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Direito Empresarial II

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Felipe Alves Torres 
1 
 
Recapitulando 
 
Associação: Art. 53 CC. Pessoa jurídica conforme art. 44 CC. É uma entidade que 
não busca lucro. 
 
“Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem 
para fins não econômicos.” 
 
Não existe sociedade sem fins lucrativos, se não houver a busca por lucros, 
será sempre uma associação. Art. 981 CC. 
 
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica 
e a partilha, entre si, dos resultados.” 
 
Existem dois sentidos para a palavra sociedade; 
 
O primeiro diz respeito a um contrato, no qual duas ou mais pessoas se 
reúnem para um esforço comum com a finalidade econômica. Art. 981 CC. 
O segundo está ligado a entidade que surge após a realização do contrato, a 
pessoa jurídica. Art. 44, II CC. 
 
Pressupostos Fáticos Para a Existência da Sociedade 
 
Affectio Societatis 
 
Pluralidade de Sócios: Existem duas exceções, as sociedades unipessoais, apesar 
dessas sociedades terem apenas um único sócios elas possuem personalidade 
jurídica. Podem ser originárias ou eventuais, originárias são aquelas que já nascem 
nessa condição, por exemplo, a sociedade subsidiária integral art. 251 lei 6404/76. 
Nas eventuais, acontece de por algum motivo a sociedade ficar 
temporariamente com um único sócio. Por exemplo, art. 206, I, d lei 6404/76. 
 
Felipe Alves Torres 
2 
 
Teoria da Empresa 
 
Diferença entre uma Sociedade Empresarial e uma Sociedade Simples: Em 
princípio a diferença é quanto ao objeto social, o que a sociedade se propõe a fazer. 
Na sociedade empresarial existe um objeto empresarial, art. 966 CC. 
 
Art. 2037 CC 
 
“Art. 2.037. Salvo disposição em contrário, aplicam-se aos empresários e 
sociedades empresárias as disposições de lei não revogadas por este Código, 
referentes a comerciantes, ou a sociedades comerciais, bem como a atividades 
mercantis.” 
 
A sociedade simples não se sujeita as regras da lei de recuperação judicial 
(falências) 11.101/05 
 
Existem algumas obrigações que são específicas do empresário. Art. 967 e 
1.179 CC. 
 
“Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.” 
 
“Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme 
de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar 
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.” 
 
Apesar de o empresário ser obrigado a arquivar os atos constitutivos da 
sociedade empresaria antes do inicio da sociedade, se ela não o fizer, não será 
descaracterizado o fato de ela ser uma sociedade empresária. Porém será 
considerada uma sociedade em comum. A sociedade comum se submete as regras 
da insolvência civil. 
 
Felipe Alves Torres 
3 
 
A sociedade simples não terá como objeto social empresarialidade, o objeto 
está contido na primeira parte do parágrafo único do art. 966 CC. 
 
“Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, 
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” 
 
A sociedade rural, desde que não inscrita na junta comercial, é considerada 
uma sociedade simples, é uma exceção porque o que dá característica de uma 
sociedade ser empresarial ou não, não é se está inscrita na junta comercial, mas sim 
seu objeto. Art. 971 e 984 CC. 
 
Na cooperativa, qualquer que seja o seu objeto social, sempre será 
considerada como sociedade simples, e deverá se registrar na junta comercial. § 
único art. 982 
 
A sociedade por ações sempre será empresária. § único art. 982 
 
A sociedade de advogados sempre será considerada como sociedade 
simples. Lei 8906/94 art. 15. 
 
Artigo Sociedade Para que foi 
criada 
Objeto Social Órgão Social 
997 Simples Simples Simples RCPJ 
1039 Nome Coletivo Empresária Emp. / Simples JC / RCPJ 
1.052 LTDA Empresária Emp. / Simples JC / RCPJ 
1.088 e Lei 
6404/96 
Sociedade 
Anônima 
Empresária Empresarial JC 
1.090, 2.822, 
lei 6404/96 
Comandita por 
Ações 
Empresária Empresarial JC 
5764/71 Cooperativa Simples Simples JC 
 
Felipe Alves Torres 
4 
 
Sociedade simples também tem dois sentidos: o primeiro quando se trata da 
natureza, pelo objeto e o segundo pela espécie, tipo. 
 
