasse peças novas, também deveria ser intimado para 
recolher as custas antes da transcrição ou cópia, além de motivar nova 
intimação do agravante. Por consequência, utilizava-se o mandado de 
segurança nas situações de urgência, nas quais não era possível esperar a 
formação desse instrumento. 
 
1ª reforma no CPC/73 (advento da Lei Federal n° 9.139/95): com esse 
diploma, o regime do agravo de instrumento adquire nova estrutura, sendo 
interposto diretamente no segundo grau (e não mais perante o juízo de primeiro 
grau) e passando a admitir o chamado efeito ativo. 
 
CPC/73 (redação dada pela Lei Federal n° 9.139/95), 
Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente 
ao tribunal competente, através de petição com os seguintes 
requisitos: 
I - a exposição do fato e do direito; 
II - as razões do pedido de reforma da decisão; 
III - o nome e o endereço completo dos advogados, constantes 
do processo. 
 
(...) 
 
Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos 
casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, 
levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros 
casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil 
reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o 
cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da 
turma ou câmara. 
 
Em São Paulo, iniciou-se uma discussão muito séria a respeito do efeito ativo 
no agravo de instrumento, porque alguns desembargadores entendiam que ele 
só serviria para suspender a decisão de primeiro grau. Desse modo, se a 
decisão era negativa, não se poderia deferir o pedido de concessão do efeito 
ativo nos recursos. Sobre o tema, teve especial contribuição o jurista Eduardo 
Talamini, que cunhou a expressão “efeito suspensivo ativo”, tornando claro que 
o julgador poderia conferir ao jurisdicionado aquilo que tinha sido indeferido em 
primeiro grau (também atualmente chamado de antecipação da tutela recursal). 
De fato, essa primeira reforma reduziu a utilização do mandado de segurança 
como substitutivo do agravo de instrumento. 
	
	
5	
 
Por outro lado, a reforma não trouxe apenas mudanças positivas. A criação 
desse novo modelo do agravo de instrumento se deu conjuntamente com a 
inauguração da sistemática da tutela antecipada. Com isso, as petições iniciais 
passaram a incluir, com muito mais frequência que outrora, pedidos liminares 
sobre questões de urgência. Consequentemente, houve um aumento 
expressivo da utilização do agravo de instrumento, acompanhado pela 
evolução dos instrumentos de translado das peças principais (ex. a máquina de 
xerox). 
 
Em razão do grande volume de agravos de instrumento e de processos nos 
tribunais de segundo grau, outros recursos, como a apelação, eram apreciados 
depois de transcorrido longo período. Por exemplo, no Primeiro Tribunal de 
Alçada do Estado de São Paulo (1º TAC), o tempo médio para apreciar a 
apelação, à época, era de 07 (sete) a 09 (nove) anos. Repisa-se que, como o 
sistema processual admitia a livre opção, não havia nenhum empecilho para a 
parte fazer uso do agravo de instrumento. 
 
2ª reforma no CPC/73 (advento da Lei Federal n° 10.352/01): em 2001, 
verificada a sobrecarga dos tribunais, modificou-se a sistemática do agravo, 
para tornar o agravo retido a regra e resguardar o agravo de instrumento 
apenas para as situações de urgência. 
 
CPC/73 (redação dada pela Lei Federal n° 10.352/01),Art. 523............................................................... 
............................................................... 
§2º Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 
(dez) dias, o juiz poderá reformar sua decisão. 
............................................................... 
§4º Será retido o agravo das decisões proferidas na 
audiência de instrução e julgamento e das posteriores à 
sentença, salvo nos casos de dano de difícil e de incerta 
reparação, nos de inadmissão da apelação e nos relativos 
aos efeitos em que a apelação é recebida. 
 
(...) 
 
Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e 
distribuído incontinenti, o relator: 
I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 
557; 
	
	
6	
II – poderá converter o agravo de instrumento em agravo 
retido, salvo quando se tratar de provisão jurisdicional de 
urgência ou houver perigo de lesão grave e de difícil ou incerta 
reparação, remetendo os respectivos autos ao juízo da 
causa, onde serão apensados aos principais, cabendo 
agravo dessa decisão ao órgão colegiado competente; 
III – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou 
deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a 
pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
IV – poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as 
prestará no prazo de 10 (dez) dias; 
V – mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por 
ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de 
recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias, 
facultando-lhe juntar cópias das peças que entender 
convenientes; nas comarcas sede de tribunal e naquelas cujo 
expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação 
far-se-á mediante a publicação no órgão oficial; 
VI - ultimadas as providências referidas nos incisos I a V, 
mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se 
pronuncie no prazo de 10 (dez) dias. 
...............................................................(NR) 
 
Ademais, se a conversão do agravo de instrumento em retido se desse por 
decisão do órgão colegiado do tribunal, ela era irrecorrível, iniciando uma nova 
celeuma sobre as decisões irrecorríveis e o mandado de segurança. 
 
3ª reforma no CPC/73 (advento da Lei Federal n° 11.187/05): em 2005, esse 
novo diploma legal enfatizou que o agravo de instrumento não poderia mais ser 
utilizado senão em situações de urgência e que a decisão do tribunal que 
determinava a conversão do agravo de instrumento em agravo retido era 
irrecorrível. 
 
CPC/73 (redação dada pela Lei Federal n° 11.187/05), 
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no 
prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar 
de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil 
reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e 
nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, 
quando será admitida a sua interposição por instrumento. 
............................................................................... (NR) 
 
Art. 523........................................................................... 
	
	
7	
........................................................................................ 
§3º Das decisões interlocutórias proferidas na audiência de 
instrução e julgamento caberá agravo na forma retida, devendo 
ser interposto oral e imediatamente, bem como constar do 
respectivo termo (art. 457), nele expostas sucintamente as 
razões do agravante. (NR) 
 
(...) 
 
Art. 527........................................................................... 
........................................................................................ 
II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, 
salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte 
lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de 
inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a 
apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da 
causa; 
........................................................................................ 
V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por 
ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de 
recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 
525, §2º), facultando-lhe juntar a documentação que entender 
conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e 
naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário 
oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão 
oficial; 
VI - ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do 
caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público, se for o 
caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos 
incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de 
reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o 
próprio relator a reconsiderar. (NR) 
 
Contudo, toda decisão irrecorrível acaba sendo impugnável por mandado de 
segurança, reinserindo no sistema jurídico exatamente o se queria evitar desde 
as primeiras reformas: a utilização do mandado de segurança como substitutivo 
do agravo de instrumento. 
 
Código de Processo Civil de 2015 (Lei Federal n° 13.105/15): desse modo, a 
maior crítica que se faz ao NCPC está relacionada ao retorno ao regime restrito 
de recorribilidade das decisões interlocutórias (hipóteses taxativamente 
descritas na lei). Isso porque impedir o acesso aos tribunais significa criar 
	
	
8	
empecilhos para a abertura da tutela jurisdicional. O sistema processual 
também deve levar em conta o despreparo, a quantidade de erros e a 
possibilidade de prejuízos irreparáveis por meio das decisões interlocutórias, 
ainda mais diante da atual complexidade do processo civil e da vida em 
sociedade. 
 
O Professor esclarece que não é verdadeira a afirmação de que as 
interlocutórias são irrecorríveis na Justiça do Trabalho. Em verdade, essas 
decisões estão sujeitas ao sistema recursal, mas o instrumento de impugnação 
é denominado mandado de segurança (que faz às vezes do agravo de 
instrumento da Justiça Comum). Ademais, em sua opinião, a formulação de um 
processo trabalhista direcionado ao empregado já se mostra insuficiente, diante 
do aumento dos riscos de grave dano e da complexidade das relações que se 
formam naquela seara. Portanto, achar que as decisões interlocutórias da 
Justiça do Trabalho são modelos para Justiça Comum é um grave erro. 
 
Por isso, o Professor considera que a restrição de acesso aos tribunais deve 
ser repensada. 
 
