Buscar

CRIMES HEDIONDOS - ROTEIRO.pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Roteiro – Crimes Hediondos 
Prof. Marcio Riski 
 
1. Questão de Ordem: historicamente, lei sob 
encomenda eleitoral; má apreciação das condições 
existenciais: lembrar críticas à teoria de Rudolf 
Von Ihering. 
 
2. Classificação das Infrações Penais segundo a sua 
lesividade: 
a) lesividade insignificante; 
b) menor potencial ofensivo; 
c) médio potencial ofensivo; 
d) grande potencial ofensivo; 
e) infrações hediondas; 
 
3. Critério de Classificação: sistemas legal (rol 
taxativo), judicial e misto (rol exemplificativo); o 
sistema no direito pátrio. Princípio de Reserva 
Legal (evitar, neste caso, a judicialização da 
política); 
 
4. Crimes Militares (sua não inserção na Lei 
8.072/90); 
 
5. Casos do Art. 1º da Lei 8.072/90: 
 
a) Homicídio Simples, apenas em atividade de 
grupo de extermínio: 
 
- Como há uma condição, Damásio diz tratar-se de 
crime condicionado; 
 
- não se confunde com o crime de quadrilha ou 
bando (neste exige-se um mínimo de participantes: 
a lei fala em + de 3 pessoas); 
Na atividade de grupo de extermínio, basta um 
agente; 
 
- as vítimas dos grupos raciais, étnicos, sociais 
podem estar ocasionalmente vinculadas (não é 
preciso um laço racial ou social); 
 
- Como esse inciso foi incluído pela Lei 8.930/94, é 
possível sua retroatividade para crimes praticados 
antes de 1994? (distinguir normas penais, 
processuais e híbridas). Ver posição do STJ. 
 
- O homicídio praticado em atividade de grupo de 
extermínio é qualificadora? É elementar do tipo 
penal? Pode ser elencada como um quesito no Júri 
(art. 483, CPP)? 
 
- A este tipo de homicídio pode se agregar uma 
circunstância privilegiada? 
 
b) Homicídio qualificado 
 
- Também incluído pela Lei 8.930/94 
(absurdamente não era considerado hediondo); 
 
- homicídio qualificado-privilegiado: é possível 
tratar-se de crime hediondo? 
 
� Somente as qualificadoras objetivas podem 
conviver com os privilégios (todo privilégio 
é circunstância subjetiva - causa especial de 
diminuição) => Art. 121§ 2º, III e IV, CP. 
 
� Em havendo esta convivência, o privilégio 
absorve a qualificadora. Ex: pai que 
envenena o estuprador da sua filha. 
 
c) Envenenamento de água potável ou 
substância alimentícia ou medicinal. 
 
- O art. 270 do CP não prevê o resultado morte; já 
o art. 285 prevê o resultado letal morte (ambos 
eram hediondos, antes da Lei 8.930/94) 
 ↓↓ hoje 
Não são mais => logo, retroatividade da lei penal 
mais benéfica; 
 ↓↓ dado curioso: 
Quem envenenasse um reservatório de água e, 
culposamente, matasse alguém, o crime seria 
hediondo; 
 ↓↓ porém, 
Se colocasse veneno num copo d’água, não 
cometeria crime hediondo, pois antes da Lei 8.930, 
o homicídio qualificado não era hediondo. 
 
d) Latrocínio: 
 
 - Art. 157, § 3º, segunda parte (roubo para garantir 
a posse ou a impunidade); 
 
- o mínimo da pena pulou de 15 para 20 anos de 
reclusão, além de multa; 
 
- não é obrigatoriamente crime preterdoloso ( a 
morte pode ocorrer por dolo ou culpa); 
 
- Crime complexo (roubo + homicídio); 
 
2 
 
- Curiosidade: o roubo qualificado pelo resultado 
lesão corporal grave ou com emprego de arma de 
fogo (ambos qualificados pelo resultado) 
 ↓↓ 
 Não são crimes hediondos; 
 
 
 
e) Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 
2º) 
 
- Este parágrafo manda aplicar o Art. 157, § 3º (ou 
seja, a mesma sanção do latrocínio) 
 
- como a pena de latrocínio subiu de 15-30 para 20-
30, indiretamente a Extorsão qualificada pela morte 
também teve pena exacerbada; 
 
