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Acidentes por Animais Peçonhentos na Região de Caxias do Sul/RS

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Acidentes com Animais Peçonhentos (Bothrops jararaca, Crotalus durissus, T. 1 
cambridgei, T. serrulatus, T. bahiensis, Phoneutria, Loxosceles) na região de Caxias do 2 
Sul / RS. 3 
 4 
Accidents with Poisonous Animals (Bothrops jararaca, Crotalus durissus, T. cambridgei, 5 
T. serrulatus, T. bahiensis, Phoneutria, Loxosceles) in Caxias do Sul / RS region. 6 
 7 
Roberta Zorzi William Lanius 8 
 9 
RESUMO 10 
 11 
 Esse artigo teve como objetivo observar a frequência de acidentes ocorridos com 12 
animais peçonhentos no período de 2014 a 2015 no munícipio de Caxias do Sul – RS. Os dados 13 
das notificações foram coletados na Vigilância Epidemiológica do munícipio em questão, onde 14 
foi observado a quantidade de acidentes causados por cada espécie estudada. Como animais 15 
peçonhentos podemos caracterizar aqueles que produzem ou modificam algum veneno e que 16 
de alguma forma consigam injetar esse veneno na presa ou predador. A Organização Mundial 17 
da Saúde incluiu os acidentes ofídicos na lista das doenças tropicais negligenciadas que 18 
normalmente acometem a população de baixa renda das áreas rurais. A ocorrência desses 19 
acidentes está relacionada com as condições climáticas, havendo maior incidência nos meses 20 
quentes e chuvosos, além disso, o aumento da atividade humana nos trabalhos do campo 21 
também proporciona aumento dos acidentes. Uma complicação comum de ser encontrada 22 
após a picada, é infecção na pele causada por bactérias presente na boca da serpente. Devido à 23 
grande quantidade de vítimas é importante estar sempre em busca de ações preventivas e de 24 
controle dos acidentes por animais peçonhentos. 25 
ABSTRACT 1 
 This study aimed to observe the frequency of accidents with poisonous animals in the 2 
period 2014 to 2015 in the municipality of Caxias do Sul - RS. Data from the reports were 3 
collected in the Epidemiological Surveillance of the municipality in question, which was 4 
observed the number of accidents caused by each species studied. How poisonous animals we 5 
can characterize those who produce or modify some poison and that somehow able to inject the 6 
poison into prey or predator. The World Health Organization included the snakebites in the list 7 
of neglected tropical diseases that usually affect the low-income population in rural areas. The 8 
occurrence of such accidents is related to weather conditions, with higher incidence in hot and 9 
rainy months, in addition, increased human activity in the field work also provides an increase 10 
in accidents. A common complication of being found after the bite, is skin infection caused by 11 
bacteria present in the mouth of the serpent. Due to the large number of victims it is important 12 
to always be looking for preventive and control envenomations. 13 
 14 
Palavras-chave: Acidentes ofídicos, animais peçonhentos, serpentes, aranhas, escorpiões, 15 
serra gaúcha, Caxias do Sul. 16 
 17 
INTRODUÇÃO 18 
 Como animais peçonhentos podemos caracterizar aqueles que produzem ou modificam 19 
algum veneno e que de alguma forma consigam injetar esse veneno na presa ou predador. No 20 
Brasil, os principais causadores desses acidentes são as serpentes, aranhas, escorpiões, 21 
quilópodes, entre outros. Desde que se iniciaram as notificações, os acidentes com animais 22 
peçonhentos foram considerados grande problema para a saúde pública. Os agentes 23 
epidemiológicos mais comuns, considerados como problemas de saúde pública no Brasil, são 24 
abelhas, aranhas, escorpiões, algumas lagartas, marimbondos, serpentes e vespas (CARDOSO 1 
et al., 2003). 2 
 Os acidentes ofídicos são considerados de maior importância devido a frequência e a 3 