Cabimento do recurso de agravo instrumento: o legislador ordinário, ao 
disciplinar as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento, institui regime 
muito semelhante ao existente à luz do CPC/39, restringindo-o a hipóteses 
expressamente previstas em lei (numerus clausus – art. 1.015). 
 
Por essa razão, aqui também tem lugar as críticas feitas nos parágrafos 
anteriores em relação à restrição de acesso ao tribunal. Além disso, é muito 
difícil o legislador conformar um sistema perfeito, no qual estão delineadas 
todas as hipóteses de urgência a reclamar a interposição do agravo de 
instrumento. 
 
A título de exemplo, a decisão que fixa o juízo competente não está descrita no 
rol do art. 1.015 do NCPC. Então, seria possível deixar para fixar a 
competência no final do processo? O tribunal, ao julgar a apelação, decidirá 
qual o juízo competente? Não parece uma solução adequada. E como a 
decisão que fixa a competência não pode ser impugnada por nenhum outro 
recurso, será caso de cabimento de mandado de segurança. 
 
E, por fim, esclarece-se que a única hipótese de cabimento do agravo de 
instrumento vetada se relacionava coma decisão que autorizava a conversão 
das ações individuais em coletivas, vez que foi vetado todo o título que tratava 
do tema no Novo Código. 
	
	
9	
 
LIVRO III 
DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE 
IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
TÍTULO II 
DOS RECURSOS 
CAPÍTULO III 
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento 
do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo 
aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, 
§1º; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento 
contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação 
de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de 
execução e no processo de inventário. 
 
Regularidade formal do recurso de agravo instrumento: segundo a tônica 
do NCPC, como regra, todo e qualquer vício processual poderá ser sanado. 
Essa inovação é salutar, pois impede que as partes sejam privadas de seus 
direitos por vícios formais. 
 
São exemplos de casos práticos vivenciados pelo Professor: i) uma parte que 
perdeu 600 (seiscentos) mil reais por não ter recolhido 10 (dez) reais de 
preparo; ii) a manutenção de uma decisão de quebra de sigilo bancário e fiscal 
	
	
10	
descabida porque a parte se esqueceu de juntar aos autos do processo cópia 
da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, 
assim como a relação dos documentos que o instruíram (exigência contida no 
art. 526 do CPC/73). 
 
Com o advento do NCPC, a parte sempre terá oportunidade de corrigir todo e 
qualquer vício do processo, exceto quanto à intempestividade (art. 1.017, §3º). 
Isso porque, quando o recurso é intempestivo, conforma-se o direito 
constitucional da parte contrária à estabilização da decisão em função dos 
efeitos da coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI). 
 
Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente 
ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes 
requisitos: 
I - os nomes das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da 
decisão e o próprio pedido; 
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes 
do processo. 
 
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: 
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da 
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, 
da própria decisão agravada, da certidão da respectiva 
intimação ou outro documento oficial que comprove a 
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados 
do agravante e do agravado; 
II - com declaração de inexistência de qualquer dos 
documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do 
agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; 
III - facultativamente, com outras peças que o agravante 
reputar úteis. 
§1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das 
respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, 
conforme tabela publicada pelos tribunais. 
§2º No prazo do recurso, o agravo será interposto por: 
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para 
julgá-lo; 
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção 
judiciárias; 
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento; 
	
	
11	
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei; 
V - outra forma prevista em lei. 
§3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de 
algum outro vício que comprometa a admissibilidade do 
agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto 
no art. 932, parágrafo único. 
§4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de 
dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas 
no momento de protocolo da petição original. 
§5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se 
as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se 
ao agravante anexar outros documentos que entender úteis 
para a compreensão da controvérsia. 
 
Atente-se que, pela sistemática do Novo Código, é irrelevante o momento em 
que é prolatada a decisão agravada. O que se mostra relevante para 
determinação do recurso cabível é o conteúdo da decisão (art. 1.015). Assim, o 
Novo Código deixa claro que os despachos e as demais decisões que não 
conteúdo decisório não são agraváveis (art. 1.001), ideia que está reforçada 
pela adoção de um rol taxativo de cabimento do agravo de instrumento 
(numerus clausus). 
 
Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. 
 
Dentre as grandes novidades está a inclusão da petição inicial como peça 
obrigatória do agravo de instrumento (art. 1.017, I). Apesar de o CPC/73 não 
incluir a inicial no rol de peças obrigatórias do agravo de instrumento (CPC/73, 
art. 525, I), no Estado de São Paulo, por exemplo, ela sempre foi obrigatória. 
Isso se dava porque a competência dos Tribunais de Alçada Cíveis e do 
Tribunal de Justiça era fixada em razão da matéria. Assim, sem a inicial do 
agravo de instrumento, o distribuidor não tinha condições de visualizar qual era 
o tribunal competente. Mesmo com a unificação dos processos no Tribunal de 
Justiça, a cópia da inicial é necessária para determinar a sessão competente 
dentro do tribunal. 
 
CPC/73, art. 525. A petição de agravo de instrumento será 
instruída: 
I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da 
certidão da respectiva intimação e das procurações 
outorgadas aos advogados do agravante e do 
agravado; 	 
II - facultativamente, com outras peças que o agravante 
entender úteis. 
	
	
12	
§1º	Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das 
respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, 
conforme tabela que será publicada pelos tribunais. 
§2º	No prazo do recurso, a petição será protocolada no tribunal, 
ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, 
ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local. 
 
Outra novidade positivada no NCPC é a possibilidade de comprovação da 
tempestividade do recurso por meio de outro documento oficial que não a 
certidão da respectiva intimação (art. 1.017, I). Desse modo, supera-se 
dificuldade vivenciada por alguns advogados de obter a certidão de intimação 
junto aos cartórios nos tribunais, sendo possível, para aquele fim, a juntada da 
cópia da página do diário oficial publicada na internet, na qual conste a 
intimação do advogado. 
 
Ademais, permite-se ao advogado a declaração de inexistência de qualquer 
dos documentos obrigatórios para instrução do agravo, sob pena de sua 
responsabilidade pessoal (art. 1.017, II). Já a luz do CPC/73, a jurisprudência 
vinha sendo tolerante quanto a isso, pois, no caso concreto, é possível que não 
existam todas as peças obrigatórias descritas no dispositivo. Por exemplo, se a 
parte agrava contra uma decisão e a parte contrária é o Ministério Público ou 
um advogado que atua em causa própria, não haverá procuração outorgada 
aos agravados. Desse modo, os advogados faziam uma justificativa, expondo 
que, no caso, não existia procuração outorgada ao agravado, mas persistia o 
temor de não conhecimento do recurso por falta de uma peça obrigatória. Com 
o NCPC e ocitado dispositivo, resta esclarecido que o advogado pode certificar 
que uma determinada peça obrigatória não consta dos autos. 
 
Por fim, a petição de agravo de instrumento será instruída, facultativamente, 
com outras peças que o agravante reputar úteis (art. 1.017, III). 
 
Segundo o art. 1.017, §5º do NCPC, quando o processo for digital, dispensam-
se as peças essenciais, porque, nesse caso, o julgador poderia consultar os 
autos no site do tribunal. Contudo, no entender do Professor, essa prática não 
é aconselhável, devendo a parte facilitar a formação do instrumento para o 
julgador. Em sua opinião, a melhor técnica a ser utilizada pelos advogados é a 
juntada apenas das peças essenciais, independentemente de o processo ser 
eletrônico ou não. 
 
Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que 
comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, o relator deve 
conceder prazo para a parte corrigir o vício (art. 1.017, §3º). 
	
	
13	
 
Como foi dito, o único vício insanável é o da intempestividade. Porém, inclusive 
nesse caso, o relator pode conceder um prazo para o agravante comprovar a 
tempestividade do recurso. Por exemplo, pela certidão emitida pelo cartório, o 
recurso é intempestivo, porém o advogado esclarece que o último dia do prazo 
era feriado, ou que o expediente forense foi encerrado mais cedo, ou, ainda, 
que o sistema eletrônico do tribunal estava instável. Desse modo, cabe ao 
advogado comprovar a tempestividade, sob pena de não admissão do recurso. 
 