A sociedade em conta de participação, tanto registrada na junta comercial 
como no registro civil de pessoas jurídicas, nunca adquirirá personalidade. Art. 993 
CC. Essa sociedade tem natureza jurídica de um contrato de participação e não de 
sociedade. 
 
Art. 983 CC 
 
“Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de 
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que 
lhe são próprias.” 
 
A Sociedade (TIPO) empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples (OBJETO) pode constituir-se 
de conformidade com um desses tipos, e , não o fazendo, subordina-se às normas 
que lhe são próprias. 
 
Agência de viagens é uma sociedade empresarial, pois se enquadra no art. 
966 CC. 
 
Diferença de um Empresário Individual para um Autônomo: 
 
O empresário individual tem i elemento empresa, já o autônomo tem uma 
atividade sem o elemento empresa. 
 
Empresarial II 
 
Empresário Individual e Empresário Coletivo 
 
Felipe Alves Torres 
5 
 
O contrato, quando levado a registro na junta comercial faz com que haja a 
personalidade jurídica. 
E empresário individual não leva o contrato a registro, pois não pode fazer um 
contrato consigo mesmo, ele deve levar a arquivamento a declaração de firma 
individual. Art. 44 CC. 
A firma individual é o nome empresarial do empresário individual. Quem 
compra, contrata, faz negociações é o próprio empresário individual e não a firma 
individual, que é apenas o seu nome. 
 
Requisitos Necessários Para Ser Um Empresário Individual 
 
Capacidade: Deve ser capaz e não pode ser proibido de exercer a atividade. Art. 
972 CC 
 
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo 
da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.” 
 
Exercer a atividade empresarial 
 
É possível que haja uma sociedade empresarial sem atividade, é a que existe 
somente no papel. 
Uma atividade sem sociedade também é possível que aconteça, é o caso do 
empresário individual. 
 
Art. 974 CC 
 
“Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, 
continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo 
autor de herança.” 
 
Os bens que o empresário já possuía antes da interdição não ficam sujeitos 
ao resultado da empresa. Art. 974 §2º CC. 
 
Felipe Alves Torres 
6 
 
“§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, 
ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, 
devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.” 
 
Se o representante for impedido. Art. 975 CC. 
“Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por 
disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a 
aprovação do juiz, um ou mais gerentes.” 
 
Fundamento do nome empresarial: Art.1.156 CC 
 
“Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou 
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoaou do 
gênero de atividade.” 
 
Marca: Identifica o serviço ou produto 
Nome empresarial: Identifica o empresário 
Título de estabelecimento: Identifica o local 
 
A declaração de firma individual, do Empresário Individual é arquivado na 
Junta Comercial. Art. 1.150 CC 
 
“Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público 
de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas 
para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade 
empresária.” 
 
Empresário Coletivo 
 
Quando se arquiva os atos constitutivos da sociedade empresarial, surge a 
personalidade jurídica, é possível que haja uma sociedade sem arquivamento, é a 
sociedade de fato e a sociedade em comum. 
Felipe Alves Torres 
7 
 
 
Classificação das sociedades 
 
Sociedade em comum: Se diferencia em sociedade de fato e irregular. Art. 987 CC 
 
“Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito 
podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de 
qualquer modo.” 
 
Há autores que dizem que a personalidade jurídica começa no acordo de 
vontades e não no arquivamento 
Quando surge a personalidade jurídica aparecem algumas conseqüências, a 
titularidade negocial, titularidade processual e responsabilidade patrimonial. 
 
Argumentos 
 
1) Art. 44, II CC 
 
“Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:” 
“II - as sociedades;” 
 
2) Na sociedade em comum, seja ela irregular ou de fato haverá o surgimento de um 
patrimônio especial. Art. 988 
 
“Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os 
sócios são titulares em comum.” 
 
Art. 990 CC 
 
“Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações 
sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou 
pela sociedade.” (que fez a dívida) 
 
Felipe Alves Torres 
8 
 
3) Existe a titularidade processual. Art. 12,VII CPC 
 
“Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:” 
“VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a 
administração dos seus bens;” 
Essa corrente é minoritária, pois a lei é clara, a personalidade jurídica surge 
com o arquivamento. 
 
Conseqüências pelo não arquivamento na junta comercial 
 
1) Não pode requerer a falência de outro empresário, porém pode ter a sua própria 
requerida. Art. 97 § 1º c/c 51, V da lei 11.101/05 
 
“Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:” 
 
“§ 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas 
que comprove a regularidade de suas atividades.” 
 
“Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:” 
 
“V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato 
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;” 
 
2) Não haverá proteção ao nome empresarial. Art. 33 da lei 8.934/94 
 
“Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento 
dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações.” 
 
3) Não poderá requerer proteção da marca. Art. 128 da lei 9.279/96 
 
“Art. 128. Podem requerer registro de marca as pessoas físicas ou jurídicas de 
direito público ou de direito privado.” 
 
Felipe Alves Torres 
9 
 
4) Não pode contratar com a administração pública. Art. 28, III lei 8.666/93 
 
“Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá 
em:” 
“III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, 
em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, 
acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;” 
 
Sociedade em conta de participação: Essa sociedade vem sofrendo critica dos 
autores, uma vez que não teria natureza jurídica de sociedade e sim de um contrato 
de participação. 
Essa sociedade funciona de acordo com o art. 991. O sócio ostensivo pega o 
dinheiro com os sócios denominados ocultos, e começa a realizar em seu próprio 
nome a atividade empresarial. 
 
“Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto 
social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob 
sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados 
correspondentes.” 
 
Essa sociedade nunca terá personalidade jurídica, não se aplica o art. 985 
CC, se aplica a ela o art. 993 CC. 
 
“Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual 
inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade 
jurídica à sociedade.” 
 
Essa sociedade não pode falir, pois opera em sua própria responsabilidade, 
quem fali é sócio ostensivo e não a sociedade. 
 
Classificação das Sociedades 
 
Quanto à alienação da participação societária (capital ou pessoas) 
Felipe Alves Torres 
10 
 
 
Sociedade de pessoas: É aquela que leva em consideração os aspectos pessoais 
dos sócios, geralmente quando chamamos alguém para ser sócio junto conosco, 
chamamos um amigo, essas pessoas possuem qualidades especiais, relevantes 
para o sucesso da empresa. 
 
Características: 
 
Intuitu Personae: A sociedade leva em consideração as características pessoais 
dos sócios, não é qualquer um que pode ser sócio dessa sociedade. 
 
Cessão de Quotas: Quando um sócio pretende sair, ele não pode vender a parte 
societária dele para qualquer um, ele necessita da autorização dos demais sócios. 
Art. 1.057 CC 
 
“Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou 
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a 
estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital 
social.” 
 
Morte do Sócio: Hipótese de dissolução parcial da sociedade. Art. 1028 CC 
 
“Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:” 
“I - se o contrato dispuser diferentemente;” 
“II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;” 
“III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.” 
 
Em regra quando um sócio morre deve ser feita a liquidação da sociedade, 
será visto quanto vale o ativo e o passivo para dar o dinheiro ao herdeiro. 
 
Impenhorabilidade das Quotas: Art. 591 CPC. 
 
Felipe Alves Torres 
11 
 
“Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos 
os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.” 
 
Nosso patrimônio tem como uma função relevante para o direito, a função de 
dar garantia ao credor. 
As quotas como têm valor econômico fazem parte do patrimônio do sócio, 
logo é cabível que o proprietário as venda. 
Vamos imaginar que A deva dinheiro para B e possua como parte do seu 
escasso patrimônio quotas de uma sociedade de pessoas, nesse caso, o juiz não 
poderá penhorar essas quotas. Lembrando que isso é controvertido. 
Quota social é a divisão do capital social que pertence ao sócio. 
 
Sociedade de Capital 
 
Princípio da Livre Circulação: Art. 36 da Lei 6.404/76. Por esse principio a pessoa 
pode ingressar ou sair da sociedade a hora que bem entender. 
 
“Art. 36. O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à circulação das 
ações nominativas, contanto que regule minuciosamente tais limitações e não 
impeça a negociação, nem sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de 
administração da companhia ou da maioria dos acionistas.” 
 
Por esse principio não é importante quem seja o sócio, o que importa é a 
contribuição matéria, o dinheiro.Penhorabilidade das Quotas: Na sociedade de Capital poderá haver a penhora 
das quotas ou ações. 
 
Morte do Sócio: Nesse caso não há a necessidade de dissolução da sociedade, o 
herdeiro entra como sócio normalmente. 
 