gravidade em que ocorrem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu os acidentes 4 
ofídicos na lista das doenças tropicais negligenciadas que normalmente acometem a população 5 
de baixa renda das áreas rurais. No Brasil, ocorre cerca de 20.000 acidentes ofídicos por ano. 6 
A ocorrência desses acidentes está relacionada com as condições climáticas, havendo maior 7 
incidência nos meses quentes e chuvosos, além disso, o aumento da atividade humana nos 8 
trabalhos do campo também proporciona aumento dos acidentes. 9 
 Em nosso país, as espécies peçonhentas que mais provocam acidentes são as jararacas 10 
do gênero Bothrops e as cascavéis do gênero Crotalus. Os acidentes causados pelas jararacas 11 
causam alterações locais como dor, edema, equimose, podendo apresentar também bolhas e até 12 
necrose. Além disso, na maioria dos casos ocorre hemorragia. Uma complicação comum de ser 13 
encontrada após a picada, é infecção na pele causada por bactérias presente na boca da serpente. 14 
Já a picada pela cascavel não causa grandes alterações locais, apresenta apenas inchaço discreto 15 
e leve formigamento, porém os sinais sistêmicos são fraqueza, vista turva, queda das pálpebras 16 
e paralisia dos músculos faciais. 17 
 As aranhas e os escorpiões são animais que são facilmente encontrados no interior das 18 
residências, o que proporciona maior facilidade para que ocorra os acidentes. No Brasil, existem 19 
três espécies de escorpiões que são as principais causadoras dos acidentes. São elas T. serrulatus 20 
(escorpião amarelo), T. bahiensis (escorpião marrom) e T. stigmurus. Sendo a T. serrulatus a 21 
espécie mais causadora dos acidentes mais graves. Na região de Caxias do Sul o escorpião 22 
encontrado com maior frequência é do gênero Tityus cambridgei, conhecido popularmente por 23 
escorpião-preto. A picada dos escorpiões no geral causa manifestações locais como dor, 24 
queimação e agulhadas sempre aumentando a intensidade. Podem ser observados também 25 
vômitos, sudorese, tremores e espasmos musculares. 1 
 As principais espéicies de aranhas envolvidas nos acidentes são: Phoneutria, Loxosceles 2 
e Latrodectus. A espécie Phoneutria é conhecida como “armadeira”. Essa espécie é responsável 3 
pela maioria dos ataques, mesmo produzindo um veneno potente, os acidentes causados por 4 
elas não são de alta gravidade. Ocorre dor no local logo após a picada, o grau de dor vai se 5 
intesificando, até se tornar praticamente insuportável, conforme relatos. As alterações 6 
normalmente apresentadas são edema e eritrema no local e sudorese. Já a espécie Loxosceles 7 
são chamadas popularmente de “aranha-marrom” foram responsáveis pelos acidentes mais 8 
graves. Possuem hábitos noturnos, além disso, costumam se alojar em locais quentes e secos. 9 
Diferente da espécie anterior, essa não apresenta picada com reação imediata. A picada da 10 
Loxosceles apresenta duas formas: cutânea e cutaneovisceral. 11 
 12 
MATERIAIS E MÉTODOS 13 
 Os dados obtidos para o presente artigo foram coletados na Vigilância Epidemiológica 14 
do município Caxias do Sul – Rio Grande do Sul, através do sistema de tabulação TABWIN, 15 
com base nas fichas de notificações fornecidas pelo Sistema de Informação de Agravos de 16 
Notificação (SINAN) nos anos de 2014 e 2015. 17 
 No ano de 2014 foram notificados 130 acidentes por animais peçonhentos. Dentre esses 18 
130 casos notificados estavam inclusos, picadas por serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas, 19 
abelhas, entre outros. Considerando os acidentes por serpentes, aranhas e escorpiões do mesmo 20 
ano, foram notificados 12 acidentes com serpentes, 91 com aranhas e 5 com escorpiões, 21 
totalizando 108 acidentes. Os 130 acidentes notificados, foram também categorizados por 22 
Frequência de Evolução, onde 114 pacientes obtiveram total cura da picada, 2 foram à óbito e 23 
14 apresentavam a ficha hospitalar sem essa informação. 24 