- Curiosidade: a mesma extorsão qualificada pela 
lesão corporal grave não é hediondo; 
 
- inclusão do § 3º ao art. 158 (“seqüestro 
relâmpago) => restrição de liberdade como 
condição necessária para obtenção de vantagem 
econômica. 
 ↓↓ se resultar lesão grave ou 
morte 
 
O art. 158, § 3º manda aplicar as penas dos §§ 3º e 
4º do art. 159 (16-24 para lesão grave, e 24 a 30 
para morte) 
 ↓↓ Curiosidade: 
Nota-se que estas penas acima são maiores do que 
para o latrocínio (lesão ao princípio de 
proporcionalidade das penas); 
 
f) Extorsão mediante seqüestro e na forma 
qualificada (art. 159 e seus §§ 1º, 2º e 3º) 
 
- ao contrário da extorsão qualificada pela morte, 
aqui há privação de liberdade como elementar; 
 
- Crime complexo (seqüestro ou cárcere privado + 
extorsão) 
- Formas qualificadas: Extorsão mediante 
seqüestro 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si 
ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou 
preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
Pena - reclusão, de seis a quinze anos, e multa, de cinco 
contos a quinze contos de réis. 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada 
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 1° Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, 
se o sequestrado é menor de dezoito anos, ou se o crime é 
cometido por bando ou quadrilha: 
§ 1
o
 Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) 
horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 
60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou 
quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela 
Lei nº 10.741, de 2003) 
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, multa, de dez 
contos a vinte contos de réis. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada 
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza 
grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
Pena - reclusão, de doze a vinte e quatro anos, e multa, 
de quinze contos a trinta contos de réis. 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação 
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
Pena - reclusão, de vinte a trinta anos, e multa, de 
vinte contos a cinqüenta contos de réis. 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta 
anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 
25.7.1990) 
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o 
co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a 
libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a 
dois terços.(Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o 
concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a 
libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a 
dois terços.(Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996) 
 
- Curiosidade: o crime de seqüestro (embora 
muito grave) não foi incluído no rol de crimes 
hediondos; 
 
- Outra Curiosidade: (que vigorava antes da lei 
2.015/09) 
 
Imagine a vítima débil mental (antigo art. 224, 
do CP – presunção de violência). 
3 
 
O art. 6º, da lei 8.072/90 mandou aumentar a pena 
mínima deste crime de extorsão mediante seqüestro 
(art. 159) para 24 anos. 
 ↓↓logo 
Combinando-se este art. 159 com o art. 9ª da Lei 
8.072/90 manda aumentar novamente, para este 
crime, a pena de metade (24 + 12 = 36), a pena 
mínima seria 36 anos. Como o art. 75 do CP 
proíbe valor maior do que 30 anos, 
 
 ↓↓logo 
A pena mínima seria de 30 anos seria igual à pena 
máxima também de 30 anos (lesão ao princípio de 
individualização da pena); 
 
- Outra curiosidade criada pela Lei 8.930/94 (não 
revogada até hoje) => não houve previsão da pena 
de multa para este crime hediondo, embora seja 
praticado por cobiça e cupidez (abolitio poena); 
 
 
g) Estupro simples (art. 213 do CP com redação 
da Lei 12.015/2009) 
 
- qualquer ato libidinoso diverso de conjunção 
carnal passa a ser estupro, logo, hediondo;- não houve abolitio criminis do atentado violento 
ao pudor, mas continuidade normativo típica; 
 
h) Estupro qualificado (art. 213 c/c 223) 
resultando lesão grave ou morte. O art. 223 foi 
revogado pela lei 12.015/ 09, mas mantido pela 
mesma lei. 
 
- a reclusão passou a ser de 8 a 12 anos (lesão 
grave em sentido amplo => grave e gravíssima); 
 
- resultando morte, antes da lei 12.015 era de 12 a 
25 anos; depois dela passou para 12 a 30 anos; 
 
- o estupro não é crime complexo; 
 
- no toca às qualificadas, aí sim tem-se o crime 
complexo (pois o resultado morte, lesão corporal, 
são crimes autônomos); 
 
- todos os casos de estupro qualificado são crimes 
preterdolosos (o que exclui a tentativa, vide súmula 
610 do STF) 
 
- Em caso de ter havido dolo na lesão corporal ou 
na morte => haverá concurso material. 
 ↓↓ do contrário 
Haveria injustiça, já que a pena do estupro 
qualificado seria menor do que a soma dos crimes 
isolados. 
 