Análise das Sociedades 
 
Felipe Alves Torres 
12 
 
Sociedade Limitada: Essa sociedade tanto pode ser de pessoas como de capital, 
isso vai depender das cláusulas contratuais que forem estipuladas, em regra, se 
nada constar no contrato é Sociedade de Pessoas. 
Sociedade Simples: Art. 997, IV c/c 999, 1003 CC é Sociedade de Pessoas 
 
“Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, 
que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:” 
 
“IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;” 
 
 “Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria 
indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais 
podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a 
necessidade de deliberação unânime.” 
 
“Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação 
do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto 
a estes e à sociedade.” 
 
Sociedade Comandita Simples Art. 1.045: Existem dois casos. 
 
1) Cessão de Quotas: Essa sociedade é regulada a partir do art. 1.045, quando 
não há solução nesse capítulo, usamos o capítulo anterior, nesse caso o art. 1.046 
CC. Que nos leva a sociedade em nome coletivo, que também não apresenta 
solução para o caso, utilizando o art. 1.040 voltaremos para o capítulo da sociedade 
simples, art. 1.003 CC. 
Nesse caso podemos concluir que é uma Sociedade de Pessoas. 
 
2) Transferência das Quotas no Caso de Morte: Existem duas hipóteses. 
 
2.1) Morte do Sócio Comanditado: Devemos inicialmente procurar a solução no 
capitulo referente a sociedade em comandita simples, constatado que não há 
solução, usamos o art. 1.046 para irmos para o capítulo da sociedade em come 
Felipe Alves Torres 
13 
 
coletivo, verificada a não solução da questão, vamos para o capitulo anterior, 
encontraremos a resposta no capítulo 1.028 CC. 
 
“Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:” 
 
Essa sociedade é de Pessoas, salvo disposição em contrário, pois a regra é 
haver a liquidação da sociedade, porém é possível pactuar de forma diferente. 
 
2.2) Morte do Comanditário: Esse sócio tem como característica a não 
administração da sociedade, não possui relevância para a sociedade, por lógica a 
sociedade será de Capital. Art. 1.050 CC. 
 
“Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição 
do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os 
represente.” 
 
Sociedade em Nome Coletivo Art. 1.039 CC: Nessa sociedade todos respondem 
ilimitadamente pelas obrigações. 
 
Com relação à Cessão de Cotas: para analisarmos, devemos primeiramente 
verificar no capítulo correspondente a Sociedade em Nome Coletivo se há solução, 
verificado que não há, voltemos para o capítulo anterior através do art. 1.040 CC. No 
capítulo da sociedade simples acharemos o art. 1.003 CC que resolverá a questão. 
Trata-se de uma Sociedade de Pessoas. 
 
Com relação à Morte: Analisando o capítulo correspondente não encontraremos 
solução, utilizando o art. 1.040 voltamos um capítulo, nesse capítulo veremos o art. 
1.028 CC. 
Portanto trata-se de Sociedade de Pessoas, salvo disposição em contrário. 
 
Sociedade Anônima: Sempre será de capital, pois vige para ela o principio da livre 
circulação, previsto no art. 36 da lei 6.404/76. 
 
Felipe Alves Torres 
14 
 
Sociedade Comandita por Ações: Sempre será de Capital. 
 
Sociedade Anônima de Capital Aberto: Essa sociedade tem seus títulos admitidos 
a serem negociados na bolsa de valores. (EX: Petrobrás). 
 
Sociedade Anônima de Capital Fechado: Essa sociedade não pode vender suas 
ações na bolsa de valores. (EX: CAEMP). 
 
Tanto o STJ quanto o TJ/RJ têm alguns entendimentos no sentido de que se 
a sociedade anônima for de capital fechado, por exemplo, uma sociedade familiar, 
ela seria uma sociedade de Pessoas e não de capital. 
Em regra a sociedade anônima é de capital, excepcionalmente pode ser 
considerada de Pessoas, quando for uma Sociedade Anônima de Capital Fechado e 
houver um grupo familiar. Art. 206, II, b lei 6.404/76 
 
“Art. 206. Dissolve-se a companhia:” 
 
“II - por decisão judicial:” 
“b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por 
acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;” 
 
A regra é que o minoritário ingresse e saia da sociedade sem maiores 
problemas, porém, imaginemos que em uma sociedade anônima de capital fechado, 
o sócio A tenha 70% das ações o sócio B tenha 20% e o sócio C 10%. Essa 
sociedade está deficiente, não está dando lucro. O sócio C, por ser minoritário, não 
consegue obter lucros. Nesse caso há a possibilidade do minoritário (C) pedir a 
dissolução parcial da sociedade.

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