Assim como acontecia à luz do CPC/73 (art. 526), o agravante deverá 
comunicar a interposição do recurso nos autos do processo que tramita em 
primeiro grau, juntando cópia da petição do agravo de instrumento, do 
comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram 
o recurso (art. 1.018). Já, se o processo for digital, o agravante está 
dispensado de comunicar a interposição do recurso e juntar as cópias do 
instrumento formado (art. 1.018, §3°). Contudo, o Professor considera que, na 
prática, o agravante sempre deve fazer a comunicação e juntar as cópias que 
instruíram o seu recurso ao juízo de primeiro grau, até para que ele conheça as 
suas razões e faça eventual juízo de reconsideração da decisão proferida. 
 
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos 
autos do processo, de cópia da petição do agravo de 
instrumento, do comprovante de sua interposição e da 
relação dos documentos que instruíram o recurso. 
§1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o 
relator considerará prejudicado o agravo de instrumento. 
§2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a 
providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a 
contar da interposição do agravo de instrumento. 
§3º O descumprimento da exigência de que trata o §2º, desde 
que arguido e provado pelo agravado, importa 
inadmissibilidade do agravo de instrumento. 
 
CPC/73, Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, 
requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição 
do agravo de instrumento e do comprovante de sua 
interposição, assim como a relação dos documentos que 
instruíram o recurso. 
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, 
desde que arguido e provado pelo agravado, importa 
inadmissibilidade do agravo. 
 
	
	
14	
Processamento do recurso de agravo instrumento: recebido o agravo de 
instrumento, quando não for caso de determinar as complementações ou de 
rejeitá-lo de plano, o relator poderá atribuir efeito suspensivo, parcial ou total, 
ao recurso (art. 1.019, I). 
 
Assim, determinará a intimação do agravado pessoalmente, quando não tiver 
procurador constituído, ou do seu advogado pelo diário oficial de justiça ou por 
carta com aviso de recebimento (art. 1.019, II). O prazo para o agravado 
responder passa a ser, com o NCPC, de 15 (quinze) dias e não mais de 10 
(dez) dias como era no CPC/73 (art. 527, IV). 
 
Ademais, também caberá ao relator intimar o Ministério Público, 
preferencialmente pelo meio eletrônico, quando for caso de sua intervenção, 
para que se manifeste em 15 (quinze) dias (art. 1.019, III). Por fim, o relator 
solicitará dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação 
do agravado (art. 1.020). 
 
Esse dispositivo é alvo de críticas porque estabelece como marco inicial dos 30 
(trinta) dias que o relator terá para preparar o seu voto a intimação do 
agravado. Desse modo, o prazo para o agravado responder está contido no 
período em que o relator terá para preparar o seu voto, de modo que não é 
possível preparar o voto sem o completo panorama argumentativo. Por 
exemplo, o agravado é intimado para responder ao agravo no dia 1º. Ele, em 
tese, poderia apresentar suas razões até o dia 16 do referido mês, sendo que o 
desembargador teria, em tese, até o dia 30 daquele mês para preparar seu 
voto e solicitar a data de julgamento. 
 
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e 
distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação 
do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, 
em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão 
recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por 
carta com aviso de recebimento, quando não tiver 
procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por 
carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, 
para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-
lhe juntar a documentação que entender necessária ao 
julgamento do recurso; 
III - determinará a intimação do Ministério Público, 
preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de 
sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 
(quinze) dias. 
	
	
15	
 
Art. 1.020. O relator solicitará dia para julgamento em prazo 
não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado. 
 
CPC/73, Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no 
tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: 
I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 
557; 
II - poderá converter o agravo de instrumento em agravo retido, 
salvo quando se tratar de provisão jurisdicional de urgência ou 
houver perigo de lesão grave e de difícil ou incerta reparação, 
remetendo os respectivos autos ao juízo da causa, onde serão 
apensados aos principais, cabendo agravo dessa decisão ao 
órgão colegiado competente; 
II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo 
quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão 
grave e de difícil reparação, bem como nos casos de 
inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a 
apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da 
causa; 
III - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou 
deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a 
pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
IV - poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as 
prestará no prazo de 10 (dez) dias; 
V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por 
ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de 
recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 
525, §2º), facultando-lhe juntar a documentação que entender 
conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e 
naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário 
oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão 
oficial; 
VI - ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do 
caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público, se for o 
caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. A decisão liminar,proferida nos casos dos 
incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de 
reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o 
próprio relator a reconsiderar. 
 