 - se o resultado culposo (lesão ou morte) atingirem 
terceiros => não haverá estupro qualificado, mas 
concurso material. 
 
- nova qualificadora trazida pela Lei 12.015/09 => 
menor entre 14 e 18 anos: 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir 
que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada 
pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação 
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 1
o
 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza 
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 
14 (catorze) anos: 
 ↓↓ mas para Capez 
Embora conste do parágrafo, não se trata de crime 
qualificado pelo resultado 
 
- Estupro de Vulnerável e violência presumida: 
 => A violência presumida estava no art. 224 (já 
revogado) junto com a violência real (ambos 
integravam o mesmo tipo); 
 
 => agora com a lei 12.015/09, que também 
revogou o art. 224 (mas sem abolitio criminis) o 
fato deixou de integrar o art. 213, indo para o art. 
217.A 
 ↓↓ passou a ser 
 Crime autônomo (estupro de vulnerável) 
(com pena mais severa => de 8 a 15 anos) 
 
� Antes o art. 224 falava em vítima com idade 
igual ou inferior a 14 anos (hoje é somente o 
menor de 14); 
� Antes se discutia se os crimes sexuais com 
violência presumida eram hediondos; hoje é 
pacífico ser hediondo; 
 
i) Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º, 
do CP) 
 
- A forma culposa não caracteriza o crime 
hediondo; 
- basta que morra uma só vítima; 
- é crime preterdoloso; 
 
j) falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins 
4 
 
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 
1
o
, § 1
o
-A e § 1
o
-B, com a redação dada pela Lei 
n
o
 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído 
pela Lei nº 9.695, de 1998) 
 
- falha da lei: incluiu os cosméticos e saneantes 
(vide conceito impreciso e normas penais em 
branco) => lesão ao princípio de 
proporcionalidade. 
 
- faz referência ao art. 273 do CP, sem fazer 
menção às formas qualificadas (lesão e morte), que 
estão no art. 285. 
 ↓↓mas 
Considerou hediondo a forma menos grave, deverá 
incluir as formas mais graves do art. 285; 
 
l) Genocídio: arts. 1º, 2º e 3º da Lei 2.889/56 
 
- Competência: EC 45, acrescentando o inciso V.A 
ao art. 109 da CF, referente ao § 5º da CF: o PGR 
pode pedir o deslocamento de competência para a 
Justiça Federal desde que suscitado ao STJ; 
 
- Críticas a este deslocamento de competência: 
ADIN da AMB; 
 
- O Tribunal Penal Internacional (EC 45 
acrescentou o § 4º ao art. 5º da CF) => julga 
genocídio, crimes de guerra, contra a humanidade 
etc. ↓↓ 
 Trata-se de jurisdição residual (apenas após 
esgotada a via procedimental interna do país 
signatário) ↓↓ a não ser que 
 Haja parcialidade no julgamento brasileiro, 
fraude, inoperância na jurisdição interna no Brasil. 
 ↓↓logo 
Não está revogado o art. 7º, I, d, do CP: 
- Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: os crimes: 
de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil; 
 
 
6. Assemelhados a hediondos: 
 
a) Tráfico Ilícito de Entorpecentes: 
 
- Há discussão na doutrina se o tráfico vai além dos 
arts. 33 e 34; o STF entende englobar até o art. 34, 
embora o art. 44 da Lei 11.343/06 considerou do 
art. 33 ao 37 inafiançáveis, insuscetíveis de graça, 
anistia, indulto e liberdade provisória (apesar da lei 
11.464/07 mais branda). 
 
b) Terrorismo: art. 20 da Lei 7.170/83 (LSN): 
 
Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, 
manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar 
explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por 
inconformismo político ou para obtenção de fundos 
destinados à manutenção de organizações políticas 
clandestinas ou subversivas. 
 
- falta de um tipo legal definido com todos os seus 
elementos (lesão ao princípio de reserva legal); 
 
c) Tortura

Outros materiais