 No ano de 2015 houve redução na taxa de notificação, foram notificados 113 casos. 25 
Nessasnotificações também estavam inclusos acidentes por serpentes, aranhas, escorpiões, 1 
lagartas, abelhas, entre outros. Foram registrados 10 acidentes com serpentes, 82 com aranhas 2 
e 3 com escorpiões, totalizando 95 acidentes. Foram da mesma forma categorizados por 3 
Frequência de Evolução, houve 101 casos de cura total, 1 paciente veio à óbito pelo agravo e 4 
11 dos casos não continham essa informação na ficha hospitalar. 5 
 6 
DISCUSSÃO 7 
 Em ambos os anos, os acidentes por serpentes mais graves foram causados pela jararaca. 8 
A maior gravidade se dá devido à maior frequência em que é encontrada na região. Nos casos 9 
relacionados aos escorpiões e aranhas, as espécies com maior incidência são do gênero T. 10 
cambridgei conhecido popularmente como escorpião-preto e Loxosceles que são chamadas de 11 
aranha-marrom. Da mesma forma das serpentes, a gravidade dos acidentes foi de acordo com 12 
a frequência em que os animais são encontrados na região. 13 
 Ao avaliar os dados, foi observado que a população mais acometida por esse tipo de 14 
acidente são as que residem nas áreas rurais. A taxa elevada de acidentes nessas áreas se dá 15 
devido ao ambiente em que esses animais costumam habitar, ou seja, são facilmente 16 
encontrados embaixo de pilhas de lenha, galhos secos, dentro de botas de borracha, terrenos 17 
baldios, embaixo de pedras, entre outros. 18 
 19 
CONCLUSÃO 20 
 É importante saber que existe a Normal Regulamentadora Rural nº 4, aprovada através 21 
da Portaria nº 3.06 de 12/04/1988 do Ministério do Trabalho, no qual obriga os proprietários 22 
rurais à fornecerem ao seus funcionários os equipamentos de proteção gratuitamente. 23 
 Existem algumas maneiras de prevenir os acidentes. Medidas simples como o uso de 24 
luvas, botas de cano alto e perneiras diminuem drasticamente a probabilidade de que um 25 
encontro entre um indivíduo e a serpente venha se tornar um acidente (FAN HUI WEN et al). 1 
 A forma de evitar acidentes com aranhas e escorpiões é sempre manter casas e terrenos 2 
baldios limpos, livres de entulhos. O acumulo desses materiais favorece a presença desses 3 
animais. Além disso, onde já há casos de acidentes registrados é sempre importante ter cautela 4 
antes de vestir roupas e calçados. 5 
 6 
REFERÊNCIAS 7 
CARDOSO, J. L. C., 1993. Acidentes por Animais Peçonhentos na Coordenação de 8 
Zoonoses e Animais Peçonhentos – Comentários e Sugestões. Brasília: Ministério da Saúde. 9 
BOCHNER, Rosany. Acidentes por animais peçonhentos: aspectos históricos, 10 
epidemiológicos, ambientais e sócio-econômico. 2003. 11 
DORNELES, Andressa., 2009. Frequência de Acidentes por Animais Peçonhentos 12 
Ocorridos no Rio Grande so Sul, 2001-2006. UFRGS. 13 
CUPO P; AZEVEDO-MARQUES MM & HERING SE. Acidentes por animais peçonhentos: 14 
Escorpiões e aranhas. Medicina Ribeirão Preto, 36: 490-497, abr/dez 2003. 15 
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE. Manual de 16 
diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Brasilia 1998. 17 
WEN, FAN HUI., 2008. Acidentes com animais peçonhentos – Número 9. Instituto 18 
Butantan, 1-4. 19 
LEIS LB & CHEBABO A. Diretrizes Diagnósticas de Acidentes com Animais Peçonhentos. 20 
Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Clementino Fraga 21 
Filho, UFRRJ. 22 
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS – FREQUÊNCIA POR ESPÉCIE 1 
 2 
12 10
91
82
5 3
2014 2015
INDICE POR TIPO DE ANIMAL PEÇONHENTO
SERPENTE ARANHA ESCORPIÃO
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS – FREQUÊNCIA POR EVOLUÇÃO 1 
 2 
 3 
114
101
2 1
2014 2015
INDICE DE ACIDENTES POR EVOLUÇÃO
CURA ÓBITO
ANEXO – FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTES POR ANIMAIS 1 
PEÇONHENTOS – SINAN2 
 3 
 1

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