Pedido de reconsideração: o NCPC em nada inovou quanto ao pedido de 
reconsideração das decisões interlocutórias. Fora das hipóteses legalmente 
previstas, é vedado ao juiz reconsiderar suas decisões. E o pedido de 
reconsideração não interrompe o prazo recursal para interposição do agravo. 
	
	
16	
Os critérios da hierarquia e da cognição: há muito se discute sobre qual 
decisão deve prevalecer: a de primeiro ou a de segundo grau de jurisdição. Por 
exemplo, no caso prático, o juiz nega a liminar em mandado de segurança, 
mas o tribunal reforma a sua decisão, deferindo a medida. Nesses termos, o 
processo prossegue e a sentença denega a ordem. A liminar proferida em 
segundo grau está valendo ou a decisão de primeiro grau que denega a ordem 
prevalece? 
 
O Superior Tribunal de Justiça enfrentou o tema e decidiu que a resposta 
dependerá da situação concreta: se o âmbito de cognição exercido pelo 
segundo grau foi exatamente o mesmo exercido pelo primeiro grau, no 
momento da prolação da sentença, prevalece a decisão de segundo grau (e o 
critério de hierarquia). Assim, no exemplo, ainda que a sentença tenha 
denegado a ordem, a liminar de segundo grau ficaria mantida. Já, se o âmbito 
de cognição do primeiro grau foi maior do que o exercido quando do 
julgamento do agravo, prevalece o critério de cognição. No exemplo, se a 
autoridade coatora trouxe elementos novos (alegação de coisa julgada), 
desconhecidos pelo tribunal ao conceder a liminar, prevalece a sentença que 
denega a ordem. 
 
A crise do sistema recursal brasileiro: há muitos anos se busca reduzir o 
número de recursos. Porém, o ato de recorrer, no direito brasileiro, não gerava 
consequências. 
 
Há incentivos, inclusive financeiros, no sentido de que as partes devem 
recorrer das decisões que lhe são desfavoráveis, vez que é barato fazer isso. 
Um claro exemplo disso é o fato de que, até 06 ou 07 anos atrás, a 
interposição de agravo de instrumento não gerava custos para a parte. 
 
Outro estímulo é a jurisprudência lotérica e instável dos tribunais, 
principalmente em função da divergência de posicionamento dos tribunais 
superiores, refletida nos tribunais de segundo grau. Em suma, a mensagem 
dada à sociedade é: recorra, porque, além de não gerar altos custos, resta 
chance de sucesso e reforma da decisão desfavorável. 
 
Sobre o tema, o NCPC trouxe inovação no sentido de instituir a sucumbência 
recursal no caso de improvimento de recursos, devendo o tribunal fixar nova 
verba honorária ao advogado, com limite de até de 20% (vinte por cento) sobre 
o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (art. 85, §§1° e 2°). 
 
	
	
17	
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários 
ao advogado do vencedor. 
§1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, 
no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na 
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, 
cumulativamente. 
§2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o 
máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do 
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, 
sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para 
o seu serviço. 
§3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação 
dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos 
I a IV do §2° e os seguintes percentuais: 
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido até 200 
(duzentos) salários-mínimos; 
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 
(duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-
mínimos; 
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor 
da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 
2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) 
salários-mínimos; 
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor 
da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 
20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) 
salários-mínimos; 
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 
100.000 (cem mil) salários-mínimos. 
§4º Em qualquer das hipóteses do §3º: 
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser 
aplicados desde logo, quando for líquida a sentença; 
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, 
nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá 
quando liquidado o julgado; 
	
	
18	
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível 
mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em 
honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; 
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando 
prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da 
decisão de liquidação. 
§5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda 
Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o 
valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do §3º, 
a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa 
inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim 
sucessivamente. 
§6º Os limites e critérios previstos nos §§2º e 3º aplicam-se 
independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, 
inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem 
resolução de mérito. 
§7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença 
contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, 
desde que não tenha sido impugnada. 
§8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito 
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, 
o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, 
observando o disposto nos incisos do §2º. 
§9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o 
percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações 
vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas. 
§10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão 
devidos por quem deu causa ao processo. 
§11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários 
fixados anteriormente levando em conta o trabalho 
adicional realizado em grau recursal, observando, 
conforme o caso, o disposto nos §§2º a 6º, sendo vedado 
ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários 
devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os 
respectivos limites estabelecidos nos §§2º e 3º para a fase 
de conhecimento. 
§12. Os honorários referidos no §11 são cumuláveis com 
multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas 
no art. 77. 
§13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à 
execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de 
cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito 
principal, para todos os efeitos legais. 
§14. Os honorários constituem direito do advogado e têm 
natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos 
	
	
19	
oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a 
compensação em caso de sucumbência parcial. 
§15. O advogado pode requerer que o pagamento dos 
honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da 
sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, 
aplicando-se à hipótese o disposto no §14. 
§16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os 
juros moratórios incidirão a partirda data do trânsito em julgado 
da decisão. 
§17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar 
em causa própria. 
§18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto 
ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação 
autônoma para sua definição e cobrança. 
§19. Os advogados públicos perceberão honorários de 
sucumbência, nos termos da lei. 
 
Desse modo, a interposição de recursos demandará maior cautela, pois pode 
aumentar o prejuízo a ser suportado pela parte quando a tese, empiricamente, 
não tem chances de êxito. O Professor considera que essa inovação foi boa, 
sendo preciso aumentar o custo dos recursos. E essa prática não violaria o 
acesso ao Judiciário, que deve ser garantido até certo ponto, principalmente no 
que tange aos recursos extraordinários. 
 
Ademais, o NCPC também fixou orientação no sentido de que os tribunais 
devem formar uma jurisprudência estável, íntegra e coerente, evitando 
flutuações de posicionamentos (arts. 926 e 927). Com isso, informa-se o 
jurisdicionado que não adianta recorrer, porque a matéria está pacificada, a 
menos que ele demonstre peculiaridade no caso ou argumento novo apto a 
justificar a discussão do tema. 
 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e 
mantê-la estável, íntegra e coerente. 
§1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados 
no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de 
súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. 
§2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-
se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram 
sua criação. 
 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
	
	
20	
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou 
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de 
recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal 
em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em 
matéria infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais 
estiverem vinculados. 
§1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e 
no art. 489, §1º, quando decidirem com fundamento neste 
artigo. 
§2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de 
súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser 
precedida de audiências públicas e da participação de 
pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a 
rediscussão da tese. 
§3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do 
Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou 
daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode 
haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e 
no da segurança jurídica. 
§4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência 
pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos 
repetitivos observará a necessidade de fundamentação 
adequada e específica, considerando os princípios da 
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. 
§5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, 
organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, 
preferencialmente, na rede mundial de computadores. 
 
Conclusões: de uma maneira geral, o sistema trazido pelo NCPC é melhor do 
que o existente no CPC/73. Espera-se que a tutela jurisdicional seja mais ágil 
para a sociedade, mas esse resultado depende da conjunção de esforços do 
jurisdicionado, no sentido de ter cautela ao ajuizar demandas, do advogado, 
que deve atuar de boa-fé e cooperando com os demais sujeitos do processo 
(art. 6º), e, por fim, do julgador, que deve propiciar orientação segura quanto à 
interpretação do direito no caso concreto. As diretrizes do Novo Código são 
boas, restando aos operadores do direito a firme atuação para que elas sejam 
correta e coerentemente aplicadas. 
 
Art. 6ºTodos os sujeitos do processo devem cooperar entre si 
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito 
justa e efetiva.

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